Questões de Concurso Comentadas sobre regência em português

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Q1676761 Português
Assinale abaixo a alternativa que possui a regência verbal de acordo com a norma culta do português brasileiro:
Alternativas
Q1671833 Português

Entrevista de Joss Stone


O Globo: Em apenas cinco anos de carreira você já teve quatro empresários. Dizem que você é muito rebelde e que é muito difícil lidar com você e gerenciar a sua carreira. É verdade?

JS: É verdade, sim. Sou muito rebelde... Não gosto de gente que me dê ordens. Eu só faço o que quero, só gravo canções nas quais eu acredito. Não nasci para obedecer. Isso quer dizer que eu sou rebelde? Sou mesmo... Na minha vida mando eu.

Disponível em: oglobo.globo.com

Quanto à transitividade, o verbo dizer se classifica como:
Alternativas
Q1668293 Português
Leia o texto e responda a pergunta.

Como nasceram as estrelas

    Pois é, todo mundo pensa que sempre houve no mundo estrelas pisca-pisca. Mas é erro. Antes os índios olhavam de noite para o céu escuro — e bem escuro estava esse céu. Um negror. Vou contar a história singela do nascimento das estrelas. Era uma vez, no mês de janeiro, muitos índios. E ativos: caçavam, pescavam, guerreavam. Mas nas tabas não faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? Só as mulheres cuidavam do preparo dela para terem todos o que comer.
    Uma vez elas notaram que faltava milho no cesto para moer. Que fizeram as valentes mulheres? O seguinte: sem medo enfurnaram-se nas matas, sob um gostoso sol amarelo. As árvores rebrilhavam verdes e embaixo delas havia sombra e água fresca. Quando saíam de debaixo das copas encontravam o calor, bebiam no reino das águas dos riachos buliçosos. Mas sempre procurando milho porque a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores. Mas só encontravam espigazinhas murchas e sem graça. — Vamos voltar e trazer conosco uns curumins. (Assim chamavam os índios as crianças.) Curumim dá sorte.
    E deu mesmo. Os garotos pareciam adivinhar as coisas: foram retinho em frente e numa clareira da floresta — eis um milharal viçoso crescendo alto. As índias maravilhadas disseram: toca a colher tanta espiga. Mas os garotinhos também colheram muitas e fugiram das mães voltando à taba e pedindo à avó que lhes fizesse um bolo de milho. A avó assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. Só então tiveram medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto. Podiam esconder numa caverna a avó e o papagaio porque os dois contariam tudo. Mas — e se as mães dessem falta da avó e do papagaio tagarela? Aí então chamaram os colibris para que amarrassem um cipó no topo do céu. Quando as índias voltaram ficaram assustadas vendo os filhos subindo pelo ar. Resolveram, essas mães nervosas, subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.
    Aconteceu uma coisa que só acontece quando a gente acredita: as mães caíram no chão, transformando-se em onças. Quanto aos curumins, como já não podiam voltar para a terra, ficaram no céu até hoje, transformados em gordas estrelas brilhantes.
    Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas são mais do que curumins. Estrelas são os olhos de Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre.
    E, como se sabe, "sempre" não acaba nunca.

(Texto retirado de: https://claricelispector.blogspot.com/2009/02/janeirocomo-nasceram-as-estrelas.html)
Em alguns casos, como de ambiguidade, é permitido o uso de preposição em objetos diretos. A oração “Assim chamavam os índios as crianças” seria um caso de sentido ambíguo, caso a oração estivesse isolada e fora de contexto. Entretanto, é possível interpretar, a partir da leitura, que os “índios chamavam as crianças assim”. Assinale a alternativa que solucionaria o problema da ambiguidade, mantendo o sentido transmitido pelo texto.
Alternativas
Q1659326 Português

Leia o texto a seguir e responda à questão.


