Questões de Concurso Sobre português

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Q2754685 Português

Texto para as questões de 21 a 24

“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, com uma antologia de mazelas – infarto, broncopneumonia, tromboflebite, falência renal, úlceras hemorrágicas e um Parkinson avançado. O desfecho era esperado para qualquer momento, mas Franco insistia em prolongar a agonia. Certa noite, do fundo de sua cama, escutou um rumor que entrava pela janela. Perguntou o que era ao enfermeiro. Este respondeu: ‘É o povo espanhol, Excelência. Ele veio se despedir’. E Franco: ‘Ué! O povo vai viajar?’

Franco morreu no fim daquele ano, e as multidões que faziam a vigília nas proximidades de sua casa acharam que ele tinha ido tarde.

[...]”.

(Folha de S.Paulo, 6/4/16 – opinião A2)

Com relação ao fragmento “Ele veio se despedir”, analise as afirmações e coloque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.


( ) Não aparece palavra atrativa antes da locução verbal, logo o pronome oblíquo pode ficar preso por hífen a qualquer dos verbos da locução.

( ) Aparece palavra atrativa antes da locução verbal, logo o pronome oblíquo pode ser colocado antes da locução verbal ou vir ligado por hífen ao último verbo.

( ) Não aparece palavra atrativa antes da locução verbal, logo o pronome oblíquo não pode ficar preso por hífen a qualquer dos verbos da locução.

( ) Aparece palavra atrativa antes da locução verbal, logo o pronome oblíquo não pode ser colocado antes da locução verbal ou vir ligado por hífen ao último verbo.


A sequência correta é:

Alternativas
Q2754683 Português

Texto para as questões de 21 a 24

“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, com uma antologia de mazelas – infarto, broncopneumonia, tromboflebite, falência renal, úlceras hemorrágicas e um Parkinson avançado. O desfecho era esperado para qualquer momento, mas Franco insistia em prolongar a agonia. Certa noite, do fundo de sua cama, escutou um rumor que entrava pela janela. Perguntou o que era ao enfermeiro. Este respondeu: ‘É o povo espanhol, Excelência. Ele veio se despedir’. E Franco: ‘Ué! O povo vai viajar?’

Franco morreu no fim daquele ano, e as multidões que faziam a vigília nas proximidades de sua casa acharam que ele tinha ido tarde.

[...]”.

(Folha de S.Paulo, 6/4/16 – opinião A2)

“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, (...)”.


Atente para as seguintes afirmações sobre o uso das vírgulas.


I. A primeira vírgula separa um adjunto adverbial de tempo.

II. A retirada da virgula colocada imediatamente depois de “Espanha” redundaria em prejuízo para a correção e o sentido original.

III. A inserção de vírgula logo depois do termo “Franco” acarretaria prejuízo sintático e semântico ao texto.


É correto o que se afirma em:

Alternativas
Q2754681 Português

Texto para as questões de 21 a 24

“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, com uma antologia de mazelas – infarto, broncopneumonia, tromboflebite, falência renal, úlceras hemorrágicas e um Parkinson avançado. O desfecho era esperado para qualquer momento, mas Franco insistia em prolongar a agonia. Certa noite, do fundo de sua cama, escutou um rumor que entrava pela janela. Perguntou o que era ao enfermeiro. Este respondeu: ‘É o povo espanhol, Excelência. Ele veio se despedir’. E Franco: ‘Ué! O povo vai viajar?’

Franco morreu no fim daquele ano, e as multidões que faziam a vigília nas proximidades de sua casa acharam que ele tinha ido tarde.

[...]”.

(Folha de S.Paulo, 6/4/16 – opinião A2)

“(...) Franco morreu no fim daquele ano, e as multidões que faziam a vigília nas proximidades de sua casa acharam que ele tinha ido tarde”.


A propósito desse período, analise as assertivas.


I. Há cinco orações.

II. “... que faziam a vigília nas proximidades de sua casa...” classifica-se como oração subordinada substantiva subjetiva.

III. “... que ele tinha ido tarde” classifica-se como oração subordinada adjetiva restritiva.

IV. O período é composto por coordenação e subordinação.


É correto o que se afirma apenas em:

Alternativas
Q2754679 Português

Texto para as questões de 21 a 24

“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, com uma antologia de mazelas – infarto, broncopneumonia, tromboflebite, falência renal, úlceras hemorrágicas e um Parkinson avançado. O desfecho era esperado para qualquer momento, mas Franco insistia em prolongar a agonia. Certa noite, do fundo de sua cama, escutou um rumor que entrava pela janela. Perguntou o que era ao enfermeiro. Este respondeu: ‘É o povo espanhol, Excelência. Ele veio se despedir’. E Franco: ‘Ué! O povo vai viajar?’

Franco morreu no fim daquele ano, e as multidões que faziam a vigília nas proximidades de sua casa acharam que ele tinha ido tarde.

[...]”.

(Folha de S.Paulo, 6/4/16 – opinião A2)

Sejam os trechos:


I. “Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, (...)”.

II. “Certa noite, do fundo de sua cama, escutou um rumor que entrava pela janela”.

III. “(...), falência renal, úlceras hemorrágicas e um Parkinson avançado”.


Sob o ponto de vista morfológico, as palavras destacadas são, respectivamente:

Alternativas
Q2754660 Português

Leia o texto.


Chama o “Aurélio”


Certos casos da política, de tão inacreditáveis, acabam virando parte do anedotário. Ou vice-versa: algumas vezes algumas piadas trazem tão bem determinadas características da cultura política que assumem ares de verdade.


Em uma das hipóteses se encaixa a correspondência trocada, cerca de 20 anos atrás, entre um prefeito de uma cidade e o então secretário estadual do interior.


Conta certo deputado que o secretário sempre gostou de falar difícil. Numa certa ocasião, o secretário recebeu a informação de que a cidade sofreria um tremor de terra capaz de quebrar copos e trincar pratos. Preocupado, expediu logo um telegrama ao prefeito: “Movimento sísmico previsto para essa região. Provável epicentro movimento telúrico sua cidade. Obséquio tomar as providências logísticas cabíveis”.


O secretário esperou ansioso pela resposta. Quatro dias depois, chegou o telegrama do prefeito: “Movimento sísmico debelado. Epicentro preso, incomunicável, cadeia local. Desculpe demora. Houve terremoto na cidade”.


in Ernani &Nicola: Redação para o segundo grau – adaptado


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2754659 Português

Leia o texto.


Chama o “Aurélio”


Certos casos da política, de tão inacreditáveis, acabam virando parte do anedotário. Ou vice-versa: algumas vezes algumas piadas trazem tão bem determinadas características da cultura política que assumem ares de verdade.


Em uma das hipóteses se encaixa a correspondência trocada, cerca de 20 anos atrás, entre um prefeito de uma cidade e o então secretário estadual do interior.


Conta certo deputado que o secretário sempre gostou de falar difícil. Numa certa ocasião, o secretário recebeu a informação de que a cidade sofreria um tremor de terra capaz de quebrar copos e trincar pratos. Preocupado, expediu logo um telegrama ao prefeito: “Movimento sísmico previsto para essa região. Provável epicentro movimento telúrico sua cidade. Obséquio tomar as providências logísticas cabíveis”.


O secretário esperou ansioso pela resposta. Quatro dias depois, chegou o telegrama do prefeito: “Movimento sísmico debelado. Epicentro preso, incomunicável, cadeia local. Desculpe demora. Houve terremoto na cidade”.


in Ernani &Nicola: Redação para o segundo grau – adaptado



Avalie as afirmações feitas sobre o texto.


1. “Debelado” é sinônimo de derrotado.

2. “Sísmico” é parônimo de “abalos da terra”.

