Questões de Concurso Sobre regência em português

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Q696717 Português
Com base na norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa que apresenta trecho em que o emprego do acento indicativo de crase é facultativo.
Alternativas
Q696716 Português
Acerca de aspectos gramaticais presentes no texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q687196 Português

Identifique a alternativa que completa corretamente as frases abaixo:

I) Assistimos confortavelmente.....filme.

II) Toda família foi assistir.....missa dominical.

III) Os soldados visaram.....salvação da pátria.

IV) O governo tem assistido.....flagelados das inundações.

Alternativas
Q687191 Português

SONETO DA HORA FINAL

              Vinícius De Morais 

Será assim, amiga! Um certo dia

Estando nós a contemplar o poente

Sentiremos no rosto de repente

O beijo leve de uma aragem fria. 


Tu me olharás silenciosamente

E eu te olharei, também, com nostalgia.

E partiremos tontos de poesia

Para a porta de treva aberta em frente.


Ao transpor as fronteiras do Segredo

Tu calma me dirás: Não tenhas medo.

E eu calmo te direi: Sê forte.


E como dois antigos namorados

Noturnamente tristes e enlaçados

Nós entraremos nos jardins da morte.

Observando a regência verbal, marque a única alternativa CORRETA:
Alternativas
Q684704 Português
Txt: o futuro do app?
Luli Radfahrer

O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.
Observe: “Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.”. Identifique a alternativa em que as alterações (destacadas) desse trecho mantiveram a obediência às normas de regência e os sentidos originais.
Alternativas
Q684703 Português
Txt: o futuro do app?
Luli Radfahrer

O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.
Identifique a alternativa em que as relações de concordância estão em conformidade com a norma formal da língua portuguesa.
Alternativas
Q683337 Português
Diante da Lei está um porteiro. Um homem que vem do campo acerca-se dele e pede para entrar na Lei. O porteiro, porém, responde que naquele momento não pode deixá-lo entrar. O homem medita e pergunta se mais tarde terá autorização para entrar. “É possível”, responde o porteiro, “mas agora não pode ser”. Como o portão que dá acesso à Lei se encontra, como sempre, aberto, e o porteiro se afasta um pouco para o lado, o homem inclina-se a fim de olhar para o interior. Assim que o porteiro percebe isso, desata a rir e diz: “se te sentes tão atraído, experimenta entrar, apesar da minha proibição. Contudo, repara: sou forte. E ainda assim sou o mais ínfimo dos porteiros. De sala para sala, há outros sentinelas, cada um mais forte que o outro. Eu não posso sequer suportar o olhar do terceiro.”
O camponês não esperava encontrar tais dificuldades, “a Lei devia ser sempre acessível a toda a gente”, pensa ele. Porém, ao observar melhor o porteiro envolto no seu capote de peles, o seu grande nariz afilado, a longa barba rala e negra à tártaros, acha que é melhor esperar até lhe darem autorização para entrar. O porteiro dá ao jovem um banquinho e o faz sentar-se a um lado, frente à porta. Durante anos ele permanece sentado. Faz diversas diligências para entrar e fatiga o porteiro com os seus pedidos. Às vezes, o sentinela o submetia a pequenos interrogatórios sobre a sua terra e muitas outras coisas, mas de uma maneira indiferente, como fazem os grandes senhores, e no fim, diz-lhe sempre que ainda não pode deixá-lo entrar. O homem, que se provera bem para a viagem, emprega tudo, por mais valioso que fosse, para subornar o porteiro. Este aceita tudo, mas diz: “só aceito o que me dás para que te convenças de que nada omitiste.”
Durante todos aqueles longos anos, o homem olha quase ininterruptamente para o porteiro. Esquece-se dos outros porteiros; parece-lhe que o porteiro é o único obstáculo que se opõe à sua entrada na Lei. Amaldiçoa em voz alta o infeliz acaso dos primeiros anos; mais tarde, à medida que envelhece, já não faz outra coisa senão resmungar. Torna-se acriançado e, como durante anos a fio estudou o porteiro, acaba também por conhecer as pulgas da gola do seu capote; assim, pede-lhes que o ajudem a demover o porteiro. Por fim, a sua vista torna-se tão fraca que já nem sabe se escurece realmente à sua volta ou se é apenas ilusão dos seus olhos. Agora, em meio às trevas, percebe um raio de luz inextinguível através da porta da Lei. Mas ele já não tem muito tempo de vida.
Antes de morrer, todas as experiências por que passara durante esse tempo convergem para uma pergunta que, até essa altura, ainda não formulara. Faz um sinal ao porteiro para que se aproxime, pois não podia mover o seu corpo já arrefecido. O porteiro tem de curvar-se profundamente, visto que a diferença das estaturas se modificara bastante. “Que queres tu ainda saber?”, pergunta o porteiro. “És insaciável.”Se todos aspiram à Lei”, diz o homem, “como é que, durante todos esses anos, ninguém mais, além de mim, pediu para entrar?” O porteiro percebe que o homem já está às portas da morte, de modo que para alcançar o seu ouvido moribundo, berra: “Aqui, ninguém, a não ser tu, podia entrar, pois esta entrada era apenas destinada a ti. Agora, vou-me embora e a fecho.”
KAFKA, F. O Processo. Biblioteca Visão. p. 152-153. Tradução Gervásio Álvaro. (Fragmento adaptado)
Assinale a alternativa em que a regra de regência verbal é a mesma empregada em: “Esquece-se dos outros porteiros.”
Alternativas
Q683240 Português
“Os meios de transportes, e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e, através destes, ao todo.” (texto 3)
Quanto à regência, os verbos destacados são respectivamente:
Alternativas
Q683230 Português