O piadista do Vaticano

Poggio Bracciolini redescobriu em documentos antigos a arte de contar piadas e virou o comediante da Renascença

Álvaro Oppermann


Um italiano chega a um mosteiro alemão e pergunta: "Vocês têm livro de humor grego?" Parece anedota, mas situações como essa eram comuns para Gian Francesco Poggio Bracciolini (1380-1459). Secretário de 8 papas, o funcionário graduado do Vaticano aproveitava as viagens de trabalho para praticar seu hobby: vasculhar bibliotecas. Entre pilhas de manuscritos em decomposição, Poggio localizou e copiou valiosas obras de gregos e romanos perdidas havia séculos. Mas seu grande achado foi uma coleção de piadas.

No século 15, elas eram mesmo item de colecionador. Abundantes e populares até o fim da Antiguidade - o autor romano Suetônio menciona 150 coletâneas à disposição de seus contemporâneos -, foram sendo banidas e esquecidas, vítimas da moral do cristianismo medieval.

Daí a alegria de Poggio quando encontrou, em um mosteiro no sul da Alemanha, o lendário Philogelos ("Amante do Riso"), uma antologia de humor grego do século 4. Seus contos de escatologia, adultério e burrice, que hoje eliminariam humoristas do Show do Tom, eram flashbacks hilariantes para a sombria Europa medieval. "Com a divulgação do Philogelos, a piada nasceu de novo, e Poggio foi o seu parteiro", escreveu seu biógrafo, William Sheperd, ele mesmo um precursor do humor involuntário. 

Em 1451, aos 70 anos, Poggio finalmente publicou sua própria obra humorística. O Liber Facetiarum ("Livro da Jocosidade"), ou apenas Facetiae, era uma coleção em latim de 273 anedotas, a primeira desde o Império Romano. Piadas hoje meio chochas ("Como eu quero que o barbeiro corte meu cabelo? Em silêncio!" ou "A esposa convidou o marido para jantar ou fazer amor... e não tinha comida em casa!") tornaram seu autor a sensação nas cortes italianas.

[ ...] 

O piadista do Vaticano morreu em Florença e virou estátua de Donatello. A imagem de Poggio ficou na frente do famoso Duomo até 1569, quando foi parar no topo da fachada da catedral, "reciclada" como um dos 12 apóstolos. Poggio, crítico dos pecados da Igreja, certamente acharia graça na canonização.


Revista SuperInteressante. Edição 263. Março de 2009. Disponível em:<http://super.abril.com.br/cultura/piadistavaticano-616655.shtml>. Acesso em: 19 de abril de 2012. (texto adaptado)

Leia as assertivas a seguir:
I. Em: ‘”Com a divulgação do Philogelos, a piada nasceu de novo, e Poggio foi o seu parteiro", escreveu seu biógrafo, William Sheperd [...]’”, o pronome ‘seu’, em negrito, estabelece uma relação de posse. II. Na variedade culta, a regência do verbo chegar, 1° parágrafo, implica o uso da preposição a. No entanto, na variedade coloquial, também ocorre o uso da proposição em. Neste caso, pode ser admitido: ‘Um italiano chega num mosteiro’. III. Em ‘A imagem de Poggio ficou na frente do famoso Duomo até 1569, quando foi parar no topo da fachada da catedral, [...]’, a conjunção ‘quando’ estabelece uma relação de temporalidade.
Assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1647099 Português
Leia as afirmativas a seguir:
I. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. II. A metonímia é a substituição de um termo por outro devido a uma semelhança ou relação real entre os dois. III. A frase “O erro está no capítulo segundo” é um exemplo de que o numeral ordinal nunca se flexiona em relação ao substantivo.
Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1647091 Português
Leia as afirmativas a seguir:
I. No Brasil, é vedada a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. II. O numeral refere-se a um substantivo ou o substitui. III. Na frase “meu pensamento é um rio subterrâneo” ocorre uma metáfora. IV. Na frase “João ofereceu um livro a Ana”, o verbo “oferecer” traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido.
Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1643040 Português

Texto para o item


Internet: <www.premioinnovare.com.br>  (com adaptações).