3. Na expressão “Epicentro preso” tem-se exemplo de polissemia.

4. Pode-se afirmar, pelo texto, que a comunicação entre o prefeito e o secretário não aconteceu.

5. O texto ratifica a seguinte expressão: “Falar difícil não garante a comunicação entre os interlocutores”.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754643 Português

TEXTO II

A árvore e a árvore

Por vezes, caminhando pelas ruas da cidade, tenho a impressão de que as árvores conversam entre si. O diálogo das árvores nem sempre é ouvido pelos ouvidos, por causa do bulício das ruas, do rumor dos veículos e da zoeira das pessoas. E de madrugada, quando os últimos bêbados se recolhem trôpegos fugindo da aurora, e a brisa matinal leva o sono do rosto das operárias que marcham em direção às fábricas; é nesse momento fluido e tênue que pode ser captado o sussurro das árvores, em meio aos pipilos dos pardais alvoroçados.

E lá estavam as duas árvores a conversar:

— Bom dia, dona Magnólia!

— Bom dia, dona Cássia!

— Dormiu bem?

— Mais ou menos. Esta noite o bem-te-vi, meu inquilino, cismou de acordar e ficou discutindo com a bem- te-vi, no meu galho lá em cima.

— Não diga! Discutindo o quê?

— O papo de sempre, ora essa. Estavam reclamando do custo de vida.

— Ué, mas passarinho também tem esse problema? Pensei que essa preocupação fosse apenas manha dos empregados da Prefeitura que vêm cortar nossa copa todos os anos.

— Qual nada! Passarinho voa azucrinado. A própria bem-te-vi se lastima de que o galho onde eles moram quase não tem folhas; de noite ela molha a cabecinha no sereno. Ficou resfriada, a pobrezinha.

— Então por que eles não se mudam?

— Mudar para onde?

— Ali adiante há um ipê-amarelo com vagas para passarinhos.

— Pois sim. A senhora não viu a placa no tronco? Só há um galhinho vago, muito do mixuruco, e mesmo assim só se aceitam casais de passarinhos sem filhotes.

— Sem filhotes?

— Sem filhotes.

— Mas isso é um absurdo!

— Concordo, mas vai- se fazer o quê? Se até casas de tijolo são alugadas apenas para casais sem filhos. Fazem isso com as pessoas, vão ter consideração para com passarinho?

— Escute, e ali na quaresmeira do outro quarteirão?

— Ah, lá o aluguel é caríssimo. Só mora sabiá-de-papo-amarelo e periquito verde.

— Cruz-credo! — Falou bem. Está tudo pela hora da morte pros passarinhos.

— Mas ouvi dizer que alguns têm boa mordomia...

— Ah, os canários-da-terra... Grande vantagem! Têm alpiste importado, ovo cozido, verdurinha fresca todos os dias, mas, em compensação, vivem presos na gaiola.

— Perderam a liberdade.

— Desaprenderam até de voar!

— Não é à toa que o bairro está cheio de chupim.

— Claro, dona Magnólia. Chupim sempre se ajeita. Quem manda tico- tico ser bobo?

— Reparou que ninguém acaba com chupim? Eles estão em tucum, paineira, sibipiruna.

— Tem chupim até no pau-ferro.

— Se adaptam a qualquer lugar. Bichinho aproveitador está ali. Sabe quando vão acabar com os chupins aqui na zona? .

— Quando, dona Magnólia?

— Dia de São Nunca. E enquanto isso, os bem-te- vis que se danem.

— Ainda mais agora, com o aumento dos impostos.

— Vai ser um horror.

— Horror mesmo.

— Não sei como eles não se revoltam.

— Revoltam nada. Bem-te-vi só sabe dizer: "Bem te vi! Bem te vi!". Viu, e daí? Que adianta ver? As árvores também vêem cada uma, mas não adianta reclamar.

— Houve o caso daquela andorinha, está esquecendo?

— A tolinha. Só porque morava em beiral, achava que podia modificar a situação. Uma andorinha só não muda coisa alguma. Bastou chegar aqui o tucano, deitou falação, disse que fazia e aprontava, tudo se amoitou.

— Aquele tucano foi demais. Verde-amarelo, e bom de bico!

— É, dona Magnólia, mas qualquer dia a árvore cai, não cai?

— Sei lá. Ainda bem que a Prefeitura vai mandar plantar mais cem mil árvores na cidade. Só assim para resolver o problema da moradia dos passarinhos.

— Tomara mesmo. Avise o bem-te-vi para ele aguentar a barra mais um pouco. Quem sabe, um dia, a bem-te-vi possa botar os ovinhos em paz.

— Deus a ouça, dona Cássia.

— Amém, dona Magnólia...

(DIAFÉRIA.Lourenço.Em A morte sem colete. 4a ed. São Paulo:

Moderna, 1983.)

Ao realizar uma leitura polissêmica do texto, pode-se compreender que:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754640 Português

TEXTO II

A árvore e a árvore

Por vezes, caminhando pelas ruas da cidade, tenho a impressão de que as árvores conversam entre si. O diálogo das árvores nem sempre é ouvido pelos ouvidos, por causa do bulício das ruas, do rumor dos veículos e da zoeira das pessoas. E de madrugada, quando os últimos bêbados se recolhem trôpegos fugindo da aurora, e a brisa matinal leva o sono do rosto das operárias que marcham em direção às fábricas; é nesse momento fluido e tênue que pode ser captado o sussurro das árvores, em meio aos pipilos dos pardais alvoroçados.

E lá estavam as duas árvores a conversar:

— Bom dia, dona Magnólia!

— Bom dia, dona Cássia!

— Dormiu bem?

— Mais ou menos. Esta noite o bem-te-vi, meu inquilino, cismou de acordar e ficou discutindo com a bem- te-vi, no meu galho lá em cima.

— Não diga! Discutindo o quê?

— O papo de sempre, ora essa. Estavam reclamando do custo de vida.

— Ué, mas passarinho também tem esse problema? Pensei que essa preocupação fosse apenas manha dos empregados da Prefeitura que vêm cortar nossa copa todos os anos.

— Qual nada! Passarinho voa azucrinado. A própria bem-te-vi se lastima de que o galho onde eles moram quase não tem folhas; de noite ela molha a cabecinha no sereno. Ficou resfriada, a pobrezinha.

— Então por que eles não se mudam?

— Mudar para onde?

— Ali adiante há um ipê-amarelo com vagas para passarinhos.

— Pois sim. A senhora não viu a placa no tronco? Só há um galhinho vago, muito do mixuruco, e mesmo assim só se aceitam casais de passarinhos sem filhotes.

— Sem filhotes?

— Sem filhotes.

— Mas isso é um absurdo!

— Concordo, mas vai- se fazer o quê? Se até casas de tijolo são alugadas apenas para casais sem filhos. Fazem isso com as pessoas, vão ter consideração para com passarinho?

— Escute, e ali na quaresmeira do outro quarteirão?

— Ah, lá o aluguel é caríssimo. Só mora sabiá-de-papo-amarelo e periquito verde.

— Cruz-credo! — Falou bem. Está tudo pela hora da morte pros passarinhos.

— Mas ouvi dizer que alguns têm boa mordomia...

— Ah, os canários-da-terra... Grande vantagem! Têm alpiste importado, ovo cozido, verdurinha fresca todos os dias, mas, em compensação, vivem presos na gaiola.

— Perderam a liberdade.

— Desaprenderam até de voar!

— Não é à toa que o bairro está cheio de chupim.

— Claro, dona Magnólia. Chupim sempre se ajeita. Quem manda tico- tico ser bobo?

— Reparou que ninguém acaba com chupim? Eles estão em tucum, paineira, sibipiruna.

— Tem chupim até no pau-ferro.

— Se adaptam a qualquer lugar. Bichinho aproveitador está ali. Sabe quando vão acabar com os chupins aqui na zona? .

— Quando, dona Magnólia?

— Dia de São Nunca. E enquanto isso, os bem-te- vis que se danem.

— Ainda mais agora, com o aumento dos impostos.

— Vai ser um horror.

— Horror mesmo.

— Não sei como eles não se revoltam.

— Revoltam nada. Bem-te-vi só sabe dizer: "Bem te vi! Bem te vi!". Viu, e daí? Que adianta ver? As árvores também vêem cada uma, mas não adianta reclamar.

