Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café – e vinha o inferno de tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia farmácia perto para ela consultar.
Outro inferno de dificuldade era quando a menina achava Pedrina e Petronilha magras debaixo das penas arrepiadas, apesar de comerem o dia inteiro. A menina não entendera que engordá-las seria apressar-lhes um destino na mesa. E recomeçava o trabalho mais difícil: o de abrir-lhes o bico. A menina tornou-se grande conhecedora intuitiva de galinhas naquele imenso quintal das Minas Gerais. E quando cresceu ficou surpresa ao saber que na gíria o termo galinha tinha outra acepção. Sem notar a seriedade cômica que a coisa toda tomava:
Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não consegue!
Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente, bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora Petronilha. Sua tia informou-lhe:
– Nós comemos Petronilha.
A menina era criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não corresponde ao amor que se lhe dá e, no entanto, a menina continuava a amá-la sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então, ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe percebeu tudo e explicou-lhe:
– Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente, estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos Petronilha dentro de nós. É uma pena.
Pedrina, secretamente a preferida da menina, morreu de morte morrida mesmo, pois sempre fora um ente frágil. A menina, ao ver Pedrina tremendo num quintal ardente de sol, embrulhou-a num pano escuro e depois de bem embrulhadinha botou-a em cima daqueles grandes fogões de tijolos das fazendas das minas-gerais. Todos lhe avisaram que estava apressando a morte de Pedrina, mas a menina era obstinada e pôs mesmo Pedrina toda enrolada em cima dos tijolos quentes. Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido.
Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina.
O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a menina não apenas soube como achou que era o destino fatal de quem nascia galinha. As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo. Uma galinha é sozinha no mundo.
Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue. Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.
Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café – e vinha o inferno de tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia farmácia perto para ela consultar.
Outro inferno de dificuldade era quando a menina achava Pedrina e Petronilha magras debaixo das penas arrepiadas, apesar de comerem o dia inteiro. A menina não entendera que engordá-las seria apressar-lhes um destino na mesa. E recomeçava o trabalho mais difícil: o de abrir-lhes o bico. A menina tornou-se grande conhecedora intuitiva de galinhas naquele imenso quintal das Minas Gerais. E quando cresceu ficou surpresa ao saber que na gíria o termo galinha tinha outra acepção. Sem notar a seriedade cômica que a coisa toda tomava:
Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não consegue!
Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente, bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora Petronilha. Sua tia informou-lhe:
– Nós comemos Petronilha.
A menina era criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não corresponde ao amor que se lhe dá e, no entanto, a menina continuava a amá-la sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então, ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe percebeu tudo e explicou-lhe:
– Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente, estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos Petronilha dentro de nós. É uma pena.
Pedrina, secretamente a preferida da menina, morreu de morte morrida mesmo, pois sempre fora um ente frágil. A menina, ao ver Pedrina tremendo num quintal ardente de sol, embrulhou-a num pano escuro e depois de bem embrulhadinha botou-a em cima daqueles grandes fogões de tijolos das fazendas das minas-gerais. Todos lhe avisaram que estava apressando a morte de Pedrina, mas a menina era obstinada e pôs mesmo Pedrina toda enrolada em cima dos tijolos quentes. Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido.
Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina.
O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a menina não apenas soube como achou que era o destino fatal de quem nascia galinha. As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo. Uma galinha é sozinha no mundo.
Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue. Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.
Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café – e vinha o inferno de tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia farmácia perto para ela consultar.
Outro inferno de dificuldade era quando a menina achava Pedrina e Petronilha magras debaixo das penas arrepiadas, apesar de comerem o dia inteiro. A menina não entendera que engordá-las seria apressar-lhes um destino na mesa. E recomeçava o trabalho mais difícil: o de abrir-lhes o bico. A menina tornou-se grande conhecedora intuitiva de galinhas naquele imenso quintal das Minas Gerais. E quando cresceu ficou surpresa ao saber que na gíria o termo galinha tinha outra acepção. Sem notar a seriedade cômica que a coisa toda tomava:
Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não consegue!
Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente, bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora Petronilha. Sua tia informou-lhe:
– Nós comemos Petronilha.
A menina era criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não corresponde ao amor que se lhe dá e, no entanto, a menina continuava a amá-la sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então, ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe percebeu tudo e explicou-lhe:
– Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente, estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos Petronilha dentro de nós. É uma pena.
Pedrina, secretamente a preferida da menina, morreu de morte morrida mesmo, pois sempre fora um ente frágil. A menina, ao ver Pedrina tremendo num quintal ardente de sol, embrulhou-a num pano escuro e depois de bem embrulhadinha botou-a em cima daqueles grandes fogões de tijolos das fazendas das minas-gerais. Todos lhe avisaram que estava apressando a morte de Pedrina, mas a menina era obstinada e pôs mesmo Pedrina toda enrolada em cima dos tijolos quentes. Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido.
Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina.
O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a menina não apenas soube como achou que era o destino fatal de quem nascia galinha. As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo. Uma galinha é sozinha no mundo.
Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue. Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.
Internet:<www.g1.globo.com>
Com relação a aspectos gerais do texto, julgue o item.
No nono parágrafo, “crônica” (linha 40) equivale a
“permanente”, opondo‑se à palavra “aguda”.
Leia o texto a seguir:
Mulheres pretas ou pardas gastam mais tempo em tarefas domésticas, participam menos do mercado de trabalho e são mais afetadas pela pobreza
O conhecimento de mundo necessário para a apreensão do sentido do verbo “estar” nas frases abaixo está indicado ao final de cada frase; assinale a frase em que o conhecimento apontado não está adequado à situação da frase.
Assinale a afirmação correta sobre a estruturação ou a significação desse pequeno texto.
Em relação à significação das palavras, preencha corretamente as lacunas a seguir.
No parágrafo “O truque da falácia do 'homem de palha' está em se bater num suposto argumento fraco, deixando de lado a complexidade do argumento realmente dito que, em geral, não seria fácil de refutar.”, a palavra sublinhada significa _____________. Todavia, em outros contextos, pode ser empregada no sentido de _____________. A esse fenômeno linguístico dá-se o nome de _____________.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é:
Considerando-se o contexto em “Devir Espantalho”, associe corretamente as palavras aos seus respectivos significados.
PALAVRAS
1 - Embusteiro
2 - Espectral
3 - Falácia
4 - Refutar
SIGNIFICADOS
( ) discurso falso que se tenta passar por verdadeiro e é capaz de enganar.
( ) relativo ou semelhante à aparição ou a um fantasma.
( ) impostor que se utiliza de mentiras ardilosas com o intuito de enganar.
( ) derruba as afirmações alheias usando alegações irrecusáveis.
A sequência correta dessa associação é:
Por que cada vez mais sul-coreanas optam por não ter filhos
Por que cada vez mais sul-coreanas optam por não ter filhos Dados mostram queda na natalidade no país, chegando ao seu mínimo histórico. Mulheres culpam pressão social por serem as únicas responsáveis pelos cuidados com os filhos e os desafios de conciliar família e carreira. Quando ela era mais jovem, Hyobin Lee tinha o desejo de ser mãe. Mas, chegou a um ponto em que teve que tomar uma difícil decisão – e acabou optando por sua carreira em vez de uma família. Agora, é uma acadêmica de sucesso na cidade sul-coreana de Daejeon.
Lee, de 44 anos, é apenas uma entre milhões de mulheres sul-coreanas que decidiram conscientemente não ter filhos – levando a taxa de natalidade do país para um novo mínimo histórico.
A taxa de natalidade – o número médio de nascimentos por mulher – diminuiu para 0,72 no ano passado, de acordo com estatísticas preliminares divulgadas pelo governo da Coreia do Sul nesta semana. O número é abaixo dos 0,78 do ano anterior e dá seguimento a um declínio anual gradual desde 2015.
