Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q2469536 Português
Mindfulness

                                                                                                                   Por Equipe Hospital Israelita Albert Einstein



(Disponível em: vidasaudavel.einstein.br/5-vantagens-do-mindfulness-e-um-passo-a-passo-para-pratica-lo/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Qual alternativa apresenta uma palavra de sentido antônimo a “equivalentes” (l. 27), considerando o contexto?
Alternativas
Q2469446 Português
Uma história de tanto amor

        Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a alma e os anseios íntimos. A galinha é ansiosa, enquanto o galo tem angústia quase humana: falta-lhe um amor verdadeiro naquele seu harém, e ainda mais tem que vigiar a noite toda para não perder a primeira das mais longínquas claridades e cantar o mais sonoro possível. É o seu dever e a sua arte. Voltando às galinhas, a menina possuía duas só dela. Uma se chamava Pedrina e a outra Petronilha.
        Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café – e vinha o inferno de tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia farmácia perto para ela consultar.
        Outro inferno de dificuldade era quando a menina achava Pedrina e Petronilha magras debaixo das penas arrepiadas, apesar de comerem o dia inteiro. A menina não entendera que engordá-las seria apressar-lhes um destino na mesa. E recomeçava o trabalho mais difícil: o de abrir-lhes o bico. A menina tornou-se grande conhecedora intuitiva de galinhas naquele imenso quintal das Minas Gerais. E quando cresceu ficou surpresa ao saber que na gíria o termo galinha tinha outra acepção. Sem notar a seriedade cômica que a coisa toda tomava:
        Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não consegue!
        Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente, bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora Petronilha. Sua tia informou-lhe:
        – Nós comemos Petronilha.
        A menina era criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não corresponde ao amor que se lhe dá e, no entanto, a menina continuava a amá-la sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então, ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe percebeu tudo e explicou-lhe:
        – Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente, estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos Petronilha dentro de nós. É uma pena.
        Pedrina, secretamente a preferida da menina, morreu de morte morrida mesmo, pois sempre fora um ente frágil. A menina, ao ver Pedrina tremendo num quintal ardente de sol, embrulhou-a num pano escuro e depois de bem embrulhadinha botou-a em cima daqueles grandes fogões de tijolos das fazendas das minas-gerais. Todos lhe avisaram que estava apressando a morte de Pedrina, mas a menina era obstinada e pôs mesmo Pedrina toda enrolada em cima dos tijolos quentes. Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido.
        Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina.
        O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a menina não apenas soube como achou que era o destino fatal de quem nascia galinha. As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo. Uma galinha é sozinha no mundo.
        Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue. Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.

(LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)
Dentre os excertos a seguir, é possível identificar uma relação de oposição em:
Alternativas
Q2469442 Português
Uma história de tanto amor

        Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a alma e os anseios íntimos. A galinha é ansiosa, enquanto o galo tem angústia quase humana: falta-lhe um amor verdadeiro naquele seu harém, e ainda mais tem que vigiar a noite toda para não perder a primeira das mais longínquas claridades e cantar o mais sonoro possível. É o seu dever e a sua arte. Voltando às galinhas, a menina possuía duas só dela. Uma se chamava Pedrina e a outra Petronilha.
        Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café – e vinha o inferno de tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia farmácia perto para ela consultar.
        Outro inferno de dificuldade era quando a menina achava Pedrina e Petronilha magras debaixo das penas arrepiadas, apesar de comerem o dia inteiro. A menina não entendera que engordá-las seria apressar-lhes um destino na mesa. E recomeçava o trabalho mais difícil: o de abrir-lhes o bico. A menina tornou-se grande conhecedora intuitiva de galinhas naquele imenso quintal das Minas Gerais. E quando cresceu ficou surpresa ao saber que na gíria o termo galinha tinha outra acepção. Sem notar a seriedade cômica que a coisa toda tomava:
        Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não consegue!
        Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente, bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora Petronilha. Sua tia informou-lhe:
        – Nós comemos Petronilha.
        A menina era criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não corresponde ao amor que se lhe dá e, no entanto, a menina continuava a amá-la sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então, ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe percebeu tudo e explicou-lhe:
        – Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente, estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos Petronilha dentro de nós. É uma pena.
        Pedrina, secretamente a preferida da menina, morreu de morte morrida mesmo, pois sempre fora um ente frágil. A menina, ao ver Pedrina tremendo num quintal ardente de sol, embrulhou-a num pano escuro e depois de bem embrulhadinha botou-a em cima daqueles grandes fogões de tijolos das fazendas das minas-gerais. Todos lhe avisaram que estava apressando a morte de Pedrina, mas a menina era obstinada e pôs mesmo Pedrina toda enrolada em cima dos tijolos quentes. Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido.
        Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina.
        O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a menina não apenas soube como achou que era o destino fatal de quem nascia galinha. As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo. Uma galinha é sozinha no mundo.
        Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue. Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.

(LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)
Considerando o contexto em que as palavras aparecem no texto, assinale o significado INCORRETAMENTE atribuído ao vocábulo em destaque a seguir.
Alternativas
Q2469439 Português
Uma história de tanto amor

        Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a alma e os anseios íntimos. A galinha é ansiosa, enquanto o galo tem angústia quase humana: falta-lhe um amor verdadeiro naquele seu harém, e ainda mais tem que vigiar a noite toda para não perder a primeira das mais longínquas claridades e cantar o mais sonoro possível. É o seu dever e a sua arte. Voltando às galinhas, a menina possuía duas só dela. Uma se chamava Pedrina e a outra Petronilha.
        Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café – e vinha o inferno de tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia farmácia perto para ela consultar.
        Outro inferno de dificuldade era quando a menina achava Pedrina e Petronilha magras debaixo das penas arrepiadas, apesar de comerem o dia inteiro. A menina não entendera que engordá-las seria apressar-lhes um destino na mesa. E recomeçava o trabalho mais difícil: o de abrir-lhes o bico. A menina tornou-se grande conhecedora intuitiva de galinhas naquele imenso quintal das Minas Gerais. E quando cresceu ficou surpresa ao saber que na gíria o termo galinha tinha outra acepção. Sem notar a seriedade cômica que a coisa toda tomava:
        Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não consegue!
        Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente, bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora Petronilha. Sua tia informou-lhe:
        – Nós comemos Petronilha.
        A menina era criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não corresponde ao amor que se lhe dá e, no entanto, a menina continuava a amá-la sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então, ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe percebeu tudo e explicou-lhe:
        – Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente, estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos Petronilha dentro de nós. É uma pena.
        Pedrina, secretamente a preferida da menina, morreu de morte morrida mesmo, pois sempre fora um ente frágil. A menina, ao ver Pedrina tremendo num quintal ardente de sol, embrulhou-a num pano escuro e depois de bem embrulhadinha botou-a em cima daqueles grandes fogões de tijolos das fazendas das minas-gerais. Todos lhe avisaram que estava apressando a morte de Pedrina, mas a menina era obstinada e pôs mesmo Pedrina toda enrolada em cima dos tijolos quentes. Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido.
        Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina.
        O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a menina não apenas soube como achou que era o destino fatal de quem nascia galinha. As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo. Uma galinha é sozinha no mundo.
        Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue. Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.

(LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)
“Uma história de tanto amor” abre-se precisamente com o clássico “era uma vez”, imprimindo ao texto uma atmosfera de conto de fadas que será continuamente confirmada e, ao mesmo tempo, desmontada no decorrer da narrativa. Em Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a alma e os anseios íntimos.” (1º§), é possível inferir que a expressão destacada demonstra:
Alternativas
Q2469355 Português
Leia o texto a seguir:


5 problemas que atrapalham a comunicação escrita


A gestão e o engajamento são mediados pela linguagem o tempo todo, e isso exige senso de responsabilidade na hora de escrever



Mensagens surgem de todas as telas. Apps de mensagem, ferramentas de gestão remota, e-mails de trabalho, newsletters, e-books, posts nas redes sociais. Segundo uma pesquisa de 2018 da Adobe, profissionais de escritório nos EUA gastavam uma média de 3,1 horas por dia em e-mail de trabalho. Isso em 2018, imagine agora em 2022.


Diante de tantos textos,é natural que surjam mil e uma fórmulas para escrever textos de sucesso, centenas de dicas de como melhorar sua escrita. Muitas delas focadas em contextos específicos: conquistar ou fidelizar clientes, aumentar engajamento nas redes sociais, vender produtos e serviços, construir e consolidar marcas.


E, como observadora, aprendiz, pesquisadora e professora, sigo acompanhando as mudanças dos canais na linguagem e seus efeitos em profissionais nas mais diversas empresas. O que percebo é que gatilhos e fórmulas podem ser úteis em alguns contextos sim e, claro, gerar muitos negócios. Mas ainda temos uma longa caminhada para aprimorar os textos que circulam nas organizações, especialmente as mensagens rotineiras, que constroem ou corroem, dia a dia, a confiança e o engajamento nas equipes.


Ainda são incontáveis os textos prolixos, com linguagem inadequada e imprecisos; inúmeros “oks” que podem significar “aprovado”, “lido” ou “faz o que achar melhor”; recados no chat com apenas “oi, tudo bem”, que aguardam resposta para revelar o real motivo do contato; e-mails sem cordialidade, objetivo ou prazos.