— Houve o caso daquela andorinha, está esquecendo?

— A tolinha. Só porque morava em beiral, achava que podia modificar a situação. Uma andorinha só não muda coisa alguma. Bastou chegar aqui o tucano, deitou falação, disse que fazia e aprontava, tudo se amoitou.

— Aquele tucano foi demais. Verde-amarelo, e bom de bico!

— É, dona Magnólia, mas qualquer dia a árvore cai, não cai?

— Sei lá. Ainda bem que a Prefeitura vai mandar plantar mais cem mil árvores na cidade. Só assim para resolver o problema da moradia dos passarinhos.

— Tomara mesmo. Avise o bem-te-vi para ele aguentar a barra mais um pouco. Quem sabe, um dia, a bem-te-vi possa botar os ovinhos em paz.

— Deus a ouça, dona Cássia.

— Amém, dona Magnólia...

(DIAFÉRIA.Lourenço.Em A morte sem colete. 4a ed. São Paulo:

Moderna, 1983.)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754638 Português

TEXTO II

A árvore e a árvore

Por vezes, caminhando pelas ruas da cidade, tenho a impressão de que as árvores conversam entre si. O diálogo das árvores nem sempre é ouvido pelos ouvidos, por causa do bulício das ruas, do rumor dos veículos e da zoeira das pessoas. E de madrugada, quando os últimos bêbados se recolhem trôpegos fugindo da aurora, e a brisa matinal leva o sono do rosto das operárias que marcham em direção às fábricas; é nesse momento fluido e tênue que pode ser captado o sussurro das árvores, em meio aos pipilos dos pardais alvoroçados.

E lá estavam as duas árvores a conversar:

— Bom dia, dona Magnólia!

— Bom dia, dona Cássia!

— Dormiu bem?

— Mais ou menos. Esta noite o bem-te-vi, meu inquilino, cismou de acordar e ficou discutindo com a bem- te-vi, no meu galho lá em cima.

— Não diga! Discutindo o quê?

— O papo de sempre, ora essa. Estavam reclamando do custo de vida.

— Ué, mas passarinho também tem esse problema? Pensei que essa preocupação fosse apenas manha dos empregados da Prefeitura que vêm cortar nossa copa todos os anos.

— Qual nada! Passarinho voa azucrinado. A própria bem-te-vi se lastima de que o galho onde eles moram quase não tem folhas; de noite ela molha a cabecinha no sereno. Ficou resfriada, a pobrezinha.

— Então por que eles não se mudam?

— Mudar para onde?

— Ali adiante há um ipê-amarelo com vagas para passarinhos.

— Pois sim. A senhora não viu a placa no tronco? Só há um galhinho vago, muito do mixuruco, e mesmo assim só se aceitam casais de passarinhos sem filhotes.

— Sem filhotes?

— Sem filhotes.

— Mas isso é um absurdo!

— Concordo, mas vai- se fazer o quê? Se até casas de tijolo são alugadas apenas para casais sem filhos. Fazem isso com as pessoas, vão ter consideração para com passarinho?

— Escute, e ali na quaresmeira do outro quarteirão?

— Ah, lá o aluguel é caríssimo. Só mora sabiá-de-papo-amarelo e periquito verde.

— Cruz-credo! — Falou bem. Está tudo pela hora da morte pros passarinhos.

— Mas ouvi dizer que alguns têm boa mordomia...

— Ah, os canários-da-terra... Grande vantagem! Têm alpiste importado, ovo cozido, verdurinha fresca todos os dias, mas, em compensação, vivem presos na gaiola.

— Perderam a liberdade.

— Desaprenderam até de voar!

— Não é à toa que o bairro está cheio de chupim.

— Claro, dona Magnólia. Chupim sempre se ajeita. Quem manda tico- tico ser bobo?

— Reparou que ninguém acaba com chupim? Eles estão em tucum, paineira, sibipiruna.

— Tem chupim até no pau-ferro.

— Se adaptam a qualquer lugar. Bichinho aproveitador está ali. Sabe quando vão acabar com os chupins aqui na zona? .

— Quando, dona Magnólia?

— Dia de São Nunca. E enquanto isso, os bem-te- vis que se danem.

— Ainda mais agora, com o aumento dos impostos.

— Vai ser um horror.

— Horror mesmo.

— Não sei como eles não se revoltam.

— Revoltam nada. Bem-te-vi só sabe dizer: "Bem te vi! Bem te vi!". Viu, e daí? Que adianta ver? As árvores também vêem cada uma, mas não adianta reclamar.

— Houve o caso daquela andorinha, está esquecendo?

— A tolinha. Só porque morava em beiral, achava que podia modificar a situação. Uma andorinha só não muda coisa alguma. Bastou chegar aqui o tucano, deitou falação, disse que fazia e aprontava, tudo se amoitou.

— Aquele tucano foi demais. Verde-amarelo, e bom de bico!

— É, dona Magnólia, mas qualquer dia a árvore cai, não cai?

— Sei lá. Ainda bem que a Prefeitura vai mandar plantar mais cem mil árvores na cidade. Só assim para resolver o problema da moradia dos passarinhos.

— Tomara mesmo. Avise o bem-te-vi para ele aguentar a barra mais um pouco. Quem sabe, um dia, a bem-te-vi possa botar os ovinhos em paz.

— Deus a ouça, dona Cássia.

— Amém, dona Magnólia...

(DIAFÉRIA.Lourenço.Em A morte sem colete. 4a ed. São Paulo:

Moderna, 1983.)

No texto, A árvore e a árvore, de Lourenço Diaféria (cronista que relatava o cotidiano da Terra da garoa), o autor se vale dos respectivos elementos:


Imagem associada para resolução da questão

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754635 Português

TEXTO II

A árvore e a árvore

Por vezes, caminhando pelas ruas da cidade, tenho a impressão de que as árvores conversam entre si. O diálogo das árvores nem sempre é ouvido pelos ouvidos, por causa do bulício das ruas, do rumor dos veículos e da zoeira das pessoas. E de madrugada, quando os últimos bêbados se recolhem trôpegos fugindo da aurora, e a brisa matinal leva o sono do rosto das operárias que marcham em direção às fábricas; é nesse momento fluido e tênue que pode ser captado o sussurro das árvores, em meio aos pipilos dos pardais alvoroçados.

E lá estavam as duas árvores a conversar:

— Bom dia, dona Magnólia!

— Bom dia, dona Cássia!

— Dormiu bem?

— Mais ou menos. Esta noite o bem-te-vi, meu inquilino, cismou de acordar e ficou discutindo com a bem- te-vi, no meu galho lá em cima.

— Não diga! Discutindo o quê?

— O papo de sempre, ora essa. Estavam reclamando do custo de vida.

— Ué, mas passarinho também tem esse problema? Pensei que essa preocupação fosse apenas manha dos empregados da Prefeitura que vêm cortar nossa copa todos os anos.

— Qual nada! Passarinho voa azucrinado. A própria bem-te-vi se lastima de que o galho onde eles moram quase não tem folhas; de noite ela molha a cabecinha no sereno. Ficou resfriada, a pobrezinha.

— Então por que eles não se mudam?

— Mudar para onde?

— Ali adiante há um ipê-amarelo com vagas para passarinhos.

— Pois sim. A senhora não viu a placa no tronco? Só há um galhinho vago, muito do mixuruco, e mesmo assim só se aceitam casais de passarinhos sem filhotes.

— Sem filhotes?

— Sem filhotes.

— Mas isso é um absurdo!

— Concordo, mas vai- se fazer o quê? Se até casas de tijolo são alugadas apenas para casais sem filhos. Fazem isso com as pessoas, vão ter consideração para com passarinho?

— Escute, e ali na quaresmeira do outro quarteirão?

— Ah, lá o aluguel é caríssimo. Só mora sabiá-de-papo-amarelo e periquito verde.

— Cruz-credo! — Falou bem. Está tudo pela hora da morte pros passarinhos.

