Questões de Concurso Comentadas sobre sintaxe em português

Foram encontradas 13.024 questões

Q870715 Português

Analise a frase: “Você acredita que nossos destinos são controlados pelas estrelas?” e as afirmativas a seguir.


I. Podemos encontrar, no período, um verbo em voz ativa e outro em voz passiva.

II.Pelas estrelas” atua sintaticamente como complemento verbal.

III.nossos destinos” é um sujeito do tipo paciente.


Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Q870481 Português

Considere as seguintes afirmativas sobre o Texto 3 e assinale a alternativa correta.


I. A expressão “Nesses testes” (linha 09) estabelece relação com o parágrafo anterior.

II. A palavra “essa” (linha 05) se refere às notas geradas nos violinos italianos antigos.

III. Os travessões (linhas 12 e 13) são empregados para introduzir uma sentença explicativa.

IV. O sujeito do verbo “confeccionados” (linha 02) é indeterminado.

Alternativas
Q870003 Português

TEXTO 8


“Os decanos e diretores presentes à 102ª Reunião da Plenária de Decanos e Diretores da UFRJ reafirmam a defesa da plena gratuidade nos estabelecimentos oficiais, nos termos do Art. 206, IV, da Constituição Federal, um requisito para a democracia e o desenvolvimento nacional comprometido com o bem viver de todo o povo. A gratuidade é uma conquista republicana que assegura o direito de todos à educação e estabelece o dever do Estado no fomento da educação, cultura, ciência e tecnologia, tal como ocorre nos países que possuem elevada qualidade de vida.(...)”

Trecho inicial do documento “Futuro da universidade federal ameaçado, futuro da nação ameaçado: nota da Plenária de Decanos e Diretores da UFRJ”, de 31 de julho de 2017.


Em relação às expressões “requisito para” e “comprometido com”, constantes do fragmento da nota dos Decanos e Diretores, pode-se afirmar que os termos para e com são respectivamente:

Alternativas
Q869791 Português

Ele aparece na foto como defensor do ambiente por ter promovido o acordo e pouca gente lembra que sua lista de omissões nessa área é grande. (L.21‐23)


Assinale a alternativa em que se tenha alterado o trecho sublinhado no período acima em consonância com a norma culta.

Alternativas
Q869052 Português

                        Ciência e esoterismo


      Como físico, não cabe a mim tentar explicar o porquê da irresistível atração que tantas pessoas têm pelo esoterismo, pelo que está além do que chamamos de fenômenos naturais. Mas posso ao menos oferecer uma conjectura. Por trás desse fascínio encontramos nosso próprio desejo de nos situarmos melhor emocional ou profissionalmente em nossas vidas. Nesse sentido, a atração pelo esoterismo força as pessoas a uma autorreflexão que pode ser muito importante como veículo de autoconhecimento.

      Mas como físico cabe a mim fazer o papel de chato e argumentar contra a crença na existência desses fenômenos esotéricos no mundo natural. O fato é que as “provas” que costumam ser oferecidas, nesses casos, misteriosamente se recusam a sobreviver quando testadas no laboratório sob o escrutínio do cientista ou após uma análise quantitativa mais detalhada. Os cientistas não precisam “acreditar” nos resultados de outro cientista: basta repetir o experimento em seu próprio laboratório, em condições idênticas, e os mesmos resultados devem ser encontrados.

(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 43-44) 

As normas de concordância verbal encontram-se plenamente respeitadas na frase:
Alternativas
Q869047 Português

                        A velhice na sociedade industrial


      Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem, que não envelhecem, e que dão significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone de Beauvoir, se o trabalhador aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um pária, e é comum que o escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola.

      A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que trabalha. Esta sociedade pragmática não desvaloriza somente o operário, mas todo trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista.

      Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na sociedade da competição e do lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem a saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a construção de casas decentes para a velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente. Mas haveria que sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que tornem digna sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o homem permaneça um homem? A resposta é radical para Simone de Beauvoir: “seria preciso que ele sempre tivesse sido tratado como homem”.

      Para que nenhuma forma de humanidade seja excluída da Humanidade é que as minorias têm lutado, que os grupos discriminados têm reagido. A mulher, o negro, combatem pelos seus direitos, mas o velho não tem armas. Nós é que temos de lutar por ele.

(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39) 

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o vocábulo sublinhado na frase:
Alternativas
Q868631 Português

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.


Os dois-pontos empregados na linha 4 introduzem um aposto.

Alternativas
Q868625 Português

              

Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item subsequente.


No trecho “Tentar subornar o guarda para evitar multas”, a oração “para evitar multas” expressa a causa, o motivo que leva alguém a cometer suborno.

Alternativas
Q868620 Português

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o seguinte item.