Curioso é que há quem ainda acredite que os problemas dos textos cotidianos são erros ortográficos, problemas de regência e concordância. Antes fosse…


Os problemas, na realidade, decorrem de:



1. Pressa


2. Sobrecarga de trabalho


3. Automatismo ao escrever


4. Desconexão com as pessoas envolvidas na interação (mesmo que remota)


5. Desatenção ao impacto da comunicação nas relações e na reputação profissional e corporativa


Talvez não seja possível resolver esse cenário de infoxicação e sobrecarga. Mas uma mudança de mindset pode ser muito útil: encare os inúmeros textos cotidianos como parte integrante e determinante do trabalho. A liderança, a gestão de processos e o engajamento das equipes são mediados pela linguagem o tempo todo, por isso, ter esse senso de responsabilidade pelo que e como escrever muda bastante a perspectiva diante das mensagens.


Experimente investir um minuto a mais antes de começar uma mensagem e antes de apertar o botão enviar. Eu sei que parece ser perda de tempo ou até impossível achar um minuto que não existe na sua agenda. Só que o retorno sobre o investimento é grandioso. Menos retrabalho e conflitos desnecessários, mais precisão e assertividade.


Não é uma fórmula matemática, porque o contexto está sempre ali para nos surpreender e nosso olhar pode estar sempre mais atento a pequenos grandes detalhes no uso das palavras. Mas pode ser um passo e tanto para navegar pelo oceano de mensagens infindáveis que tanto dizem sobre quem somos, sobre como nos relacionamos e sobre a empresa que representamos.


Sigo observando, aprendendo, linguista e curiosa que sou. E você?



Vivian Rio Stella
Doutora em Linguística pela Unicamp



Fonte: https://vocerh.abril.com.br/coluna/vivan-rio-stella/5-problemas-queatrapalham-a-comunicacao-escrita. Acesso em: 16 jan. 2024.
Segundo uma pesquisa de 2018 da Adobe, profissionais de escritório nos EUA gastavam uma média de 3,1 horas por dia em e-mail de trabalho. Isso em 2018, imagine agora em 2022” (1º parágrafo). O elemento destacado no texto poderia ser substituído, sem alteração de significado, por:
Alternativas
Q2469354 Português
Leia o texto a seguir:


5 problemas que atrapalham a comunicação escrita


A gestão e o engajamento são mediados pela linguagem o tempo todo, e isso exige senso de responsabilidade na hora de escrever



Mensagens surgem de todas as telas. Apps de mensagem, ferramentas de gestão remota, e-mails de trabalho, newsletters, e-books, posts nas redes sociais. Segundo uma pesquisa de 2018 da Adobe, profissionais de escritório nos EUA gastavam uma média de 3,1 horas por dia em e-mail de trabalho. Isso em 2018, imagine agora em 2022.


Diante de tantos textos,é natural que surjam mil e uma fórmulas para escrever textos de sucesso, centenas de dicas de como melhorar sua escrita. Muitas delas focadas em contextos específicos: conquistar ou fidelizar clientes, aumentar engajamento nas redes sociais, vender produtos e serviços, construir e consolidar marcas.


E, como observadora, aprendiz, pesquisadora e professora, sigo acompanhando as mudanças dos canais na linguagem e seus efeitos em profissionais nas mais diversas empresas. O que percebo é que gatilhos e fórmulas podem ser úteis em alguns contextos sim e, claro, gerar muitos negócios. Mas ainda temos uma longa caminhada para aprimorar os textos que circulam nas organizações, especialmente as mensagens rotineiras, que constroem ou corroem, dia a dia, a confiança e o engajamento nas equipes.


Ainda são incontáveis os textos prolixos, com linguagem inadequada e imprecisos; inúmeros “oks” que podem significar “aprovado”, “lido” ou “faz o que achar melhor”; recados no chat com apenas “oi, tudo bem”, que aguardam resposta para revelar o real motivo do contato; e-mails sem cordialidade, objetivo ou prazos.


Curioso é que há quem ainda acredite que os problemas dos textos cotidianos são erros ortográficos, problemas de regência e concordância. Antes fosse…


Os problemas, na realidade, decorrem de:



1. Pressa


2. Sobrecarga de trabalho


3. Automatismo ao escrever


4. Desconexão com as pessoas envolvidas na interação (mesmo que remota)


5. Desatenção ao impacto da comunicação nas relações e na reputação profissional e corporativa


Talvez não seja possível resolver esse cenário de infoxicação e sobrecarga. Mas uma mudança de mindset pode ser muito útil: encare os inúmeros textos cotidianos como parte integrante e determinante do trabalho. A liderança, a gestão de processos e o engajamento das equipes são mediados pela linguagem o tempo todo, por isso, ter esse senso de responsabilidade pelo que e como escrever muda bastante a perspectiva diante das mensagens.