— Mas ouvi dizer que alguns têm boa mordomia...

— Ah, os canários-da-terra... Grande vantagem! Têm alpiste importado, ovo cozido, verdurinha fresca todos os dias, mas, em compensação, vivem presos na gaiola.

— Perderam a liberdade.

— Desaprenderam até de voar!

— Não é à toa que o bairro está cheio de chupim.

— Claro, dona Magnólia. Chupim sempre se ajeita. Quem manda tico- tico ser bobo?

— Reparou que ninguém acaba com chupim? Eles estão em tucum, paineira, sibipiruna.

— Tem chupim até no pau-ferro.

— Se adaptam a qualquer lugar. Bichinho aproveitador está ali. Sabe quando vão acabar com os chupins aqui na zona? .

— Quando, dona Magnólia?

— Dia de São Nunca. E enquanto isso, os bem-te- vis que se danem.

— Ainda mais agora, com o aumento dos impostos.

— Vai ser um horror.

— Horror mesmo.

— Não sei como eles não se revoltam.

— Revoltam nada. Bem-te-vi só sabe dizer: "Bem te vi! Bem te vi!". Viu, e daí? Que adianta ver? As árvores também vêem cada uma, mas não adianta reclamar.

— Houve o caso daquela andorinha, está esquecendo?

— A tolinha. Só porque morava em beiral, achava que podia modificar a situação. Uma andorinha só não muda coisa alguma. Bastou chegar aqui o tucano, deitou falação, disse que fazia e aprontava, tudo se amoitou.

— Aquele tucano foi demais. Verde-amarelo, e bom de bico!

— É, dona Magnólia, mas qualquer dia a árvore cai, não cai?

— Sei lá. Ainda bem que a Prefeitura vai mandar plantar mais cem mil árvores na cidade. Só assim para resolver o problema da moradia dos passarinhos.

— Tomara mesmo. Avise o bem-te-vi para ele aguentar a barra mais um pouco. Quem sabe, um dia, a bem-te-vi possa botar os ovinhos em paz.

— Deus a ouça, dona Cássia.

— Amém, dona Magnólia...

(DIAFÉRIA.Lourenço.Em A morte sem colete. 4a ed. São Paulo:

Moderna, 1983.)

Marque a alternativa que apresenta a análise INCORRETA das orações destacadas.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754633 Português

TEXTO II

A árvore e a árvore

Por vezes, caminhando pelas ruas da cidade, tenho a impressão de que as árvores conversam entre si. O diálogo das árvores nem sempre é ouvido pelos ouvidos, por causa do bulício das ruas, do rumor dos veículos e da zoeira das pessoas. E de madrugada, quando os últimos bêbados se recolhem trôpegos fugindo da aurora, e a brisa matinal leva o sono do rosto das operárias que marcham em direção às fábricas; é nesse momento fluido e tênue que pode ser captado o sussurro das árvores, em meio aos pipilos dos pardais alvoroçados.

E lá estavam as duas árvores a conversar:

— Bom dia, dona Magnólia!

— Bom dia, dona Cássia!

— Dormiu bem?

— Mais ou menos. Esta noite o bem-te-vi, meu inquilino, cismou de acordar e ficou discutindo com a bem- te-vi, no meu galho lá em cima.

— Não diga! Discutindo o quê?

— O papo de sempre, ora essa. Estavam reclamando do custo de vida.

— Ué, mas passarinho também tem esse problema? Pensei que essa preocupação fosse apenas manha dos empregados da Prefeitura que vêm cortar nossa copa todos os anos.

— Qual nada! Passarinho voa azucrinado. A própria bem-te-vi se lastima de que o galho onde eles moram quase não tem folhas; de noite ela molha a cabecinha no sereno. Ficou resfriada, a pobrezinha.

— Então por que eles não se mudam?

— Mudar para onde?

— Ali adiante há um ipê-amarelo com vagas para passarinhos.

— Pois sim. A senhora não viu a placa no tronco? Só há um galhinho vago, muito do mixuruco, e mesmo assim só se aceitam casais de passarinhos sem filhotes.

— Sem filhotes?

— Sem filhotes.

— Mas isso é um absurdo!

— Concordo, mas vai- se fazer o quê? Se até casas de tijolo são alugadas apenas para casais sem filhos. Fazem isso com as pessoas, vão ter consideração para com passarinho?

— Escute, e ali na quaresmeira do outro quarteirão?

— Ah, lá o aluguel é caríssimo. Só mora sabiá-de-papo-amarelo e periquito verde.

— Cruz-credo! — Falou bem. Está tudo pela hora da morte pros passarinhos.

— Mas ouvi dizer que alguns têm boa mordomia...

— Ah, os canários-da-terra... Grande vantagem! Têm alpiste importado, ovo cozido, verdurinha fresca todos os dias, mas, em compensação, vivem presos na gaiola.

— Perderam a liberdade.

— Desaprenderam até de voar!

— Não é à toa que o bairro está cheio de chupim.

— Claro, dona Magnólia. Chupim sempre se ajeita. Quem manda tico- tico ser bobo?

— Reparou que ninguém acaba com chupim? Eles estão em tucum, paineira, sibipiruna.

— Tem chupim até no pau-ferro.

— Se adaptam a qualquer lugar. Bichinho aproveitador está ali. Sabe quando vão acabar com os chupins aqui na zona? .

— Quando, dona Magnólia?

— Dia de São Nunca. E enquanto isso, os bem-te- vis que se danem.

— Ainda mais agora, com o aumento dos impostos.

— Vai ser um horror.

— Horror mesmo.

— Não sei como eles não se revoltam.

— Revoltam nada. Bem-te-vi só sabe dizer: "Bem te vi! Bem te vi!". Viu, e daí? Que adianta ver? As árvores também vêem cada uma, mas não adianta reclamar.

— Houve o caso daquela andorinha, está esquecendo?

— A tolinha. Só porque morava em beiral, achava que podia modificar a situação. Uma andorinha só não muda coisa alguma. Bastou chegar aqui o tucano, deitou falação, disse que fazia e aprontava, tudo se amoitou.

— Aquele tucano foi demais. Verde-amarelo, e bom de bico!

— É, dona Magnólia, mas qualquer dia a árvore cai, não cai?

— Sei lá. Ainda bem que a Prefeitura vai mandar plantar mais cem mil árvores na cidade. Só assim para resolver o problema da moradia dos passarinhos.

— Tomara mesmo. Avise o bem-te-vi para ele aguentar a barra mais um pouco. Quem sabe, um dia, a bem-te-vi possa botar os ovinhos em paz.

— Deus a ouça, dona Cássia.

— Amém, dona Magnólia...

(DIAFÉRIA.Lourenço.Em A morte sem colete. 4a ed. São Paulo:

Moderna, 1983.)

De acordo com o TEXTO II, é INCORRETO inferir que:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754631 Português

A desigualdade começa nos primeiros anos de

vida

Pesquisas em diversos campos confirmam que a primeira infância é uma etapa fundamental para o desenvolvimento do potencial das pessoas, conforme estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, da qual o Brasil é signatário. Há vasta bibliografia em diferentes áreas do conhecimento que mostram que os indivíduos aprendem com seu entorno desde o primeiro dia de vida – e por isso é fundamental garantir a infraestrutura adequada para uma educação atenta à qualidade das interações entre adultos e crianças, de tal forma que as oportunidades de aprendizagem estejam sempre presentes, e não apenas na escola. As neurociências mostram que o desenvolvimento do cérebro alcança sua maior velocidade nessa fase. A economia mostra que a primeira infância é um investimento com um retorno de até US$17 por dólar investido. É indiscutível que a aprendizagem na primeira infância determina o futuro dos indivíduos, e não apenas em termos de desempenho escolar ao longo da vida, mas também em uma série de indicadores de bem-estar e redução de envolvimento em atividades de risco – como criminalidade e uso de drogas.

