Questões de Concurso Comentadas sobre sintaxe em português

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Q586412 Português
SALTANDO AS MURALHAS DA EUROPA

        De um lado está a Europa da abundância econômica e da estabilidade política. De outro, além do Mediterrâneo, uma extensa faixa assolada pela pobreza e por violentos conflitos. O precário equilíbrio rompeu-se de uma vez com o agravamento da guerra civil na Síria. Da Síria, mas também do Iraque e do Afeganistão, puseram-se em marcha os refugiados. Atrás deles, ou junto com eles, marcham os migrantes econômicos da África e da Ásia. No maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial, os desesperados e os deserdados saltam as muralhas da União Europeia.
        Muralhas? Em tempos normais, os portais da União Europeia estão abertos para os refugiados, mas fechados para os imigrantes. Não vivemos tempos normais. Os países da Europa Centro-Oriental, Hungria à frente, fazem eco à xenofobia da extrema-direita, levantando as pontes diante dos refugiados. Vergonhosamente, a Grã-Bretanha segue tal exemplo, ainda que com menos impudor.
      A Alemanha, seguida hesitantemente pela França, insiste num outro rumo, baseado na lógica demográfica e nos princípios humanitários. Angela Merkel explica a seus parceiros que a Europa precisa agir junta para passar num teste ainda mais difícil que o da crise do euro. “O futuro da União Europeia será moldado pelo que fizermos agora, alerta a primeira-ministra alemã.
(Mundo, outubro 2015)
“O futuro da União Europeia será moldado pelo que fizermos”; a forma inadequada da correspondência entre os tempos verbais sublinhados é:
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Q585870 Português
A arte de escrever

     “Há, portanto, uma arte de escrever - que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar.
       A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio.
      O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensível de ideias.
       Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever.
      Justamente por causa disso, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo, dentro da sociedade, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há  em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola.
      Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.
     Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]
     A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros, com bom resultado, escreveram."

(JOAQUIM MATTOSO CÂMARA JR. Manual de expressão oral & escrita. 7a. Edição, Vozes, Petrópolís, 1983.)
No oitavo parágrafo, a expressão “portanto" assume valor semântico de: 
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Q585824 Português

Considerando as estruturas linguísticas e os sentidos do texto Uma breve história do controle, julgue o próximo item.


Considerando as estruturas linguísticas e os sentidos do texto Uma breve história do controle, julgue o próximo item.

É possível identificar no trecho “foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas" (L. 9 a 11) duas orações, sendo uma delas de natureza restritiva.

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Q585816 Português
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto Exercício da cidadania, julgue o item seguinte.

Na linha 8, a forma verbal “advém" está no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração em que se insere: “garantia".
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Q585361 Português

                                                A CHAVE

                    Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo

                                                                                                                   IVAN MARTINS

     Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por que o amor acabou. O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio.

      Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.

      Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.

      Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.

      O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.

      [...]

      Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.

      Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.

      [...]

      A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.

      Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela constata e encerra.

      Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra, dispensa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Em “Não interessa se você dá ou ganha a chave...”, temos
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Q585272 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com frequência. Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor. Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio, misturadas aos objetos da decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.

    O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a curadora Ann Temke, adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso, que se permitia improvisação no meio. Na década em que predomina o metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história frequentando ferros-velhos em busca de objetos.

    A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke lembra que a visita de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um espírito habitar uma figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a escultura europeia daquele tempo e pensa neste poder mágico."

   A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora do diálogo entre o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de sua linguagem em duas e três dimensões ao mesmo tempo.
"

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26 Setembro 2015)
Consideradas as normas de concordância verbal, a frase em que estão plenamente respeitadas é:  
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Q585271 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com frequência. Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor. Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio, misturadas aos objetos da decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.

    O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a curadora Ann Temke, adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso, que se permitia improvisação no meio. Na década em que predomina o metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história frequentando ferros-velhos em busca de objetos.

    A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke lembra que a visita de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um espírito habitar uma figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a escultura europeia daquele tempo e pensa neste poder mágico."