                                                            TEXTO 1

                                           AFOGANDO-SE NO “SELFIE

   Recentemente, em uma exposição de fotografias de Henri Cartier-Bresson, li sua breve definição sobre o ofício do fotógrafo comparando-o com um caçador. Todavia, no entendimento de um dos maiores fotógrafos do século 20, não seria a imagem propriamente dita o objeto da caça, mas sim todo um significado, o contexto capaz de ser trazido à tona por tal imagem. A título de exemplo, pensa-se no jornalismo, na maneira como uma imagem pode ser veiculada, entrando em questão, neste caso, a legenda, o contexto social, econômico ou político etc. A apreensão de determinado instante sugere, portanto, não mais observá-lo unicamente sob a lógica de um momento passado, outrora capturado pela lente fotográfica, devendo inseri-lo em algo potencialmente muito maior, como, neste caso, a realidade de quem vê a fotografia. Creio não ser diferente com o selfie.

  Definitivamente, ele veio para ficar. É uma novidade e, enquanto novo, carece de entendimento. Não proponho desvendá-lo, apresentar um tratado ou compreensão sua. Nem mesmo criticá-lo. Desejo refletir. Confesso que o seu sentido ainda não chegou a mim – algo notável todas as vezes que vejo pessoas, independente da idade e cultura, realizando selfies. O cúmulo de minha incompreensão se deu recentemente quando presenciei um jovem turista, passeando integradamente em um grupo (integração essa perceptível pelas risadas e brincadeiras feitas com os outros e com ele mesmo), fazendo uma autofoto diante de um monumento. Ou seja, tirava a fotografia de si mesmo, enquanto os outros olhavam, sem pedir a ajuda a qualquer um de seus pares. Isso me fez perceber a complexidade da coisa, devendo ser vista como não mais sendo simplesmente fotografar ou ser fotografado.