Experimente investir um minuto a mais antes de começar uma mensagem e antes de apertar o botão enviar. Eu sei que parece ser perda de tempo ou até impossível achar um minuto que não existe na sua agenda. Só que o retorno sobre o investimento é grandioso. Menos retrabalho e conflitos desnecessários, mais precisão e assertividade.


Não é uma fórmula matemática, porque o contexto está sempre ali para nos surpreender e nosso olhar pode estar sempre mais atento a pequenos grandes detalhes no uso das palavras. Mas pode ser um passo e tanto para navegar pelo oceano de mensagens infindáveis que tanto dizem sobre quem somos, sobre como nos relacionamos e sobre a empresa que representamos.


Sigo observando, aprendendo, linguista e curiosa que sou. E você?



Vivian Rio Stella
Doutora em Linguística pela Unicamp



Fonte: https://vocerh.abril.com.br/coluna/vivan-rio-stella/5-problemas-queatrapalham-a-comunicacao-escrita. Acesso em: 16 jan. 2024.
No texto, a autora afirma que “talvez não seja possível resolver esse cenário de INFOXICAÇÃO e sobrecarga”. Pelo sentido dado no contexto, esse termo destacado significa:
Alternativas
Q2469098 Português



Internet:<www.g1.globo.com>  (com adaptações).

Com relação a aspectos gerais do texto, julgue o item.


No nono parágrafo, “crônica” (linha 40) equivale a “permanente”, opondo‑se à palavra “aguda”. 

Alternativas
Q2467348 Português

Leia o texto a seguir:


Mulheres pretas ou pardas gastam mais tempo em tarefas domésticas, participam menos do mercado de trabalho e são mais afetadas pela pobreza 


    No Brasil, as mulheres pretas ou pardas são mais afetadas pelas desigualdades na educação, no mercado de trabalho, na renda e na representatividade política do que as brancas. Elas dedicam mais tempo aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, têm menor taxa de participação no mercado de trabalho e menor percentual entre as ocupantes de cargos políticos. Além disso, as pretas ou pardas representam a maior parte das vítimas de homicídios contra mulheres praticados fora do domicílio e têm maior percentual de pessoas em situação de pobreza. Os dados fazem parte do estudo Estatísticas do gênero, divulgado pelo IBGE hoje (8), no Dia Internacional da Mulher.

    A publicação traz informações que permitem uma análise interseccional das desigualdades relacionadas aos temas empoderamento econômico, educação, saúde e serviços relacionados, vida pública e tomada de decisão e direitos humanos das mulheres e das meninas. “Sempre que possível, além do sexo, trazemos desagregação por cor ou raça e unidades da federação, buscando destacar outras características que, combinadas, podem gerar condições de vida específicas para mulheres, gerando desigualdades escalonadas”, diz Barbara Cobo, coordenadora-geral do estudo.

    Em 2022, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo que os homens aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos. Essas tarefas consumiram 21,3 horas semanais delas contra 11,7 horas deles. O recorte por cor ou raça também possibilita verificar essa diferença entre mulheres. As mulheres pretas ou pardas gastavam 1,6 hora a mais por semana nessas tarefas do que as brancas. Já entre os homens não houve distinção significativa nesse recorte. Além disso, a diferença entre mulheres brancas e pretas ou pardas aumentou desde 2016, início da série histórica desse indicador.

    A distância é maior entre as mulheres quando se observam os dados por classe de rendimento. Eram 7,3 horas a mais de dedicação aos trabalhos domésticos entre as 20% com menores rendimentos do que as que estavam nos 20% com maiores rendimentos. Também nesse indicador não houve diferença significativa entre os homens.

    Esse dado é particularmente importante porque está relacionado à inserção das mulheres no mercado de trabalho. Ainda que sejam mais da metade das pessoas em idade de trabalhar, a taxa de participação delas na força de trabalho foi de 53,3%, enquanto a dos homens era de 73,2%, o que representa uma diferença de 19,9 pontos percentuais (p.p.). “Há uma relação dessa diferença com o fato de as mulheres se dedicarem mais às tarefas de cuidados e afazeres domésticos. Isso impede que elas participem mais do mercado de trabalho”, explica André Simões, analista do estudo.