O índice está bem abaixo das 2,1 crianças necessárias para manter a população do país. Com apenas 230 mil nascimentos no ano passado, os números sugerem que a população pode cair para cerca de 26 milhões até 2100 na Coreia do Sul – metade da atual.
“Quando era jovem, sonhava em ter um filho que se parecesse comigo”, conta Lee à DW. “Eu queria brincar com ele, que lêssemos juntos e gostaria de lhe mostrar muito do mundo. Mas percebi que a realidade não é tão simples.”
“Escolhi não ter filhos por causa da minha carreira”, diz. “Ter e criar um filho causaria problemas para minha carreira e temo que ficaria ressentida com a criança por esse motivo. E, como consequência, tanto a criança quanto eu ficaríamos infelizes”, analisa.
Uma carreira de sucesso na sociedade coreana dominada por homens é uma das razões pelas quais muitas mulheres optam por não ter filhos. Mas há muitas outras, salienta Lee.
“As questões econômicas desempenham um papel significativo e, apesar de várias políticas de nascimento concebidas para apoiar as mulheres, elas não funcionam como o planejado”, destaca.
A licença parental, por exemplo, por lei, está disponível tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, é esmagadoramente utilizada apenas pelas mulheres.
Somente 1,3% dos homens sul-coreanos utilizam o direito à licença parental, em comparação com uma média de 43,4% nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
As empresas coreanas são relutantes em contratar mulheres jovens, pois temem investir na formação de um novo membro para a equipe que poderia deixar o cargo depois de engravidar e, quem sabe, se concentrar em tempo integral à maternidade em vez de regressar ao mercado de trabalho.
“Na Coreia, ainda existe uma cultura predominante de que ter filhos e todos os aspectos do cuidado deles são responsabilidade exclusiva das mulheres”, acrescenta Lee. “O desafio de gerir simultaneamente o nascimento e o cuidado dos filhos é tão assustador que muitas mulheres optam por não ter filhos. Isto também vale para mim”.
Jungmin Kwon, professora associada da Universidade Estadual de Portland, no Oregon (EUA), especialista em cultura popular do Leste Asiático, concorda que as pressões da sociedade sul-coreana podem ser sufocantes.
“De acordo com muitos estudos, fatores significativos incluem o custo e o esforço envolvido no cuidado infantil”, diz.
“A Coreia é famosa pelo seu extenso mercado de educação privada e é difícil ir contra uma atmosfera na qual se assume como certo que os pais gastarão muito dinheiro em vários programas de educação privada desde muito cedo, a fim de que seus filhos possam competir com outras crianças”.
“Mais importante ainda, na atual cultura patriarcal, onde se espera que as mulheres suportem a maior parte da energia mental e física necessária para criar os filhos, o nascimento e o cuidado dos filhos são escolhas desafiadoras para as mulheres”, destaca Kwon, salientando que as estatísticas mostram que as mulheres ainda fazem cinco vezes mais tarefas domésticas e de cuidado com os filhos do que os homens.
“Numa situação em que o respeito e a consideração pelas mulheres que trabalham em toda a sociedade ainda não se enraizaram, gerir bem a casa e a carreira é uma tarefa desafiadora e estressante para as mulheres.”
E a consequência disso, salienta ela, é que, à medida que os níveis de educação de gênero se tornam mais igualitários e as mulheres têm mais recursos econômicos e escolhas na profissão do que no passado, elas estão descobrindo muitas formas de viver sem depender dos homens.
“Muitas mulheres não querem restringir suas vidas e escolhem não só não ter filhos, como também não se casar”, explica Kwon.
Os esforços agressivos dos recentes governos sul-coreanos para aumentar a taxa de natalidade – incluindo benefícios adicionais para famílias com vários filhos e apoio a famílias monoparentais – claramente não conseguiram virar a maré, salienta Lee, e ainda tiveram a consequência imprevista de alimentar o ressentimento entre os homens.