   A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora do diálogo entre o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de sua linguagem em duas e três dimensões ao mesmo tempo.
"

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26 Setembro 2015)
Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.
Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado acima pode ser substituído por: 
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Q585270 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com frequência. Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor. Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio, misturadas aos objetos da decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.

    O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a curadora Ann Temke, adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso, que se permitia improvisação no meio. Na década em que predomina o metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história frequentando ferros-velhos em busca de objetos.

    A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke lembra que a visita de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um espírito habitar uma figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a escultura europeia daquele tempo e pensa neste poder mágico."

   A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora do diálogo entre o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de sua linguagem em duas e três dimensões ao mesmo tempo.
"

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26 Setembro 2015)
Considere para o que se afirma:
I. O elemento sublinhado em ...que se permitia improvisação no meio. (2º parágrafo) introduz uma restrição ao sentido do termo imediatamente anterior.
II. Sem prejuízo da correção e do sentido, o segmento sublinhado em Na década em que predomina o metal... (2º parágrafo) pode ser substituído por: “à qual".
III. O elemento sublinhado em ...que moram no quinto andar do MoMA (3º parágrafo) é um pronome, com o papel de sujeito na oração que introduz.
Está correto o que se afirma APENAS em 
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Q585268 Português
    A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20 como fonte de gênios − Sigmund Freud, o criador da psicanálise, e o pintor expressionista Egon Schiele são alguns deles. Em outra face, menos vistosa, foi também um dos berços mentais do nazismo. Numa perspectiva mais amena, vastas regiões do país são conhecidas pela sua beleza inóspita, altas montanhas, desfiladeiros e precipícios onde a neve e o verde competem, sob a proteção de hospedarias pitorescas, para atrair turistas ao som da música típica do Tirol.

    Lá viveu, também, Thomas Bernhard (1931-1989), um dos mais agressivos escritores do século passado − e alguém que, radicado na Áustria desde criança, dedicou sua vida a falar mal do país, a ponto de tornar esse mal-estar um dos pontos centrais de sua arte. Um dos itens de seu testamento foi a proibição expressa de que peças suas fossem representadas e seus textos inéditos fossem publicados no país − o mesmo país que, hoje, subsidia a tradução de seus livros para o resto do mundo. Podemos nos perguntar como um projeto aparentemente tão limitado − que um leigo creditaria a uma mera expressão de ressentimento confessional − possa de fato se transformar em grande literatura. Em livros como O náufrago, Árvores abatidas e Extinção, um narrador exasperado e aparentemente sem rumo, que se realiza em frases a um tempo irresistíveis e intermináveis, vai como que destruindo a golpes de medida impaciência qualquer possibilidade de remissão humana.

    Um exemplo: “Num hotel do centro de Viena, cidade que sempre tratou pensadores e artistas com a maior falta de consideração e desfaçatez possíveis e que poderia com certeza ser chamada de o grande cemitério de fantasias e das ideias, porque dilapidou, desperdiçou e aniquilou um número mil vezes maior de gênios do que aqueles aos quais de fato emprestou fama e renome mundial, foi encontrado morto um homem que, com absoluta clareza de pensamento, deixou registrado num bilhete o verdadeiro motivo de seu suicídio, bilhete que, então, prendeu ao paletó." O trecho é de um dos textos que compõem O imitador de vozes.

    Distinta de suas narrativas mais conhecidas, a obra mantém intactas a linguagem e a verve de Thomas Bernhard. Há um humor sombrio em todas as páginas, mas nada se reduz a uma anedota − o leitor ri de algo que não consegue controlar ou definir.

    Este meticuloso painel do desespero se compõe de breves relatos aparentemente jornalísticos, casos curiosos ou inexplicáveis. O narrador dessas histórias, em que não há quase nada de onírico ou alegórico, frequentemente é uma representação coletiva: “chamou-nos a atenção", “conhecemos um homem". Esse “nós", que nunca se apresenta, é a representação de um coro, uma voz coletiva, o temível “senso comum" − ou a voz da Áustria, que Thomas Bernhard transformou numa província asfixiante e opressiva e numa das obras mais desconcertantes da literatura ocidental.

