Questões de Concurso
Sobre regência em português
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alpendrão, e deu com Seu Tonho Inácio na cadeira de
balanço, distraído em trançar o lacinho de seis pernas
com palha de milho desfiada. A gente encontrava aquelas
5 trançazinhas por toda parte (...) - naqueles lugares onde
o velho gostava de ficar, horas e horas, namorando a
criação e fiscalizando a camaradagem no serviço. Com a
chegada do dentista, Tonho Inácio voltou a si da avoação
em que andava:
10 - Hã, é o senhor? Pois se assente ... Hum ... espera
que a Dosolina quer lhe falar também. Vamos até lá
dentro...
E entrou pelo corredor do sobrado, acompanhado do
rapaz.
15 Na sala - quase que sempre fechada, naturalmente
por causa disso aquele sossego e o cheiro murcho de
coisa velha - a mobília de palhinha, o sofá muito grande,
a cadeirona de balanço igual à outra do alpendre. Retratos
nas paredes: os homens, de testa curta e barbados, as
20 mulheres de coque enrolado e alto (...), a gola do vestido
justa e abotoada no pescoço à feição de colarinho. Povo
dos Inácios, dos Gusmões: famílias de Seu Tonho e Dona
Dosolina. Morriam, mas os retratos ficavam para os filhos
os mostrarem às visitas - contar como aqueles antigos
25 eram, as manias que cada qual devia ter, as proezas
deles nos tempos das primeiras derrubadas no sertão da
Mata dos Mineiros.
De seus pais, José de Arimatéia nem saber o nome
sabia.
30 Lembrava-se mas era só do Seu Joaquinzão Carapina,
comprido e muito magro, sempre de ferramenta na mão
- derrubando árvore, lavrando e serrando, aparelhando
madeira. (...) E ele, José de Arimatéia, menininho de
tudo ainda, mas já agarrado no serviço, a catar lascas e
35 serragem para cozinhar a panela de feijão e coar a água
rala do café de rapadura, adjutorando no que podia.
PALMÉRIO, Mário. Chapadão do Bugre. Rio de Janeiro: Editora Livraria
José Olímpio, 1966. (Adaptado)
A nuvem como guia
Quando eu era criança, morava na Penha. Em
minha casa, havia quintal. Deitado na grama, eu via
estrelas, cometas, asteróides: via até a ponta das
barbas brancas de Deus. Em dia de lua cheia, via até
5 seu sorriso, encimando o bigode branco. As estrelas
eram tantas que pareciam confetes e lantejoulas, em noite
de terça-feira gorda. Brilhavam forte, com brilho que hoje
já não se vê: a luz foi soterrada no céu sombrio pela
poluição galopante, estufa onde nos esturricaremos todos
10 como torresmos, sem remissão, se os países poluentes
continuarem sua obra sufocante.
Na Praia das Morenas, no fim da minha rua,
tropeçando em siris e caranguejos - naquele tempo
havia até água-viva na Baía de Guanabara; hoje, nem
15 morta! - eu via barcos de pescadores e peixes
contorcionistas, mordendo as redes, como borboletas em
teias de aranha - que ainda existiam naqueles tempos,
aranhas e borboletas.
Criança, eu pensava: como seria possível aos
20 pescadores velejar tão longe da areia, perder-se da
nossa vista, perder-se no mar onde só havia vento em
ritmos tonitruantes, onde as ondas eram todas iguais,
sem traços distintivos, feitas da mesma água e mesma
espuma e, encharcados de tempestades, encontrar o
25 caminho de volta?
Meu pai explicava: os pescadores olhavam as
estrelas, guias seguras, honestas, que indicavam o
caminho de suas choupanas, na praia. Eu olhava o céu
e via que as estrelas se moviam, e me afligia: talvez
30 enganassem os pescadores. Meu pai esclarecia: os
pescadores haviam aprendido os movimentos estelares,
e as estrelas tinham hábitos inabaláveis, confiáveis, eram
sérias, seguiam sempre os mesmos caminhos seguros.