No entanto, a brecha entre as crianças mais e menos vulneráveis se abre muito cedo, tanto na escola quanto em casa. Enquanto 51% da população de 0 a 3 anos das famílias no quartil mais alto de renda frequentam a escola, apenas 22% das crianças das famílias no quartil mais baixo têm acesso à educação. E em casa o acesso a oportunidades de aprendizagem também se distribui de forma desigual: aos 4 anos, as crianças mais pobres terão escutado até 30 milhões de palavras a menos do que as que se encontram em situação menos vulnerável. As pesquisas mostram que o papel das famílias na educação e as suas expectativas em relação aos benefícios que ela proporciona são determinantes na trajetória escolar dos filhos – e, novamente, essa expectativa costuma ser maior entre as famílias com maior nível socioeconômico. Torna-se evidente que o desenho das políticas públicas deverá prever ações que envolvam as famílias e elevem a educação na primeira infância ao mais alto nível de prioridade na sociedade.

As políticas para o desenvolvimento infantil são um importante motor para a promoção da equidade, especialmente diante da constatação de que a população infantil está desproporcionalmente representada na pobreza. No Brasil, onde a situação é particularmente alarmante, para cada pessoa maior de 65 anos vivendo na pobreza, há cerca de 7 crianças e jovens nessa situação, segundo estudo promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Com o objetivo de elaborar uma agenda da América Latina para o Desenvolvimento na Primeira Infância, por iniciativa do Todos Pela Educação, do Diálogo Interamericano e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, um grupo de gestores públicos, especialistas e membros de organizações da sociedade civil de onze países se reuniu no Brasil para elaborar um diagnóstico das políticas públicas e apontar caminhos para garantir os direitos e o desenvolvimento na primeira infância.

O diagnóstico mostra que nos últimos quinze anos houve importantes conquistas na região: alguns países apresentaram avanços pontuais nos programas de atendimento à primeira infância, porém ainda sem a necessária integração das políticas públicas; outros normativamente já apontam para essa integração; e por último estão os que conseguiram integrar na prática as políticas públicas de atendimento à primeira infância, como é o caso de Chile, Colômbia, Cuba e Equador. O Brasil, embora aponte para a integração das políticas públicas no programa Brasil Carinhoso, não executa de forma articulada as políticas para a primeira infância que são responsabilidade da assistência e do desenvolvimento social, da saúde e da educação, por exemplo, nas três esferas de governo. Isto é, a articulação da escola com o posto de saúde depende da iniciativa e da capacidade de articulação local dos gestores escolares, pois não há nenhum registro do desenvolvimento da criança compartilhado por pediatras e professores, nem se prevê a formação necessária para que esses profissionais articulem seus saberes.

Com esses desafios em perspectiva, a Agenda Regional para o Desenvolvimento Integral na Primeira Infância sistematiza o que entendemos serem os cinco principais avanços necessários para consolidar o atendimento de qualidade às crianças dessa faixa etária na América Latina: a definição de métricas que permitam monitorar o desenvolvimento infantil e identificar as situações de desigualdade; a criação de uma instância nacional com autoridade orçamentária e política para realizar as articulações necessárias entre as políticas públicas; a definição de mecanismos de articulação das políticas no território; a ampliação e o fortalecimento da gestão do conhecimento sobre o tema; e o estabelecimento de uma coalizão regional visando consolidar as políticas de desenvolvimento infantil como prioridade de todos os países.

Diante da constatação de que a primeira infância é determinante para o desenvolvimento do indivíduo, não podemos mais negligenciar a importância estratégica dessa agenda para garantir uma educação de qualidade para todos e promover o desenvolvimento social e econômico do país. O desafio da universalização da pré-escola e da ampliação do acesso à creche no Brasil abre para o país a oportunidade de fazer avançar de forma vigorosa o desenvolvimento infantil.

*Alejandra Meraz Velasco é superintendente do movimento Todos Pela Educação (Època, 20/04/2016)

Em ''Há vasta bibliografia em diferentes áreas do conhecimento que mostram que os indivíduos aprendem com seu entorno desde o primeiro dia de vida – e por isso é fundamental garantir a infraestrutura adequada para uma educação atenta à qualidade das interações entre adultos e crianças,...''

Que relação o termo destacado exerce sobre a oração anterior a ele?

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754629 Português

A desigualdade começa nos primeiros anos de

vida

Pesquisas em diversos campos confirmam que a primeira infância é uma etapa fundamental para o desenvolvimento do potencial das pessoas, conforme estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, da qual o Brasil é signatário. Há vasta bibliografia em diferentes áreas do conhecimento que mostram que os indivíduos aprendem com seu entorno desde o primeiro dia de vida – e por isso é fundamental garantir a infraestrutura adequada para uma educação atenta à qualidade das interações entre adultos e crianças, de tal forma que as oportunidades de aprendizagem estejam sempre presentes, e não apenas na escola. As neurociências mostram que o desenvolvimento do cérebro alcança sua maior velocidade nessa fase. A economia mostra que a primeira infância é um investimento com um retorno de até US$17 por dólar investido. É indiscutível que a aprendizagem na primeira infância determina o futuro dos indivíduos, e não apenas em termos de desempenho escolar ao longo da vida, mas também em uma série de indicadores de bem-estar e redução de envolvimento em atividades de risco – como criminalidade e uso de drogas.

No entanto, a brecha entre as crianças mais e menos vulneráveis se abre muito cedo, tanto na escola quanto em casa. Enquanto 51% da população de 0 a 3 anos das famílias no quartil mais alto de renda frequentam a escola, apenas 22% das crianças das famílias no quartil mais baixo têm acesso à educação. E em casa o acesso a oportunidades de aprendizagem também se distribui de forma desigual: aos 4 anos, as crianças mais pobres terão escutado até 30 milhões de palavras a menos do que as que se encontram em situação menos vulnerável. As pesquisas mostram que o papel das famílias na educação e as suas expectativas em relação aos benefícios que ela proporciona são determinantes na trajetória escolar dos filhos – e, novamente, essa expectativa costuma ser maior entre as famílias com maior nível socioeconômico. Torna-se evidente que o desenho das políticas públicas deverá prever ações que envolvam as famílias e elevem a educação na primeira infância ao mais alto nível de prioridade na sociedade.

As políticas para o desenvolvimento infantil são um importante motor para a promoção da equidade, especialmente diante da constatação de que a população infantil está desproporcionalmente representada na pobreza. No Brasil, onde a situação é particularmente alarmante, para cada pessoa maior de 65 anos vivendo na pobreza, há cerca de 7 crianças e jovens nessa situação, segundo estudo promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Com o objetivo de elaborar uma agenda da América Latina para o Desenvolvimento na Primeira Infância, por iniciativa do Todos Pela Educação, do Diálogo Interamericano e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, um grupo de gestores públicos, especialistas e membros de organizações da sociedade civil de onze países se reuniu no Brasil para elaborar um diagnóstico das políticas públicas e apontar caminhos para garantir os direitos e o desenvolvimento na primeira infância.

O diagnóstico mostra que nos últimos quinze anos houve importantes conquistas na região: alguns países apresentaram avanços pontuais nos programas de atendimento à primeira infância, porém ainda sem a necessária integração das políticas públicas; outros normativamente já apontam para essa integração; e por último estão os que conseguiram integrar na prática as políticas públicas de atendimento à primeira infância, como é o caso de Chile, Colômbia, Cuba e Equador. O Brasil, embora aponte para a integração das políticas públicas no programa Brasil Carinhoso, não executa de forma articulada as políticas para a primeira infância que são responsabilidade da assistência e do desenvolvimento social, da saúde e da educação, por exemplo, nas três esferas de governo. Isto é, a articulação da escola com o posto de saúde depende da iniciativa e da capacidade de articulação local dos gestores escolares, pois não há nenhum registro do desenvolvimento da criança compartilhado por pediatras e professores, nem se prevê a formação necessária para que esses profissionais articulem seus saberes.