Quanto à sintaxe de concordância e de regência, julgue as formas alternativas de passagens do texto, propostas nos itens subseqüentes. 


O Estado se constitui de três poderes que se equilibram; diz-se que a autonomia dos poderes garante a democracia.

Alternativas
Q1638966 Português
Cirurgia pioneira no cérebro dá sons e voz a menina 100% surda

    “Ouvimos (dos médicos) que nem se colocássemos uma bomba atrás da orelha dela ela escutaria a detonação”, conta o pai de Leia, Bob, lembrando-se do momento em que descobriu que sua filha bebê tinha um tipo raro de surdez profunda.
    Leia não tinha o nervo auditivo, o que significa que nem mesmo aparelhos auditivos ou implantes cocleares poderiam ajudá-la. Eram poucas as perspectivas de que Leia aprendesse a falar.
    Diante desse quadro, os pais de Leia brigaram para que ela fosse uma das primeiras crianças britânicas a serem submetidas ___ uma cirurgia cerebral - ainda arriscada -, para a colocação de um implante auditivo no tronco encefálico.
    Bob conta que foi muito difícil a decisão de submeter a filha à cirurgia, mas que ele e a mulher Alison queriam “dar à Leia a melhor oportunidade na vida”. O casal esperava que a cirurgia permitisse à menina passar ___ escutar carros buzinando quando ela atravessasse a rua - para que pudesse, enfim, se locomover fora de casa com mais segurança.
    Mas, nos cinco anos passados desde o procedimento, o progresso de Leia superou muito essas expectativas iniciais. Começou devagar, pouco depois da cirurgia, com Leia reagindo a sons como o das portas do metrô. Aos poucos, ela passou a entender o conceito de som ___ medida que seus pais repetiam palavras e pediam que ela os imitasse. Hoje, após anos de fonoaudiologia e outras terapias, ela consegue falar frases completas, cantar músicas e escutar conversas no telefone.
    A cirurgia pela qual Leia passou é pioneira e envolve inserir um aparelho diretamente no cérebro, para estimular os canais auditivos em crianças nascidas sem os nervos específicos.
    Um microfone e um processador de som acoplados ao lado da cabeça transmitem o som ao implante. Esse estímulo elétrico é capaz de prover sensações auditivas, mas nem sempre consegue restaurar uma audição normal.
    No entanto, o otologista Dan Jiang, diretor clínico do Centro de Implantes Auditivos do Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust, explica que algumas crianças, como Leia, conseguem desenvolver a fala.
    “Os resultados variam muito. Alguns pacientes se saem melhor do que outros”, diz. “Exige adaptação, e crianças pequenas se adaptam melhor, então gostamos de inserir o implante o mais cedo possível”.
    “Crianças com menos de cinco anos têm mais facilidade em aprender novos conceitos de som e respondem bem a terapias intensivas”, ele agrega.
https://www.bbc.com... - adaptado.
Em “A cirurgia pela qual Leia passou é pioneira” (sexto parágrafo), o termo sublinhado poderia ser substituído, sem incorreção ou alteração de sentido, por:
Alternativas
Q1638893 Português
TEXTO 1

REDES SOCIAIS TÊM EFEITO MÍNIMO NO BEM-ESTAR DE ADOLESCENTES, DIZ PESQUISA DE OXFORD COM 12 MIL JOVENS  

BBC, 7 maio 2019

    Os efeitos do uso das redes sociais na satisfação dos adolescentes com a vida são limitados e provavelmente "ínfimos", segundo um estudo com 12 mil adolescentes realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os pesquisadores identificaram que família, amigos e vida escolar têm impacto maior no bem-estar deles. As conclusões foram publicadas na revista PNAS.
    De acordo com os pesquisadores, o estudo que desenvolveram é mais profundo e robusto do que outros feitos anteriormente. Ele tenta responder se os adolescentes que usam as redes sociais mais do que a média têm menor satisfação com a vida, ou se adolescentes com menor satisfação de vida usam mais as redes sociais. Pesquisas anteriores sobre a relação entre o uso de 'telas', de tecnologia e a saúde mental das crianças, afirmam eles, têm sido muitas vezes contraditórias.
    A equipe tem 'provocado' as empresas do setor a divulgarem dados sobre como as pessoas usam as redes sociais para entender mais sobre o impacto da tecnologia na vida dos jovens.

