Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Luta
Eram duas mulheres brigando – e depois não houve nada. Embolaram-se por qualquer motivo e não queriam desprender-se uma da outra. Não havendo superioridade física acentuada de uma das partes, as duas se fundiram num corpo confuso e sacudido de vibrações, que ia e vinha pela calçada, lento e brusco, nervoso e rítmico. O instinto de dança subsistia no íntimo das contendoras, prevalecendo sobre as tentativas dos corpos para se abaterem mutuamente. E tudo se fazia em silêncio, como se baila, mesmo porque nenhuma palavra adiantaria à cólera das mulheres, que só o jogo de músculos e nervos saberia exprimir numa linguagem dinâmica e cheia de consequências.
Brigaram bem cinco minutos, é uma eternidade para entreveros. Não tinham pressa de acabar. Brigavam com fúria e ao mesmo tempo com método. O fato de uma não ser bastante vigorosa para decidir imediatamente a peleja não impediu que ela dominasse a outra. Dominava, mas a outra não se rendia. Tão rentes as duas, tão grudadas, que o mesmo gesto agressor era gesto de apoio. A mais fraca empenhava-se em salvar o rosto do agravo de unhas e dentes e, de cabeça baixa, olhos cerrados, fazia pressão sobre o pescoço da competidora, enquanto lhe apertava a cintura com a mão esquerda e com a direita atacava na medida do possível. Mas a segunda lhe ministrava pequenos tapas enérgicos nas faces sempre que podia reeguer-lhe a cabeça; e quando deixava de fazê-lo, era para ir dilacerando a blusa, que não resistiu ao assalto e logo se esfarinhou em trapos. Sem descuidar-se da defesa, atacou em seguida o soutien, e um seio negro saltou, assustado. A mais fraca estava demasiado absorvida em equilibrar-se e fisgar uma orelha da mais forte e não se afligiu com esse pormenor. Percebia-se que, se a luta durasse, a mais forte poria nua a mais fraca, mas botar nu o adversário não é vencê-lo, e estava longe o momento da exaustão absoluta de uma, ou de ambas.
Continuaram rodando e oscilando numa área limitada, até que a de maior poder ofensivo entreviu o partido a tirar da rampa da garagem subterrânea, e foi conduzindo o balé nessa direção. No empenho de não cair, a outra se deixava empurrar e ia recuando de costas, sem esperança, mas sem pânico. Ambas tinham posto demasiada alma naquela briga para dar-lhe final prematuro, e a obstinação de uma em bater não era menor que a da outra em apanhar, evidenciando igual têmpera nas duas, sem embargo da vitória física já pendida para um lado. Sumiram lá dentro, lentamente.
O escuro da garagem reteve-as por alguns momentos, até que a vencedora emergiu, vagarosa, arquejante. Os lábios tremiam, o rosto expunha sinais de combate, os olhos esgazeados não se voltavam para nenhum ponto. Inclinou-se para apanhar na calçada da rua elegante a marmita que ali deixara. Depois, andou um pouco, às tontas, até firmar rumo, e seguiu para o trabalho.
O grupo que se formara ao iniciar-se a peleja foi se dispersando, alegremente. Eram pessoas de vários tipos e condições, e nenhuma pensara em intervir, como se faz em briga de homem. Ou se alguém pensou, foi travado pela perspectiva do ridículo. Costumes. Briga de mulher é motivo de curiosidade divertida, apenas. No máximo, as pessoas distintas olham com reprovação desdenhosa. Ônibus, lotações e automóveis, parados para apreciar o espetáculo, puseram-se em movimento. A outra mulher, a derrotada, subiu afinal a rampa, também digna, com o busto envolto num jornal.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Luta. In: – Fala, amendoeira. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973. p. 141-3. Adaptado.)
“Percebia-se que, se a luta durasse, a mais forte poria nua a mais fraca, mas botar nu o adversário não é vencê-lo, e estava longe o momento da exaustão absoluta de uma, ou de ambas.” (2º§) A palavra “exaustão” significa “esgotamento”. De acordo com o texto, o significado oposto para essa palavra é:
Uma carta ao algoritmo
Por Fabrício Carpinejar
01 Algoritmo, já que você vive registrando nossas ações, onde estamos, onde compramos,
02 em que lugar queremos passar as férias, já que conhece as nossas mentiras e os limites de
03 nossos cartões de crédito, nossos arroubos, nossas vontades, nossas tristezas, nossas playlists,
04 nossas canções melancólicas e eufóricas, já que oferece produtos que mal começamos a
05 pesquisar, já que ______ o dom profético de se antecipar aos nossos desejos, já que tolera as
06 nossas neuroses, já que perdoa a nossa ansiedade, já que cronometra o nosso tempo on-line,
07 já que repassa vídeos emocionais pela enésima vez, já que cria ataques de fofura com vídeos de
08 cachorros e gatos, já que traz depoimentos de resiliência quando estamos prestes .... desistir de
09 tentar, eu rogo que use todas as nossas informações a nosso favor, não mais exclusivamente
10 .... seu benefício, por um breve momento de generosidade.