Em “temos o ‘jeitinho’ virando corrupção” (ℓ.15), os termos ‘jeitinho’ e “corrupção” funcionam como complementos diretos da forma verbal “temos”.

Alternativas
Q868619 Português

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o seguinte item.


A palavra “Agora” (ℓ.12) exprime uma circunstância temporal.

Alternativas
Q868565 Português
Está correta a redação do seguinte comentário:
Alternativas
Q868560 Português

      As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado.

      O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos animais.

      Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível. A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano.

      A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.

      Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, pensamento independente?

      A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.

      Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.

(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras, 2017, ed. digital) 

Será que lhes faltam características (5° parágrafo)


O segmento que exerce a mesma função sintática do sublinhado acima está também sublinhado em: 

Alternativas
Q868559 Português

      As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado.

      O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos animais.

      Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível. A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano.

      A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.

      Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, pensamento independente?

      A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.

      Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.

(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras, 2017, ed. digital) 

O verbo que, no contexto, pode ser flexionado em uma forma do plural, sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:
Alternativas
Q868452 Português

Texto 2 


O nascimento da crônica


      Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

      Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

      Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.

ASSIS, Machado. “Crônicas Escolhidas", Editora Ática - São Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.

“Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso”


Entre as duas frases que compõem o trecho acima, é estabelecida a seguinte relação de sentido:

Alternativas
Q868449 Português

Texto 2 


O nascimento da crônica


      Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

      Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

      Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.

ASSIS, Machado. “Crônicas Escolhidas", Editora Ática - São Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.

“Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras."


Assinale a alternativa que indica a forma de se reescrever essa frase do texto, alterando o seu valor original.

Alternativas
Q868448 Português

Texto 2 


O nascimento da crônica


      Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

      Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

      Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.

ASSIS, Machado. “Crônicas Escolhidas", Editora Ática - São Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.

Analise os comentários sobre o primeiro parágrafo do texto e assinale o correto.
Alternativas
Q868444 Português

Texto 1


                                Além do ano letivo

                                                                                Mario Sérgio Cortella

                  Velocidade das mudanças dificulta o registro

                   de importantes passagens da história atual


      O ano está terminando. Já? Mais um. Mudou a noção de tempo. A novidade não é a mudança do mundo, mas a velocidade das mudanças. Nunca se mudou tão velozmente. Vinte anos atrás, choque de gerações era choque entre pais e filhos. Calculava-se, inclusive, que geração era um tempo de 25 anos. Aos 25 anos, supostamente, você teria outro descendente, e aí viria outra geração. Hoje, choque de gerações é imediato. Meu filho de 24 anos é considerado ultrapassado pela minha filha de 22 anos. Por sua vez, o de 18 anos, o mais novo, considera os dois mais velhos ultrapassados. Eles não cortam o cabelo do mesmo jeito, não ouvem o mesmo tipo de música, e não usam o mesmo tipo de roupa, com uma diferença de apenas dois anos. Imagine eu perto deles.

      Meus filhos referem-se ao tempo em que eu tinha 20 anos - para mim, foi agora - sempre usando a palavra “antigamente”. Quando eu era criança e falava antigamente, eu estava me referindo a gregos e romanos. Eles falam antigamente referindo-se a 1974: “Pai, é verdade que antigamente não tinha controle remoto?". Eu falo que é verdade. A gente tinha de levantar, mudar o canal, sentar, voltar outra vez. Se eu contar para eles que tinha seletor, que fazia barulho clac, clac, clac. Você já viu um desses? Em 1980 - isso foi agora, vários já davam aulas, vários já eram pais e mães - as TVs tinham válvula e se você quisesse assistir a um programa, tinha de ligar a TV bem antes, para ela ficar quentinha, que nem um forno a lenha.

      As coisas têm mudado muito velozmente, a tal ponto que a memória fica fugaz. O que marcou a vida de nossos avós ou pais? Que fatos da história eles viveram?

      [...]

      Em um domingo de março você estava assistindo TV e veio a notícia de que os Mamonas Assassinas tinham morrido. Quando? Em agosto, fez quatro anos que Lady Di morreu. Já? Neste ano, dois senadores brasileiros renunciaram. E, pouco depois, um terceiro também o fez. Que mês foi: março, abril, maio, junho? Já, já, não se lembra mais.

      Eu não estou falando de coisas do século XIX, estou falando de coisas de cinco anos para cá, todas elas. A gente acaba perdendo a memória e isso é muito ruim. O mundo vai além do ano letivo.

CORTELLA, Mário Sérgio. Além do ano letivo. Revista Educação n . 248. dez, 2001. Disponível em: http://www2.uol.com. br/aprendiz/ n_revistas/ revista_educacao.