'Efeito insignificante' 
    Os professores Andrew Przybylski e Amy Orben, do Oxford Internet Institute, da Universidade de Oxford, dizem que muitas vezes os estudos na área se baseiam em evidências limitadas que não dão um panorama completo do quadro.
    O estudo publicado na PNAS concluiu que a maioria das ligações que existem entre satisfação com a vida e o uso das redes sociais é "insignificante", respondendo por menos de 1% do bem-estar de um adolescente - e que o efeito das redes sociais "não é uma via de mão única". "99,75% da satisfação de uma pessoa na vida não tem nada a ver com o uso de redes sociais", complementou Przybylski, diretor de pesquisa do instituto. 
    O estudo, realizado entre 2009 e 2017, pediu a milhares de jovens de 10 a 15 anos que respondessem quanto tempo eles gastavam usando redes sociais em um dia de aula normal e também que avaliassem o quão satisfeitos estavam com diferentes aspectos da vida. Eles identificaram mais efeitos do tempo gasto nas redes sociais nas meninas, mas estes eram ínfimos e muito parecidos aos percebidos nos meninos. Menos da metade desses efeitos foram estatisticamente significativos, segundo os pesquisadores.
    Pesquisadores também ressaltam a importância de estudos sobre outros fatores que estão impactando o bem-estar dos jovens. Considerando essa questão, de acordo com eles, o tempo que os adolescentes passam diante das telas não deveria ser motivo de grande preocupação. "Estamos obcecados pela questão do tempo, mas os resultados não mostram evidências de que isso deva ser motivo de grande preocupação. Os pais não deveriam se preocupar tanto com esse ponto. Essa não é a grande questão", disse Przybylski.
    Os pesquisadores disseram que é importante identificar agora o perfil dos jovens mais suscetíveis a certos efeitos das redes sociais e descobrir outros fatores que estão impactando o bem-estar deles. Eles pretendem se reunir com empresas de redes sociais em breve para discutir como podem trabalhar em conjunto para aprender mais sobre como as pessoas usam aplicativos - e não apenas o tempo que gastam neles.
'Primeiro pequeno passo'
    Orben, coautora do estudo e professora de psicologia da Universidade de Oxford, disse que a indústria deve liberar seus dados de uso e apoiar pesquisas independentes. "O acesso (a essas informações) é fundamental para entender os muitos papéis que as redes sociais exercem na vida dos jovens", disse ela. Max Davie, responsável pela área de melhoria da saúde no Royal College of Pediatrics and Child Health, fez coro sobre a necessidade de as empresas colaborarem com cientistas e chamou o estudo de "o primeiro pequeno passo".
    No entanto, ele disse que há outras questões a serem exploradas, como a interferência do tempo de tela em outras atividades importantes, como dormir, fazer exercícios e dedicar tempo à família ou aos amigos. "Recomendamos que as famílias sigam nossa orientação publicada no início deste ano e continuem a evitar que eles usem telas uma hora antes de dormir, já que há outras razões - além da saúde mental - para as crianças precisarem de uma boa noite de sono".

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-48185025. Acesso em: 20 de maio 2019. (Adaptado). 

