Questões de Português - Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos. para Concurso

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Q2055103 Português
Para responder a essa questão, assinale APENAS UMA ÚNICA alternativa correta e marque o número correspondente na Folha de Respostas.  

A FÊMEA DO CUPIM

    Tenho um amigo, cujo filho pretendeu entrar para a diplomacia. Não que tivesse vocação para a carreira, a vocação dele era para o turismo, mas como quem é pobre a maneira mais fácil de arranjar viagem é fazer-se diplomata, candidatou-se ao curso do Instituto Rio Branco. Foi reprovado em português no vestibular. Os leitores hão de imaginar que ele redigia mal, ou que havia na banca um funcionário do DASP que lhe tivesse perguntado, por exemplo, o presente do indicativo do verbo “precaver”. Foi pior do que isto: um dos examinadores saiu-se com esta questão absolutamente inesperada para um candidato a diplomata: qual o nome da fêmea do cupim? O rapaz embatucou e o mais engraçado é que ignora até hoje. Inquiriu todo mundo, ninguém sabia.
     Eu também não sabia, mas tomei o negócio a peito. Saí indagando dos mais doutos. O dicionarista Aurélio decerto saberia. Pois não sabia. O filólogo Nascentes levou a mal a minha curiosidade e respondeu aborrecido que o nome da fêmea do cupim só podia interessar... ao cupim! Uma minha amiga professora, sabidíssima em femininos e plurais esquisitos, foi mais severa e me perguntou se eu estava ficando gagá e dando para obsceno!
    (...)
    Isto, pensei comigo, é problema que só poderá ser resolvido por algum decifrador de palavras cruzadas, gente que sabe que o ferrinho onde se reúnem as varetas do guarda-chuva se chama “noete”, que o pato “grasna’, o tordo “trucila”, a garça “gazeia”, e outras coisas assim. Telefonei para minha amiga Jeni, cruzadista exímia. “Jeni, me salve! Como se chama a fêmea do cupim?” E ela, do outro lado do fio: “Arará”.
     Fui verificar nos dicionários. Dos que eu tenho em casa só um trazia a preciosa informação: “Arará”, s. m. (Bras.) Ave aquática do Rio Grande do Sul; fêmea alada do cupim.”
    Mestre Aurélio, a fêmea do cupim se chama “arará”, está no meu, no teu, no nosso dicionário - Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa!

Manuel Bandeira
Assinale a alternativa em que a palavra destacada NÃO se escreve de acordo com o significado expresso pelo contexto geral da frase.
Alternativas
Q2055094 Português
Para responder a essa questão, assinale APENAS UMA ÚNICA alternativa correta e marque o número correspondente na Folha de Respostas.  

A FÊMEA DO CUPIM

    Tenho um amigo, cujo filho pretendeu entrar para a diplomacia. Não que tivesse vocação para a carreira, a vocação dele era para o turismo, mas como quem é pobre a maneira mais fácil de arranjar viagem é fazer-se diplomata, candidatou-se ao curso do Instituto Rio Branco. Foi reprovado em português no vestibular. Os leitores hão de imaginar que ele redigia mal, ou que havia na banca um funcionário do DASP que lhe tivesse perguntado, por exemplo, o presente do indicativo do verbo “precaver”. Foi pior do que isto: um dos examinadores saiu-se com esta questão absolutamente inesperada para um candidato a diplomata: qual o nome da fêmea do cupim? O rapaz embatucou e o mais engraçado é que ignora até hoje. Inquiriu todo mundo, ninguém sabia.
     Eu também não sabia, mas tomei o negócio a peito. Saí indagando dos mais doutos. O dicionarista Aurélio decerto saberia. Pois não sabia. O filólogo Nascentes levou a mal a minha curiosidade e respondeu aborrecido que o nome da fêmea do cupim só podia interessar... ao cupim! Uma minha amiga professora, sabidíssima em femininos e plurais esquisitos, foi mais severa e me perguntou se eu estava ficando gagá e dando para obsceno!
    (...)
    Isto, pensei comigo, é problema que só poderá ser resolvido por algum decifrador de palavras cruzadas, gente que sabe que o ferrinho onde se reúnem as varetas do guarda-chuva se chama “noete”, que o pato “grasna’, o tordo “trucila”, a garça “gazeia”, e outras coisas assim. Telefonei para minha amiga Jeni, cruzadista exímia. “Jeni, me salve! Como se chama a fêmea do cupim?” E ela, do outro lado do fio: “Arará”.
     Fui verificar nos dicionários. Dos que eu tenho em casa só um trazia a preciosa informação: “Arará”, s. m. (Bras.) Ave aquática do Rio Grande do Sul; fêmea alada do cupim.”
    Mestre Aurélio, a fêmea do cupim se chama “arará”, está no meu, no teu, no nosso dicionário - Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa!

