Questões de Concurso
Comentadas sobre sintaxe em português
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Assinale a opção correta em relação a aspectos linguísticos do texto.
Assinale a opção correta no que se refere à análise de aspectos linguísticos do texto.
Em relação aos aspectos linguísticos do texto, assinale a opção certa.
A correção gramatical e(ou) o sentido original do texto seriam mantidos caso .
As orações iniciadas pelo termo “que”, nas linhas 5 e 15, exercem, nos períodos em que ocorrem, função sintática idêntica.
A forma verbal “possui” (l.8) poderia ser flexionada no plural sem prejuízo para a correção gramatical do período.
01 Você é a favor ou contra cortarem árvores para.
02 alargar uma rua? A favor ou contra derrubarem uma
03 casa para construir um edifício? Devem ser reabertos
04 os arquivos da ditadura? Proibidas as máscaras nos
05 protestos? Publicadas biografias não autorizadas?
06 A arena de debates públicos foi ampliada virtual-
07 mente ao infinito pela capilaridade das redes sociais.
08 Pode parecer apenas mais uma discussão banal sobre
09 um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por
10 _____ de toda polêmica que exalta ânimos e inflama
11 espíritos há um conflito de _____ de mundo, um
12 choque tectônico de ideias. Quase nunca é só pelos 20
13 centavos.
14 Como nem sempre são evidentes todos os aspectos
15 envolvidos em um debate – e como poucas pessoas
16 entendem de todos os assuntos, tirando Leonardo Da
17 Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo –
18 é comum que fiquemos atentos à maneira como dife-
19 rentes pessoas _____ confiamos se posicionam antes
20 de formarmos a nossa própria opinião. O conceito de
21 formador de opinião, porém, mudou muito nos últimos
22 anos. Hoje há formadores de opinião por todos os lados,
23 para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez
24 mais difícil escolher quem vale a pena ouvir.
25 Na busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar
26 atenção em quem entende do riscado: arquitetos para
27 falar de arquitetura, médicos para falar de medicina,
28 juristas para falar de leis. Mas não basta entender do
29 assunto. Para conquistar o meu respeito, é preciso
30 conseguir construir argumentos que voem além dos
31 interesses de sua categoria. Médicos a favor do Mais
32 Médicos, jornalistas contra o diploma de jornalismo,
33 empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode-se
34 concordar ou não com eles, mas ganham um crédito
35 adicional de confiança por pensarem com a cabeça e
36 não com o bolso ou o coração.
37 Quero que o formador de opinião seja coerente,
38 mas, se for dizer algo desatinadamente oposto _____
39 disse antes, que reconheça isso, com humildade, porque
40 mudar de opinião, às vezes, é um sinal de inteligência
41 e integridade. Quero ler opiniões _____ me surpreen-
42 dam de vez em quando, porque o pensador indepen-
43 dente não se torna refém de inclinações políticas ou
44 ideológicas – e nada é mais triste do que ver pessoas
45 inteligentes esforçando-se para tornar plausível um
46 pensamento torto apenas para justificar uma ideologia
47 ou um interesse particular. Ainda assim, quero o
48 conforto de saber que certas pessoas têm a capacidade
49 de iluminar os caminhos mais tortuosos, invariavel-
50 mente apontando para a trilha do que é justo, honesto,
51 honrado, coerente.
52 A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas.
53 que defende restrições às biografias não autorizadas
54 talvez seja lembrada menos pelo assunto em si do
55 que pelo fato de ter colocado sob fogo cerrado dois
56 dos nomes mais emblemáticos da cultura brasileira.
57 Não me importa que Caetano Veloso e Chico Buarque
58 de Hollanda tenham opiniões diferentes das minhas –
59 muitas vezes tiveram, inclusive politicamente. O que é
60 triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um
61 princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a
62 interesses restritos ao seu cercadinho. Pois, levado ao
63 limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna
64 impossível publicar qualquer coisa que contrarie o
65 interesse de qualquer pessoa – o que, vamos combinar,
66 é muito parecido com censura.
67 O mais irônico é que justamente esse gesto pode
68 vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos
69 dois – quando, “apesar de você”, elas forem escritas.
70 E serão.
Adaptado de: LAITANO, Cláudia. Zero Hora, 12 out. 2012, n.º 17581.
Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir.