    Desconfio ser uma das chaves de sua compreensão perceber o quão importante é a posse do aparelho eletrônico, a máquina, smartphone, tablet ou qualquer coisa parecida. Ter o aparelho, em si, faz toda a diferença no momento de se realizar uma fotografia. Não se vai mais a um determinado lugar, se vai a este lugar com o seu aparato fotográfico. Deseja-se, sempre, estar com o captador de imagens à mão, de maneira que possa retratar aquele momento. Entretanto, assim como uma fotografia jornalística leva em conta os elementos a comporem o seu quadro social, tal como o contexto da notícia e da fotografia, a foto derivada do selfie também. Ademais, compreendo este contexto como sendo aquele em que apresenta o fotografado como alguém integrado no universo do fazer a foto por si mesmo, a partir do momento em que se tem um aparelho diretamente conectado às principais redes sociais – por isso o aparelho é importante, pois é a chave para a conexão imediata com o mundo virtual.

   Logo, questionariam: “Mas, neste caso, pensando nas redes sociais, o contexto da foto não seria absurdamente amplo?”. Em meu entendimento – digno de críticas –, sim. A razão da fotografia estaria condicionada à exposição praticamente instantânea nas redes sociais que, como se sabe, possui uma dinâmica própria, rápida, a exigir um acompanhamento constante e ininterrupto de quem dela faz parte. O interessante, neste caso, é que o selfie sempre posiciona o fotografado em primeiro plano, fazendo com que nada o ofusque. Neste caso, tudo passaria, a meu ver, ao plano do secundário, do circunstancial.

  Quando era mais novo, sempre me questionei sobre o momento em que aquelas pessoas que fotografavam tudo em um passeio, indiscriminadamente, fariam uma sessão para ver o que vivenciaram. Imaginava a sala escura de suas residências com a projeção das fotos e os possíveis comentários derivados de cada imagem. Em alguns casos, visualizava a presença de amigos e familiares – que, naturalmente, não puderam fazer a mesma viagem – com questionamentos sobre como é tal ou qual lugar, povo, monumento, boneco de neve, cardápios etc. Parecia um verdadeiro desespero tentar captar tudo, em uma espécie de ansiedade em controlar todo aquele ambiente sumamente estranho, avesso à sua cultura. Talvez, imagino, ao colocar todos os fatos, acontecimentos, deste mundo tão diferente, em um filtro fotográfico, disquete, ou qualquer dispositivo semelhante, seria uma forma de controlar este algo estranho.

    Em minhas lembranças, estes nervosos fotógrafos não apareciam na maioria de suas próprias fotos. Os selfies, sim. Aliás, a existência do selfie está condicionada à presença do fotógrafo-fotografado, dono da conta na rede social, num primeiro plano. Se antes se mostrava, em sua viagem a Roma, o Coliseu, hoje a fala, implícita ou explícita, é “este sou eu no Coliseu”. O ver e o ser visto (con)fundem-se. Fico apenas sentido com o fato de o mesmo Coliseu, e seus congêneres monumentos histórico-artísticos, estarem condenados ao segundo plano, no fundo da fotografia, compondo uma espécie de cenário para a atração principal: o fotógrafo.

    Continuando no exemplo do Coliseu. Alguém poderia acompanhar as suas transformações ao longo do tempo ao olhar diversas fotografias suas, tiradas em diversos momentos da história, ainda que elas não tenham como objetivo final retratar as possíveis mudanças. Entretanto, acho difícil um acompanhamento como este ser possível se se tomar como referência somente selfies. Ou, pelo menos, as dimensões das transformações não serão totalmente expressas, tendo em vista a condição de segundo plano à qual o Coliseu foi relegado. E, sendo um pouco catastrófico, não seria apenas o monumento romano de Vespasiano a ser condenado como algo secundário, ocorrendo o mesmo com toda a arquitetura da Roma Antiga na capital italiana.

   Alguém diria: “são os tempos, os novos tempos, em que a pós-modernidade romperia com uma narrativa pré-estabelecida da História e, por sua vez, as coisas perderiam o seu sentido original, no caso, o sentido desejado pelo artista. Está escrito em Jean François-Lyotard.” Bem, pode até ser. De toda forma, vejo de maneira interessante que essa suposta ressignificação é feita por meio de uma transposição de valores, de sentidos, saindo o sentido original, aquele ansiado pelo artista, em nome de um indivíduo. Por sua vez, neste tipo de fotografia, o selfie, desponta cada vez mais a ideia de indivíduo, mais do que o indivíduo retratado propriamente dito, tal como suas idiossincrasias.