Manuel Bandeira
Em todas alternativas a palavra destacada está corretamente interpretada, de acordo com o seu sentido no texto, EXCETO em:
Alternativas
Q2054063 Português

                 

                                 

Julgue o item, que consistem em propostas de reescrita para trechos destacados do texto, no que diz respeito à correção gramatical e à manutenção das ideias do texto.


“remanescente” (linha 41) por sobejante 

Alternativas
Q2054003 Português
Para responder a questão, considere o excerto transcrito abaixo.

Esquecemos que a tecnologia é o nosso espelho e que, por isso, ela incorpora, implicitamente, nossos preconceitos, impulsos e valores. Eles estão exteriorizados em máquinas, sobretudo naquelas que são utilizadas para aperfeiçoar as burocracias. A tecnologia é uma expressão do que somos. Temos de aprender a lidar com essa expressão quando a encontramos nas sociedades. A tecnologia segue uma marcha inexorável na história. Mas nossas atitudes em relação a ela não precisam ser tão ingênuas a ponto de não percebermos como seus fabricantes embutem seus valores nas máquinas e inibem as discussões sobre o modo como elas são utilizadas.
Sem prejuízo do sentido, o elemento linguístico destacado pode ser substituído por 
Alternativas
Q2053476 Português
A Volta

   Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação – a mesma do seu tempo, não mudou nada – e respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem mais cheiro de carvão, porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes brancos, as rugas e o corpo encurvado pela idade, não mudou nada.
     O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé, guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A prefeitura. Até o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo.
    — Você não tinha um cachorro?
    — O Cusca? Morreu, ih, faz vinte anos.
   O homem sabe que subindo a Rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a Rua Quinze. O cinema ainda existe. Mas mudou de nome. Agora é o Rex. Do lado tem uma confeitaria. Ah, os doces da infância... Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o balcão de fórmica, tudo igual. Ou muito se engana ou o dono ainda é o mesmo.
    — Seu Adolfo, certo?
    — Lupércio.
   — Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de uma farmácia.
    — Qual delas, a Progresso, a Tem Tudo ou a Moderna?
    — Qual é a mais antiga?
    — A Moderna.
    — Então é essa.
    — Fica na Rua Voluntários da Pátria.
   Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá intacta. Ele sente vontade de chorar. A cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas. Mas não havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu na porta. A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar. Seria...
    — Titia?
    — Puluca!
    — Bem, meu nome é...
    — Todos chamavam você de Puluca. Entre.
  Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por parentes de que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera matar a saudade. A tia parecia intrigada.
     — Riachinho, Puluca?
     — É, por quê?
     — Você vai para Riachinho?
     Ele não entendeu.
     — Eu estou em Riachinho.
    — Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis.
     — Então eu desci na estação errada!
     Durante alguns minutos os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha pergunta:
     — Como é mesmo o seu nome?
    Mas ele estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a estação, naquela cidade estranha.

(Luís Fernando Veríssimo. A mulher do Silva. Porto Alegre. L&PM).

Considere o trecho a seguir:
A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar.
Assinale a alternativa que contém o antônimo da palavra em destaque.
Alternativas
Respostas
2996: C
2997: D
2998: C
2999: B
3000: B