“Eles sentem-se preteridos por terem de cumprir o serviço militar obrigatório e argumentam que não existe uma regra equivalente para as mulheres, que ainda se beneficiam de inúmeras políticas de apoio”, comenta.
Foi esse filão que garantiu, em parte, a vitória de Yoon Suk Yeol nas eleições presidenciais de maio de 2022, depois de ele prometer abolir o Ministério da Igualdade de Gênero e Família.
Tanto Lee como Kwon são pessimistas quanto à possibilidade de superar a crise populacional da Coreia do Sul. Para Lee, as mulheres jovens parecem não ter interesse em responder às necessidades do país.
“Há uma crença generalizada de que as questões das taxas de natalidade e da pressão social não são da conta delas”, diz. “O individualismo predominante da geração mais jovem significa que é pouco provável que as pressões sociais ajudem a melhorar as taxas de natalidade”, destaca.
“As mulheres jovens de hoje têm perspectivas diferentes sobre família, casamento, nascimento, comunidade e Estado- -nação do que as das gerações anteriores”, explica. “Elas estão menos aprisionadas pelas ‘obrigações de ser mulher’ impostas pelos Estados, sociedades e famílias patriarcais.”
“Atualmente não é viável que as estruturas patriarcais mudem da noite para o dia e, consequentemente, também é pessimista pensar que as mulheres terão filhos para aumentar a taxa de natalidade na Coreia”, conclui a professora.
(Disponível em: www.catracalivre.com.br/saude-bem-estar/medicamento-reduzir-gordura-figado/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
(Disponível em: www.catracalivre.com.br/saude-bem-estar/medicamento-reduzir-gordura-figado/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Leia o texto a seguir:
SP: Ubatuba decreta estado de emergência após temporais e queda de ponte
Ao menos cinco bairros ficaram isolados devido ao transbordamento de rios, segundo o governo do Estado
A prefeitura de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, emitiu um decreto na sexta-feira, 8, determinando situação de emergência após a cidade ser afetada por fortes chuvas nos últimos dias. Entre a última quarta-feira, 6, e sexta, 8, o município registrou um acumulado de chuva de 380 mm, 22% a mais do que a média prevista para o mês de março.
Ao menos cinco bairros ficaram isolados devido ao transbordamento de rios, segundo o governo do estado. No bairro Folha Seca, a ponte que garantia acesso ao local foi levada pela correnteza. Por conta dos estragos, o governo estadual anunciou o envio de ajuda humanitária ao município. Um helicóptero da Polícia Militar irá ajudar a levar insumos às regiões afetadas.
Conforme a prefeitura da cidade, o elevado volume de chuva "ocasionou danos materiais e ambientais, além de prejuízos sociais e econômicos". A ponte que liga a rodovia SP-55 à comunidade Folhas Secas foi destruída entre a quinta-feira, 7, e a sexta, deixando ilhados moradores da região.
Foram registrados, além disso, deslizamentos de terras na
rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), que permanecia com trechos
de interdição até esta sexta, e quedas de árvores na estrada
do Monte Valério, de acordo com informações divulgadas pela
Defesa Civil.
Fonte: https://odia.ig.com.br/brasil/2024/03/6806731-sp-ubatuba-decreta-estado-deemergencia-apos-temporais-e-queda-de-ponte.html. Acesso em 09/03/2024
Leia a tirinha a seguir e responda à questão.
Disponível em: <https://profekarina.wordpress.
com/2012/11/11/tirinhas-para-se-divertir-com-a-linguaportuguesa/>.
Na tirinha acima, o vendedor utilizou um
fenômeno linguístico para confundir o cliente o qual
entendeu que o caderno possuía, como quantidade,
cem folhas. Tal fenômeno reside no uso da:
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Disponível em: <https://br.pinterest.com/
pin/593771532143717277/>. Acesso em: 06 de abril de
2024.