   Imagine um católico diante da parede da Capela Sistina. Pressionado perante a ideia do pecado, ele, como indivíduo, sente-se tocado, ansioso pelo perdão de Deus. Pode ser que veja, em si mesmo, seus pecados, seus defeitos. O indivíduo ao fazer o selfie, em sua essência, ficando de costas para a obra de Michelangelo, simplesmente transmite a ideia de indivíduo. O único diferencial é o fato de estar na Capela Sistina. E, depois, na Basílica São Pedro. Depois, na praça São Pedro. Trata-se, sempre, de fulano em algum lugar. O pôr-do-sol no Solar do Unhão, em Salvador, não faz sentido se não tiver a presença marcada.

   À guisa de conclusão, retomo o que escrevi acima, nos primeiros parágrafos. Não se trata de apresentar uma explicação, um tratado, sobre o selfie. Aqui, encontram-se expressas as minhas sensações todas as vezes que vejo alguém tirando uma foto sozinho e, em seguida, volta-se quase instintivamente para a tela de seu dispositivo, digita algo e... pronto! Está no ar! Tais inquietações, obviamente, podem ser frutos de alguma espécie de anacronismo derivado de incompatibilidade geracional – no qual não creio. De toda forma, acentuo o espanto de tudo isso a ponto de me causar um gigantesco estranhamento. Caetano Veloso disse que Narciso achava feio o que não fosse espelho. Bem, espero somente que ninguém anseie se tornar a narcísica e belíssima flor, pois, para isso, é preciso se afogar.

(RODRIGUES, Faustino da Rocha. Disponível em: http// www. observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em 04 nov. 2014)

A regência verbal apresenta-se de modo inteiramente correto na sentença:
Alternativas
Q679057 Português
Analise as assertivas abaixo acerca da regência dos termos:
I. O noivo chegou à igreja atrasado.
II. A retificação deste contrato implica multa.
III. O empreiteiro permitiu-o que entrasse. 
Alternativas
Q678240 Português
Assinale a alternativa correta quanto à regência nominal.
Alternativas
Q667598 Português

Assinale a alternativa que completa as lacunas abaixo:

I. Ninguém ___________________ inconveniente.

II. ___________________ muito, hoje em dia, sobre distribuição de renda.

III. Não ___________________ condições para se realizar pedido.

IV. Brevemente __________________ as instruções necessárias.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: UTFPR Órgão: UTFPR Prova: UTFPR - 2015 - UTFPR - Assistente de Alunos |
Q666514 Português

Saúde prevenção feminina

Ricardo Boechat / Ronaldo Herdy

Colunistas da Istoé Independente

Estudo sobre as vendas de anticoncepcionais no Brasil apontou alta de 8,7%, de janeiro a setembro (receita de R$ 1,8 bilhão). São a esses produtos, então, em grande escala, que as mulheres recorrem para fugir de uma gravidez indesejada. O IMS Health, que audita o setor, aponta que, dos medicamentos mais comercializados no País, dois são anticoncepcionais: (Ciclo 21 – 5º e Microvlar – 10º). Apesar disso, a polícia deve continuar a combater sem trégua as clínicas clandestinas de aborto.

Assinale a alternativa correta, quanto a gramática do texto.
Alternativas
Q662881 Português
Dadas as afirmativas a respeito da regência do verbo "preferir" em "Prefiro os limentos crus aos cozidos" e da semântica desse verbo, I. O verbo "preferir" já traz implícito em seu sentido que se trata de uma referência maior. II. A regência do verbo "preferir" é feita com a preposição "a": prefiro isto a quilo. Assim, é verbo transitivo direto e indireto. III. "Prefiro os alimentos crus aos cozidos" obedece à norma padrão quanto à regência verbal. Caso análogo acontece em "Prefiro meses mais longos". IV. Caso fosse alterada a construção para "Prefiro mais alimentos crus do que cozidos", ficaria redundante. verifica-se que estão corretas apenas
Alternativas
Q656692 Português
A partir do trecho “De fato, espero que ela rache ao meio os outros partidos de sua base” (linhas 21 e 22), julgue os itens abaixo: I. O pronome "ela‟ retoma o nome de Marina Silva; II. Se a palavra "meio‟ for substituída por "metade‟, deve ser usado o acento grave; III. Se a expressão "De fato‟ for colocada no fim do período, haverá mudança de sentido em relação ao trecho original. 
Alternativas
Q649649 Português