Em “As coisas têm mudado muito velozmente, a tal ponto QUE A MEMÓRIA FICA FUGAZ." a construção destacada exemplifica uma oração com ideia:
Alternativas
Q868443 Português

Texto 1


                                Além do ano letivo

                                                                                Mario Sérgio Cortella

                  Velocidade das mudanças dificulta o registro

                   de importantes passagens da história atual


      O ano está terminando. Já? Mais um. Mudou a noção de tempo. A novidade não é a mudança do mundo, mas a velocidade das mudanças. Nunca se mudou tão velozmente. Vinte anos atrás, choque de gerações era choque entre pais e filhos. Calculava-se, inclusive, que geração era um tempo de 25 anos. Aos 25 anos, supostamente, você teria outro descendente, e aí viria outra geração. Hoje, choque de gerações é imediato. Meu filho de 24 anos é considerado ultrapassado pela minha filha de 22 anos. Por sua vez, o de 18 anos, o mais novo, considera os dois mais velhos ultrapassados. Eles não cortam o cabelo do mesmo jeito, não ouvem o mesmo tipo de música, e não usam o mesmo tipo de roupa, com uma diferença de apenas dois anos. Imagine eu perto deles.

      Meus filhos referem-se ao tempo em que eu tinha 20 anos - para mim, foi agora - sempre usando a palavra “antigamente”. Quando eu era criança e falava antigamente, eu estava me referindo a gregos e romanos. Eles falam antigamente referindo-se a 1974: “Pai, é verdade que antigamente não tinha controle remoto?". Eu falo que é verdade. A gente tinha de levantar, mudar o canal, sentar, voltar outra vez. Se eu contar para eles que tinha seletor, que fazia barulho clac, clac, clac. Você já viu um desses? Em 1980 - isso foi agora, vários já davam aulas, vários já eram pais e mães - as TVs tinham válvula e se você quisesse assistir a um programa, tinha de ligar a TV bem antes, para ela ficar quentinha, que nem um forno a lenha.

      As coisas têm mudado muito velozmente, a tal ponto que a memória fica fugaz. O que marcou a vida de nossos avós ou pais? Que fatos da história eles viveram?

      [...]

      Em um domingo de março você estava assistindo TV e veio a notícia de que os Mamonas Assassinas tinham morrido. Quando? Em agosto, fez quatro anos que Lady Di morreu. Já? Neste ano, dois senadores brasileiros renunciaram. E, pouco depois, um terceiro também o fez. Que mês foi: março, abril, maio, junho? Já, já, não se lembra mais.

      Eu não estou falando de coisas do século XIX, estou falando de coisas de cinco anos para cá, todas elas. A gente acaba perdendo a memória e isso é muito ruim. O mundo vai além do ano letivo.

CORTELLA, Mário Sérgio. Além do ano letivo. Revista Educação n . 248. dez, 2001. Disponível em: http://www2.uol.com. br/aprendiz/ n_revistas/ revista_educacao.

Em “Vinte anos atrás, choque de gerações ERA choque entre pais e filhos.” o verbo em destaque une uma propriedade qualquer a uma característica expressa a seguir. Nesta perspectiva, este verbo é chamado:
Alternativas
Q868442 Português

Texto 1


                                Além do ano letivo

                                                                                Mario Sérgio Cortella

                  Velocidade das mudanças dificulta o registro

                   de importantes passagens da história atual


      O ano está terminando. Já? Mais um. Mudou a noção de tempo. A novidade não é a mudança do mundo, mas a velocidade das mudanças. Nunca se mudou tão velozmente. Vinte anos atrás, choque de gerações era choque entre pais e filhos. Calculava-se, inclusive, que geração era um tempo de 25 anos. Aos 25 anos, supostamente, você teria outro descendente, e aí viria outra geração. Hoje, choque de gerações é imediato. Meu filho de 24 anos é considerado ultrapassado pela minha filha de 22 anos. Por sua vez, o de 18 anos, o mais novo, considera os dois mais velhos ultrapassados. Eles não cortam o cabelo do mesmo jeito, não ouvem o mesmo tipo de música, e não usam o mesmo tipo de roupa, com uma diferença de apenas dois anos. Imagine eu perto deles.

      Meus filhos referem-se ao tempo em que eu tinha 20 anos - para mim, foi agora - sempre usando a palavra “antigamente”. Quando eu era criança e falava antigamente, eu estava me referindo a gregos e romanos. Eles falam antigamente referindo-se a 1974: “Pai, é verdade que antigamente não tinha controle remoto?". Eu falo que é verdade. A gente tinha de levantar, mudar o canal, sentar, voltar outra vez. Se eu contar para eles que tinha seletor, que fazia barulho clac, clac, clac. Você já viu um desses? Em 1980 - isso foi agora, vários já davam aulas, vários já eram pais e mães - as TVs tinham válvula e se você quisesse assistir a um programa, tinha de ligar a TV bem antes, para ela ficar quentinha, que nem um forno a lenha.

