Questões de Concurso Comentadas sobre sintaxe em português

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Q2830049 Português

Texto para as questões de 1 a 5.


O ano era 1860 e pouco, e a cidade, o Rio de Janeiro, capital da corte imperial. Caía a tarde. Os sinos chamavam para as ave-marias. [...]

Nos sobrados, via-se um movimento por trás das janelas. Eram as mulheres que tinham tomado a fresca e, agora, iam rezar. Nos oratórios domésticos, era tempo de acender as velas e puxar um terço. Vez por outra se ouviam acalantos. As crianças da casa iam dormir com medo de bichos infernais: o caipora ou o lobisomem. O choro mais triste de um deles era sinal de que o papa-figo devorava um malcriado ou respondão. Nas cozinhas, nos fundos de quintal ou no último andar dos sobrados, as escravas se atarefavam em preparar os pratos da ceia. Comentavam que o negro Manuel caminhava sobre brasas no dia de São João sem sentir dor. Ou que um espelho rachara: sinal de morte na casa. As badaladas das torres das igrejas anunciavam as horas. À meia-noite, ouviam-se nas pedras da rua ruídos de patas de cavalos, de rodas e até a voz áspera do boleiro. Era o carro de alma penada que passava. Quem cruzasse perto da Igreja de Santa Rita ouviria gemidos, veria almas penadas.


(DEL PRIORE, Mary. Do outro lado. São Paulo: Editora Planeta, 2014, p. 15-16.)

Considerando o texto dado, assinale a alternativa em que a classificação sintática da oração destacada está CORRETA.

Alternativas
Q2822328 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Palavras e Ideias


01---------Há alguns anos, o Dr. Johnson Oconor, do Laboratório de Engenharia Humana, de Boston,

02---e do Instituto de Tecnologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu ____ um teste de vocabulário

03---100 alunos de um curso de formação de dirigentes de empresas industriais. Cinco anos mais

04---tarde, verificou que os 10% que haviam revelado maior conhecimento ocupavam cargos de

05---direção, ao passo que dos 25% mais “fracos” nenhum alcançara igual posição.

06---------Isso não prova, entretanto, que, para vencer na vida, basta ter um bom vocabulário;

07---outras qualidades se fazem, evidentemente, necessárias.

08---------Mas parece não haver dúvidas de que, dispondo ____ palavras suficientes e adequadas

09---___ expressão do pensamento de maneira clara, fiel e precisa, estamos em melhores condições

10---de assimilar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros cujo acervo léxico seja

11---insuficiente ou medíocre para a tarefa vital da comunicação.

12---------Pensamento e expressão são interdependentes, tanto é certo que as palavras são o

13---revestimento das ideias e que, sem elas, é praticamente impossível pensar. Como pensar que

14---“amanhã tenho uma aula ____ 8 horas”, se não figuro mentalmente essa atividade por meio

15---dessas ou de outras palavras equivalentes? Do mesmo modo que um vocabulário escasso e

16---inadequado, incapaz de veicular impressões e concepções, mina o próprio desenvolvimento

17---mental, tolhe a imaginação e o poder criador, limitando a capacidade de observar, compreender

18---e até mesmo de sentir.

19---------Portanto, quanto mais variado e ativo é o vocabulário disponível, tanto mais claro, tanto

20---mais profundo e acurado é o processo mental da reflexão. Reciprocamente, quanto mais escasso

21---e impreciso, tanto mais dependentes estamos do grunido, do grito ou do gesto, formas

22---rudimentares de comunicação capazes de traduzir apenas as expansões instintivas dos primitivos,

23---dos infantes e dos irracionais.


(Texto adaptado: Garcia, Othon Moacir. Comunicação em Prosa Moderna. 27ª edição, FGV editora, 2011)

Sobre as vírgulas empregadas nas linhas 04, 05 e 14, analise as assertivas que seguem:


I. Ocorre vírgula devido a um adjunto adverbial de modo deslocado (l.04).

II. Ocorre vírgula por introduzir uma oração adverbial subordinada proporcional (l.05).

III. Ocorre vírgula devido a um adjunto adverbial de tempo deslocado (l.04).

IV. Ocorre vírgula por introduzir uma oração subordinada substantiva objetiva direta (l.14).

V. Ocorre vírgula por introduzir uma oração subordinada adverbial condicional (l.14).


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2820908 Português

Quem tem boas práticas?