Fonte: https://www.jb.com.br/brasil/mulher/2024/03/1049042-mulheres-pretas-oupardas-gastam-mais-tempo-em-tarefas-domesticas-participam-menos-do-mercadode-trabalho-e-sao-mais-afetadas-pela-pobreza.html. Acesso em 09/03/2024. Excerto. 
Em “As mulheres pretas ou pardas gastavam 1,6 hora a mais por semana nessas tarefas do que as brancas. entre os homens não houve distinção significativa nesse recorte” (3º parágrafo), a palavra destacada veicula o sentido de:
Alternativas
Q2467307 Português
Para sabermos o significado das palavras precisamos ter certo conhecimento de mundo, incluindo conhecimentos sobre o uso da linguagem.
O conhecimento de mundo necessário para a apreensão do sentido do verbo “estar” nas frases abaixo está indicado ao final de cada frase; assinale a frase em que o conhecimento apontado não está adequado à situação da frase.
Alternativas
Q2467295 Português
Uma revista especializada em temas culturais mostrava o seguinte texto: “A leitura realça o pensamento. Expande e força os músculos mentais. Martela nossas opiniões frágeis, limitadas e intolerantes com novas ideias e fatos sólidos. Estimula o crescimento, em vez do envelhecimento.”
Assinale a afirmação correta sobre a estruturação ou a significação desse pequeno texto. 
Alternativas
Q2467141 Português
A QUESTÃO SE REFERE AO TEXTO A SEGUIR.

Devir Espantalho
Produzindo um espantalho

            Fazer o outro dizer o que ele não disse, criar um personagem em cima de uma pessoa real e agir como se esse ente imaginário estivesse presente – é disso que se trata na falácia do espantalho, uma das mais famosas na arte de vencer debates sem precisar ter razão.
           Baseada na criação de um duplo, é esse personagem ficcional que deve ser atacado no lugar da pessoa real. É essa pessoa, cujo corpo e cuja presença são como que jogados fora, que é transformada em um boneco num jogo de argumentos. O ônus por ter sido transformada em espantalho é totalmente dela. O arguidor torna-se um embusteiro no momento em que refuta a posição do duplo, ou seja, atacando uma posição que não é defendida pela pessoa real. A falácia não é simplesmente o argumento, mas toda a situação do argumento, como vemos acontecer hoje com as fake News, verdadeira era da desinformação planificada.
         O truque da falácia do “homem de palha” está em se bater num suposto argumento fraco, deixando de lado a complexidade do argumento realmente dito que, em geral, não seria fácil de refutar.
           Assim como se coloca palha dentro de uma roupa para simular a presença de um ser humano, a falácia do espantalho surge quando palavras são colocadas na boca de alguém. Esse alguém continua ali, mas uma presença espectral vem à tona. O devir espantalho deixa a distância processos de subjetivação, esvaziando pensamento, sensibilidade e capacidade de agir. Num mundo sem ética, em que a subjetividade não é respeitada nem em seus dizeres, a espantalhificação é o destino.

Revista Cult, ano 26, ed. 297, set. 2023, p.41. Adaptado.
As palavras têm sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são empregadas. Saber usá-las equivale a compreender o que elas significam, bem como o que elas querem dizer.

Em relação à significação das palavras, preencha corretamente as lacunas a seguir.

No parágrafo “O truque da falácia do 'homem de palha' está em se bater num suposto argumento fraco, deixando de lado a complexidade do argumento realmente dito que, em geral, não seria fácil de refutar.”, a palavra sublinhada significa _____________. Todavia, em outros contextos, pode ser empregada no sentido de _____________. A esse fenômeno linguístico dá-se o nome de _____________.

A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é: 
Alternativas
Q2467140 Português
A QUESTÃO SE REFERE AO TEXTO A SEGUIR.

Devir Espantalho
Produzindo um espantalho

            Fazer o outro dizer o que ele não disse, criar um personagem em cima de uma pessoa real e agir como se esse ente imaginário estivesse presente – é disso que se trata na falácia do espantalho, uma das mais famosas na arte de vencer debates sem precisar ter razão.
           Baseada na criação de um duplo, é esse personagem ficcional que deve ser atacado no lugar da pessoa real. É essa pessoa, cujo corpo e cuja presença são como que jogados fora, que é transformada em um boneco num jogo de argumentos. O ônus por ter sido transformada em espantalho é totalmente dela. O arguidor torna-se um embusteiro no momento em que refuta a posição do duplo, ou seja, atacando uma posição que não é defendida pela pessoa real. A falácia não é simplesmente o argumento, mas toda a situação do argumento, como vemos acontecer hoje com as fake News, verdadeira era da desinformação planificada.
         O truque da falácia do “homem de palha” está em se bater num suposto argumento fraco, deixando de lado a complexidade do argumento realmente dito que, em geral, não seria fácil de refutar.
           Assim como se coloca palha dentro de uma roupa para simular a presença de um ser humano, a falácia do espantalho surge quando palavras são colocadas na boca de alguém. Esse alguém continua ali, mas uma presença espectral vem à tona. O devir espantalho deixa a distância processos de subjetivação, esvaziando pensamento, sensibilidade e capacidade de agir. Num mundo sem ética, em que a subjetividade não é respeitada nem em seus dizeres, a espantalhificação é o destino.