BOAL, Augusto. (adaptado).
Os do Alegrete dizem que o causo se deu em Itaqui,
os de Itaqui dizem que foi no Alegrete, outros juram que
só poderia ter acontecido em Uruguaiana. Eu não afirmo
nada: sou neutro.
Mas, pelo que me contaram, o primeiro automóvel
que apareceu entre aquela brava indiada, eles o mataram
a pau, pensando que fosse um bicho. A história foi assim
(...).
Ia um piazinho estrada fora no seu petiço - tropt,
tropt, tropt (este é o barulho do trote) - quando de repente
ouviu - fufufupubum ! fufufupubum chiiiipum!
E eis que aí a "coisa", até então invisível, apontou
por detrás de um capão, bufando que nem touro brigão,
saltando que nem pipoca, se traqueando que nem velha
coroca, chiando que nem chaleira derramada e largando
fumo pelas ventas como a mula-sem-cabeça.
"Minha Nossa Senhora."
O piazinho deu meia-volta e largou numa disparada
louca rumo da cidade (...).
Chegado que foi, o piazinho contou a história como
pôde, mal e mal e depressa, que o tempo era pouco e não
dava para maiores explicações, pois já se ouvia o barulho
do bicho que se aproximava.
Pois bem, minha gente: quando este apareceu na
entrada da cidade, caiu aquele montão de povo em cima
dele, os homens uns com porretes, outros com garruchas
que nem tinham tido tempo para carregar de pólvora,
outros com boleadeiras, mas todos de a pé, porque
também nem houvera tempo para montar, e as mulheres
umas empunhando as suas vassouras, outras as suas
pás de mexer marmelada, e os guris, de longe, se
divertindo com seus bodoques, cujos tiros iam acertar
em cheio nas costas dos combatentes. E tudo abaixo de
gritos e pragas que nem lhes posso repetir aqui.
Até que enfim houve uma pausa para respiração.
O povo se afastou, resfolegante, e abriu-se uma
clareira, no meio da qual se viu o auto emborcado,
amassado, quebrado, escangalhado, e não digo que morto,
porque as rodas ainda giravam no ar, nos últimos transes
de uma teimosa agonia. E quando as rodas pararam, as
pobres, eis que o motorista, milagrosamente salvo, saiu
penosamente engatinhando por debaixo dos escombros
do seu ex-automóvel.
- A la pucha! - exclamou então um guasca, entre
espantado e penalizado - o animal deu cria!
QUINTANA, Mário. Poesia Completa. Rio de Janeiro,
Editora Nova Aguilar, 2005.
Acabo de perder a crônica que havia escrito.
Sequer tenho onde reescrevê-la, além desse caderninho
onde inclino com mãos trêmulas uma esferográfica preta,
desenhando garranchos que não vou entender daqui a meia
5 hora. Explico: tenho, para uso próprio, dois computadores.
E hoje os dois me deixaram órfão, fora do ar, batendo
pino, encarando o vazio de suas telas obscuras. A carroça
de mesa pifou depois de um pico de energia. O portátil,
que muitas vezes levo para passear como um cachorrinho
10 cheio de idéias, entrou em conflito com a atualização do
antivírus e não quer "iniciar". O temperamental está fazendo
beicinho, e não estou a fim de discutir a relação homemmáquina
com ele.
Farei isso, pois, com os leitores. Tenho consciência
15 de que a crônica sobre as agruras do escritor com computadores
indolentes virou um clichê, um subgênero batido
como são as crônicas sobre falta de idéia. Mas não tenho
opção que não seja registrar meu desalento com as
máquinas nos poucos minutos que me restam até que a
20 redação do jornal me telefone cobrando peremptoriamente
esse texto.