Um dos temas recorrentes na educação brasileira é a busca de otimizar a gestão. Uma gestão inteligente faz mais com menos, tem criatividade, enfrenta dificuldades com altanaria, suscita emulação saudável e exercita o empreendedorismo. Neste momento da vida brasileira, é urgente multiplicar as boas práticas de gestão e verificar que há muita gente que não para com vistas a apreciar a crise ou a lamentar a situação, mas encontra alternativas superadoras.


(Adaptado. Disponível em : http://www.odiarioonline.com.br/noticia/50178/QUEM-TE M-BOAS-PRATICAS)

Com base no texto 'Quem tem boas práticas?', marque a opção CORRETA

Alternativas
Q2820849 Português

O texto a segui servirá de base para a questão:


Pesquisadores do Brasil estão entre mais influentes do mundo


Os Estados Unidos são o país com maior número de pesquisadores mencionados, 2.639 ao todo; em seguida aparece o Reino Unido, com 546

Doze pesquisadores brasileiros estão entre os cientistas mais influentes do mundo em suas respectivas áreas de conhecimento. A lista, produzida anualmente pela empresa de consultoria Clarivate Analytics, desde 2014, considera o número de citações por artigos publicados em um período de dez anos. Os selecionados pertencem ao grupo de 1% de pesquisadores que mantiveram as mais altas médias de citações durante o período. Ao todo, foram selecionados cerca de 6 mil pesquisadores, em 21 áreas do conhecimento, além de campos transversais.

https://www.terra.com.br/noticias/ciencia

Considere as afirmações sobre o texto, julgando-as (V) verdadeiras ou (F) falsas:


( ) Pelas características, o gênero do texto é notícia;

( ) A função de linguagem predominante no texto é a conativa;

( ) As palavras “país” e “média” são acentuadas pela mesma regra gramatical;

( ) Em, “Os Estados Unidos são o país com maior número de pesquisadores mencionados”, a concordância verbal está correta, pois quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo, no caso, concorda com o artigo “os”.


A sequência correta, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q2819605 Português

Leia o texto abaixo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta global sobre a vigilância na proliferação de infecções provocadas pelo zika vírus. De acordo com o Estadão, a indicação é de que os pacientes permaneçam isolados.

O comunicado da OMS frisou o aumento de nascimentos de bebês com microcefalia e casos da síndrome de Guillain-Barré, identificados no Brasil. Há um reconhecimento do vírus em relação ao crescimento desses casos e o país planeja um protocolo específico para as grávidas.

No Brasil, os números de microcefalia avançaram para 1.248. O registro de mortes por zika vírus, até o momento, foram três: dois adultos e um recém-nascido. A recomendação é de reforçar os sistemas de vigilância, para beneficiar um atendimento e detecção mais eficaz das infecções.

As autoridades foram instruídas a ficar alertas para uma possível dispersão do vírus para outras regiões, além de observar as complicações neurológicas e doenças autoimunes em pacientes. A má-formação no cérebro de bebês também foi um destaque no documento.

Eventuais formas de transmissão da doença, de acordo com O Globo, podem ir além das picadas do Aedes aegypti: pelo sêmen, transfusão de sangue ou pelo leite materno. Os pesquisadores apontam para evidências nas quais os vírus são encontrados nos três tipos de fluidos corporais, mas vale lembrar que os estudos sobre o Zika ainda são escassos: existem cerca de 200 publicações científicas, contra mais de 14.500 sobre dengue, por exemplo.

Segundo o infectologista Celso Granato, em entrevista ao jornal O Globo, existe um risco de epidemia no Rio de Janeiro. "Por enquanto, a Secretaria Estadual de Saúde registra 21 ocorrências da malformação, 15 delas somente no segundo semestre deste ano. O risco de epidemia de Zika no Rio é real, mas a gente ainda não tem como dimensionar o tamanho desse risco", acredita.

http://epoca.globo.com/tempo/filtro/noticia/2015/12/oms-alerta-para-reforcar-vigilancia-de-infeccoes-provocadas-pelo-zika-virus.html

Assinale a proposição incorreta quanto à concordância verbal:

Alternativas
Q2817272 Português

Considere a concordância verbal e assinale a alternativa correta:

Alternativas
Q2817267 Português

De acordo com a norma-padrão da língua, a concordância nominal encontra-se incorreta em:

Alternativas
Q2816092 Português

De acordo com as normas de concordância verbal, assinale a alternativa que apresenta concordância incorreta:

Alternativas
Q2816000 Português

Analise os trechos abaixo:


I. Jovens de classe média e média-alta ____________________ frequentado o noticiário policial.

II. O pai __________________ grande parte da culpa.

Assinale a alternativa cuja expressão completa, respectivamente, as lacunas presentes no trecho:

Alternativas
Q2814929 Português

Leia o texto e responda as questões de 1 a 10.