Com esses desafios em perspectiva, a Agenda Regional para o Desenvolvimento Integral na Primeira Infância sistematiza o que entendemos serem os cinco principais avanços necessários para consolidar o atendimento de qualidade às crianças dessa faixa etária na América Latina: a definição de métricas que permitam monitorar o desenvolvimento infantil e identificar as situações de desigualdade; a criação de uma instância nacional com autoridade orçamentária e política para realizar as articulações necessárias entre as políticas públicas; a definição de mecanismos de articulação das políticas no território; a ampliação e o fortalecimento da gestão do conhecimento sobre o tema; e o estabelecimento de uma coalizão regional visando consolidar as políticas de desenvolvimento infantil como prioridade de todos os países.

Diante da constatação de que a primeira infância é determinante para o desenvolvimento do indivíduo, não podemos mais negligenciar a importância estratégica dessa agenda para garantir uma educação de qualidade para todos e promover o desenvolvimento social e econômico do país. O desafio da universalização da pré-escola e da ampliação do acesso à creche no Brasil abre para o país a oportunidade de fazer avançar de forma vigorosa o desenvolvimento infantil.

*Alejandra Meraz Velasco é superintendente do movimento Todos Pela Educação (Època, 20/04/2016)

Segundo a autora, ''As políticas públicas para o desenvolvimento infantil é um importante motor para a promoção da equidade.''

Considerando essa afirmativa, assinale a única alternativa que NÃO corrobora com suas ideias.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754622 Português

A desigualdade começa nos primeiros anos de

vida

Pesquisas em diversos campos confirmam que a primeira infância é uma etapa fundamental para o desenvolvimento do potencial das pessoas, conforme estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, da qual o Brasil é signatário. Há vasta bibliografia em diferentes áreas do conhecimento que mostram que os indivíduos aprendem com seu entorno desde o primeiro dia de vida – e por isso é fundamental garantir a infraestrutura adequada para uma educação atenta à qualidade das interações entre adultos e crianças, de tal forma que as oportunidades de aprendizagem estejam sempre presentes, e não apenas na escola. As neurociências mostram que o desenvolvimento do cérebro alcança sua maior velocidade nessa fase. A economia mostra que a primeira infância é um investimento com um retorno de até US$17 por dólar investido. É indiscutível que a aprendizagem na primeira infância determina o futuro dos indivíduos, e não apenas em termos de desempenho escolar ao longo da vida, mas também em uma série de indicadores de bem-estar e redução de envolvimento em atividades de risco – como criminalidade e uso de drogas.

No entanto, a brecha entre as crianças mais e menos vulneráveis se abre muito cedo, tanto na escola quanto em casa. Enquanto 51% da população de 0 a 3 anos das famílias no quartil mais alto de renda frequentam a escola, apenas 22% das crianças das famílias no quartil mais baixo têm acesso à educação. E em casa o acesso a oportunidades de aprendizagem também se distribui de forma desigual: aos 4 anos, as crianças mais pobres terão escutado até 30 milhões de palavras a menos do que as que se encontram em situação menos vulnerável. As pesquisas mostram que o papel das famílias na educação e as suas expectativas em relação aos benefícios que ela proporciona são determinantes na trajetória escolar dos filhos – e, novamente, essa expectativa costuma ser maior entre as famílias com maior nível socioeconômico. Torna-se evidente que o desenho das políticas públicas deverá prever ações que envolvam as famílias e elevem a educação na primeira infância ao mais alto nível de prioridade na sociedade.

As políticas para o desenvolvimento infantil são um importante motor para a promoção da equidade, especialmente diante da constatação de que a população infantil está desproporcionalmente representada na pobreza. No Brasil, onde a situação é particularmente alarmante, para cada pessoa maior de 65 anos vivendo na pobreza, há cerca de 7 crianças e jovens nessa situação, segundo estudo promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Com o objetivo de elaborar uma agenda da América Latina para o Desenvolvimento na Primeira Infância, por iniciativa do Todos Pela Educação, do Diálogo Interamericano e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, um grupo de gestores públicos, especialistas e membros de organizações da sociedade civil de onze países se reuniu no Brasil para elaborar um diagnóstico das políticas públicas e apontar caminhos para garantir os direitos e o desenvolvimento na primeira infância.

O diagnóstico mostra que nos últimos quinze anos houve importantes conquistas na região: alguns países apresentaram avanços pontuais nos programas de atendimento à primeira infância, porém ainda sem a necessária integração das políticas públicas; outros normativamente já apontam para essa integração; e por último estão os que conseguiram integrar na prática as políticas públicas de atendimento à primeira infância, como é o caso de Chile, Colômbia, Cuba e Equador. O Brasil, embora aponte para a integração das políticas públicas no programa Brasil Carinhoso, não executa de forma articulada as políticas para a primeira infância que são responsabilidade da assistência e do desenvolvimento social, da saúde e da educação, por exemplo, nas três esferas de governo. Isto é, a articulação da escola com o posto de saúde depende da iniciativa e da capacidade de articulação local dos gestores escolares, pois não há nenhum registro do desenvolvimento da criança compartilhado por pediatras e professores, nem se prevê a formação necessária para que esses profissionais articulem seus saberes.

Com esses desafios em perspectiva, a Agenda Regional para o Desenvolvimento Integral na Primeira Infância sistematiza o que entendemos serem os cinco principais avanços necessários para consolidar o atendimento de qualidade às crianças dessa faixa etária na América Latina: a definição de métricas que permitam monitorar o desenvolvimento infantil e identificar as situações de desigualdade; a criação de uma instância nacional com autoridade orçamentária e política para realizar as articulações necessárias entre as políticas públicas; a definição de mecanismos de articulação das políticas no território; a ampliação e o fortalecimento da gestão do conhecimento sobre o tema; e o estabelecimento de uma coalizão regional visando consolidar as políticas de desenvolvimento infantil como prioridade de todos os países.

Diante da constatação de que a primeira infância é determinante para o desenvolvimento do indivíduo, não podemos mais negligenciar a importância estratégica dessa agenda para garantir uma educação de qualidade para todos e promover o desenvolvimento social e econômico do país. O desafio da universalização da pré-escola e da ampliação do acesso à creche no Brasil abre para o país a oportunidade de fazer avançar de forma vigorosa o desenvolvimento infantil.

*Alejandra Meraz Velasco é superintendente do movimento Todos Pela Educação (Època, 20/04/2016)

''A brecha entre as crianças mais e menos vulneráveis se abre muito cedo...''

Assinale a alternativa que favorece o desenvolvimento dessa brecha.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754621 Português

A desigualdade começa nos primeiros anos de

vida

Pesquisas em diversos campos confirmam que a primeira infância é uma etapa fundamental para o desenvolvimento do potencial das pessoas, conforme estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, da qual o Brasil é signatário. Há vasta bibliografia em diferentes áreas do conhecimento que mostram que os indivíduos aprendem com seu entorno desde o primeiro dia de vida – e por isso é fundamental garantir a infraestrutura adequada para uma educação atenta à qualidade das interações entre adultos e crianças, de tal forma que as oportunidades de aprendizagem estejam sempre presentes, e não apenas na escola. As neurociências mostram que o desenvolvimento do cérebro alcança sua maior velocidade nessa fase. A economia mostra que a primeira infância é um investimento com um retorno de até US$17 por dólar investido. É indiscutível que a aprendizagem na primeira infância determina o futuro dos indivíduos, e não apenas em termos de desempenho escolar ao longo da vida, mas também em uma série de indicadores de bem-estar e redução de envolvimento em atividades de risco – como criminalidade e uso de drogas.

No entanto, a brecha entre as crianças mais e menos vulneráveis se abre muito cedo, tanto na escola quanto em casa. Enquanto 51% da população de 0 a 3 anos das famílias no quartil mais alto de renda frequentam a escola, apenas 22% das crianças das famílias no quartil mais baixo têm acesso à educação. E em casa o acesso a oportunidades de aprendizagem também se distribui de forma desigual: aos 4 anos, as crianças mais pobres terão escutado até 30 milhões de palavras a menos do que as que se encontram em situação menos vulnerável. As pesquisas mostram que o papel das famílias na educação e as suas expectativas em relação aos benefícios que ela proporciona são determinantes na trajetória escolar dos filhos – e, novamente, essa expectativa costuma ser maior entre as famílias com maior nível socioeconômico. Torna-se evidente que o desenho das políticas públicas deverá prever ações que envolvam as famílias e elevem a educação na primeira infância ao mais alto nível de prioridade na sociedade.