(Adaptado de: TEZZA, Cristovao. Disponível em: http://www.cristovaotezza.com.br/textos/p_resenhas.htm)
Está correta a redação da frase que se encontra em: 
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Q585228 Português
Acerca das ideias e estruturas linguísticas do texto a respeito da CAFCOPA, julgue o item subsecutivo.
As formas verbais “apresentaram” (L.7), “trabalharam” (L.9) e “Existem” (L.18) aparecem flexionadas no plural pelo mesmo motivo: concordância com sujeito composto plural.
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Q585227 Português
Acerca das ideias e estruturas linguísticas do texto a respeito da CAFCOPA, julgue o item subsecutivo.
A oração “que os consultores apresentaram regime de trabalho incompatível com a realidade” (L. 7 e 8) funciona como complemento da forma verbal “constatou-se” (L.7).
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Q585214 Português
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto Exercício da cidadania, julgue o item seguinte.
Mantém-se a correção gramatical do texto se o trecho “informar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos ilegítimos” (L. 4 e 5) for reescrito da seguinte forma: informar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) sobre os atos ilegítimos.
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Q584893 Português
                                              Campo e cidade

  “Campo" e “cidade" são palavras muito poderosas, e isso não é de estranhar, se aquilatarmos o quanto elas representam na vivência das comunidades humanas. O termo inglês country pode significar tanto “país" quanto “campo"; the country pode ser toda a sociedade ou só a parte rural. Na longa história das comunidades humanas, sempre esteve bem evidente essa ligação entre a terra da qual todos nós, direta ou indiretamente, extraímos nossa subsistência, e as realizações da sociedade humana. E uma dessas realizações é a cidade: a capital, a cidade grande, uma forma distinta de civilização.

    Em torno das comunidades existentes, historicamente bastante variadas, cristalizaram-se e generalizaram-se atitudes emocionais poderosas. O campo passou a ser associado a uma forma natural de vida – de paz, inocência e virtudes simples. À cidade associou-se a ideia de centro de realizações – de saber, de comunicações, de progresso. Também constelaram-se poderosas associações negativas: a cidade como lugar de barulho, mundanidade e ambição; o campo como lugar de atraso, ignorância e limitação. Além disso, em nosso próprio mundo, entre os tradicionais extremos de campo e cidade existe uma ampla gama de concentrações humanas: subúrbio, cidade dormitório, favela, complexo industrial, centro tecnológico etc.

     A visão que se pode ter do campo ou da cidade pode variar conforme a perspectiva pessoal. Vejam-se estes versos do poeta inglês Wordsworth, do século XIX, vindo do campo e chegando a Londres pela manhã, compostos a partir de sua primeira visão da cidade: 

                         Nada há na terra de maior beldade:
                                                  (...)
                         Torres e cúpulas se elevam no ar
                         Em luminosa e suave majestade. 

  É bem verdade que se trata de uma visão da cidade antes da azáfama e do barulho do dia de trabalho; porém não há como não reconhecer esse sentimento de entusiasmo diante de um grande aglomerado de metas e destinos humanos.

(Adaptado de: WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade. Trad. Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 11) 
Ambos os termos sublinhados são exemplos de uma mesma função sintática na frase:
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Q584884 Português
                                     Em defesa da dúvida

      Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena pensar no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo Sócrates pulveriza a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio de sucessivas perguntas, que os acabam convencendo da fragilidade de suas convicções. Séculos mais tarde, o filósofo Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro passo.

      Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de personalidades, o que não falta são especialistas infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes. Todos têm receitas imediatas e seguras para a solução de todos os problemas. A hesitação, a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência, passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica, que dá o ritmo aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos nossas certezas.

      A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um fato pelo que dele diz um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que nele estão envolvidos é submeter-se à força de valores já estabelecidos, que deixamos de investigar. A dúvida supõe a necessidade que tem a consciência de se afastar dos julgamentos já produzidos, permitindo-se, assim, o tempo necessário para o exame mais detido da matéria a ser analisada. A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque mais refletidas e devidamente questionadas.

                                                                                      (Cássio da Silveira, inédito)
As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na seguinte frase:
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Q584475 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.