Releia.
O estudo, realizado entre 2009 e 2017, pediu a milhares de jovens de 10 a 15 anos que respondessem quanto tempo eles gastavam usando redes sociais em um dia de aula normal e também que avaliassem o quão satisfeitos estavam com diferentes aspectos da vida. Eles identificaram mais efeitos do tempo gasto nas redes sociais nas meninas, mas estes eram ínfimos e muito parecidos aos percebidos nos meninos. Menos da metade desses efeitos foram estatisticamente significativos, segundo os pesquisadores.
Sobre as informações referentes a esse trecho, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) O verbo “pediu”, quanto à transitividade, pode ser classificado como transitivo direto e indireto. Além disso, pode-se dizer que seu objeto direto é oracional. ( ) O pronome “eles” tem função anafórica em suas duas ocorrências, embora não apresente o mesmo referente no trecho. ( ) Os sintagmas “O estudo, realizado entre 2009 e 2017,” e “Menos da metade desses efeitos” desempenham a mesma função sintática. ( ) A expressão “em um dia de aula normal” indica circunstância de tempo e funciona morfologicamente como advérbio e sintaticamente como adjunto adnominal.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

Alternativas
Q1636187 Português

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.


A maior fatia do bolo econômico, no Brasil, vai ____1____menos contribui para a produção. Em 2009, os trabalhadores levaram 20% do valor gerado pelas 100 maiores empresas brasileiras. As companhias guardaram 13,5% para seu patrimônio e entregaram 9,5% aos acionistas, isto é, ____2____fornece capital próprio e corre a maior parte do risco do investimento. O pedaço dos credores correspondeu a 12%. Os 45% restantes foram comidos ____3____ governos da União, dos Estados e dos Municípios.

O bolo, nesse caso, corresponde ___4____ valor adicionado, isto é, à diferença entre o valor final dos bens e serviços produzidos ___5____ companhias e o custo dos insumos - como matérias-primas e bens intermediários - comprados de seus fornecedores.

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 1/6/2010)

Alternativas
Q1635945 Português

TEXTO

PURO PRECONCEITO

Folha de São Paulo

    É razoável que as pessoas tenham medo de assaltos. Eles se tornaram rotina nos centros urbanos e, por vezes, têm consequências fatais. Faz todo o sentido, portanto, acautelar-se, evitar algumas regiões em certos horários e, até, evitar pessoas que pareçam suspeitas.

     E quem inspira desconfi ança é, no imaginário geral, mulato ou negro. Se falar com sotaque nordestino, torna-se duplamente suspeito. Pesquisa feita em São Paulo, contudo, mostra que essas pessoas não têm base na realidade. Não passa de preconceito na acepção literal do termo. Dados obtidos de 2.901 processos de crimes contra o patrimônio público (roubo e furto) entre 1991 e 1999 revelam que o ladrão típico de São Paulo é branco (57% dos crimes) e paulista (62%).

     Os negros, de acordo com a pesquisa, respondem apenas por 12% das ocorrências. Baianos e pernambucanos, juntos, por 14%. O estudo é estatisticamente signifi cativo. Os 2.901 processos correspondem a 5% do total do período. É claro que algum racista empedernido poderia levantar objeções metodológicas contra o estudo. Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa, ela já serviria para mostrar que o vínculo entre mulatos, negros, nordestinos e assaltantes não passa de uma manifestação de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de declarar-se isento.

     A democracia racial brasileira é, antes e acima de tudo, um mito. Como qualquer outro povo do planeta, o brasileiro muitas vezes se revela racista e preconceituoso. Tem, é claro, a vantagem de não se engalfi nhar em explosões violentas de ódio e intolerância. Essas vantagens, contudo, têm o efeito indesejável de esconder o preconceito, varrendo-o para debaixo do tapete da cordialidade. Como já observou Albert Einstein: “Época triste é a nossa em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo”.

“...não passa de uma manifestação de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de declarar-se isento”; nesse segmento do texto, o emprego da forma “do qual” está ligado à presença do termo “isento”, que solicita a presença da preposição de. A frase criada apresenta desvio da norma culta nesse mesmo tipo de estrutura em:
Alternativas
Q1632514 Português

Leia o texto a seguir e responda


    Finalmente, meu caminho dependeria do meu esforço e dedicação, de decisões minhas e não de terceiros, e eu me sentia suficientemente capaz de solucionar todos os problemas que surgissem, de encontrar saídas para os apuros em que porventura me metesse.