11 Não sei se você ______ pai, ou mãe, ou irmão, alguma ligação afetiva ou consanguínea
12 com os números, mas pense um pouquinho em nós como parte de sua família.
13 Suspenda por um instante sua ambição de estatísticas e nos ajude em nossas realizações.
14 Afinal, está milionário, não precisa de mais nada, pode diminuir o ritmo frenético de seus
15 negócios e faturamento sem correr nenhum risco de empobrecer de repente. Ofereça-nos a
16 tecnologia para encontros afetivos mais rápidos. Não precisamos nos desgastar tanto se você
17 tudo vê, tudo sabe.
18 Portanto, eu peço:
19 — Não deixe nossos amigos continuarem sofrendo por relacionamentos opressivos,
20 sufocantes. De tanto que quebraram a cara no amor, são vitrais. Ponha-os em contato com
21 pessoas que prestam, que possam estabelecer conexões profundas de respeito e admiração.
22 Facilite a intimidade mais do que a atração. Não permita que eles percam a esperança na vida a
23 dois. Não ______ como aconselhá-los depois que se apaixonam pelo perfil errado. Eles não mais
24 nos escutam. Doemos, impotentes, testemunhando que anulam suas identidades para agradar
25 e corresponder .... expectativas insanas da química. Perderão o emprego, a realidade, a razão,
26 o equilíbrio, sustentando a fantasia de quem não os merece.
27 — Afaste de nossa existência virtual os narcisistas. Poupe-nos do trabalho de bloqueá-los
28 após servirmos de cobaias. Já estaremos exaustos e sequelados. Use seu filtro como nosso
29 escudo. Aproxime-nos daqueles que se preocupam com os outros, que ainda postam o pôr de
30 sol ou a lua cheia, que se emocionam com a nudez do mar ou do rio, que ficam na janela,
31 imóveis, olhando a chuva, que recolhem o lixo da rua que não foi jogado por eles, que entendem
32 o valor de uma xícara de café quente e de um cálice de vinho, que passam adiante uma frase de
33 Clarice Lispector ou de Caio Fernando Abreu, que defendem a importância de embrulhar
34 presentes, que esperam ansiosamente o feriado para visitar os pais no interior, que festejam
35 cada móvel que chega em sua casa, que guardam suas moedas num potinho, que organizam o
36 armário inteiro quando adquirem uma peça nova, que dormem agradecendo e acordam rezando
37 por um mundo melhor.
38 — Cuide de nossa saúde mental porque um dia podemos nos cansar de você.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/01/uma-carta-aoalgoritmo-clr6p50dz003201475yj7tmnw.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta a palavra que poderia substituir corretamente o vocábulo “rogo” (l. 09) sem causar alterações significativas ao trecho do texto em que ocorre.
Texto para responder às questões de 1 a 10.
Fones a todo volume prejudicam para sempre sua audição
Uma jovem vai de metrô para o trabalho. Em suas mãos, um celular reproduz sua playlist favorita pelos fones de ouvido. O vagão se enche de gente e ela aumenta o volume para abafar o barulho. Então a música se espalha pelo vagão e retumba em seu ouvido interno, produzindo um dano irreversível que ela não percebe. Essa jovem representa o “ouvinte médio” dos dispositivos de reprodução de música, segundo a análise mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS): uma pessoa acostumada a ouvir música pelos fones de ouvido com um volume entre 75 e 100 decibéis. Esta prática se tornou um problema global de saúde pública, alertam os especialistas, porque um volume a partir dos 80 decibéis é perigoso.
Segundo a OMS, aproximadamente 50% dos jovens (entre 12 e 35 anos) corre o risco de perder audição por seus hábitos de escuta com fones de ouvido: pouco mais de um bilhão de pessoas, principalmente de países desenvolvidos. Além disso, aproximadamente 40% se expõem a ruídos muito altos em locais de entretenimento, como bares e discotecas. A menos que sejam implementadas políticas eficazes de saúde pública, a organização estima que uma de cada dez pessoas sofrerá de perda auditiva incapacitante até o ano 2050, o dobro de agora.