      As coisas têm mudado muito velozmente, a tal ponto que a memória fica fugaz. O que marcou a vida de nossos avós ou pais? Que fatos da história eles viveram?

      [...]

      Em um domingo de março você estava assistindo TV e veio a notícia de que os Mamonas Assassinas tinham morrido. Quando? Em agosto, fez quatro anos que Lady Di morreu. Já? Neste ano, dois senadores brasileiros renunciaram. E, pouco depois, um terceiro também o fez. Que mês foi: março, abril, maio, junho? Já, já, não se lembra mais.

      Eu não estou falando de coisas do século XIX, estou falando de coisas de cinco anos para cá, todas elas. A gente acaba perdendo a memória e isso é muito ruim. O mundo vai além do ano letivo.

CORTELLA, Mário Sérgio. Além do ano letivo. Revista Educação n . 248. dez, 2001. Disponível em: http://www2.uol.com. br/aprendiz/ n_revistas/ revista_educacao.

Combinam-se, na progressão textual, orações sintaticamente dependentes que contraem as funções próprias de um sintagma nominal resultantes de transposição de uma oração. A oração destacada é exemplo desse tipo de estrutura sintática em:
Alternativas
Q868415 Português

São Paulo 10 de Novembro, 1924

Meu caro Carlos Drummond


[...] Eu sempre gostei muito de viver, de maneira que nenhuma manifestação da vida me é indiferente. Eu tanto aprecio uma boa caminhada a pé até o alto da Lapa como uma tocata de Bach e ponho tanto entusiasmo e carinho no escrever um dístico que vai figurar nas paredes dum bailarico e morrer no lixo depois como um romance a que darei a impassível eternidade da impressão. Eu acho, Drummond, pensando bem, que o que falta pra certos moços de tendência modernista brasileiros é isso: gostarem de verdade da vida. Como não atinaram com o verdadeiro jeito de gostar da vida, cansam-se, ficam tristes ou então fingem alegria o que ainda é mais idiota do que ser sinceramente triste. Eu não posso compreender um homem de gabinete e vocês todos, do Rio, de Minas, do Norte me parecem um pouco de gabinete demais. Meu Deus! se eu estivesse nessas terras admiráveis em que vocês vivem, com que gosto, com que religião eu caminharia sempre pelo mesmo caminho (não há mesmo caminho pros amantes da Terra) em longas caminhadas! Que diabo! estudar é bom e eu também estudo. Mas depois do estudo do livro e do gozo do livro, ou antes vem o estudo e gozo da ação corporal. [...] E então parar e puxar conversa com gente chamada baixa e ignorante! Como é gostoso! Fique sabendo duma coisa, se não sabe ainda: é com essa gente que se aprende a sentir e não com a inteligência e a erudição livresca. Eles é que conservam o espírito religioso da vida e fazem tudo sublimemente num ritual esclarecido de religião. Eu conto no meu “Carnaval carioca" um fato a que assisti em plena Avenida Rio Branco. Uns negros dançando o samba. Mas havia uma negra moça que dançava melhor que os outros. Os jeitos eram os mesmos, mesma habilidade, mesma sensualidade mas ela era melhor. Só porque os outros faziam aquilo um pouco decorado, maquinizado, olhando o povo em volta deles, um automóvel que passava. Ela, não. Dançava com religião. Não olhava pra lado nenhum. Vivia a dança. E era sublime. Este é um caso em que tenho pensado muitas vezes. Aquela negra me ensinou o que milhões, milhões é exagero, muitos livros não me ensinaram. Ela me ensinou a felicidade.

ANDRADE, Mário de. A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, pp. 3-5. 

Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção do texto:


I. Na frase “cansam-SE, ficam tristes ou então fingem alegria o que ainda é mais idiota do que ser sinceramente triste.”, o termo destacado retoma tem valor reflexivo.

II. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A, na expressão adverbial em destaque “Eu tanto aprecio uma boa caminhada A PÉ até o alto da Lapa”, deveria ser acentuado.

III. Na frase “Eu conto no meu 'Carnaval carioca' um fato a que ASSISTI em plena Avenida Rio Branco.”, o verbo destacado aponta para o sentido de presenciar.


Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Respostas
8201: C
8202: E
8203: C
8204: E
8205: E
8206: C
8207: C
8208: E
8209: E
8210: E
8211: D
8212: E
8213: D
8214: A
8215: E
8216: C
8217: D
8218: E
8219: E
8220: A