Revista Cult, ano 26, ed. 297, set. 2023, p.41. Adaptado.
Falar e escrever um idioma e saber usar as palavras adequadamente equivalem a compreender o que elas significam e, também, o que elas querem dizer para a formação da mensagem.

Considerando-se o contexto em “Devir Espantalho”, associe corretamente as palavras aos seus respectivos significados.

PALAVRAS
1 - Embusteiro
2 - Espectral
3 - Falácia
4 - Refutar
SIGNIFICADOS
( ) discurso falso que se tenta passar por verdadeiro e é capaz de enganar.
( ) relativo ou semelhante à aparição ou a um fantasma.
( ) impostor que se utiliza de mentiras ardilosas com o intuito de enganar.
( ) derruba as afirmações alheias usando alegações irrecusáveis.

A sequência correta dessa associação é:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: Prefeitura de Pouso Alegre - MG Provas: Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Bibliotecário | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Clínico | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Agente Cultural II | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Analista de Sistemas | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Biomédico | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Bioquímico | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Contador | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Pediatra Pronto Atendimento | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Psiquiatra | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Engenheiro Ambiental | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Veterinário | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Engenheiro Civil | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Odontólogo | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Enfermeiro ESF | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Jornalista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Cardiologista |
Q2466792 Português

        Por que cada vez mais sul-coreanas optam por não ter filhos


        Por que cada vez mais sul-coreanas optam por não ter filhos Dados mostram queda na natalidade no país, chegando ao seu mínimo histórico. Mulheres culpam pressão social por serem as únicas responsáveis pelos cuidados com os filhos e os desafios de conciliar família e carreira. Quando ela era mais jovem, Hyobin Lee tinha o desejo de ser mãe. Mas, chegou a um ponto em que teve que tomar uma difícil decisão – e acabou optando por sua carreira em vez de uma família. Agora, é uma acadêmica de sucesso na cidade sul-coreana de Daejeon.
        Lee, de 44 anos, é apenas uma entre milhões de mulheres sul-coreanas que decidiram conscientemente não ter filhos – levando a taxa de natalidade do país para um novo mínimo histórico.
        A taxa de natalidade – o número médio de nascimentos por mulher – diminuiu para 0,72 no ano passado, de acordo com estatísticas preliminares divulgadas pelo governo da Coreia do Sul nesta semana. O número é abaixo dos 0,78 do ano anterior e dá seguimento a um declínio anual gradual desde 2015.
        O índice está bem abaixo das 2,1 crianças necessárias para manter a população do país. Com apenas 230 mil nascimentos no ano passado, os números sugerem que a população pode cair para cerca de 26 milhões até 2100 na Coreia do Sul – metade da atual.
        “Quando era jovem, sonhava em ter um filho que se parecesse comigo”, conta Lee à DW. “Eu queria brincar com ele, que lêssemos juntos e gostaria de lhe mostrar muito do mundo. Mas percebi que a realidade não é tão simples.”
        “Escolhi não ter filhos por causa da minha carreira”, diz. “Ter e criar um filho causaria problemas para minha carreira e temo que ficaria ressentida com a criança por esse motivo. E, como consequência, tanto a criança quanto eu ficaríamos infelizes”, analisa.
        Uma carreira de sucesso na sociedade coreana dominada por homens é uma das razões pelas quais muitas mulheres optam por não ter filhos. Mas há muitas outras, salienta Lee.
        “As questões econômicas desempenham um papel significativo e, apesar de várias políticas de nascimento concebidas para apoiar as mulheres, elas não funcionam como o planejado”, destaca.
        A licença parental, por exemplo, por lei, está disponível tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, é esmagadoramente utilizada apenas pelas mulheres.
        Somente 1,3% dos homens sul-coreanos utilizam o direito à licença parental, em comparação com uma média de 43,4% nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
        As empresas coreanas são relutantes em contratar mulheres jovens, pois temem investir na formação de um novo membro para a equipe que poderia deixar o cargo depois de engravidar e, quem sabe, se concentrar em tempo integral à maternidade em vez de regressar ao mercado de trabalho.
        “Na Coreia, ainda existe uma cultura predominante de que ter filhos e todos os aspectos do cuidado deles são responsabilidade exclusiva das mulheres”, acrescenta Lee. “O desafio de gerir simultaneamente o nascimento e o cuidado dos filhos é tão assustador que muitas mulheres optam por não ter filhos. Isto também vale para mim”.
        Jungmin Kwon, professora associada da Universidade Estadual de Portland, no Oregon (EUA), especialista em cultura popular do Leste Asiático, concorda que as pressões da sociedade sul-coreana podem ser sufocantes.
        “De acordo com muitos estudos, fatores significativos incluem o custo e o esforço envolvido no cuidado infantil”, diz.
        “A Coreia é famosa pelo seu extenso mercado de educação privada e é difícil ir contra uma atmosfera na qual se assume como certo que os pais gastarão muito dinheiro em vários programas de educação privada desde muito cedo, a fim de que seus filhos possam competir com outras crianças”.
        “Mais importante ainda, na atual cultura patriarcal, onde se espera que as mulheres suportem a maior parte da energia mental e física necessária para criar os filhos, o nascimento e o cuidado dos filhos são escolhas desafiadoras para as mulheres”, destaca Kwon, salientando que as estatísticas mostram que as mulheres ainda fazem cinco vezes mais tarefas domésticas e de cuidado com os filhos do que os homens.
        “Numa situação em que o respeito e a consideração pelas mulheres que trabalham em toda a sociedade ainda não se enraizaram, gerir bem a casa e a carreira é uma tarefa desafiadora e estressante para as mulheres.”
        E a consequência disso, salienta ela, é que, à medida que os níveis de educação de gênero se tornam mais igualitários e as mulheres têm mais recursos econômicos e escolhas na profissão do que no passado, elas estão descobrindo muitas formas de viver sem depender dos homens.
        “Muitas mulheres não querem restringir suas vidas e escolhem não só não ter filhos, como também não se casar”, explica Kwon.
        Os esforços agressivos dos recentes governos sul-coreanos para aumentar a taxa de natalidade – incluindo benefícios adicionais para famílias com vários filhos e apoio a famílias monoparentais – claramente não conseguiram virar a maré, salienta Lee, e ainda tiveram a consequência imprevista de alimentar o ressentimento entre os homens.
        “Eles sentem-se preteridos por terem de cumprir o serviço militar obrigatório e argumentam que não existe uma regra equivalente para as mulheres, que ainda se beneficiam de inúmeras políticas de apoio”, comenta.
        Foi esse filão que garantiu, em parte, a vitória de Yoon Suk Yeol nas eleições presidenciais de maio de 2022, depois de ele prometer abolir o Ministério da Igualdade de Gênero e Família.
        Tanto Lee como Kwon são pessimistas quanto à possibilidade de superar a crise populacional da Coreia do Sul. Para Lee, as mulheres jovens parecem não ter interesse em responder às necessidades do país.
        “Há uma crença generalizada de que as questões das taxas de natalidade e da pressão social não são da conta delas”, diz. “O individualismo predominante da geração mais jovem significa que é pouco provável que as pressões sociais ajudem a melhorar as taxas de natalidade”, destaca.
        “As mulheres jovens de hoje têm perspectivas diferentes sobre família, casamento, nascimento, comunidade e Estado- -nação do que as das gerações anteriores”, explica. “Elas estão menos aprisionadas pelas ‘obrigações de ser mulher’ impostas pelos Estados, sociedades e famílias patriarcais.”
        “Atualmente não é viável que as estruturas patriarcais mudem da noite para o dia e, consequentemente, também é pessimista pensar que as mulheres terão filhos para aumentar a taxa de natalidade na Coreia”, conclui a professora.