  Recordei outros Carnavais quando fui ao enterro de d. Faride, mãe do meu amigo Osman Nasser. Quando eu tinha uns catorze ou quinze anos de idade, Osman beirava os trinta e era uma figura lendária na pacata Manaus dos anos 1960.
    Pacata? Nem tanto. A cidade não era esse polvo cujos tentáculos rasgam a floresta e atravessam o rio Negro, mas sempre foi um porto cosmopolita, lugar de esplendor e decadência cíclicos, por onde passam aventureiros de todas as latitudes do Brasil e do mundo.
    No fim daquela tarde triste − sol ralo filtrado por nuvens densas e escuras −, me lembrei dos bailes carnavalescos nos clubes e dos blocos de rua. Antes do primeiro grito de Carnaval, a folia começava na tarde em que centenas de pessoas iam ao aeroporto de Ponta Pelada para recepcionar a Camélia, onde a multidão cantava a marchinha Ô jardineira, por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu? e depois a caravana acompanhava a Camélia gigantesca até o Olympico Clube. Não sei se era permitido usar lança-perfume, mas a bisnaga de vidro transparente refrescava as noites carnavalescas.
   Não éramos espectadores de desfiles de escolas de samba carioca; aliás, nem havia TV em Manaus: o Carnaval significava quatro dias maldormidos com suas noites em claro, entre as praças e os clubes. A Segunda-Feira Gorda, no Atlético Rio Negro Clube, era o auge da folia que terminava no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, onde víamos ou acreditávamos ver peixes graúdos fantasiados e peixeiros mascarados. Havia também sereias roucas de tanto cantar, princesas destronadas, foliões com roupa esfarrapada, mendigos que ganhavam um prato de mingau de banana ou jaraqui frito. Os foliões mais bêbados mergulhavam no rio Negro para que mitigassem a ressaca, outros discutiam com urubus na praia ou procuravam a namorada extraviada em algum momento do baile, quando ninguém era de ninguém e o Carnaval, um mistério alucinante.
    Quantos homens choravam na praia, homens solitários e tristes, com o rosto manchado de confetes e o coração seco.
    “Grande é o Senhor Deus”, cantam parentes e amigos no enterro, enquanto eu me lembro da noite natalina em que d. Faride distribuía presentes para convidados e penetras que iam festejar o Natal na casa dos Nasser.
    Ali está a árvore coberta de pacotes coloridos; na sala, a mesa cresce com a chegada de acepipes, as luzes do pátio iluminam a fonte de pedra, cercada de crianças. O velho Nasser, sentado na cadeira de balanço, fuma um charuto com a pose de um perfeito patriarca. Ouço a voz de Oum Kalsoum no disco de 78 rpm, ouço uma gritaria alegre, vejo as nove irmãs de Osman dançar para o pai; depois elas lhe oferecem tâmaras e pistaches que tinham viajado do outro lado da Terra para aquele pequeno e difuso Oriente no centro de Manaus.
    Agora as mulheres cantam loas ao Senhor, rezam o Pai Nosso e eu desvio o olhar das mangueiras quietas que sombreiam o chão, mangueiras centenárias, as poucas que restaram na cidade. Parece que só os mortos têm direito à sombra, os vivos de Manaus penam sob o sol. Olho para o alto do mausoléu e vejo a estrela e lua crescente de metal, símbolos do islã: religião do velho Nasser. É um dos mausoléus muçulmanos no cemité- rio São João Batista, mas a mãe que desce ao fundo da terra era católica. 
    Reconheço rostos de amigos, foliões de outros tempos, e ali, entre dois túmulos, ajoelhado e de cabeça baixa, vejo o vendedor de frutas que, na minha juventude, carregava um pomar na cabeça.
    A cantoria cessa na quietude do crepúsculo, e a vida, quando se olha para trás e para longe, parece um sonho. Abraço meu amigo órfão, que me cochicha um ditado árabe:
    Uma mãe vale um mundo.
    Daqui a pouco será Carnaval
    (Adaptado de: HATOUM, Milton. "Um enterro e   outros Carnavais", Um solitário à espreita.     São Paulo, Cia. das Letras, 2013, p. 24-26)
Na frase Parece que só os mortos têm direito à sombra, os vivos de Manaus penam sob o sol..., explicita-se a relação de sentido entre as duas orações acrescentando-se, imediatamente após a vírgula, a expressão:
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Q584471 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.