    Se estava com medo? Mais que a espuma das ondas, estava branco, completamente branco de medo. Mas, ao me encontrar afinal só, só e independente, senti uma súbita calma. Era preciso começar a trabalhar rápido, deixar a África para trás, e era exatamente o que eu estava fazendo. Era preciso vencer o medo; e o grande medo, meu maior medo na viagem, eu venci ali, naquele mesmo instante, em meio à desordem dos elementos e à bagunça daquela situação. Era o medo de nunca partir. Sem dúvida, este foi o maior risco que corri: não partir.

(KLINK, Amyr. Cem dias entre céu e mar. São Paulo: Companhia de Bolso, 2014.)

Assinale a alternativa em que o verbo exige uma preposição antes do seu complemento, do seu objeto.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FAPEC Órgão: UFMS Prova: FAPEC - 2018 - UFMS - Auxiliar em Administração |
Q1631102 Português
“Ele saía para o trabalho todas as manhãs, antes de o sol nascer, e só voltava após o pôr do sol. Mal via os três filhos e a esposa, mas julgava ser seu herói, pois não lhes faltava nada. Naquela noite, ao retornar, pôde sentir, no entanto, possíveis efeitos de sua ausência constante. Dois dos meninos estavam sendo abordados por policiais, sob suspeita de tráfico de entorpecentes.” [Texto produzido pela Fapec especificamente para esta prova]
Ainda com base no texto, esta questão avalia conhecimentos sobre itens diversos do conteúdo previsto em edital. A única alternativa que traz informação correta ou verdadeira sobre o respectivo item é:
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Q1628137 Português
A SÚBITA MUDANÇA DE PERCEPÇÃO SOBRE O ASSÉDIO SEXUAL

“Aquelas que rompem o silêncio”. Sob esse título, a revista Time destacou em sua capa de dezembro cinco mulheres que tiveram a coragem de denunciar haver sido vítimas de assédio ou abuso sexual. A revista decidiu escolher como personalidade do ano aquelas que protagonizaram a campanha #MeToo (#EuTambém), um movimento social que surpreendeu pela velocidade com que se espalhou e pelos efeitos fulminantes que teve. Desde o caso Weinstein, a denúncia ganhou uma força incontrolável e muitos homens com poder tiveram que deixar seus cargos depois de terem sido identificados como assediadores.

A campanha teve tanto efeito que agora muitos outros homens temem ser atingidos por esse vendaval. E muitos perguntam o que mudou para que a mera acusação de ter passado dos limites possa provocar agora destituições e demissões fulminantes. Para que comportamentos do passado que consideravam normais possam agora acabar custando caro a eles. O fenômeno é complexo, mas podemos supor vários fatores. O primeiro é uma mudança súbita de percepção social. Isso não é novo. Já ocorreu com a violência doméstica. O caso de Ana Orantes, assassinada pelo marido depois de ter denunciado na televisão uma vida de espancamentos e humilhações, marcou um ponto de inflexão na percepção social. A violência machista deixou de ser um assunto particular e passou a ser considerada uma realidade lacerante que era mantida oculta porque fazia parte das regras do jogo do poder machista.

O mesmo acontece com o assédio sexual. As pesquisas revelam que é um fenômeno muito difundido, mas dificilmente vem à luz porque faz parte das relações de poder. Aqueles que assediam ou abusam são homens que usam o poder para conseguir favores sexuais. No entanto, acontece que agora existem muitas mulheres com formação, autoestima e também poder suficiente para dizer basta. Algumas romperam a barreira do silêncio e muitas outras as seguiram, cansadas de uma humilhação que consideram insuportável. Não é por acaso que o ponto de inflexão tenha sido a queda do poderoso produtor de Hollywood. O fato de que as denunciantes sejam atrizes famosas e com grande projeção pública conferiu reconhecimento ao fenômeno: se elas sofreram assédio, o que não acontecerá com outras mulheres que não têm nenhum poder? [...].