As políticas para o desenvolvimento infantil são um importante motor para a promoção da equidade, especialmente diante da constatação de que a população infantil está desproporcionalmente representada na pobreza. No Brasil, onde a situação é particularmente alarmante, para cada pessoa maior de 65 anos vivendo na pobreza, há cerca de 7 crianças e jovens nessa situação, segundo estudo promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Com o objetivo de elaborar uma agenda da América Latina para o Desenvolvimento na Primeira Infância, por iniciativa do Todos Pela Educação, do Diálogo Interamericano e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, um grupo de gestores públicos, especialistas e membros de organizações da sociedade civil de onze países se reuniu no Brasil para elaborar um diagnóstico das políticas públicas e apontar caminhos para garantir os direitos e o desenvolvimento na primeira infância.

O diagnóstico mostra que nos últimos quinze anos houve importantes conquistas na região: alguns países apresentaram avanços pontuais nos programas de atendimento à primeira infância, porém ainda sem a necessária integração das políticas públicas; outros normativamente já apontam para essa integração; e por último estão os que conseguiram integrar na prática as políticas públicas de atendimento à primeira infância, como é o caso de Chile, Colômbia, Cuba e Equador. O Brasil, embora aponte para a integração das políticas públicas no programa Brasil Carinhoso, não executa de forma articulada as políticas para a primeira infância que são responsabilidade da assistência e do desenvolvimento social, da saúde e da educação, por exemplo, nas três esferas de governo. Isto é, a articulação da escola com o posto de saúde depende da iniciativa e da capacidade de articulação local dos gestores escolares, pois não há nenhum registro do desenvolvimento da criança compartilhado por pediatras e professores, nem se prevê a formação necessária para que esses profissionais articulem seus saberes.

Com esses desafios em perspectiva, a Agenda Regional para o Desenvolvimento Integral na Primeira Infância sistematiza o que entendemos serem os cinco principais avanços necessários para consolidar o atendimento de qualidade às crianças dessa faixa etária na América Latina: a definição de métricas que permitam monitorar o desenvolvimento infantil e identificar as situações de desigualdade; a criação de uma instância nacional com autoridade orçamentária e política para realizar as articulações necessárias entre as políticas públicas; a definição de mecanismos de articulação das políticas no território; a ampliação e o fortalecimento da gestão do conhecimento sobre o tema; e o estabelecimento de uma coalizão regional visando consolidar as políticas de desenvolvimento infantil como prioridade de todos os países.

Diante da constatação de que a primeira infância é determinante para o desenvolvimento do indivíduo, não podemos mais negligenciar a importância estratégica dessa agenda para garantir uma educação de qualidade para todos e promover o desenvolvimento social e econômico do país. O desafio da universalização da pré-escola e da ampliação do acesso à creche no Brasil abre para o país a oportunidade de fazer avançar de forma vigorosa o desenvolvimento infantil.

*Alejandra Meraz Velasco é superintendente do movimento Todos Pela Educação (Època, 20/04/2016)

''A primeira infância é uma etapa fundamental para o desenvolvimento do potencial das pessoas''. Assinale a alternativa que NÂO corrobora com o excerto acima:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNEC Órgão: FUNEC - MG Prova: FUNEC - 2016 - FUNEC - MG - Pedagogo |
Q2754619 Português

A desigualdade começa nos primeiros anos de

vida

Pesquisas em diversos campos confirmam que a primeira infância é uma etapa fundamental para o desenvolvimento do potencial das pessoas, conforme estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, da qual o Brasil é signatário. Há vasta bibliografia em diferentes áreas do conhecimento que mostram que os indivíduos aprendem com seu entorno desde o primeiro dia de vida – e por isso é fundamental garantir a infraestrutura adequada para uma educação atenta à qualidade das interações entre adultos e crianças, de tal forma que as oportunidades de aprendizagem estejam sempre presentes, e não apenas na escola. As neurociências mostram que o desenvolvimento do cérebro alcança sua maior velocidade nessa fase. A economia mostra que a primeira infância é um investimento com um retorno de até US$17 por dólar investido. É indiscutível que a aprendizagem na primeira infância determina o futuro dos indivíduos, e não apenas em termos de desempenho escolar ao longo da vida, mas também em uma série de indicadores de bem-estar e redução de envolvimento em atividades de risco – como criminalidade e uso de drogas.

No entanto, a brecha entre as crianças mais e menos vulneráveis se abre muito cedo, tanto na escola quanto em casa. Enquanto 51% da população de 0 a 3 anos das famílias no quartil mais alto de renda frequentam a escola, apenas 22% das crianças das famílias no quartil mais baixo têm acesso à educação. E em casa o acesso a oportunidades de aprendizagem também se distribui de forma desigual: aos 4 anos, as crianças mais pobres terão escutado até 30 milhões de palavras a menos do que as que se encontram em situação menos vulnerável. As pesquisas mostram que o papel das famílias na educação e as suas expectativas em relação aos benefícios que ela proporciona são determinantes na trajetória escolar dos filhos – e, novamente, essa expectativa costuma ser maior entre as famílias com maior nível socioeconômico. Torna-se evidente que o desenho das políticas públicas deverá prever ações que envolvam as famílias e elevem a educação na primeira infância ao mais alto nível de prioridade na sociedade.

As políticas para o desenvolvimento infantil são um importante motor para a promoção da equidade, especialmente diante da constatação de que a população infantil está desproporcionalmente representada na pobreza. No Brasil, onde a situação é particularmente alarmante, para cada pessoa maior de 65 anos vivendo na pobreza, há cerca de 7 crianças e jovens nessa situação, segundo estudo promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Com o objetivo de elaborar uma agenda da América Latina para o Desenvolvimento na Primeira Infância, por iniciativa do Todos Pela Educação, do Diálogo Interamericano e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, um grupo de gestores públicos, especialistas e membros de organizações da sociedade civil de onze países se reuniu no Brasil para elaborar um diagnóstico das políticas públicas e apontar caminhos para garantir os direitos e o desenvolvimento na primeira infância.

O diagnóstico mostra que nos últimos quinze anos houve importantes conquistas na região: alguns países apresentaram avanços pontuais nos programas de atendimento à primeira infância, porém ainda sem a necessária integração das políticas públicas; outros normativamente já apontam para essa integração; e por último estão os que conseguiram integrar na prática as políticas públicas de atendimento à primeira infância, como é o caso de Chile, Colômbia, Cuba e Equador. O Brasil, embora aponte para a integração das políticas públicas no programa Brasil Carinhoso, não executa de forma articulada as políticas para a primeira infância que são responsabilidade da assistência e do desenvolvimento social, da saúde e da educação, por exemplo, nas três esferas de governo. Isto é, a articulação da escola com o posto de saúde depende da iniciativa e da capacidade de articulação local dos gestores escolares, pois não há nenhum registro do desenvolvimento da criança compartilhado por pediatras e professores, nem se prevê a formação necessária para que esses profissionais articulem seus saberes.

Com esses desafios em perspectiva, a Agenda Regional para o Desenvolvimento Integral na Primeira Infância sistematiza o que entendemos serem os cinco principais avanços necessários para consolidar o atendimento de qualidade às crianças dessa faixa etária na América Latina: a definição de métricas que permitam monitorar o desenvolvimento infantil e identificar as situações de desigualdade; a criação de uma instância nacional com autoridade orçamentária e política para realizar as articulações necessárias entre as políticas públicas; a definição de mecanismos de articulação das políticas no território; a ampliação e o fortalecimento da gestão do conhecimento sobre o tema; e o estabelecimento de uma coalizão regional visando consolidar as políticas de desenvolvimento infantil como prioridade de todos os países.