Os sons fortes podem causar surdez ou perda de audição porque danificam células especializadas da cóclea, uma parte muito sensível do ouvido interno. “Cada um de nós nasce com um total de 20.000 a 30.000 células receptoras do som, e com essas temos de viver a vida inteira”, explica Isabel Varela-Nieto, especialista em neurobiologia da audição do Instituto Alberto Sols (CSIC-UAM) e líder de grupo do centro de pesquisa Ciberer, dedicado a doenças raras.
Quanto mais alto estiver o volume e maior for a duração do som, pior será a deterioração. Por isso, os especialistas recomendam limitar tanto a intensidade como o tempo de escuta. “Quem ouve 15 minutos de música a 100 decibéis por um reprodutor pessoal sofre uma exposição semelhante à de um trabalhador industrial que escuta 85 decibéis durante uma jornada de oito horas”, explica o documento da OMS. Em fevereiro, a mesma organização emitiu, juntamente com a União Internacional de Telecomunicações, novas diretrizes para os fabricantes de reprodutores de música, destinadas a proteger os usuários.
“Recomendamos que sejam incorporadas a celulares e dispositivos funções que informem ao usuário sobre os decibéis que ele está escutando e quanto som consumiu no dia e na semana”, explica Shelly Chadha, otorrinolaringologista e responsável pelo programa da OMS para a prevenção de surdez e perda auditiva. (...)
Existe, no entanto, um problema de percepção de risco: os ouvintes de música geralmente não têm noção do perigo. (...) O doutor Luís Lassaletta, chefe do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Universitário La Paz, vive essa realidade: “Quando jovens vêm se consultar, é porque foram a uma discoteca ou a um show e ouvem um apito que vai e vem, não repercute no teste de audiometria”. Esses incidentes isolados e reversíveis dão uma falsa sensação de segurança, mas deveriam ser “um sinal de alarme”, diz Lassaletta. Se essa exposição se repete, costuma ter consequências a longo prazo.
Proteção e prevenção
As análises epidemiológicas são escassas e não encontram fortes correlações entre a perda auditiva em jovens e sua exposição à música alta. Isso porque os sintomas podem demorar para aparecer e porque a perda de audição depende de outros fatores, como a genética. Os especialistas concordam que o risco é real e está aumentando. (...) Há opções para se proteger. Vários especialistas citam a regra 60-60: não ouvir música com fones de ouvido por mais de uma hora em volumes acima de 60% — os reprodutores costumam chegar a 105 decibéis. É fácil seguir essa regra em casa e em lugares tranquilos, mas não em ambientes barulhentos. Nestas situações, Chadha recomenda headphones com cancelamento de ruído. Embora os fones intra-auriculares não sejam intrinsecamente piores para a saúde auditiva do que os que cobrem toda a orelha, eles proporcionam um isolamento acústico menor, e por isso o especialista desaconselha seu uso.
El País. (Adaptado).
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/07/actualida d/1567883413_452359.html
No excerto “Então a música se espalha pelo vagão e retumba em seu ouvido interno, produzindo um dano irreversível que ela não percebe.”, a palavra ‘retumba’ exprime o mesmo sentido que:
Leia atentamente o poema Rosa murcha, de Casimiro de Abreu, para responder às questões de 1 a 5.
Rosa murcha
Esta rosa desbotada
Já tantas vezes beijada,
Pálido emblema de amor;
É uma folha caída
Do livro da minha vida,
Um canto imenso de dor!
Há que tempos! Bem me lembro...
Foi num dia de Novembro:
Deixava a terra natal,
A minha pátria tão cara,
O meu lindo Guanabara,
Em busca de Portugal.
Na hora da despedida
Tão cruel e tão sentida
P’ra quem sai do lar fagueiro;
Duma lágrima orvalhada,
Esta rosa foi-me dada
Ao som dum beijo primeiro.
Deixava a pátria, é verdade,
Ia morrer de saudade
Noutros climas, noutras plagas;
Mas tinha orações ferventes
Duns lábios inda inocentes
Enquanto cortasse as vagas.
E hoje, e hoje, meu Deus?!
— Hei de ir junto aos mausoléus
No fundo dos cemitérios,
E ao baço clarão da lua
Da campa na pedra nua
Interrogar os mistérios!
Carpir o lírio pendido
Pelo vento desabrido...
Da divindade aos arcanos
Dobrando a fronte saudosa,
Chorar a virgem formosa
Morta na flor dos anos!
Era um anjo! Foi pr’o céu
Envolta em místico véu
Nas asas dum querubim;
Já dorme o sono profundo,
E despediu-se do mundo
Pensando talvez em mim!
Oh! esta flor desbotada,
Já tantas vezes beijada,
Que de mistérios não tem!
