Questões de Português para Concurso
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( ) São várias as diferenças entre língua falada e língua escrita. A principal delas diz respeito ao processo de interação entre os sujeitos. Nesse sentido, é sempre importante lembrar que a língua é veículo pelo qual os sujeitos interagem. A marca fundamental da língua é o dialogismo. Ao tomar a palavra, todo sujeito constitui um tu com o qual interage, seja pela língua falada, seja pela língua escrita.
( ) A língua escrita é posterior à falada. Há pessoas que nem chegam a aprender a modalidade escrita e isso não as impede de fazer uso da língua com competência em seus atos de comunicação. A forma de aquisição da fala e da escrita também é diversa. A língua falada é aprendida naturalmente pelo convívio com outros falantes; a língua escrita, na maioria das vezes, é aprendida por um processo de escolarização. Das duas modalidades, a fala e a escrita, a primeira é muito mais usada que a segunda, falamos (e ouvimos) muito mais do que lemos e escrevemos. Isso talvez justifique o privilégio que se dá à língua escrita. Há, no entanto, um ponto comum entre língua falada e língua escrita: ambas variam.
( ) É preciso desmistificar uma ideia do senso comum e que, portanto, não tem qualquer fundamento científico. A afirmação de que a escrita tem regras, é organizada, planejada, estruturada, coesa e marcada pela formalidade; ao passo que a fala não apresentaria regras e que seria caótica, desorganizada, fragmentada e informal. Essa é uma ideia falsa que levou muita gente a hipervalorizar a escrita e a desprestigiar a fala. Essa ideia falsa encontrou respaldo na própria concepção da gramática tradicional, que tomou como padrão de boa linguagem o texto escrito.
( ) É sempre importante lembrar que todas as variedades da língua, seja falada ou escrita, apresentam normas, ou seja, seguem regras. Formalidade e informalidade estão relacionadas ao gênero e à situação comunicativa, ou seja, há textos escritos marcados pela informalidade e textos falados muito formais.
( ) Em uma conferência, ou entrevista de emprego, o uso da língua falada se caracteriza pela formalidade. Isso se deve às convenções desses gêneros textuais. Em postagens em redes sociais, mensagens via WhatsApp e bilhetes, costuma-se usar a língua escrita sem maiores formalidades, normalmente na variedade popular. Trata-se de uma escrita com baixo grau de monitoramento.
Sobre vícios de linguagem, marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa devida.
( ) Vícios de linguagem são incorreções e defeitos no uso da língua falada, ou escrita. Originam-se do descaso ou do despreparo linguístico de quem se expressa.
( ) Barbarismo é o defeito da frase que apresenta duplo sentido.
( ) Ambiguidade é o emprego de palavras erradas relativamente à pronúncia, forma, ou significação.
( ) Cacofonia é o som desagradável, ou palavra de sentido ridículo ou torpe, resultantes da contiguidade de certos vocábulos na frase.
( ) Estrangeirismo é o uso de palavras, expressões ou construções próprias de línguas estrangeiras. Conforme a proveniência, o estrangeirismo se denomina: galicismo ou francesismo (do francês), anglicismo (do inglês), germanismo (do alemão), castelhanismo (do espanhol), italianismo (do italiano).
( ) Contentar-se constrói-se com objeto indireto (ou oração objetiva indireta) regido das preposições com, de, em.
( ) Custar no sentido de ser custoso, difícil, emprega-se na 3ª pessoa do singular, tendo como sujeito uma oração reduzida de infinitivo, a qual pode vir precedida da preposição expletiva a.
( ) Custar na acepção de acarretar trabalhos, causar incômodos, sofrimentos, prejuízos, etc., é transitivo direto e indireto.
( ) Deparar transitivo direto, significando dar com, encontrar.
( ) Deparar transitivo indireto (preposição com), com a mesma significação.
( ) Deparar transitivo direto e indireto, no sentido de fazer aparecer, apresentar.
Leia o texto para responder à questão.
Como eu quero. (Kid Abelha).
https://www.google.com.br/
Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério.
Tramas do sucesso
Mundo particular,
Solos de guitarra
Não vão me conquistar.
Uh eu quero você
Como eu quero,
Uh eu quero você
Como eu quero.
O que você precisa
É de um retoque total,
Vou transformar o seu rascunho
Em arte final.
Agora não tem jeito
'Cê tá numa cilada,
Cada um por si
Você por mim e mais nada.
Uh eu quero você,
Como eu quero,
Uh eu quero você,
Como eu quero.
Longe do meu domínio
'Cê vai de mal a pior,
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor,
Longe do meu domínio
'Cê vai de mal a pior,
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor.
Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério.
Tramas do sucesso
Mundo particular
Solos de guitarra
Não vão me conquistar.