E registrar a decepção comigo mesmo - com a
minha dependência estúpida do computador. Não somente
deste escriba, aliás: somos todos cada vez mais
25 subordinados ao senhor computador. Vemos televisão no
computador, vamos ao cinema no computador, fazemos
compras no computador, amigos no computador. Música
no computador. Trabalho no computador.
Escritores mais graduados me confessam escrever
30 somente a lápis. Depois de vários tratamentos, passam o
texto para o computador, "quando já está pronto". Faço
parte de uma geração que não apenas cria direto no
computador, mas pensa na frente do computador. Teclamos
com olhos dilatados e dedos frementes sobre a cortina
35 branca do processador de texto, encarando uma tela que
esconde, por trás de si, um trilhão de outras janelas,
"o mundo ao toque de um clique".
Nada mais ilusório.
O que assustou por aqui foi minha sincera reação
40 de pânico à possibilidade de perder tudo - como se a
casa e a biblioteca pegassem fogo. Tenho pelo menos
seis anos de textos, três mil fotos e umas sete mil
músicas em cada um dos computadores - a cópia de
segurança dos arquivos de um estava no outro. Claro, seria
45 impossível que os dois quebrassem - "ainda mais no
mesmo dia!" Os técnicos e entendidos em informática
dirão que sou um idiota descuidado. Eles têm razão.
Há outro lado. Se nada recuperar, vou me sentir
infinitamente livre para começar tudo de novo. Longe do
50 computador, espero.
CUENCA, João Paulo. Megazine. Jornal O Globo. 20 mar. 2007.
(com adaptações)
Acabo de perder a crônica que havia escrito.
Sequer tenho onde reescrevê-la, além desse caderninho
onde inclino com mãos trêmulas uma esferográfica preta,
desenhando garranchos que não vou entender daqui a meia
5 hora. Explico: tenho, para uso próprio, dois computadores.
E hoje os dois me deixaram órfão, fora do ar, batendo
pino, encarando o vazio de suas telas obscuras. A carroça
de mesa pifou depois de um pico de energia. O portátil,
que muitas vezes levo para passear como um cachorrinho
10 cheio de idéias, entrou em conflito com a atualização do
antivírus e não quer "iniciar". O temperamental está fazendo
beicinho, e não estou a fim de discutir a relação homemmáquina
com ele.
Farei isso, pois, com os leitores. Tenho consciência
15 de que a crônica sobre as agruras do escritor com computadores
indolentes virou um clichê, um subgênero batido
como são as crônicas sobre falta de idéia. Mas não tenho
opção que não seja registrar meu desalento com as
máquinas nos poucos minutos que me restam até que a
20 redação do jornal me telefone cobrando peremptoriamente
esse texto.
E registrar a decepção comigo mesmo - com a
minha dependência estúpida do computador. Não somente
deste escriba, aliás: somos todos cada vez mais
25 subordinados ao senhor computador. Vemos televisão no
computador, vamos ao cinema no computador, fazemos
compras no computador, amigos no computador. Música
no computador. Trabalho no computador.
Escritores mais graduados me confessam escrever
30 somente a lápis. Depois de vários tratamentos, passam o
texto para o computador, "quando já está pronto". Faço
parte de uma geração que não apenas cria direto no
computador, mas pensa na frente do computador. Teclamos
com olhos dilatados e dedos frementes sobre a cortina
35 branca do processador de texto, encarando uma tela que
esconde, por trás de si, um trilhão de outras janelas,
"o mundo ao toque de um clique".
Nada mais ilusório.
O que assustou por aqui foi minha sincera reação
40 de pânico à possibilidade de perder tudo - como se a
casa e a biblioteca pegassem fogo. Tenho pelo menos
seis anos de textos, três mil fotos e umas sete mil
músicas em cada um dos computadores - a cópia de
segurança dos arquivos de um estava no outro. Claro, seria
45 impossível que os dois quebrassem - "ainda mais no
mesmo dia!" Os técnicos e entendidos em informática
dirão que sou um idiota descuidado. Eles têm razão.