Em troca do seu perfume
Quanta saudade resume
E quantos prantos também!
A palavra “fagueiro”, presente no verso “P’ra quem sai do lar fagueiro”, pode ser substituída, sem prejuízo semântico, por:
A cidade como mundo, ou o mundo como cidade
Por Fabrício Carpinejar
- Minha infância não foi globalizada. Não havia internet, redes sociais, celular. Eu mal saía do
- meu bairro. Minha experiência pode parecer tacanha ___ nova geração que se desloca para longe
- desde o berço, que fala com gente de qualquer parte, que tem o inglês como um segundo idioma
- básico.
- Mas eu ainda prefiro ter a cidade como meu mundo a ter o mundo como cidade,
- diferentemente de quem nasceu depois dos anos 2000.
- Hoje você tem mais facilidades de adaptação, de comunicação, de locomoção. Só que não
- sossega num lugar fixo. Não tem um lugar sagrado, uma residência definitiva. Não conhece sua
- cidade “como quem examinasse a anatomia de um corpo”, para lembrar verso emblemático de
- Mario Quintana.
- Você é de todos os lugares, e um turista do seu berço natal. Não se apegou ___ atmosfera
- de um parque ou de uma praça. Não treinou a falta. Não gritou “cheguei” abrindo a porta de
- casa. Não sofreu picos de nostal...ia com uma mudança. Não chorou por um amor perdido. Não
- suspirou pela primavera das árvores mudando a cor da calçada e dos passos com suas folhas
- alaranjadas. Não namorou no drive-in da orla, com o sol descendo na tela do Guaíba.
- Troca de endereço com desembara...o, aceita empregos distantes sem crise de consciência,
- realiza intercâmbios com ___ adrenalina do desafio. Suas relações são do momento, para o
- momento, absolutamente circunstanciais. O presente tem a dinâmica de Stories, durando 24h.
- Termina romance apartado da fossa e do medo ... jamais ver a pessoa. O passado não pesa. O
- guarda-roupa mora nas malas.
- Não vou cometer o crime da vaidade e da velhice de dizer que no meu tempo era melhor.
- Balbucio na hora de explicar para a linhagem digital a minha época de formação, até meu
- vocabulário é arcaico.
- Posso garantir que ela era sentimental e exclusivamente presencial. Não se faziam contatos
- na distância. O amor platônico acontecia pelo vizinho ou vizinha, ali na janela paralela do mesmo
- prédio, jamais por alguém de outro país.
- Quando sou obrigado a viajar, eu quero sempre voltar. A saudade é maior do que a
- aventura. Talvez a saudade seja a minha mais fremente aventura.
- Não consigo ficar longe da minha churrasqueira, da minha varanda, da minha biblioteca,
- das minhas plantas, do fardamento das manhãs, da minha cama, dos afetos que frequentam o
- meu lar desde criança. Tenho uma posse...ividade provinciana. Minha alma é incuravelmente
- bairrista.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2023/11/a-cidade-como-mundo-ou-o-mundo-como-cidade – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise as assertivas a seguir a respeito da palavra “natal” (l. 11):
I. Trata-se de um substantivo.
II. A palavra é oxítona quanto à posição da sílaba tônica.
III. Um sinônimo dela seria a palavra “festivo”.
Quais estão corretas?
A cidade como mundo, ou o mundo como cidade
Por Fabrício Carpinejar
- Minha infância não foi globalizada. Não havia internet, redes sociais, celular. Eu mal saía do
- meu bairro. Minha experiência pode parecer tacanha ___ nova geração que se desloca para longe
- desde o berço, que fala com gente de qualquer parte, que tem o inglês como um segundo idioma
- básico.
- Mas eu ainda prefiro ter a cidade como meu mundo a ter o mundo como cidade,
- diferentemente de quem nasceu depois dos anos 2000.
- Hoje você tem mais facilidades de adaptação, de comunicação, de locomoção. Só que não
- sossega num lugar fixo. Não tem um lugar sagrado, uma residência definitiva. Não conhece sua
- cidade “como quem examinasse a anatomia de um corpo”, para lembrar verso emblemático de
- Mario Quintana.
- Você é de todos os lugares, e um turista do seu berço natal. Não se apegou ___ atmosfera
- de um parque ou de uma praça. Não treinou a falta. Não gritou “cheguei” abrindo a porta de
- casa. Não sofreu picos de nostal...ia com uma mudança. Não chorou por um amor perdido. Não
- suspirou pela primavera das árvores mudando a cor da calçada e dos passos com suas folhas
- alaranjadas. Não namorou no drive-in da orla, com o sol descendo na tela do Guaíba.