  Recordei outros Carnavais quando fui ao enterro de d. Faride, mãe do meu amigo Osman Nasser. Quando eu tinha uns catorze ou quinze anos de idade, Osman beirava os trinta e era uma figura lendária na pacata Manaus dos anos 1960.
    Pacata? Nem tanto. A cidade não era esse polvo cujos tentáculos rasgam a floresta e atravessam o rio Negro, mas sempre foi um porto cosmopolita, lugar de esplendor e decadência cíclicos, por onde passam aventureiros de todas as latitudes do Brasil e do mundo.
    No fim daquela tarde triste − sol ralo filtrado por nuvens densas e escuras −, me lembrei dos bailes carnavalescos nos clubes e dos blocos de rua. Antes do primeiro grito de Carnaval, a folia começava na tarde em que centenas de pessoas iam ao aeroporto de Ponta Pelada para recepcionar a Camélia, onde a multidão cantava a marchinha Ô jardineira, por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu? e depois a caravana acompanhava a Camélia gigantesca até o Olympico Clube. Não sei se era permitido usar lança-perfume, mas a bisnaga de vidro transparente refrescava as noites carnavalescas.
   Não éramos espectadores de desfiles de escolas de samba carioca; aliás, nem havia TV em Manaus: o Carnaval significava quatro dias maldormidos com suas noites em claro, entre as praças e os clubes. A Segunda-Feira Gorda, no Atlético Rio Negro Clube, era o auge da folia que terminava no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, onde víamos ou acreditávamos ver peixes graúdos fantasiados e peixeiros mascarados. Havia também sereias roucas de tanto cantar, princesas destronadas, foliões com roupa esfarrapada, mendigos que ganhavam um prato de mingau de banana ou jaraqui frito. Os foliões mais bêbados mergulhavam no rio Negro para que mitigassem a ressaca, outros discutiam com urubus na praia ou procuravam a namorada extraviada em algum momento do baile, quando ninguém era de ninguém e o Carnaval, um mistério alucinante.
    Quantos homens choravam na praia, homens solitários e tristes, com o rosto manchado de confetes e o coração seco.
    “Grande é o Senhor Deus”, cantam parentes e amigos no enterro, enquanto eu me lembro da noite natalina em que d. Faride distribuía presentes para convidados e penetras que iam festejar o Natal na casa dos Nasser.
    Ali está a árvore coberta de pacotes coloridos; na sala, a mesa cresce com a chegada de acepipes, as luzes do pátio iluminam a fonte de pedra, cercada de crianças. O velho Nasser, sentado na cadeira de balanço, fuma um charuto com a pose de um perfeito patriarca. Ouço a voz de Oum Kalsoum no disco de 78 rpm, ouço uma gritaria alegre, vejo as nove irmãs de Osman dançar para o pai; depois elas lhe oferecem tâmaras e pistaches que tinham viajado do outro lado da Terra para aquele pequeno e difuso Oriente no centro de Manaus.
    Agora as mulheres cantam loas ao Senhor, rezam o Pai Nosso e eu desvio o olhar das mangueiras quietas que sombreiam o chão, mangueiras centenárias, as poucas que restaram na cidade. Parece que só os mortos têm direito à sombra, os vivos de Manaus penam sob o sol. Olho para o alto do mausoléu e vejo a estrela e lua crescente de metal, símbolos do islã: religião do velho Nasser. É um dos mausoléus muçulmanos no cemité- rio São João Batista, mas a mãe que desce ao fundo da terra era católica. 
    Reconheço rostos de amigos, foliões de outros tempos, e ali, entre dois túmulos, ajoelhado e de cabeça baixa, vejo o vendedor de frutas que, na minha juventude, carregava um pomar na cabeça.
    A cantoria cessa na quietude do crepúsculo, e a vida, quando se olha para trás e para longe, parece um sonho. Abraço meu amigo órfão, que me cochicha um ditado árabe:
    Uma mãe vale um mundo.
    Daqui a pouco será Carnaval
    (Adaptado de: HATOUM, Milton. "Um enterro e   outros Carnavais", Um solitário à espreita.     São Paulo, Cia. das Letras, 2013, p. 24-26)
O segmento que expressa causa encontra-se sublinhado em:
Alternativas
Q584312 Português
A questão refere-se ao texto abaixo.