(Milagros Pérez Oliva. Adaptado (disponível em: https://brasil.elpais.com/).
Com base no texto 'A SÚBITA MUDANÇA DE PERCEPÇÃO SOBRE O ASSÉDIO SEXUAL', leia as afirmativas a seguir:
I. A preposição “sob” no trecho “Sob esse título,...” poderia ser substituída por “a respeito de”, fazendo-se as adaptações necessárias, sem acarretar prejuízos para o texto. II. É transitiva indireta a forma verbal “teve” no excerto: “A campanha teve tanto efeito que agora...”.
Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1624530 Português
Considerando a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir.
Se os pais dele _____________ evitar, certamente não________ contariam os motivos da separação do casal. Mas é impossível poupá-lo _________uma conversa tão séria.
Alternativas
Q1624347 Português
Um grande empresário moderno declarou: “O mundo está progredindo e os recursos tornam-se mais abundantes. Prefiro entrar em uma mercearia hoje a ir ao banquete de um rei à cem anos”.
A modificação necessária para que esse texto fique correto é:
Alternativas
Q1623737 Português
As prefeituras das 10 maiores cidades do Vale do Itajaí gastam, por ano, R$ 21,7 milhões no aluguel de imóveis.
[...]
Os menores valores pagos em aluguéis são em Timbó e Rio do Sul. Na capital do Alto Vale, de acordo com o levantamento, ________10 contratos ativos que somam o valor de R$ 350,6 mil por ano, média de R$ 5 para cada um dos 70 mil habitantes. Timbó, que ________ uma população de 43,4 mil pessoas, não apenas é a que menos gasta (com cinco imóveis locados), como também é a que tem a menor proporção em comparação aos habitantes: R$ 3,73. [...]
Disponível: https://www.nsctotal.com.br/noticias/dez-maiores-cidades-do-vale-gastam-r-217-milhoes-por-ano-em-alugueis Acesso em: 26/maio/2019.[adaptado]

Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas da notícia acima:
Alternativas
Q1622637 Português

Leia o texto para responder à questão.


Meu endereço: a calçada


    Onde vou dormir hoje à noite? Essa tem sido a minha preocupação diária no último ano. Sou formada em letras – falo inglês e francês –, tenho duas filhas e fui casada com o pai delas por vinte anos. Uma série de acontecimentos, porém, me fez virar moradora de rua. E foi essa situação que me levou a trabalhar numa área da prefeitura paulistana que atende pessoas na Cracolândia.

    Acabei na rua principalmente por causa dos problemas que eu tinha com meu ex-marido. Vivi um relacionamento abusivo. As agressões não eram físicas, mas verbais, psicológicas e, digamos assim, patrimoniais. Em qualquer discussão, ele me xingava e me ameaçava, dizendo que iria tirar minhas filhas. Eu me sentia presa ao casamento não só pelas meninas – que hoje têm 18 e 13 anos de idade –, mas também pelo fato de meu marido ser o provedor da casa.

    Foi em dezembro que eu soube que havia uma vaga na Secretaria Municipal de Direitos Humanos para um cargo comissionado responsável pela intermediação entre os serviços públicos e os moradores de rua. Imaginava que não teria chance alguma, no entanto, me candidatei. Para minha surpresa, fui selecionada – e deparei com outra dificuldade. Não conseguiria abrir conta-salário em um banco, nem sequer começar no emprego se não comprovasse endereço. E eu não tinha. Inventei, então, um para mim: Avenida Duque de Caxias, 367. No complemento, inseri: “Calçada”. Depois de explicar a situação, acabei aceita.

    Quando dei início ao meu trabalho, ganhei reconhecimento de estranhos. Minha família, porém, tem dificuldade de me aceitar e, em especial, ao meu novo companheiro. Mas estou em processo de transição e atualmente durmo em um centro de acolhida. Eu e o Fábio agora batalhamos para ter o nosso teto.