Uh eu quero você
Como eu quero,
Uh eu quero você
Leia o texto para responder à questão.
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Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
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Que eu quero você sério.
Tramas do sucesso
Mundo particular,
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Não vão me conquistar.
Uh eu quero você
Como eu quero,
Uh eu quero você
Como eu quero.
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É de um retoque total,
Vou transformar o seu rascunho
Em arte final.
Agora não tem jeito
'Cê tá numa cilada,
Cada um por si
Você por mim e mais nada.
Uh eu quero você,
Como eu quero,
Uh eu quero você,
Como eu quero.
Longe do meu domínio
'Cê vai de mal a pior,
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor,
Longe do meu domínio
'Cê vai de mal a pior,
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor.
Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério.
Tramas do sucesso
Mundo particular
Solos de guitarra
Não vão me conquistar.
Uh eu quero você
Como eu quero,
Uh eu quero você
Marque a alternativa devida, de acordo com a correta separação de sílabas das palavras do texto, (guitarra, jeito, meu).
Leia o texto para responder à questão.
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Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério.
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Como eu quero,
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Vou transformar o seu rascunho
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Que eu quero você sério.
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É de um retoque total,
Vou transformar o seu rascunho
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'Cê tá numa cilada,
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Você por mim e mais nada.
Uh eu quero você,
Como eu quero,
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Como ser bem melhor.
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Faz cara de mistério
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Como eu quero,
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Relacionando-se representante e escola literária, marque a alternativa incorreta.
( ) Assistir é transitivo direto, quando significa prestar assistência, confortar, ajudar.
( ) Assistir é transitivo indireto (com a preposição a), no sentido de presenciar, estar presente a.
( ) Atender usa-se, modernamente, com objeto direto, no sentido de acolher ou receber alguém com atenção, responder a alguém que se dirige a nós.
( ) Atender constrói-se com objeto indireto, na acepção de dar atenção a alguém, ouvirlhe os conselhos, levar em consideração o que alguém nos diz.
( ) Bater no sentido de dar pancadas (em alguém), exige objeto indireto.
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Quanto ao número dos substantivos, marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa devida.
( ) A maior parte dos substantivos forma o plural com o acréscimo da letra -s. Exemplo: camiseta – camisetas.
( ) No plural dos substantivos terminados em -r, -s, -z, acrescenta-se -es. Exemplos: colar – colares; freguês – fregueses; capuz – capuzes.
( ) No plural dos substantivos terminados em -l, precedidos de a, e, o, u, substitui-se o -l por -is. Exemplo: canal – canais; anel – anéis; anzol – anzóis; paul – pauis. Atenção: -il (oxítonas): cantil – cantis; -il (paroxítonas): projétil – projéteis.
( ) No plural dos substantivos terminados em -ão, substitui-se -ão por -ãos, -ães ou -ões. Exemplos: mão – mãos; alemão – alemães; ação – ações.
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Referindo-se à correta ortografia, marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa devida.
( ) A palavra meio, pode referir-se a nome e concordar com ele em gênero e número. Quando se refere a verbo e adjetivo, porém, tem valor de advérbio e por isso permanece invariável.
( ) A palavra muito, pode referir-se a nome e concordar com ele em gênero e número. Quando se refere a verbo e adjetivo, porém, tem valor de advérbio e por isso permanece invariável.
( ) A palavra pouco, pode referir-se a nome e concordar com ele em gênero e número. Quando se refere a verbo e adjetivo, porém, tem valor de advérbio e por isso permanece invariável.
( ) A palavra bastante, pode referir-se a nome e concordar com ele em gênero e número. Quando se refere a verbo e adjetivo, porém, tem valor de advérbio e por isso permanece invariável.
( ) A palavra barato, pode referir-se a nome e concordar com ele em gênero e número. Quando se refere a verbo e adjetivo, porém, tem valor de advérbio e por isso permanece invariável.
Coluna I.
A- Agente da passiva. B- Adjunto adverbial. C- Predicativo do sujeito. D- Predicativo do objeto.
Coluna II.
1- É o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo. 2- Termo que se refere a um verbo na voz passiva, com auxílio de preposição. 3- É o termo que exprime um atributo, um estado, ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. 4- Termo que se refere a um verbo, adjetivo, ou advérbio, indicando circunstância de tempo, lugar, intensidade, afirmação, dúvida, negação, modo, causa etc.
( ) Discurso direto: graficamente, a fala da personagem é separada da voz do narrador por travessões e introduzida por dois-pontos. Para anunciá-la usam-se, geralmente, os verbos dicendi (dizer, exclamar, responder, sussurrar, gritar, admirar-se etc.).