A melhor e a pior comida do mundo

Há mais de dois mil anos, um rico mercador grego tinha um escravo chamado Esopo. Um escravo corcunda, feio, mas de sabedoria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou:

- Toma, Esopo. Aqui está esta sacola de moedas. Corre ao mercado. Compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo! Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso:

- Ah, língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo?

O escravo, de olhos baixos, explicou sua escolha.

- O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, as ideias dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”, “querida” e “Deus”. Com a língua, dizemos “sim”. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor?

O mercador levantou-se entusiasmado:

- Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Toma agora esta outra sacola de moedas. Vai de novo ao mercado e traze o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria.

Mais uma vez, depois de algum tempo, o escravo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso: - Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior... O mercador descobriu o prato e ficou indignado:

- O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado? Esopo encarou o mercador e respondeu:

- A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua, dizemos “morre” e “demônio”. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas!

(ESOPO, 620-560 a. C.)

Em relação ao uso reiterado da preposição de em contração com artigos em: “... A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão.”, é correto dizer: 
Alternativas
Q645469 Português

Em Língua Portuguesa, ao redigir um texto, sobretudo na norma culta, exigida, por exemplo, em documentos oficiais, se faz necessário observar a construção coerente dos sentidos que as palavras assumem em determinado contexto. Dentre os vários cuidados na escorreita escrita, destaca-se a regência verbal, na qual, o verbo pode ou não precisar de complemento (objeto).


Assinale abaixo a alternativa que apresenta verbo transitivo, objeto direto e objeto indireto, respectivamente:

Alternativas
Q644362 Português

Analisar os itens abaixo quanto à regência dos termos sublinhados nos períodos:

I - Isso vai depender da preocupação que os países da região terão em reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

II - Um estudo publicado na Revista Nature afirma que até o final desse século o Golfo Pérsico se tornará inabitável devido a fortes ondas de calor provocadas pelo aquecimento global.

Alternativas
Q644354 Português

    Bacon, linguiça, salsicha, presunto e outras carnes processadas acabaram de ser elevadas ao patamar mais alto de uma lista não muito agradável. Elas agora fazem parte do grupo 1 da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc), que é composto por substâncias que comprovadamente aumentam o risco de câncer. Dessa forma, passam _____ figurar ao lado de outras já bastante conhecidas, como tabaco, bebidas alcoólicas e radiação solar. O alerta veio de um relatório divulgado pela Agência, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS).

   Conforme o documento, o consumo de 50g de carne processada por dia, o equivalente _____ duas fatias de bacon, aumenta o risco de câncer no intestino grosso e no reto em 18%. O aviso veio também para o consumo excessivo de carne vermelha, só que de forma mais branda. Pela falta de provas mais contundentes, a organização enquadrou esse alimento no grupo 2A, composto por substâncias “provavelmente cancerígenas”, e indicando também uma redução no seu consumo. A carne vermelha foi associada, além do câncer de intestino, _____ tumores no pâncreas e na próstata.

                                                                                       http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/... - adaptado. 

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto CORRETAMENTE:
Alternativas
Q641665 Português
No que se refere à regência de vocábulos do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Respostas
4001: B
4002: A
4003: A
4004: C
4005: B
4006: D
4007: D
4008: B
4009: C
4010: A
4011: E
4012: A
4013: C
4014: D
4015: D
4016: B
4017: D
4018: A
4019: A
4020: A