#PARTIU VIVER?

     Sabe o que eu mais acho incrível nas redes sociais? Como as pessoas acabam se tornando diferentes do que são. Diferentes mesmo. Todo mundo é bonito, sai de casa maquiado, com o cabelo certinho, come um prato digno de chef e leva essa vida de comercial de margarina. Eu tenho perfil em quase tudo o que é rede, mas também tenho uma teoria que funciona, pra mim pelo menos: quanto mais ativo você está na internet, mais chato está seu dia a dia. Sério, eu acredito nisso.
    Boa parte das pessoas, nas redes sociais, vive a vida que queria viver. Dá a impressão de que a internet se transformou em um trailer do seu dia a dia. Mas qualquer trailer no cinema parece interessante. Mais do que o filme em si. É só editar e apagar os defeitinhos com um filtro poderoso.
       Eu mesma não vou curtir sair com o cabelo arrepiado em foto, o problema é acreditar que a vida alheia é assim, 100% irretocável e divertida. Qualquer pessoa viva experimenta momentos de tristeza, tédio, preguiça, falta de inspiração, comida feia no prato, cabelo rebelde, olheira, dúvida sobre um tema... Supernormal não ser perfeito, não ter uma opinião formada sobre algo. Anormal mesmo é essa vida plástica que a gente nota pelo Snapchat, Facebook e Instagram.

(Adaptado de Scherma, Mariana, 01/10/2015. Disponível em: <www.cronicadodia.com.br/2015/10/partiu-viver-mariana-scherma.html>. Acessado em: 01/10/2015) 
... quanto mais ativo você está na internet, mais chato está seu dia a dia. (1º parágrafo)

A relação de sentido estabelecida nesse enunciado é de
Alternativas
Q584306 Português
As questão refere-se ao texto abaixo.

É verdade que as mulheres não são engraçadas?

    Em ensaio de 2007 na revista Vanity Fair, o escritor Christopher Hitchens perguntou: "Por que as mulheres não são engraçadas?" Suas duas respostas: a mulher e o humor seriam "opostos" e "a tarefa mais importante que o homem precisa desempenhar na vida é impressionar o sexo oposto. As mulheres não têm a menor necessidade correspondente de atrair os homens dessa maneira. Elas já os atraem".
    Eu acho que os homens fazem graça para atrair mulheres porque as mulheres consideram o humor um sinal de inteligência e o valorizam num companheiro muito mais que os homens. Também penso que nem sempre os homens conseguem seduzir as mulheres pelo riso.
    Elas são ensinadas desde a infância a sorrir, ser educadas e gentis. Não fazem tanta força quanto os homens para ser engraçadas, porque o humor pode ofender. Mas as que rompem com essa convenção social podem nos levar a gargalhar tanto quanto eles.
  Hitchens também pergunta: se as mulheres são tão divertidas quanto os homens, por que existem muito mais humoristas e roteiristas cômicos homens que mulheres? Uma resposta: o humor tem sido tradicionalmente uma profissão dominada pelos homens.
  No Brasil há menos comediantes mulheres porque o machismo retardou os avanços feministas. Mesmo assim, a peça de teatro Cócegas, escrita e representada por Heloísa Périssé e Ingrid Guimarães, ficou em cartaz por dez anos porque suas personagens enfrentam o cotidiano da mulher moderna de modo cômico.
    Portanto, eu diria a Hitchens: dê às mulheres mais tempo para desafiar as convenções sociais, e seus clichês sobre elas se tornarão risíveis.