- Troca de endereço com desembara...o, aceita empregos distantes sem crise de consciência,
- realiza intercâmbios com ___ adrenalina do desafio. Suas relações são do momento, para o
- momento, absolutamente circunstanciais. O presente tem a dinâmica de Stories, durando 24h.
- Termina romance apartado da fossa e do medo ... jamais ver a pessoa. O passado não pesa. O
- guarda-roupa mora nas malas.
- Não vou cometer o crime da vaidade e da velhice de dizer que no meu tempo era melhor.
- Balbucio na hora de explicar para a linhagem digital a minha época de formação, até meu
- vocabulário é arcaico.
- Posso garantir que ela era sentimental e exclusivamente presencial. Não se faziam contatos
- na distância. O amor platônico acontecia pelo vizinho ou vizinha, ali na janela paralela do mesmo
- prédio, jamais por alguém de outro país.
- Quando sou obrigado a viajar, eu quero sempre voltar. A saudade é maior do que a
- aventura. Talvez a saudade seja a minha mais fremente aventura.
- Não consigo ficar longe da minha churrasqueira, da minha varanda, da minha biblioteca,
- das minhas plantas, do fardamento das manhãs, da minha cama, dos afetos que frequentam o
- meu lar desde criança. Tenho uma posse...ividade provinciana. Minha alma é incuravelmente
- bairrista.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2023/11/a-cidade-como-mundo-ou-o-mundo-como-cidade – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta palavra que possa substituir corretamente o vocábulo “locomoção” (l. 07) sem causar alterações significativas ao texto.
Identifique a alternativa que contém um antônimo da palavra destacada no trecho abaixo: "O jornalista realizou uma minuciosa investigação do caso."
Qual das seguintes palavras é um antônimo de "altruísta"?
A rosa e o sapo
A rosa se emocionava quando a elogiavam. No entanto, ela queria que a vissem mais de perto; não entendia por que todos a observavam à distância. Um dia ela percebeu que a seus pés sempre estava um enorme sapo escuro. Ele não tinha nada de bonito, com sua cor opaca e suas manchas feias. Além disso, seus olhos eram bem esbugalhados, assustando a todos. A rosa entendeu que as pessoas não se aproximavam por causa desse animal. Imediatamente, ela ordenou que o sapo fosse embora. Ele não percebia que dava a ela uma imagem negativa? O sapo, muito humilde e obediente, aceitou prontamente. Ele não queria incomodá-la e então foi embora.Alguns dias depois, a rosa começou a se deteriorar. Suas folhas e pétalas começaram a cair. Ninguém queria mais olhar para ela. Perto dela passava um lagarto que a viu chorando. Ele perguntou o que estava errado e ela respondeu que as formigas a estavam matando. Então o lagarto disse o que a rosa já sabia: “Era o sapo que comia as formigas e mantinha a sua beleza “.
Autor desconhecido.
No texto, a palavra "emocionava" poderia ser substituída pelo sinônimo?
Leia o texto e responda às questões de 01 a 05.
A raposa e as uvas
Numa manhã de outono, enquanto uma raposa descansava debaixo de uma plantação de uvas, viu alguns ramos de uva bonitas e maduras, diante dos seus olhos. Com desejo de comer algo refrescante e diferente do que estava acostumada, a raposa se levantou, ergueu as patas para pegar e comer as uvas. O que a raposa não sabia era que os ramos das uvas estavam muito mais altos do que ela imaginava. Então, buscou um meio de alcançá-los. Pulou, pulou, mas seus dedos não conseguiam nem tocá-los. Havia muitas uvas, mas a raposa não podia alcançá-las. Voltou a correr e a saltar outra vez, mas o salto foi curto. Ainda assim a raposa não se deu por vencida. Novamente correu e saltou, e nada. As uvas pareciam estar cada vez mais distantes e mais altas. Cansada pelo esforço e se sentindo impossibilitada de conseguir alcançar as uvas, a raposa se convenceu de que era inútil repetir a tentativa. As uvas estavam muito altas e a raposa sentiu-se muito frustrada. Esgotada e resignada, a raposa decidiu desistir das uvas. Quando a raposa estava quase retornando para o bosque se deu conta que um pássaro que voava por ali, tinha observado toda a cena e se sentiu envergonhada. Acreditando ter feito um papel ridículo para conseguir alcançar as uvas, a raposa se dirigiu ao pássaro e disse: - Eu teria conseguido alcançar as uvas se elas estivessem maduras. Eu me enganei no começo, pensando que estavam maduras, mas quando me dei conta que ainda estavam verdes, desisti de alcançá-las. As uvas verdes não são um bom alimento para um paladar tão refinado como o meu. E foi assim que a raposa seguiu o seu caminho, tentando se convencer de que não foi por falta de esforço que ela não tinha conseguido comer aquelas uvas deliciosas. E sim porque estavam verdes.