(Depoimento de Eliana Toscano dado a Jennifer Ann Thomas. 

Veja, 19.06.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o enunciado está em conformidade com a norma-padrão de regência.
Alternativas
Q1622362 Português

Leia o texto para responder à questão:

Juventude, velhice


    A cultura brasileira é cruel no quesito idade. Dizer que uma pessoa é – ou parece – jovem é um elogio, e chamar de velho é uma maneira de insultar, geralmente usada quando não encontram outra coisa para falar daqueles de quem não gostam, com quem não concordam.
    A rigor, o assunto idade nem deveria existir – a não ser, é claro, quando se trata de ajudar os que não podem viver com independência, precisando de cuidados especiais porque infelizmente têm sérios problemas de saúde.
    Na minha última viagem, percebi que em Paris, por exemplo, ninguém é apontado como jovem ou velho, disso não se fala. As pessoas são como são, e ninguém perde tempo carimbando ninguém; simplesmente não tem importância.
    Mas aqui no Brasil, ai da mulher que é ou foi bonita, quando os anos vão chegando. Essas não são perdoadas, e a idade que têm é assunto de discussão.
    Por isso, ainda não cheguei aos 70, mas resolvi aumentar a minha idade, e se me perguntam, digo que acabei de completar 91 anos; assim, corro o risco de ouvir um “mas que incrível, não parece”, o que é sempre bom de ouvir.

                                (Danuza Leão. Folha de S.Paulo, 29.01.2012. Adaptado)

No primeiro parágrafo, o trecho destacado em – ... chamar de velho é uma maneira de insultar, geralmente usada quando não encontram outra coisa para falar daqueles de quem não gostam, com quem não concordam – está reescrito em conformidade com a regência verbal e nominal padrão na alternativa:
Alternativas
Q1616559 Português
Texto CG1A1-I

       Algumas das primeiras incursões pelos mundos paralelos ocorreram na década de 50 do século passado, graças ao trabalho de pesquisadores interessados em certos aspectos da mecânica quântica — teoria desenvolvida para explicar os fenômenos que ocorrem no reino microscópico dos átomos e das partículas subatômicas. A mecânica quântica quebrou o molde da mecânica clássica, que a antecedeu, ao firmar o conceito de que as previsões científicas são necessariamente probabilísticas. Podemos prever a probabilidade de alcançar determinado resultado ou outro, mas em geral não podemos prever qual deles acontecerá. Essa quebra de rumo com relação a centenas de anos de pensamento científico já é suficientemente chocante, mas há outro aspecto da teoria quântica que nos confunde ainda mais, embora desperte menos atenção. Depois de anos de criterioso estudo da mecânica quântica, e depois da acumulação de uma pletora de dados que confirmam suas previsões probabilísticas, ninguém até hoje soube explicar por que razão apenas uma das muitas resoluções possíveis de qualquer situação que se estude torna-se real. Quando fazemos experimentos, quando examinamos o mundo, todos estamos de acordo com o fato de que deparamos com uma realidade única e definida. Contudo, mais de um século depois do início da revolução quântica, não há consenso entre os físicos quanto à razão e à forma de compatibilizar esse fato básico com a expressão matemática da teoria.


Brian Greene. A realidade oculta: universos paralelos e as leis
profundas do cosmo. José Viegas Jr. (Trad.) São Paulo:
Cia das Letras, 2012, p. 15-16 (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue o item a seguir.


No trecho “deparamos com uma realidade única e definida”, no sexto período do texto, a supressão da preposição “com” prejudicaria a correção gramatical do texto.

Alternativas
Respostas
601: C
602: B
603: A
604: E
605: D
606: C
607: C
608: C
609: D
610: A
611: C
612: A
613: D
614: D
615: D
616: E
617: C
618: C
619: B
620: E