Há outro lado. Se nada recuperar, vou me sentir
infinitamente livre para começar tudo de novo. Longe do
50 computador, espero.
CUENCA, João Paulo. Megazine. Jornal O Globo. 20 mar. 2007.
(com adaptações)
O sabiá sempre foi o pássaro escolhido por poetas
e compositores brasileiros para representar o país.
Já ganhou versos de alguns dos maiores artistas nacionais:
de Gonçalves Dias, em sua "Canção do exílio", a
5 Tom Jobim e Chico Buarque, em "Sabiá", passando por
Luiz Gonzaga, na canção também chamada "Sabiá".
Tamanho currículo capacitou o passarinho de peito
alaranjado a ser considerado a ave nacional do Brasil,
desbancando uma concorrente de peso: a ararajuba,
10 com suas vistosas penas verdes e amarelas.
Um decreto assinado pelo Presidente da República
confirmou que o Dia da Ave é 5 de outubro e informou que
"o centro de interesse para as festividades desse dia será
o sabiá, como símbolo representativo da fauna ornitológica
15 brasileira e considerado popularmente Ave Nacional do
Brasil."
- A ave nacional de um país não pode ser escolhida
em razão da cor da bandeira - afirma o ornitólogo
Johan Dalgas Frisch, presidente da ONG Associação de
20 Preservação da Vida Selvagem e um dos maiores cabos
eleitorais do passarinho. - Ela representa o folclore, a
música, a poesia, a alma do povo. E não existe qualquer
música com ararajuba, poesia alguma.
Dalgas Frisch lembra ainda que, se a ararajuba
25 fosse indicada ave nacional, correria o risco de ser
extinta:
- Uma ararajuba vale hoje cerca de US$ 5 mil
entre os traficantes de animais. Se fosse ave nacional,
passaria a valer uns US$ 50 mil. Acabaria sendo extinta
30 e não representaria o espírito poético e folclórico da
nação.
O Brasil, com 1.667 espécies de aves, era um dos
poucos países a não ter ave nacional. A águia de cabeça
branca, nos Estados Unidos, simboliza a união de todos
35 os estados. Já o robim, na Grã-Bretanha, foi escolhido
por ter inspirado William Shakespeare. Na Argentina, a
ave nacional é o hornero (joão-de-barro), que representa
o gaúcho dos pampas.
A campanha de Frisch para que o sabiá se tornasse
40 ave nacional tem mais de 35 anos. Remonta ao tempo
em que o então presidente Costa e Silva assinou um
decreto criando o Dia da Ave.
- Foram anos de luta, mas ganhamos a batalha e
ainda salvamos a ararajuba - comemora.
O Globo, 23 nov. 2002 (com adaptações)
Você já discutiu relação por e-mail? Não discuta.
O correio eletrônico é uma arma de destruição de massa
(cerebral) em caso de conflito. Quer discutir? Quer
quebrar o pau, dizer tudo o que sente, mandar ver, detonar a
5 outra parte? Faça isso a sós, em ambiente fechado. [...]
Brigar por e-mail é muito perigoso. Existe pelo
menos um par de boas razões para isso. A primeira é que
você não está na frente da pessoa. Ela não é "humana" a
distância, ela é a soma de todos os defeitos. A segunda
10 razão é que você mesmo também perde a dimensão de
sua própria humanidade. Pelo e-mail as emoções ficam
no freezer e a cabeça, no microondas. Ao vivo, um olhar
ou um sorriso fazem toda a diferença. No e-mail todo
mundo localiza "risos", mas ninguém descreve "choro".
15 Eu sei disso, porque cometi esse erro. Várias
vezes. Nunca mais cometerei, espero. [...] Um tiroteio
de mensagens escritas tende à catástrofe. Quando você
fala na cara, as palavras ficam no ar e na memória e uma
hora acabam sumindo de ambos. "Eu não me lembro de ter
20 dito isso" é um bom argumento para esfriar as tensões.
