Questões de Concurso
Sobre sintaxe em português
Foram encontradas 36.793 questões
No que se refere à concordância verbal, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
I – A maioria das pessoas foram à festa.
II – A multidão de fãs chorou a morte do cantor.
III – Os Estados Unidos venceu a guerra.
A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
(COUTO, Mia. Moçambique-Jornal "Savana", 13 de Dezembro de 2003)
“Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.” O período destacado introduz no texto uma relação de:
Ainda no que se refere à concordância verbal, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
I – Os Estados Unidos e seus aliados venceram a guerra.
II – Os Estados Unidos é um país importante.
III – Mais de um dos candidatos se cumprimentaram.
No que se refere à concordância verbal, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
I – Reformam-se sofás.
II – Precisam-se de vendedores.
III – Comprou-se carros usados.
Leia atentamente o seguinte poema, de autoria de Luís de Camões, para responder às questões a seguir.
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía”
No primeiro verso do poema, afirma-se que “mudam-se os tempos”. Assinale a opção que apresenta uma afirmação INCORRETA sobre essa oração.
Em se tratando de crase, analise os períodos seguintes:
I. A dor de cabeça era porque o quarto cheirava a gasolina e mofo.
II. Muitas empresas fazem doação a casas de saúde.
III. A ordem era manter-se a distância dos seus desafetos.
IV. Foi desclassificado, pois escreveu a redação a caneta.
Conforme a norma padrão, o acento indicativo de crase é obrigatório:
Confira a classificação de tempo e modo das formas verbais sublinhadas:
I. Era um risco calculado, assim como outras viagens ao desconhecido.
(Pretérito mais que perfeito do Indicativo)
II. Com isso, não dispararia nenhum tiro contra a população.
(Futuro do pretérito do Indicativo)
III. Se fosse organizada e atenta, teria conseguido nossa aprovação.
(Pretérito imperfeito do Subjuntivo)
IV. Entregaremos a chave da casa, quando tiverdes quitado as parcelas.
(Futuro do Subjuntivo)
Está correto o que se apresenta nas assertivas:
Sobre as orações subordinadas substantivas, confira:
I. Os funcionários não sabiam que pagamento não seria feito na data.
(Objetiva Direta)
II. Seria importante que todos participassem da reunião de formatura.
(Predicativa)
III. O combinado é que você comece o estágio obrigatório amanhã.
(Completiva Nominal)
IV. É necessário que as notas sejam digitadas até sexta-feira.
(Subjetiva)
Em consonância com as regras gramaticais, está correta a classificação em:
Verifique a forma verbal na análise da concordância dos períodos:
I. Incluíram-se no processo todas as despesas e dívidas existentes.
II. Não se tratavam de questões políticas, mas étnicoraciais.
III. Para a prova, exigia-se todas as certidões negativadas.
IV. Acredita-se em mentiras e fotos das redes sociais.
Segundo as normas da língua padrão, está correto o que se apresenta:
Leia o relato a seguir, escrito por Clarice Lispector, para responder às próximas questões.
“Quem nunca roubou não vai me entender. Eu, em pequena, roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa que impossibilitava a visão da igreja. A sebe era de pitangueira. Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com os dedos que ficavam como ensanguentados. Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de pitangas tem cem anos de perdão”.
(Com adaptações)
Na parte final do texto, a autora afirma que “Nunca ninguém soube. Não me arrependo”. Em relação a essas duas orações, respectivamente, marque a alternativa INCORRETA.
INSTRUÇÃO: Leia o texto 3 para responder à questão 7
TEXTO 3
Leia o texto a seguir:
- O trabalho infantil é ilegal e priva crianças e adolescentes de uma infância normal, impedindo-os não só
- de frequentar a escola e estudar normalmente, mas também de desenvolver de maneira saudável todas as suas
- capacidades e habilidades. Antes de tudo, o trabalho infantil é uma grave violação dos direitos humanos e dos
- direitos e princípios fundamentais no trabalho, representando uma das principais antíteses do trabalho decente.
- O trabalho infantil é causa e efeito da pobreza e da ausência de oportunidades para desenvolver
- capacidades. Ele impacta o nível de desenvolvimento das nações e, muitas vezes, leva ao trabalho forçado na vida
- adulta. Por todas essas razões, a eliminação do trabalho infantil é uma das prioridades da OIT (Organização
- Internacional do Trabalho).
Disponível em: <https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-infantil/lang--pt/index.htm>
Acesso em: 24/6/2019. (Adaptado).
Analise o trecho a seguir:
“O trabalho infantil é ilegal e priva crianças e adolescentes de uma infância normal, impedindo-os não só de frequentar a escola e estudar normalmente, mas também de desenvolver de maneira saudável todas as suas capacidades e habilidades.” (linhas 1 a 3).
Em relação à organização morfossintática do trecho, analise as proposições a seguir:
I – Em “O trabalho infantil é ilegal e priva crianças e adolescentes de uma infância normal” as duas orações sintaticamente coordenadas entre si possuem a mesma estrutura sintática, próprio de orações dessa natureza.