O 1º lugar de medicina da USP é uma menina pobre e negra

A adolescente Bruna Sena tem apenas 17 anos, mas já superou uma barreira de gente grande: foi a primeira colocada em medicina na USP de Ribeirão Preto, a carreira mais concorrida da Fuvest- 2017, com 75,58 candidatos por vaga.
Negra, tímida, estudante de escola pública, criada apenas pela mãe – o pai abandonou a casa quando a menina tinha 9 meses –, Bruna é a primeira da sua família a cursar o ensino superior. Ela comemorou sua conquista pelo Facebook passando um recado: “ A casa- grande surta quando a senzala vira médica”.
De família pobre – a mãe, Dinália, ganha R$1.400 como operadora de caixa de supermercado – Bruna participou do Inclusp, o programa de inclusão social da USP, que oferece pontuação extra para estudantes da rede pública. “Claro que a ascensão social do negro incomoda, assim como incomoda quando o filho da empregada melhora de vida, passa na Fuvest. Não posso dizer que já sofri racismo, até porque não tinha maturidade e conhecimento para reconhecer atitudes racistas”, disse a caloura à Folha de São Paulo
“Alguns se esquecem do passado, que foram anos de escravidão e sofrimento para os negros. Os programas de cota são paliativos, mas precisam existir. Não há como concorrer de igual para igual quando não se tem oportunidade de vida iguais. ”
Para enfrentar o vestibular, Bruna se preparou muito, ao longo de toda sua vida escolar. “Ela só tirava notas 9 ou 10. Uma vez, tirou um 7 e fui até a escola para saber o que tinha acontecido. Não dava para acreditar. Falei com o diretor e ele descobriu que tinham trocado a nota dela com um menino chamado Bruno”, conta a mãe, Dinália.
No último ano, a dedicação foi total: de manhã, Bruna ia para a escola estadual Santos Dumont, onde cursava o último ano do Ensino Médio, de tarde estudava sozinha em casa e à noite frequentava um cursinho popular tocado por estudantes da própria USP.
Com ajuda financeira de amigos e parentes, Bruna fazia kumon de matemática, mas o dinheiro não deu para seguir com o curso de inglês. “Tudo na nossa vida foi com muita luta, desde que ela nasceu, prematura de sete meses, e teve de ficar internada por 28 dias. Não tenho nenhum luxo, não faço minhas unhas, não arrumo meu cabelo. Tudo é para a educação dela”, declara Dinália.
Bruna ainda não sabe qual especialidade médica pretende seguir na carreira, mas sabe que quer atender pessoas de baixa renda.“Quero atender pessoas que precisam de alguém para dar a mão e de saúde de qualidade”, disse.

https://catracalivre.com.br, 06/02/2017

Falei com o diretor ele descobriu que tinham trocado a nota dela com um menino chamado Bruno”


Os sujeitos dos verbos destacados são classificados, RESPECTIVAMENTE, como:

Alternativas
Q2813272 Português

Leia o texto a seguir para responder as questões de 1 a 6.


ENCONTRADO ESQUELETO HUMANO DE 3.000 ANOS COM CÂNCER


É o mais antigo exemplo de restos mortais com a doença. Esqueleto foi descoberto em 2013 no Sudão


Publicado em 18/03/2014. Disponível em:

http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/encontrado-esqueleto-humano-de-3-mil-anos-com-cancer Acesso em 18 de abril de 2014


Arqueólogos britânicos anunciaram ter descoberto o mais antigo exemplar completo de um ser humano com câncer metastático. Os pesquisadores encontraram evidências de tumores por todo corpo em um esqueleto de mais de 3.000 anos de idade [...]. A equipe espera que a descoberta, publicada nesta segunda-feira na revista científica Plos One, possa fornecer novas pistas sobre a evolução da doença.

Os especialistas responsáveis pelo estudo são da Universidade Durham e do British Museum. De acordo com a pesquisa, o esqueleto em questão é de um adulto do sexo masculino com idade estimada entre 25 e 35 anos quando morreu. Ele foi encontrado no sítio arqueológico de Amara Oeste, na parte norte do Sudão, a 750 quilômetros da capital, Cartum.