( ) Discurso indireto: o conteúdo da fala da personagem é introduzido por uma conjunção (em geral, que); são mantidos os verbos dicendi; tempos verbais, pronomes, advérbios sofrem alterações para remeterem a um tempo passado.
( ) Discurso indireto livre: não são usados verbos dicendi nem conjunções para introduzi-los; os verbos apresentam-se como no discurso indireto; a pontuação, como no discurso direto (pontos de exclamação, de interrogação, reticências); são usadas expressões típicas da linguagem da personagem.
( ) Exemplo de discurso indireto: Ela disse que começará sua dieta no dia anterior.
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Mencionando-se os porquês, marque a alternativa incorreta.
Coluna I.
A- Derivação prefixal. B- Derivação sufixal. C- Derivação prefixal e sufixal. D- Derivação regressiva.
Coluna II.
1- Refazer, coordenar. 2- Infelizmente, anticapitalista. 3- Censura, caça. 4- Socialismo, jornaleiro.
Leia o texto para responder à questão.
Agricultura urbana pode ser resposta criativa à crise climática.
Estudo comparou a agricultura urbana desenvolvida em duas situações muito diferentes: na Cidade de São Paulo e na Cidade de Melbourne, na Austrália.
Divulgação, FMUSP. FacebookTwitterWhatsAppEmailLinkedIn
Aquela que, décadas atrás, seria considerada uma proposta utópica passou a ser reconhecida, agora, como uma necessidade urgente: ocupar o espaço urbano com hortas e pomares, aumentando a cobertura vegetal da cidade e o aporte de alimento saudável para a população.
“Há hoje uma consciência da necessidade de fortalecer a agricultura local e a segurança alimentar, diante das incertezas geradas pela crise climática global”, disse o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato-Lourenço, doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, (FMUSP), pós-doutor pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, (IEA – USP) e pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha. Lourenço é o primeiro autor de artigo publicado na Revista Científica Environment, Development and Sustainability, cujo estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, (FAPESP).
“Nós comparamos a agricultura urbana desenvolvida em duas situações muito diferentes: na Cidade de São Paulo e na Cidade de Melbourne, na Austrália. Em Melbourne, a agricultura urbana é articulada com estratégias de saúde pública, como a promoção de exercícios físicos e outras atividades destinadas ao controle do sobrepeso e ao combate à obesidade. Em São Paulo, existem, predominantemente, dois modos: um de caráter socioeducativo, baseado em trabalho voluntário e princípios agroecológicos, como o desenvolvido no Parque das Corujas, na Vila Madalena; outro voltado para a geração de renda, principalmente, em áreas periféricas das Regiões Sul e Leste”, disse o Dr. Luís Fernando Lourenço.
O pesquisador destacou que, em Melbourne, a atividade agrícola urbana, que pode ser coletiva, em espaços comuns, ou particular, em propriedades privadas, é regulamentada por políticas públicas, que definem as áreas para a implantação das hortas e fazem a testagem do solo. Nos espaços comuns, os beneficiários das hortas pagam uma taxa por mês. É um modelo que ainda não existe em São Paulo.
O pesquisador ressalta, a propósito, que a criatividade é um diferencial que conta ponto a favor de São Paulo. Se em Melbourne as coisas são mais organizadas, em São Paulo as soluções inovadoras predominam. “Os pesquisadores australianos ficaram muito interessados em conhecer as iniciativas de agricultura orgânica desenvolvidas aqui”, contou. Um subtema cada vez mais comentado é o das hortas verticais, estabelecidas nos topos ou mesmo em andares dos edifícios. Essa solução, na qual Barcelona se destaca em primeiro lugar no mundo, também tem sido adotada em Berlim e São Paulo. Por exemplo, uma horta cultivada no topo do Shopping Eldorado fornece legumes, verduras e ervas livres de defensivos agrícolas aos funcionários e suas famílias.
“São Paulo tem um enorme potencial para a implantação de hortas nos topos dos edifícios. Além de possibilitar a produção de alimentos muito perto dos consumidores finais e de constituir espaços de socialização e educação ambiental, essas áreas verdes elevadas são também uma alternativa para a mitigação das ilhas de calor. Falta implantar políticas públicas duradouras que contribuam para isso”, ponderou o Dr. Luís Fernando Lourenço.
Considerando a agricultura urbana como um todo, a professora Dra. Thais Mauad – ex-orientadora do Dr. Lourenço e também autora do artigo, – comentou: “Frente ao cenário das mudanças climáticas, produzir alimentos na cidade traz vários benefícios. A expansão da cobertura vegetal, a permeabilidade do solo, o aumento da umidade do ar, a promoção da biodiversidade, o enriquecimento do solo por matéria orgânica e por compostagem, aliados a métodos agroecológicos, são certamente elementos mitigadores de caráter local das mudanças climáticas. Além disso, a produção de alimentos a curtas distâncias também traz vantagens na menor emissão de CO2 pelo transporte veicular. E, em situações extremas de inundações, queimadas e outras, que podem interromper o fluxo de alimentos para a cidade, as hortas urbanas constituem alternativas para garantir a segurança alimentar”.