Diante da constatação de que a primeira infância é determinante para o desenvolvimento do indivíduo, não podemos mais negligenciar a importância estratégica dessa agenda para garantir uma educação de qualidade para todos e promover o desenvolvimento social e econômico do país. O desafio da universalização da pré-escola e da ampliação do acesso à creche no Brasil abre para o país a oportunidade de fazer avançar de forma vigorosa o desenvolvimento infantil.

*Alejandra Meraz Velasco é superintendente do movimento Todos Pela Educação (Època, 20/04/2016)

Analise as assertivas abaixo, em relação ao assunto discutido no TEXTO I.

I- De acordo com a argumentação desenvolvida no primeiro parágrafo, a infância define o futuro do indivíduo.

II- A autora deixa implícita a necessidade do desenvolvimento de política pública.

III- O texto afirma que o Brasil ainda não promove uma política pública que integre assistência social, saúde e educação.

Estão CORRETAS:

Alternativas
Q2754559 Português

(Texto 01)


1 No modelo atual de sociedade digital os bens já

não representam a extrema medida da riqueza.

Com efeito, em tempos de um admirável mundo

cibernético, ainda de todo não conhecido, a

5 informação e o conhecimento são as principais

fontes de poder. O direito fundamental ao acesso

a informação decorre da ampla abertura inerente

às cartas constitucionais democráticas,

revelando-se, nesse sentido, como relevante

10 instrumento de participação popular e efetivo

controle dos poderes representativos, além de

determinar singulares desdobramentos de ordem

comercial e civil no âmbito do Direito Privado.

Umbilicalmente relacionados, o direito

15 fundamental à liberdade de expressão oxigena e

impulsiona o exercício do direito à informação. A

relação entre essas duas cláusulas pétreas do

direito constitucional brasileiro é, em absoluto,

indissociável, e deriva de dispositivos expressos

20 no texto da Lei Maior, que, inicialmente, declara

ser "livre a manifestação do pensamento" e, em

seguida, garante ser "assegurado a todos o

acesso à informação".

Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e

25 Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão

constitui "um dos mais relevantes e preciosos

direitos fundamentais, correspondendo a uma das

mais antigas reivindicações dos homens de todos

os tempos". Nesse sentido, tem-se, pois, que a

30 liberdade de expressão representa uma relevante

conquista da civilização, que acompanha a

própria evolução da humanidade.


(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)

“O direito fundamental ao acesso a informação decorre da ampla abertura inerente às cartas constitucionais democráticas, revelando-se, nesse sentido, como relevante instrumento de participação popular e efetivo controle dos poderes representativos, além de determinar singulares desdobramentos de ordem comercial e civil no âmbito do Direito Privado.”(linhas 6 a 13). No trecho acima, pode-se afirmar que há um erro gramatical de:

Alternativas
Q2754556 Português

(Texto 01)


1 No modelo atual de sociedade digital os bens já

não representam a extrema medida da riqueza.

Com efeito, em tempos de um admirável mundo

cibernético, ainda de todo não conhecido, a

5 informação e o conhecimento são as principais

fontes de poder. O direito fundamental ao acesso

a informação decorre da ampla abertura inerente

às cartas constitucionais democráticas,

revelando-se, nesse sentido, como relevante

10 instrumento de participação popular e efetivo

controle dos poderes representativos, além de

determinar singulares desdobramentos de ordem

comercial e civil no âmbito do Direito Privado.

Umbilicalmente relacionados, o direito

15 fundamental à liberdade de expressão oxigena e

impulsiona o exercício do direito à informação. A

relação entre essas duas cláusulas pétreas do

direito constitucional brasileiro é, em absoluto,

indissociável, e deriva de dispositivos expressos

20 no texto da Lei Maior, que, inicialmente, declara

ser "livre a manifestação do pensamento" e, em

seguida, garante ser "assegurado a todos o

acesso à informação".

Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e

25 Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão

constitui "um dos mais relevantes e preciosos

direitos fundamentais, correspondendo a uma das

mais antigas reivindicações dos homens de todos

os tempos". Nesse sentido, tem-se, pois, que a

30 liberdade de expressão representa uma relevante

conquista da civilização, que acompanha a

própria evolução da humanidade.


(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)

Sobre o estudo das classes gramaticais, é CORRETO afirmar que a palavra “a” (linha 27) exerce a mesma função morfológica que o seguinte termo do Texto 01:

Alternativas
Q2754554 Português

(Texto 01)


1 No modelo atual de sociedade digital os bens já

não representam a extrema medida da riqueza.

Com efeito, em tempos de um admirável mundo

cibernético, ainda de todo não conhecido, a

5 informação e o conhecimento são as principais

fontes de poder. O direito fundamental ao acesso

a informação decorre da ampla abertura inerente

às cartas constitucionais democráticas,

revelando-se, nesse sentido, como relevante

10 instrumento de participação popular e efetivo

controle dos poderes representativos, além de

determinar singulares desdobramentos de ordem

comercial e civil no âmbito do Direito Privado.

Umbilicalmente relacionados, o direito

15 fundamental à liberdade de expressão oxigena e

impulsiona o exercício do direito à informação. A

relação entre essas duas cláusulas pétreas do

direito constitucional brasileiro é, em absoluto,

indissociável, e deriva de dispositivos expressos

20 no texto da Lei Maior, que, inicialmente, declara

ser "livre a manifestação do pensamento" e, em

seguida, garante ser "assegurado a todos o

acesso à informação".

Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e

25 Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão

constitui "um dos mais relevantes e preciosos

direitos fundamentais, correspondendo a uma das

mais antigas reivindicações dos homens de todos

os tempos". Nesse sentido, tem-se, pois, que a

30 liberdade de expressão representa uma relevante

conquista da civilização, que acompanha a

própria evolução da humanidade.


(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)

A expressão sublinhada no período abaixo retirado do Texto 01 poderia ser CORRETAMENTE substituída pelo termo:


“Nesse sentido, tem-se, pois, que a liberdade de expressão representa uma relevante conquista da civilização, que acompanha a própria evolução da humanidade.” (linhas 29 a 32)

Alternativas
Q2754552 Português

(Texto 01)


1 No modelo atual de sociedade digital os bens já

não representam a extrema medida da riqueza.

Com efeito, em tempos de um admirável mundo

cibernético, ainda de todo não conhecido, a

5 informação e o conhecimento são as principais

fontes de poder. O direito fundamental ao acesso

a informação decorre da ampla abertura inerente

às cartas constitucionais democráticas,

revelando-se, nesse sentido, como relevante

10 instrumento de participação popular e efetivo

controle dos poderes representativos, além de

determinar singulares desdobramentos de ordem

comercial e civil no âmbito do Direito Privado.

Umbilicalmente relacionados, o direito

15 fundamental à liberdade de expressão oxigena e

impulsiona o exercício do direito à informação. A

relação entre essas duas cláusulas pétreas do

direito constitucional brasileiro é, em absoluto,

indissociável, e deriva de dispositivos expressos

20 no texto da Lei Maior, que, inicialmente, declara

ser "livre a manifestação do pensamento" e, em

seguida, garante ser "assegurado a todos o

acesso à informação".

Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e

25 Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão

constitui "um dos mais relevantes e preciosos

direitos fundamentais, correspondendo a uma das

mais antigas reivindicações dos homens de todos

os tempos". Nesse sentido, tem-se, pois, que a

30 liberdade de expressão representa uma relevante

conquista da civilização, que acompanha a

própria evolução da humanidade.


(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)

Assinale a alternativa cuja conjunção sublinhada possui o mesmo valor semântico que o termo “pois” (linha 29) retirado do Texto 01:

Alternativas
Respostas
15681: A
15682: A
15683: A
15684: B
15685: A
15686: B
15687: D
15688: C
15689: D
15690: B
15691: A
15692: B
15693: B
15694: D
15695: D
15696: D
15697: C
15698: D
15699: A
15700: E