A análise do esqueleto foi feita por meio de radiografias e de um microscópio eletrônico de varredura. Os pesquisadores conseguiram obter uma clara imagem que mostrou tumores nos ossos da clavícula, escápulas, braços superiores, vértebras, costelas, bacia e coxa. Não foi possível, porém, identificar o local no qual a doença se originou.

Segundo os autores do estudo, praticamente não há registros arqueológicos do câncer em comparação a outras doenças. Isso deu origem à ideia de que o câncer é causado principalmente pelo estilo de vida moderno e pelo fato de, hoje, as pessoas viverem durante mais tempo.

"O conhecimento adquirido em restos humanos como esses pode realmente nos ajudar a compreender a evolução e a história das doenças modernas", diz Michaela Binder, pesquisadora da Universidade Durham que coordenou o trabalho. Ela espera que seu estudo ajude outros cientistas a explorar as causas do câncer em populações antigas.

Releia: “Segundo os autores do estudo, praticamente não há registros arqueológicos do câncer em comparação a outras doenças. Isso deu origem à ideia de que o câncer é causado principalmente pelo estilo de vida moderno e pelo fato de, hoje, as pessoas viverem durante mais tempo”.


Analise as afirmações sobre esse trecho e assinale a única INCORRETA:

Alternativas
Q2808161 Português

Para responder às questões de 1 a 5, leia o texto abaixo.


Nova lei permite transporte de animais em ônibus em

Florianópolis


Gatos e cachorros de até dez quilos poderão ser

transportados.


O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior, (*) o Projeto de Lei Complementar que permite o transporte de animais domésticos de pequeno porte nas linhas de ônibus municipais. A medida já está valendo desde a (**).

De acordo com a lei, é permitido o transporte de cães e gatos com até dez quilos. Cada usuário pode levar até dois bichinhos por viagem. A fiscalização fica a cargo dos cobradores de cada ônibus.

A medida é válida em todas as linhas que circulam no território de Florianópolis, tanto as convencionais, quanto executivas, desde que os animais cumpram as exigências da lei.

Segundo o vereador Tiago Silva, autor do projeto, a medida assegura um direito que é dos animais e dos próprios donos.

"Eu fui procurado no meu gabinete para debater essa questão em uma audiência pública. Muitos donos de animais não têm carro e assim não conseguem levar seus bichinhos ao veterinário, por exemplo. Acho que a medida contribui muito para a causa de direitos dos animais", afirma.

Ainda segundo o vereador, a lei é pioneira em Santa Catarina e as ideias da proposta foram baseadas nas Câmaras das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde o transporte já é permitido.

Condições

Para o deslocamento, os animais deverão ser colocados em caixas de transporte apropriadas durante a sua permanência no veículo, devendo ser colocados em local definido pela empresa e que ofereça condições de proteção e conforto.

Além disso, para ter o direito, o proprietário deve apresentar atestado de veterinário indicando as boas condições de saúde do animal, emitido no período de 15 dias antes da data da viagem.

A carteira de vacinação atualizada também será exigida e nela deverá constar, no mínimo, as vacinas antirrábica e polivalente.

(g1.globo.com)

Sobre a palavra “antirrábica”, que aparece no último parágrafo do texto, pode-se afirmar corretamente que:

Alternativas
Q2802808 Português

Leia o texto abaixo e responda às próximas dez questões.


O cinema engana os olhos da gente


Faz cem anos que inventaram o cinema. E nele tudo é mentirinha. As imagens se mexendo na tela não passam de uma ilusão. O homem demorou milhares de anos para realizar o desejo de dar movimento aos desenhos. Nos tempos das cavernas, as pessoas tentavam representar as coisas em movimento. Elas desenhavam, por exemplo, os animais com oito patas. Era o jeito de mostrar o animal correndo.

A história do cinema começou com a invenção da fotografia, os homens conseguiram reproduzir imagens usando luz e produtos químicos.

Foram os irmãos Louis e Auguste Lumière que tornaram o cinema possível. Eles inventaram uma máquina que podia projetar imagens impressas (gravadas) em um filme.

A primeira sessão de cinema aconteceu em Paris, em 1895. O filme era curtinho e mostrava um trem chegando à estação.

Contam que as pessoas ficaram muito surpresas com o trem se aproximando. Teve gente que caiu da cadeira e muitas mulheres gritaram de susto.


(Medeiros, Paula. Folhinha. In: Folha de S. Paulo, 19 maio 1995, adaptado.)

Das orações abaixo, escolha aquela cujo trecho destacado é o seu sujeito.

Alternativas
Q2800826 Português

Milton e o concorrente

Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.

Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.

Milton ainda não começou a viver.

O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.


Moacyr Scliar

Analise a classificação sintática dos termos sublinhados nas frases que seguem e verifique sua veracidade.


1. Milton ainda está nu. (predicativo do sujeito)

2. Milton ainda não abriu sua loja. (objeto indireto)

3. O concorrente já criou as filhas. (verbo intransitivo)

4. Milton ainda não disse uma palavra. (adjunto adverbial)

5. O concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos. (objeto direto)


Assinale a alternativa que indica todas as corretas.

Alternativas
Q2798917 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


Rio de Lama, Rio de Lágrimas.


Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.

Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.

Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?

Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.

O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?

Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.

Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)

Assinale a alternativa em que há excerto com agente da passiva:

Alternativas
Q2798911 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


Rio de Lama, Rio de Lágrimas.


Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.

Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.

Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?

Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.

O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?

Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.

Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)

A re-escritura da oração em ordem direta: “Morrem também profissões na região (...)” está correta em:

Alternativas
Q2798910 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


Rio de Lama, Rio de Lágrimas.


Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.

Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.

Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?

Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.

O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?

Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.

Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)

Classifica, sintaticamente, o termo “Lélia” em: “onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso (...)” a alternativa:

Alternativas
Q2798906 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


Rio de Lama, Rio de Lágrimas.


Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.

Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.

Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?

Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.

O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?

Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.

Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)


Utilize o fragmento textual seguinte “Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo (...)” para responder as questões 06 e 07 a seguir:

É INCORRETO afirmar sobre o fragmento:

Alternativas
Q2797924 Português

A casa


Cris Guerra


Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta, o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a saudade em noite de celebração?

Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado por arquitetos contadores de histórias?

Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios transparentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos. A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela. Deles. Nossos.

Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais que um modo de morar.

Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas.

Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscando alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em 2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram de fazer do afeto memória.

A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos, a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicenza me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se abriu, a árvore que se encheu de lichias.

Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância.

Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432.shtml Acesso: maio 2013

Há oração sem sujeito em:

Alternativas
Q2797798 Português

A CIÊNCIA-PROBLEMA


Há três séculos, o conhecimento científico não

faz mais do que provar suas virtudes de verificação e

de descoberta em relação a todos os outros modos

de conhecimento. É o conhecimento vivo que conduz

05 a grande aventura da descoberta do universo, da vida,

do homem. Ele trouxe, e de forma singular neste

século, fabuloso progresso ao nosso saber. Hoje,

podemos medir, pesar, analisar o Sol, avaliar o

número de partículas que constituem nosso universo,

10 decifrar a linguagem genética que informa e programa

toda organização viva. Esse conhecimento permite

extrema precisão em todos os domínios da ação,

até na condução de naves espaciais fora da órbita

terrestre.

15 Correlativamente, é evidente que o conhecimento

científico determinou progressos técnicos inéditos

como a domesticação da energia nuclear e os

princípios da engenharia genética. A ciência é,

portanto, elucidativa (resolve enigmas, dissipa

20 mistérios), enriquecedora (permite satisfazer

necessidades sociais e, assim, desabrochar

a civilização); é, de fato, e justamente, conquistadora,

triunfante.

E, no entanto, essa ciência elucidativa, enrique-

25 cedora, conquistadora e triunfante, apresenta- nos,

cada vez mais, problemas graves que se referem ao

conhecimento que produz, à ação que determina, à

sociedade que transforma. Essa ciência libertadora

traz, ao mesmo tempo, possibilidades terríveis de

30 subjugação. Esse conhecimento vivo é o mesmo que

produziu a ameaça do aniquilamento da humanida-

de. Para conceber e compreender esse problema,

há que acabar com a tola alternativa da ciência “boa”,

que só traz benefícios, ou da ciência “má”, que só

35 traz prejuízos. Pelo contrário, há que, desde a parti-

da, dispor de pensamento capaz de conceber e de

compreender a ambivalência, isto é, a complexida-

de da ciência.


MORIN, Edgard. Ciência com consciência. 3.ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999 (adaptado).

No trecho “Esse conhecimento vivo é o mesmo que produziu a ameaça do aniquilamento da humanidade” (L.30 – 32), o verbo em negrito está flexionado de acordo com os critérios da língua padrão. A opção em que ocorreu desvio em relação à concordância verbal é:

Alternativas
Respostas
321: D
322: E
323: A
324: A
325: A
326: D
327: D
328: D
329: B
330: C
331: A
332: C
333: D
334: C
335: C
336: A
337: C
338: E
339: B
340: D