Palavras escritas ficam. Podem ser relidas muitas vezes.
Ao vivo, você agüenta berros [...]. Responde no
mesmo tom rasteiro. E segue em frente. Por e-mail, cada
frase ofensiva tende a ser encarada como um desafio para
25 que a outra parte escolha a arma mais poderosa destinada
ao ponto mais fraco do "adversário". Essa resposta letal
gera uma contra-resposta capaz de abalar os alicerces
do edifício, o que exigirá uma contra-contra-resposta
surpreendente e devastadora. Assim funciona o ser
30 humano, seja com mensagens, seja com bombas nucleares.
Ao vivo, um pode sentir a fraqueza do outro e eventualmente
ter o nobre gesto de poupar aquelas trilhas
de sofrimento e rancor. Ao vivo, o coração comanda. Por
e-mail é o cérebro que dá as cartas. [...]
35 E tem o fator fermentação. Você recebe um e-mail
hostil. Passa horas intermináveis imaginando qual será a
terrível, destrutiva resposta que vai dar. Seu cérebro ferve
com os verbos contundentes e adjetivos cruéis que serão
usados no reply. Aí você escreve, e reescreve, e reescreve
40 de novo, e a cada nova versão seu texto está mais
colérico, e horas se passam de refinamento bélico do
texto até que você decida apertar o botão do Juízo Final,
no caso o Enviar. Começam então as dolorosas horas de
espera pela resposta à sua artilharia pesada. É uma
45 angústia saber que você agora é o alvo, imaginar que
armas serão usadas. E dependendo do estado de deterioração
das relações, você poderá enlouquecer a ponto
de imaginar a resposta que vai dar à mensagem que
ainda nem chegou.
50 É por isso que eu aconselho, especialmente aos
mais jovens: se for para mandar mensagens de amizade,
se é para elogiar, se é para declarar amor, use e abuse
dos meios digitais. E-mail, messenger, chat, scraps, o
que aparecer. Mas se for para brigar, brigue pessoalmente.
55 A não ser, claro, que você queira que o rompimento seja
definitivo. Aí é só abrir uma nova mensagem e deixar o
veneno seguir o cursor.
MARQUEZI, Dagomir, Revista Info Exame, jan. 2006. (adaptado)
texto apresentado abaixo.
O debate sobre a preservação do planeta e sua exploração
tem se tornado cada vez mais acirrado e confuso. Cientistas
que pregam a seriedade do aquecimento global são acusados
de alarmismo. Por outro lado, os que afirmam que não há
provas conclusivas para de fato defender a tese de que a Terra
está aquecendo devido à emissão de gases poluentes são
acusados de serem vendidos às indústrias ou ao menos
tendenciosos em suas conclusões.
Manchetes dizem que a década de 1990 foi a mais quente
do século (foi), que o ciclo do El Niño, que marca o aquecimento
das águas do Pacífico perto do Peru, está desregulado
(está), que as calotas polares estão descongelando a taxas
muito altas (estão), que os níveis de poluição em países de rápida
industrialização, como a China e a Índia, estão se tornando
intoleráveis (estão), que o desmatamento acelerado das grandes
florestas, incluindo as nossas, provocará instabilidades climáticas
por todo o planeta (provocará), enfim, notícias que causam
medo, talvez até pânico. Fica difícil saber em que acreditar,
especialmente porque construir uma nova conscientização global
de preservação do planeta pode exigir mudanças custosas
em informar e educar a população, em monitorar indústrias e
plantações, em controlar os esgotos, o lixo, as emissões dos
carros, caminhões, navios, aviões.