Assinale a alternativa que propõe uma conversão do trecho acima para o passado que esteja de acordo com a norma gramatical e que preserve a perspectiva modal e as relações de ordenamento entre estados e eventos expressas originalmente.
I) Os alunos que são inteligentes fazem as tarefas;
II) Os alunos, que são inteligentes, fazem as tarefas;
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Clarice Lispector. Felicidade clandestina.
In: Felicidade clandestina: pontos.
Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (com adaptações).
A oração introduzida pelo pronome “que” (l.21) tem caráter restritivo, visto que especifica a ação expressa pela locução “andar pulando”.
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Clarice Lispector. Felicidade clandestina.
In: Felicidade clandestina: pontos.
Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (com adaptações).
Na oração “guiava-me a promessa do livro” (l.22), o pronome “me” exerce a função de complemento da forma verbal “guiava”.
Seriam mantidas as relações sintáticas e semânticas do primeiro período do texto, caso o termo “desprovida” (l.2) fosse substituído por desprovido, passando, assim, a concordar com o elemento imediatamente anterior: “ciberespaço”.
O termo “que” (l.2) introduz oração que complementa de forma direta o sentido do verbo “aprender” (l.1).
No trecho “é possível que associe a figura do seu pai com a figura do seu pai como é hoje” (l.4-5), o conectivo “que” inicia oração que complementa o sentido do adjetivo “possível”.
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Machado de Assis. Teoria do medalhão. In: Obra completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, v. II (com adaptações).
Pela leitura do trecho “De resto, o ofício te irá ensinando os elementos dessa arte difícil de pensar o pensado” (l.41-43), percebe-se a intenção do autor do texto de mostrar que a sociedade da época representava um engodo no que diz respeito a pressupostos acerca da racionalidade e do conhecimento.
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Machado de Assis. Teoria do medalhão. In: Obra completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, v. II (com adaptações).
No diálogo apresentado, entre o personagem Janjão e seu pai, a fala inicial é introdutória do assunto e indica a surpresa do pai diante da maturidade de seu filho e o tom solene que irá permear a conversa em que o pai aconselha o filho a avaliar criticamente os valores da sociedade da época, o que torna o texto de Machado de Assis ainda adequado à atualidade.
A História não é uma ciência. É uma ficção. Vou mais longe: assim como ocorre na ficção, há na História uma tentativa de reconstruir a realidade por meio de um processo de seleção de materiais. Os historiadores apresentam uma realidade cronológica, linear, lógica. Mas a verdade é que se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de vista. A História é escrita sob um prisma masculino. A História é escrita na perspectiva dos vencedores. Se fosse feita pelas mulheres ou pelos vencidos, seria outra. Enfim, há uma História dos que têm voz e uma outra, não contada, dos que não a têm. (...)
Que diabo é a verdade histórica? Só algo que foi desenhado, e depois esse desenho estabelecido foi cercado de escuro para que a única imagem que pudesse ser vista fosse a que se quer mostrar como verdade. Nossa tarefa é tirar todo o escuro, saber o que é que ficou sem ser mostrado.
(Adaptado de: SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 254)
As leis não podem deixar de ressentir-se da fraqueza dos homens. Elas são variáveis como eles.
Algumas, nas grandes nações, foram ditadas pelos poderosos com o fim de esmagar os fracos. Eram tão equívocas que mil intérpretes se apressaram a comentá-las; e, como a maioria só fez sua glosa como quem executa um ofício para ganhar algum dinheiro, acabou o comentário sendo mais obscuro que o texto. A lei transformou-se numa faca de dois gumes que degola tanto o inocente quanto o culpado. Assim, o que devia ser a salvaguarda das nações transformou-se tão amiúde em seu flagelo que alguns chegaram a perguntar se a melhor das legislações não consistiria em não se ter nenhuma.
Examinemos a questão. Se vos moverem um processo de que dependa vossa vida, e se de um lado estiverem as compilações de juristas sabidos e prepotentes, e de outro vos apresentarem vinte juízes pouco eruditos mas que, sendo anciãos isentos das paixões que corrompem o coração, estejam acima das necessidades que o aviltam, dizei-me: por quem escolheríeis ser julgados, por aquela turba de palradores orgulhosos, tão interesseiros quanto ininteligíveis, ou pelos vinte ignorantes respeitáveis?
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 7-8)