(Deutsche Welle. Disponível: https://istoedinheiro.com.br/autor/deutsche-welle. Acesso em: 01/03/2024.)
“Os esforços agressivos dos recentes governos sul-coreanos para aumentar a taxa de natalidade – incluindo benefícios adicionais para famílias com vários filhos e apoio a famílias monoparentais – claramente não conseguiram virar a maré, salienta Lee, e ainda tiveram a consequência imprevista de alimentar o ressentimento entre os homens.” (20º§). O trecho destacado anteriormente apresenta uma expressão que, de acordo com o contexto, deve ser compreendida considerando- -se o estudo de figuras de linguagem, tal expressão está corretamente indicada em: 
Alternativas
Q2466760 Português
Os significados das palavras ‘comprimento’ e ‘cumprimento’ são, respectivamente:
Alternativas
Q2466754 Português
A luta vã contra as palavras


        “O Ministério Público Federal de Uberlândia ajuizou em 2012 uma ação para que o Dicionário Houaiss fosse recolhido. Afinal, ali se registra que cigano também quer dizer “aquele que tem vida incerta e errante; boêmio; aquele que trapaceia; velhaco, burlador; agiota, sovina”. O dicionário seria, portanto, preconceituoso. Além de expulso das prateleiras, teria que pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais coletivos.

     Dicionários são mesmo um problema. Acobertam essas criaturas de alta periculosidade, as palavras e seus significados adquiridos ao longo do tempo. Arrumadinhas em ordem alfabética, lembram inofensivas coleções de borboletas espetadas no feltro. Ao lado, descreve-se o corpo(classe gramatical, gênero, pronúncia) e especula-se sobre sua alma (sinônimos, definições, etimologia).

