Questões de Concurso
Sobre regência em português
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Dentre as novas formulações para o segmento destacado, a única que deve ser rejeitada, por não estar em concordância com o padrão culto escrito, é:

O texto acima apresenta erro gramatical no trecho
Esse tipo de organização era mais conhecido na trajetória dos presídios do Rio de Janeiro. Parece que agora age com mais desenvoltura em São Paulo. Para o Secretário Estadual da Segurança Pública, Marco Vinício Petreluzzi, esse fenômeno não causa surpresa. "Não me espanta que em qualquer cadeia haja tentativa de organização por parte dos presos, porque, afinal, estamos tratando com criminosos", disse o Secretário.
Pode causar espécie o ceticismo de Petreluzzi, até mesmo pela responsabilidade do cargo que ocupa, mas ele contém um ponto que merece reflexão. De fato, a concentração de criminosos facilita a formação dessas organizações que passam a fazer dos presídios uma espécie de quartel-general do crime, de onde se comandam "operações" internas e externas.
Mas características específicas do sistema prisional brasileiro também contribuem para formar o caldo de cultura propício às organizações criminosas. Podem ser citados, nesse sentido, fatores como superlotação, baixa inteligência na administração de presídios, corrupção e reunião de presos que não poderiam conviver no mesmo recinto.
O Governo do Estado toma algumas providências para combater esse tipo de organização. Mas é preciso mais para que as assombrosas siglas dessas gangues de presídios não venham a fazer parte de uma triste rotina contra a qual nada se pode fazer. Que não se propague o temível exemplo de motim rganizado, apresentado por esse tal PCC.
Folha de S. Paulo, 19 fevereiro 2001
Há uma afirmação INCORRETA a respeito do verbo grifado na frase acima em
Tendo como referência o trecho acima, marque a alternativa INCORRETA:

No texto acima, os verbos permite e estressar, quanto à transitividade, são classificados, RESPECTIVIMENTE, como:
A uberização da vida
1 A tecnologia e o trabalho vivem, nos últimos séculos, uma relação pontuada por uma série
2 de episódios surpreendentes, quase sempre marcados pelo conflito.
3 Desde o início da era industrial, no século XVIII, os operários de fábricas são assombrados
4 pelo espectro de sua substituição por máquinas. Naquela época, havia boatos, na Inglaterra, sobre
5 o lendário general Ned Ludd, que incitava a invasão das tecelagens e a destruição das máquinas
6 para conter o desemprego em massa.
7 Nunca saberemos ao certo se Ned Ludd realmente existiu. Contudo, o termo ludismo
8 passou a ser incorporado pela literatura sociológica e filosófica como designando a revolta contra
9 a tecnologia. Nas últimas décadas já se fala até em neoludismo, um movimento radical que
10 defende a reversão da humanidade para um estado pré-tecnológico.
11 É provável que ocorra algo semelhante a uma revolta ludita hoje em dia, se algumas
12 promessas da tecnologia se concretizarem. Uma delas é a substituição dos motoristas
13 profissionais pelo piloto automático do Google. Se isso ocorrer, presenciaremos a maior onda de
14 desemprego dos últimos séculos, o fantasma, dessa vez, seria a inteligência artificial.
15 No entanto, já existe uma outra revolução em curso, que chega liderada pelo aumento
16 crescente dos aplicativos. Além de nos disponibilizar serviços no esquema 24/7 (24 horas por
17 dia, sete dias da semana), a internet começa, agora, a preencher nichos de tempo livre com
18 trabalho. Chamo a esse fenômeno de uberização.
19 Frequentemente, o Uber é um aplicativo associado com a substituição dos táxis nas
20 grandes cidades, mas é muito mais do que isso. Inicialmente, o projeto do Uber era organizar
21 caronas solidárias nas grandes cidades. No entanto, alguns empresários perceberam que
22 poderiam aproveitar o fato de que, hoje em dia, praticamente todas as pessoas dirigem carros e
23 que, se essa força de trabalho fosse aproveitada e organizada por um aplicativo, os motoristas
24 amadores poderiam, praticamente, assumir o mercado preenchido pelos táxis, bastando, para
25 isso, fazer "bicos" em horas vagas.