Esopo
A palavra "cansada" no trecho "Cansada pelo esforço" é um sinônimo de qual outra palavra no mesmo contexto?
Municípios gaúchos com nomes curiosos
Por Gustavo Chagas e Pedro Alt
- No Rio Grande do Sul, diversos municípios são conhecidos pelos nomes curiosos, como,
- por exemplo, Anta Gorda, Não-Me-Toque e Chuvisca. As origens desses nomes são bastante
- diferentes e curiosas, e abaixo apresentamos alguns deles.
- • Não-Me-Toque: existem duas hipóteses, uma delas é a presença de uma planta abundante na
- região, a “sucará”, chamada também de não-me-toques, justamente por causa dos espinhos.
- A outra possibilidade é a existência de uma fazenda batizada de Não-Me-Toque, registrada no
- cartório desde 1885.
- • Anta Gorda: a prefeitura diz que, quando o Vale do Taquari foi colonizado, uma anta de grandes
- proporções foi abatida por moradores no território do município. Admirados com o tamanho
- do animal, os desbravadores passaram a indicar o local como “lá onde mataram a anta gorda”.
- • Butiá: um pé de butiá, comum da região carbonífera, deu origem ao nome do município. De
- acordo com a prefeitura, uma árvore isolada, que ficava próxima a uma estância da localidade,
- acabou se tornando ponto de referência e local para descanso de carreteiros que passavam
- pela região.
- • Chuvisca: segundo a prefeitura, a origem do nome se deve a uma área no município em que
- ocorria uma garoa permanente. Localizado próximo a dois arroios, o fenômeno, que era
- popularmente chamado de “chuvisca”, é característico do município.
- • Palmitinho: os primeiros colonizadores da região plantaram seis palmeiras em frente ao
- primeiro oratório da cidade. A espécie plantada na praça era a de palmitos, o que deu origem
- ao nome do município.
(Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/04/25/nao-me-toque-anta-gorda-travesseiro-descubra-a-origem-dos-nomes-diferentes-de-cidades-do-rs.ghtml#formigueiro – texto adaptado especialmente para esta prova).
O par correto de sinônimos é:
A galinha dos ovos de ouro
- Era uma vez um fazendeiro que tinha uma galinha . Um dia ele percebeu que a galinha
- havia botado um ovo de ouro! Ele então pegou o ovo e foi logo mostrar para a esposa:
- — Olha só! Ficaremos ricos!
- Assim, foi até a cidade e vendeu o ovo por um bom valor.
- No dia seguinte, foi ao galinheiro e viu que a galinha tinha botado outro ovo de ouro, que
- ele também vendeu.
- A partir de então, todos os dias o fazendeiro ganhava um ovo de ouro de sua galinha. Ele
- ficava cada vez mais rico e ganancioso.
- Certo dia teve uma ideia e disse:
- — O que será que tem dentro dessa galinha? Se ela bota ovos de ouro, então deve ter um
- tesouro dentro dela!
- E então matou a galinha e viu que no seu interior não havia tesouro nenhum. Ela era igual
- a todas as outras. Assim, o rico fazendeiro perdeu sua galinha dos ovos de ouro.
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
A palavra “percebeu” (l. 01) poderia ser substituída, sem alterar o sentido do texto, por:
A galinha dos ovos de ouro
- Era uma vez um fazendeiro que tinha uma galinha . Um dia ele percebeu que a galinha
- havia botado um ovo de ouro! Ele então pegou o ovo e foi logo mostrar para a esposa:
- — Olha só! Ficaremos ricos!
- Assim, foi até a cidade e vendeu o ovo por um bom valor.
- No dia seguinte, foi ao galinheiro e viu que a galinha tinha botado outro ovo de ouro, que
- ele também vendeu.
- A partir de então, todos os dias o fazendeiro ganhava um ovo de ouro de sua galinha. Ele
- ficava cada vez mais rico e ganancioso.
- Certo dia teve uma ideia e disse:
- — O que será que tem dentro dessa galinha? Se ela bota ovos de ouro, então deve ter um
- tesouro dentro dela!
- E então matou a galinha e viu que no seu interior não havia tesouro nenhum. Ela era igual
- a todas as outras. Assim, o rico fazendeiro perdeu sua galinha dos ovos de ouro.
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta um sinônimo (palavra de sentido semelhante) da palavra “igual” (l. 12).