        Estão aparentemente paralisadas, “em estado de dicionário”. Mas não vamos nos iludir: permanecem guardiãs de seus conteúdos, senhoras de seus voos pretéritos. Atentas ao que foram desde a fase de ovo (ainda em sânscrito, grego, árabe ou latim), de larva e crisálida, até ganhar asase se deixar levar pelo vento, pelas línguas. Vivinhas da silva em sua potência (as palavras), em sua beleza (palavras e borboletas). Não importa que tenham sido metamorfoses ambulantes (ou volantes) e o quanto de si tenham deixado para trás. Ao “penetrar surdamente no reino das palavras” devemos-lhes reverência. ”


(AFFONSO, Eduardo. A luta vã contra as palavras. Jornal O Globo. Opinião. Disponível em<<https://oglobo.globo.com/opiniao/a-luta-va-contra-as-palavras-23653311>>. Acesso em jun 2019)
Sobre o trecho apresentado, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q2466600 Português







(Disponível em: www.catracalivre.com.br/saude-bem-estar/medicamento-reduzir-gordura-figado/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Qual das palavras abaixo é um antônimo (palavra de sentido oposto) de “redução” (l. 12)? 
Alternativas
Q2466599 Português







(Disponível em: www.catracalivre.com.br/saude-bem-estar/medicamento-reduzir-gordura-figado/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Qual das palavras abaixo é um sinônimo (palavra de sentido similar) de “graves” (l. 03)? 
Alternativas
Q2466384 Português

Leia o texto a seguir: 


SP: Ubatuba decreta estado de emergência após temporais e queda de ponte



Ao menos cinco bairros ficaram isolados devido ao transbordamento de rios, segundo o governo do Estado


    A prefeitura de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, emitiu um decreto na sexta-feira, 8, determinando situação de emergência após a cidade ser afetada por fortes chuvas nos últimos dias. Entre a última quarta-feira, 6, e sexta, 8, o município registrou um acumulado de chuva de 380 mm, 22% a mais do que a média prevista para o mês de março.


    Ao menos cinco bairros ficaram isolados devido ao transbordamento de rios, segundo o governo do estado. No bairro Folha Seca, a ponte que garantia acesso ao local foi levada pela correnteza. Por conta dos estragos, o governo estadual anunciou o envio de ajuda humanitária ao município. Um helicóptero da Polícia Militar irá ajudar a levar insumos às regiões afetadas.


    Conforme a prefeitura da cidade, o elevado volume de chuva "ocasionou danos materiais e ambientais, além de prejuízos sociais e econômicos". A ponte que liga a rodovia SP-55 à comunidade Folhas Secas foi destruída entre a quinta-feira, 7, e a sexta, deixando ilhados moradores da região.


   Foram registrados, além disso, deslizamentos de terras na rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), que permanecia com trechos de interdição até esta sexta, e quedas de árvores na estrada do Monte Valério, de acordo com informações divulgadas pela Defesa Civil.



Fonte: https://odia.ig.com.br/brasil/2024/03/6806731-sp-ubatuba-decreta-estado-deemergencia-apos-temporais-e-queda-de-ponte.html. Acesso em 09/03/2024 

 Em “Ao menos cinco bairros ficaram isolados devido ao transbordamento de rios, segundo o governo do estado” (2º parágrafo), o elemento destacado tem significado semelhante ao termo grifado em:
Alternativas
Q2466314 Português

Leia a tirinha a seguir e responda à questão.


Q12.png (423×225)


Disponível em: <https://profekarina.wordpress.

com/2012/11/11/tirinhas-para-se-divertir-com-a-linguaportuguesa/>.



Na tirinha acima, o vendedor utilizou um fenômeno linguístico para confundir o cliente o qual entendeu que o caderno possuía, como quantidade, cem folhas. Tal fenômeno reside no uso da:

Alternativas
Q2466231 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Q09_10.png (427×148)


Disponível em: <https://br.pinterest.com/

pin/593771532143717277/>. Acesso em: 06 de abril de

2024.

Na frase “O mais levado da Hortifruti”, o termo “levado” tem duplo sentido. Um está relacionado à obra “O menino maluquinho”, do Ziraldo, que foi a inspiração utilizada para a produção do anúncio. O outro é sinônimo de: 
Alternativas
Respostas
1321: B
1322: D
1323: C
1324: B
1325: D
1326: D
1327: C
1328: C
1329: D
1330: D
1331: A
1332: D
1333: A
1334: D
1335: D
1336: A
1337: E
1338: C
1339: E
1340: A