Fonte: José Tadeu Arantes, Agência FAPESP. Imagem: horta da Faculdade de Medicina da USP. Fonte: Divulgação, FMUSP.
Leia o texto para responder à questão.
Agricultura urbana pode ser resposta criativa à crise climática.
Estudo comparou a agricultura urbana desenvolvida em duas situações muito diferentes: na Cidade de São Paulo e na Cidade de Melbourne, na Austrália.
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Aquela que, décadas atrás, seria considerada uma proposta utópica passou a ser reconhecida, agora, como uma necessidade urgente: ocupar o espaço urbano com hortas e pomares, aumentando a cobertura vegetal da cidade e o aporte de alimento saudável para a população.
“Há hoje uma consciência da necessidade de fortalecer a agricultura local e a segurança alimentar, diante das incertezas geradas pela crise climática global”, disse o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato-Lourenço, doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, (FMUSP), pós-doutor pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, (IEA – USP) e pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha. Lourenço é o primeiro autor de artigo publicado na Revista Científica Environment, Development and Sustainability, cujo estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, (FAPESP).
“Nós comparamos a agricultura urbana desenvolvida em duas situações muito diferentes: na Cidade de São Paulo e na Cidade de Melbourne, na Austrália. Em Melbourne, a agricultura urbana é articulada com estratégias de saúde pública, como a promoção de exercícios físicos e outras atividades destinadas ao controle do sobrepeso e ao combate à obesidade. Em São Paulo, existem, predominantemente, dois modos: um de caráter socioeducativo, baseado em trabalho voluntário e princípios agroecológicos, como o desenvolvido no Parque das Corujas, na Vila Madalena; outro voltado para a geração de renda, principalmente, em áreas periféricas das Regiões Sul e Leste”, disse o Dr. Luís Fernando Lourenço.
O pesquisador destacou que, em Melbourne, a atividade agrícola urbana, que pode ser coletiva, em espaços comuns, ou particular, em propriedades privadas, é regulamentada por políticas públicas, que definem as áreas para a implantação das hortas e fazem a testagem do solo. Nos espaços comuns, os beneficiários das hortas pagam uma taxa por mês. É um modelo que ainda não existe em São Paulo.
O pesquisador ressalta, a propósito, que a criatividade é um diferencial que conta ponto a favor de São Paulo. Se em Melbourne as coisas são mais organizadas, em São Paulo as soluções inovadoras predominam. “Os pesquisadores australianos ficaram muito interessados em conhecer as iniciativas de agricultura orgânica desenvolvidas aqui”, contou. Um subtema cada vez mais comentado é o das hortas verticais, estabelecidas nos topos ou mesmo em andares dos edifícios. Essa solução, na qual Barcelona se destaca em primeiro lugar no mundo, também tem sido adotada em Berlim e São Paulo. Por exemplo, uma horta cultivada no topo do Shopping Eldorado fornece legumes, verduras e ervas livres de defensivos agrícolas aos funcionários e suas famílias.
“São Paulo tem um enorme potencial para a implantação de hortas nos topos dos edifícios. Além de possibilitar a produção de alimentos muito perto dos consumidores finais e de constituir espaços de socialização e educação ambiental, essas áreas verdes elevadas são também uma alternativa para a mitigação das ilhas de calor. Falta implantar políticas públicas duradouras que contribuam para isso”, ponderou o Dr. Luís Fernando Lourenço.
Considerando a agricultura urbana como um todo, a professora Dra. Thais Mauad – ex-orientadora do Dr. Lourenço e também autora do artigo, – comentou: “Frente ao cenário das mudanças climáticas, produzir alimentos na cidade traz vários benefícios. A expansão da cobertura vegetal, a permeabilidade do solo, o aumento da umidade do ar, a promoção da biodiversidade, o enriquecimento do solo por matéria orgânica e por compostagem, aliados a métodos agroecológicos, são certamente elementos mitigadores de caráter local das mudanças climáticas. Além disso, a produção de alimentos a curtas distâncias também traz vantagens na menor emissão de CO2 pelo transporte veicular. E, em situações extremas de inundações, queimadas e outras, que podem interromper o fluxo de alimentos para a cidade, as hortas urbanas constituem alternativas para garantir a segurança alimentar”.
Fonte: José Tadeu Arantes, Agência FAPESP. Imagem: horta da Faculdade de Medicina da USP. Fonte: Divulgação, FMUSP.