A galinha dos ovos de ouro
- Era uma vez um fazendeiro que tinha uma galinha . Um dia ele percebeu que a galinha
- havia botado um ovo de ouro! Ele então pegou o ovo e foi logo mostrar para a esposa:
- — Olha só! Ficaremos ricos!
- Assim, foi até a cidade e vendeu o ovo por um bom valor.
- No dia seguinte, foi ao galinheiro e viu que a galinha tinha botado outro ovo de ouro, que
- ele também vendeu.
- A partir de então, todos os dias o fazendeiro ganhava um ovo de ouro de sua galinha. Ele
- ficava cada vez mais rico e ganancioso.
- Certo dia teve uma ideia e disse:
- — O que será que tem dentro dessa galinha? Se ela bota ovos de ouro, então deve ter um
- tesouro dentro dela!
- E então matou a galinha e viu que no seu interior não havia tesouro nenhum. Ela era igual
- a todas as outras. Assim, o rico fazendeiro perdeu sua galinha dos ovos de ouro.
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta o antônimo (palavra de sentido contrário) da palavra “bom” (l. 04).
Maioria dos CEOs considera prioritário investimento em inteligência artificial, revela pesquisa
01 Pesquisa com mais de 1.300 CEOs pelo mundo mostra que a grande maioria deles (72%)
02 considera que o investimento em inteligência artificial (IA) é prioritário, mas 81% temem
03 problemas éticos e com a falta de regulação sobre o uso da tecnologia. Os dados são do relatório
04 “CEO Outlook 2023”, da consultoria KPGM.
05 O levantamento também mostra que 90% dos CEOs consideram premiar funcionários que
06 optarem por trabalhar presencialmente, dando tarefas melhores, aumentos e promoções.
07 Segundo a KMPG, 62% dos executivos gostariam que o modelo presencial fosse adotado nos
08 próximos três anos. É uma grande mudança em relação a 2022, quando apenas 34% queriam
09 isso (então a expectativa neste ano quase dobrou). Para 34% dos CEOS, os funcionários devem
10 ficar no modelo híbrido e somente 4% defendem o trabalho de forma totalmente remota.
11 A pesquisa aponta para as mudanças que a difu...ão de inteligência artificial (IA)
12 generativa pode ter nos ambientes de trabalho. Entre eles, 81% dos CEOs ouvidos expressaram
13 preocupação sobre como a falta de regulação da IA pode impedir o sucesso de suas empresas.
14 Eles citam também problemas éticos e de custo como preocupações para o uso de IA. Mas 77%
15 dizem que o grau de regulação de IA deveria emular aquele utilizado para compromissos
16 climáticos.
17 “CEOs estão cada vez mais con...ientes dos riscos éticos e da evolução rápida das
18 regulações ligados à IA generativa. Muitos estão tomando atitudes proativas para enfrentar esses
19 pontos”, afirma Steve Chase, vice-presidente de IA e Inovação Digital da KPMG, em trecho do
20 relatório.
21 Do total, 72% dos CEOs dizem que o investimento nesse tipo de tecnologia é prioritário,
22 apesar de incertezas econômicas. A maioria aponta ainda que está investindo mais na compra
23 de novas tecnologias (57%) do que no desenvolvimento de habilidades e capacitação de pessoal
24 (43%). Quando questionados sobre as vanta...ens da implementação de IA em suas
25 organizações, os CEOs citam o aumento de lucro, oportunidades de crescimento e de criação de
26 novos produtos como alguns dos principais ganhos.
(Disponível em: https://exame.com/inteligencia-artificial/maioria-dos-ceos-considera-prioritario-investimento-em-inteligencia-artificial-revela-pesquisa/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta palavra de sentido semelhante a “pesquisa” (l. 11).
Texto CG1A1
Uma pesquisa feita na Universidade Federal Fluminense (UFF) gerou um método para detecção de notícias falsas, as chamadas fake news, nas redes sociais, com o uso de inteligência artificial (IA). A técnica é fruto de um estudo do engenheiro de telecomunicações Nicollas Rodrigues, em sua dissertação de mestrado pela universidade.
O estudante e seu orientador, Diogo Mattos, professor do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Redes de Nova Geração da UFF, desenvolveram uma ferramenta de IA capaz de diferenciar fatos de notícias falsas, a partir da análise de palavras e estruturas textuais, com precisão de 94%.
Isso significa que, a cada 100 notícias analisadas, a ferramenta conseguiu acertar se era fato ou boato em 94 situações. No total, foram analisadas mais de 30mil mensagens publicadas em uma rede social na Internet.