26 Em pouco tempo, o Uber se tornou uma daquelas empresas arquibilionárias do vale do
27 silício, cujo endereço é apenas alguma caixa-postal de algum paraíso fiscal caribenho. Com ele,
28 vieram outros aplicativos para preencher com trabalho as horas vagas de muitas outras atividades
29 profissionais. A advogada que está com poucos clientes pode compensar essa situação se souber
30 fazer maquiagem. Há um aplicativo para chamá-la nas vésperas de eventos. Ela não precisa ser
31 uma maquiadora profissional e, por isso, sabe-se que ela cobrará a metade do preço. Se você tem
32 uma moto, pode maximizar seu uso fazendo entregas aos sábados em vez de deixá-la ociosa na
33 garagem do seu prédio. Todo mundo está disposto a fazer "bicos", e todo mundo, também fica
34 feliz quando pode pagar menos por um serviço.
35 A uberização é o trabalho em migalhas. Ela começa com a profissionalização do
36 amadorismo, pois todos podemos ser motoristas, jardineiros ou entregadores nas horas vagas.
37 Contudo, o inverso, ou seja, o rebaixamento de profissionais a amadores, já está acontecendo.
38 Muitos profissionais qualificados estão se inscrevendo em aplicativos que os selecionam para
39 prestar serviços a preços reduzidos em determinados horários ou dias da semana. É possível que,
40 em pouco tempo, o trabalho qualificado se torne parte do precariado.
41 Ainda é difícil prever os resultados da uberização do trabalho. A relação contínua entre
42 empregados e patrões tenderá a desaparecer, sobretudo no setor de serviços. A babá de seu
43 filho, quando você for ao cinema com sua esposa, será escalada por um aplicativo e,
44 dificilmente, será a mesma pessoa em todas as ocasiões. Não haverá mais o taxista de confiança
45 ou o garçom que te reconhece sempre que você entra em um determinado restaurante.
46 Com a uberização, a liberdade e a coação se tornam coincidentes, pois todos se tornarão
47 patrões de si mesmos. A dialética senhor-escravo, tão cara aos hegelianos e a seus herdeiros
48 marxistas, desaparecerá. Pois todos seremos sempre ao mesmo tempo senhores e escravos.
49 Exploraremos a nós mesmos de forma implacável.
50 A demarcação entre tempo livre por oposição ao horário de trabalho será ainda mais
51 diluída. Todos se sentirão culpados por tirar uma soneca após o almoço de domingo em vez de
52 aproveitar o tempo fazendo uma corrida de táxi para alguém que precisa ir ao aeroporto para
53 viajar, provavelmente, a trabalho.
54 Na Antiguidade, os gregos desprezavam o trabalho. No mundo cristão, sobretudo com a
55 reforma protestante, ele passou a ser associado com dignidade. Não ter emprego, não ter trabalho
56 passou a corroer a autoestima de muitas pessoas. O homem contemporâneo ainda associa
57 trabalho com dignidade, embora, paradoxalmente, esteja aceitando trabalhos cada vez mais
58 indignos para sobreviver.
59 O sociólogo sul-coreano Byung-Chul Han aponta, no seu livro A sociedade do cansaço
60 (Vozes, 2015), que não é por acaso que enfrentamos uma pandemia de depressão. De um lado, há
61 metas inatingíveis, e de outro, apenas oferta de trabalho precário.
62 A precariedade da vida tende a se tornar um padrão. As novas gerações já sabem que o
63 sonho da estabilidade ficou para trás. Como trabalhadores efêmeros e também consumidores
64 efêmeros, a ideia de uma vida melhor no futuro, como resultado de uma carreira, tende a
65 desaparecer.
A uberização da vida, João Teixeira. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.60/61.
Possuem diferentes regências as formas verbais:
Assinale a alternativa em que há erro de regência verbal:
Considerando-se a regência verbal, analisar os itens abaixo:
I. O médico acudiu o paciente imediatamente.
II. Sua atitude implicou sérias consequências.
III. O juiz anuiu o pedido no seu processo trabalhista.
Está(ão) CORRETO(S):