(Adaptado de: KEPP, Michael. Trad. Clara Allain, 13/10/2014. Disponível em:<www.folha.uol.com.br/opiniao/2014/10/1530898-michael-kepp-e-verdade-que-as-mulheres-nao-sao-engracadas. shtml>. Acessado em: 01/10/2015).
O fragmento sublinhado está reescrito corretamente, com a expressão em negrito substituída por um pronome, em 
Alternativas
Q584188 Português
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

                                                     Questão de ênfase

A ênfase é um modo suspeito de expressão. Se há casos em que ela se torna indispensável, como nas tragédias ou na comicidade extrema, na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo, do lateral que aspira ao centro, do insignificante que se pretende substancial. É a fala em voz gritada, o gargalhar sistemático, a cadeia de interjeições, a produção de caretas, o insistente franzir do cenho, o repetitivo arquear de sobrancelhas, a pronúncia caprichosa de palavras e frases que se querem sentenciosas e inesquecíveis.
Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações, na sistemática caixa alta, nos grafismos espaçosos. Na expressão oral, a ênfase compromete a verdade de um sentimento já de si enfático: despeja risadas antecipando o final da própria piada, força o tom compungido antes de dar a má notícia e se marca no uso indiscriminado de termos como “com certeza" e “literalmente", por exemplo: “Esse aluno está literalmente dando o sangue na prova de Física." Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada.
A ênfase também parece desconfiar do alcance de nossa percepção usual, e nos acusa, se reclamamos do enfático. Este sempre acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero, e nos atribui insensibilidade se não o admiramos. Em suma: o enfático é um chato que se vê a si mesmo como um superlativo. Machado de Assis, por exemplo, não suportava gente que dissesse “Morro por doce de abóbora!". Por sua vez, o poeta Manuel Bandeira enaltecia a “paixão dos suicidas que se matam sem explicação". Já o enfático vive exclamando o quão decisivo é ele ser muito mais vital do que todos os outros seres humanos.

(Augusto Tolentino, inédito)
Nos casos de uso indiscriminado da ênfase, atribui-se à ênfase um efeito retórico que na verdade enfraquece a ênfase, em vez de explorar os atributos da ênfase que podem justificar a ênfase como um expediente de bom estilo.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se corretamente os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
Alternativas
Q584178 Português
Atenção: A questão  refere-se ao texto que segue.

                                                         Saudade de Waterloo

É famosa a história da mulher que se queixava de um dia particularmente agitado nas redondezas da sua casa e do que o movimento constante de cavaleiros e carroças fizera à sua roupa estendida para secar, sem saber que estava falando da batalha de Waterloo, que mudaria a história da Europa. Contam que famílias inteiras da sociedade de Washington pegaram suas cestas de piquenique e foram, de carruagem, assistir à primeira batalha da Guerra Civil americana, em Richmond, e não tiveram baixas. A Primeira Grande Guerra, ou a primeira guerra moderna, mutilou uma geração inteira, mas uma geração de homens em uniformes de combate. Mulheres e crianças foram poupadas. Só 5 por cento das mortes na Primeira Guerra foram de civis. Na Segunda Guerra Mundial, a proporção foi de 65 por cento.
Os estragos colaterais da Segunda Guerra se deveram ao crescimento simultâneo de duas técnicas mortais, a do bombardeio aéreo e a da guerra psicológica. Bombardear populações civis foi adotado como uma “legítima" tática militar, para atingir o moral do inimigo. Os alemães começaram, devastando Londres, que tinha importância simbólica como coração da Inglaterra mas nenhuma importância estratégica. Mas ingleses e americanos também se dedicaram com entusiasmo ao bombardeio indiscriminado, como o que arrasou a cidade de Dresden. E os “estragos colaterais" chegaram à sua apoteose tétrica, claro, em Hiroshima e Nagasaki.
Hoje a guerra psicológica é o pretexto legitimador para quem usa o terror por qualquer causa. E cada vez que vemos uma das vítimas do terror, como o último cadáver de uma criança judia ou palestina sacrificada naquela guerra especialmente insensata, pensamos de novo nos tempos em que só os soldados morriam nas guerras, e ainda era possível ser um espectador, mesmo distraído como a dona de casa de Waterloo, da história. Ou ser inocente.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, pp. 123/124)
As normas de concordância verbal acham-se plenamente observadas na frase:
Alternativas
Respostas
10341: E
10342: C
10343: E
10344: C
10345: D
10346: B
10347: D
10348: E
10349: C
10350: E
10351: E
10352: E
10353: E
10354: C
10355: E
10356: D
10357: E
10358: D
10359: B
10360: A