“Testamos três metodologias e duas tiveram sucesso maior. A gente indica, no final dos resultados, a possibilidade de utilizar ambas em conjunto, de forma complementar”, explica Rodrigues.
A primeira metodologia consistiu em abastecer um algoritmo com notícias verdadeiras e depois treinar o algoritmo para reconhecer essas notícias. Aquelas que não se encaixavam no perfil aprendido eram classificadas como fake news.
A outra abordagem é semelhante à primeira no que se refere a análise textual, mas, no lugar do algoritmo, foi utilizada metodologia estatística que analisa a frequência com que determinadas palavras e combinações de palavras aparecem nas fake news.
Os resultados do trabalho podem-se transformar em ferramentas uteis para o usuário da Internet identificar noticias que apresentam indícios de fake news e, assim, ter cautela maior com aquela informação.
“Pode-se transformar a ferramenta em um plugin [ferramenta que apresenta recursos adicionais ao programa principal] compatível com algumas redes sociais. E, a partir do momento em que você usa a rede social, o plugin vai poder indicar não que a notícia ¢ falsa, de maneira assertiva, mas que ela pode ser falsa, de acordo com alguns parâmetros, como erros de português. Também existe a possibilidade de fazer uma aplicação na própria Web, onde você cola o texto da notícia e essa aplicação vai te dizer se aquilo se assemelha ou não a uma notícia falsa”, explica Rodrigues.
Internet: <wwwcartacapital.combr> (com adaptações)
A correção gramatical e o sentido do segundo parágrafo do texto CG1A1 seriam mantidos se o verbo “diferenciar” fosse substituído por
Correlacione as colunas abaixo de acordo com seus respectivos parônimos:
A sequência correta obtida no sentido de cima para baixo é
O Alpinista de cancela
Por Fabrício Carpinejar
- Existem os alpinistas das cancelas do shopping. Os que praticam rapel na hora de mostrar
- o comprovante de pagamento. Vou explicar. Já testemunhei infindáveis casos.
- Na saída do estacionamento, no momento de encostar o tíquete no visor eletrônico, o
- motorista faz a proeza de parar o carro longe do token. Falta braço. É um goleiro de braço curto.
- Começa o constran....imento público, absolutamente evitável. Ele fica encalacrado no
- quase. Estica-se todo pela janela aberta, sem conseguir a validação. É possível escutar, mesmo
- à distância, os seus ossos estalarem em forçado alongamento.
- Com o fracasso, com o engarrafamento aumentando atrás de si, com o medo da buzinada
- contagiosa dos colegas de ocasião, ele é tomado pela pressa, pela ansiedade, e se lança para
- uma missão impossível: tirar o cinto e abrir a porta do carro.
- Só que tampouco quer ter o trabalho de apagar o veículo e andar, recusa-se a empreender
- a tarefa calmamente do lado de fora. Não aceita desligar o motor. Não admite desistências.
- Então, vira um Minotauro: metade gente, metade touro. Mantém incrivelmente o pé no
- pedal do freio e pisa no chão com o outro, jogando o seu corpo para frente, escalando o topo da
- montanha da cancela, tentando inutilmente levantar o código de barras do cartão para liberar o
- acesso.
- Não é que seja um péssimo motorista, não é que não goste de bali....as. É a crença afoita
- de que passará pela cancela, não precisará estacionar na cancela como se fosse uma vaga
- provisória. Ele executa uma decisão equivocada, intuitiva. Pensa que será uma transição rápida,
- e não capricha. Encalha na passagem.
- Nem sempre tem um fiscal por perto para acudir. Nem sempre ocorre a leitura automática
- da placa por câmera. Além da coreografia cômica, não há como o espectador da confusão não
- temer um desastre.
- A cena ilustra nossa resistência ao recuo. Temos uma noção de que recuar é covardia, é
- ausência de convic....ão, é derrota moral, e realizamos parvoíces em nossa vida. Avançamos
- mesmo estando errados, e apenas acentuamos nossa conduta desfavorável.
- Um grande erro já foi ínfimo antes. O exaustivo adiamento até a reparação é que o torna
- irreversível. O perigo mora nos detalhes. Retroceda no ato. Desculpe-se enquanto age.
(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/04/os-alpinistas-das-cancelas-do-shopping-praticam-rapel-no-momento-de-encostar-o-tiquete-no-visor – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise as assertivas a seguir a respeito da palavra “encalacrado”, utilizada no texto:
I. Trata-se de um adjetivo.
II. A palavra não varia em gênero e número.
III. Pode-se usá-la para se referir a alguém que se meteu em situação difícil.
Quais estão corretas?