O que fazer? Existem três possibilidades. Uma é deixar
para lá essa história de tomar conta do planeta e nos
preocuparmos só quando o problema for realmente óbvio e
irremediável. Péssima escolha. Outra é tentar filtrar do mundo
de informações que recebemos as que de fato são confiáveis e
não tendenciosas. Essa possibilidade é meio difícil pois, a
menos que sejamos especialistas no assunto, não saberemos,
de início, em quem acreditar. A terceira, que me parece a mais
sábia, é usar o bom senso.
Talvez uma analogia entre a Terra e a nossa casa seja
útil. Começamos com a casa limpa, abastecida, e com o
número ideal de pessoas para que todos possam viver com
conforto. O número de pessoas cresce, o espaço aperta, a
demanda por água e alimentos aumenta. Um número maior de
pessoas implica aumento de consumo de energia e maior
produção de lixo. A solução é impor algumas regras, reduzir o
lixo e o consumo de energia. Caso contrário, a casa original
rapidamente não daria conta da demanda crescente dos seus
habitantes.
A Terra é bem maior do que uma casa, mas também é
finita. A atmosfera, os oceanos e o solo reciclam eficientemente
a poluição e o lixo que criamos. Mas todo sistema finito tem um
limite. Não há dúvida de que, se não mudarmos o modo como
usamos e abusamos do planeta, chegaremos a esse limite.
Infelizmente, a ciência ainda não pode prever exatamente
quando isso vai ocorrer. Mas ela, juntamente com o bom senso,
afirma que é mera questão de tempo.
(Adaptado de Marcelo Gleiser. Folha de S. Paulo, Mais!, 30 de
abril de 2006, p. 9)
A frase cuja lacuna está corretamente preenchida pela mesma expressão grifada acima é:
Américas que melhor garantem aos cidadãos acesso a
informações judiciais pela Internet. A conclusão é do
4 levantamento divulgado nesta semana pelo Centro de Estudos de
Justiça das Américas (CEJA), organismo internacional que
se dedica, entre outras atribuições, a propor inovações e
7 melhorias para as instituições judiciárias dos países da região.
Internet: (com adaptações).
Assinale a opção que apresenta erro gramatical na substituição proposta para os elementos lingüísticos do texto acima.
apresentadas, são partes sucessivas de textos.
Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver
sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um
problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os
mais jovens.
Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários
educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber
lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos.
Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos
consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem
endividado.
Para o jovem que está começando sua vida financeira e
profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de
controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso,
é recomendável:
a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente,
analisando o resultado de acordo com o que costuma receber;
b) comprar, preferencialmente, à vista;
c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10% do
valor líquido
A partir das idéias e das estruturas presentes no texto, julgue os itens a seguir.
Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver
sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um
problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os
mais jovens.
Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários
educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber
lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos.
Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos
consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem
endividado.
Para o jovem que está começando sua vida financeira e
profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de
controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso,
é recomendável:
a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente,
analisando o resultado de acordo com o que costuma receber;
b) comprar, preferencialmente, à vista;
c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10% do
valor líquido
A partir das idéias e das estruturas presentes no texto, julgue os itens a seguir.
1 Em 2001, o BB adotou medidas que conferem maior
transparência às decisões internas e às movimentações da
empresa no mercado bancário. Os ajustes patrimoniais
4 ocorridos em junho, o novo estatuto, aprovado pela
assembléia de acionistas em agosto, o aprimoramento do
processo decisório e o aperfeiçoamento do modelo de
7 negociação tornam muito mais ágeis as decisões e fortalecem
o compromisso da empresa com a ética e a transparência.
O lucro de R$ 1,082 bilhão no exercício, 11,1% maior que
10 o obtido em 2000, confirma o acerto das medidas
implementadas pelo banco ao longo de 2001, garantindo a
ampliação dos negócios e o aumento da lucratividade.
13 O BB encerrou o ano confirmando sua posição como o maior
banco do país, com ativos totais de R$ 165,1 bilhões,
R$ 61,4 bilhões de recursos administrados e R$ 40,2 bilhões
16 em operações de crédito. Com mais de R$ 117 bilhões
captados entre seus quase 14 milhões de clientes, que têm à
disposição mais de 8 mil pontos de atendimento no Brasil
19 e 31 no exterior, o BB encerrou o exercício mantendo sua
liderança no sistema financeiro nacional e seu compromisso
com a satisfação dos clientes e acionistas. Além disso,
22 permaneceu como o banco com maior presença na Internet
brasileira, com quatro milhões de clientes cadastrados e mais
de 18,4 milhões de transações realizadas, no mês de
25 dezembro, no portal www.bb.com.br.
Relatório do Banco do Brasil S.A. In: Correio Braziliense (com adaptações).
Com base no texto III, julgue os itens seguintes.
1 Em 2001, o BB adotou medidas que conferem maior
transparência às decisões internas e às movimentações da
empresa no mercado bancário. Os ajustes patrimoniais
4 ocorridos em junho, o novo estatuto, aprovado pela
assembléia de acionistas em agosto, o aprimoramento do
processo decisório e o aperfeiçoamento do modelo de
7 negociação tornam muito mais ágeis as decisões e fortalecem
o compromisso da empresa com a ética e a transparência.
O lucro de R$ 1,082 bilhão no exercício, 11,1% maior que
10 o obtido em 2000, confirma o acerto das medidas
implementadas pelo banco ao longo de 2001, garantindo a
ampliação dos negócios e o aumento da lucratividade.
13 O BB encerrou o ano confirmando sua posição como o maior
banco do país, com ativos totais de R$ 165,1 bilhões,
R$ 61,4 bilhões de recursos administrados e R$ 40,2 bilhões
16 em operações de crédito. Com mais de R$ 117 bilhões
captados entre seus quase 14 milhões de clientes, que têm à
disposição mais de 8 mil pontos de atendimento no Brasil
19 e 31 no exterior, o BB encerrou o exercício mantendo sua
liderança no sistema financeiro nacional e seu compromisso
com a satisfação dos clientes e acionistas. Além disso,
22 permaneceu como o banco com maior presença na Internet
brasileira, com quatro milhões de clientes cadastrados e mais
de 18,4 milhões de transações realizadas, no mês de
25 dezembro, no portal www.bb.com.br.
Relatório do Banco do Brasil S.A. In: Correio Braziliense (com adaptações).
Com base no texto III, julgue os itens seguintes.

Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue os itens seguintes.
1 O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios
para a economia brasileira, que levaram a mudanças
substanciais na formação de expectativas quanto ao
4 desempenho das principais variáveis econômicas. No início,
configurou-se um cenário promissor, com perspectivas de
crescimento real da economia brasileira oscilando entre
7 4% e 5%. A deterioração desse cenário ocorreu pela
combinação de fatores internos e externos, que desviaram
consideravelmente o crescimento real do produto interno
10 bruto (PIB) para 2,25%, até setembro de 2001, comparado
com igual período do ano anterior. No cenário interno, o
aumento da taxa SELIC no final de 2001 e o racionamento
13 energético contribuíram para a desaceleração da economia.
No cenário internacional, o agravamento da crise argentina
e o desaquecimento econômico dos Estados Unidos da
16 América (EUA), principalmente após os atentados
terroristas de 11 de setembro, aumentaram as preocupações
quanto ao contágio das tensões externas sobre a economia
19 nacional. Apesar dessas adversidades, o ano de 2001
terminou com reversão parcial do pessimismo instaurado
na economia brasileira. As políticas fiscal e monetária
22 contribuíram para fortalecer os fundamentos econômicos,
limitando os impactos inflacionários da depreciação
cambial.
Relatório do Banco do Brasil S.A. In: Correio Braziliense (com adaptações).
Com base no texto I, julgue os itens que se seguem.