II – O trecho “mas também de desenvolver de maneira saudável todas as suas capacidades e habilidades” evidencia uma oração coordenada que exprime ideia de contradição.
III – O uso das formas “frequentar”, “estudar” e “desenvolver” contribuem para a progressão textual.
IV – No fragmento “todas as suas capacidades e habilidades” o pronome “suas” encontra-se no plural para concordar com a expressão “capacidades e habilidades”.
Assinale a alternativa CORRETA:
Leia com atenção o texto e responda o que se pede no comando das questões.
O ninho não mais vazio
Há dias, escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e que estava experimentando o que os psicólogos chamam de “síndrome do ninho vazio”. Aproveitei para contar que eu próprio entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha — Lola, a rola — fizeram seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.
Outro amigo, cujo conhecimento sobre os pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui”, ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho”. E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação — e não é que meu amigo tinha razão?
Lola, a Rola reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe — secos, fininhos e compridos. Em poucos dias o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.
E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola e Rollo, o Rola, só poderá se chamar — claro — Rolezinho.
Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.
(CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. 1, ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. p. 21/ 22)
Em ''(...) tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.'', analisando a concordância, não é adequado afirmar:
Leia com atenção o texto e responda o que se pede no comando das questões.
O ninho não mais vazio
Há dias, escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e que estava experimentando o que os psicólogos chamam de “síndrome do ninho vazio”. Aproveitei para contar que eu próprio entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha — Lola, a rola — fizeram seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.
Outro amigo, cujo conhecimento sobre os pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui”, ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho”. E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação — e não é que meu amigo tinha razão?
Lola, a Rola reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe — secos, fininhos e compridos. Em poucos dias o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.
E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola e Rollo, o Rola, só poderá se chamar — claro — Rolezinho.
Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.
(CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. 1, ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. p. 21/ 22)
Utilize o excerto a seguir para responder as questões de 5 a 8: "Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar".
Aparticula "no" classifica-se, sintaticamente, como:
Leia com atenção o texto e responda o que se pede no comando das questões.
O ninho não mais vazio
Há dias, escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e que estava experimentando o que os psicólogos chamam de “síndrome do ninho vazio”. Aproveitei para contar que eu próprio entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha — Lola, a rola — fizeram seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.
Outro amigo, cujo conhecimento sobre os pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui”, ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho”. E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação — e não é que meu amigo tinha razão?
Lola, a Rola reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe — secos, fininhos e compridos. Em poucos dias o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.
E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola e Rollo, o Rola, só poderá se chamar — claro — Rolezinho.
Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.
(CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. 1, ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. p. 21/ 22)
Há falha no emprego do cujo em:
A SEREIA DOS PENSADORES
O fascínio pelo poder é uma armadilha para os intelectuais.
Platão, na República, imaginou como seria um Estado governado exclusivamente pelos sábios: somente os iluminados pela Razão poderiam adentrar os círculos do poder, e o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual. Nessa obra exuberante, a utopia da intelligentsia conduz o gênero humano à prosperidade eterna: o mundo real, no entanto, foi menos gentil com o platonismo.
No século V a.C., Dionísio I, governante de Siracusa, convidou o filósofo ateniense a tornar-se seu conselheiro Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (não foi o primeiro nem o último tirano a cultivar mascotes eruditas). Platão, contudo, insistiu em aplicar suas ideias ao governo da cidade-Estado. Segundo o historiador Diogénes Laércio, Dionísio acabou se irritando com suas censuras e ordenou que Platão fosse vendido como escravo. O grande pensador foi parar em um mercado na Ilha de Egina, é entre prisioneiros de guerra. Por sorte, um benfeitor o reconheceu, comprou-o e o mandou de volta a Atenas. Diógenes Laércio calcula que o preço da transação tenha sido uns 200 dracmas.
Embora Platão tivesse inclinações autoritárias (como bem demonstra a leitura da República), sua aproximação ao poder não se deu por ambição pessoal, mas por uma espécie de pudor. Em uma carta, assim justificou seu envolvimento com o governo de Siracusa: “Eu o fiz, principalmente, por um sentimento de vergonha em relação a mim mesmo; não queria que a humanidade me considerasse um homem somente dedicado às palavras e incapaz de agir.”.
Eu detestaria viver na República de Platão — lugar onde poetas e escultores seriam banidos, e onde a única música permitida seriam canções de ninar e marchinha militares. Mesmo assim, há algo de admirável na tentativa de aprimorar o mundo coma força das ideias.
Ao longo dos tempos, contudo, a relação dos grandes intelectuais com o poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres. À vaidade ilustrada levou muitas mentes agudas a se associarem a regimes nefastos: a sensação de moldar a história em tempo real exerce efeito tóxico sobre mentes acostumadas à abstração.
Esse ópio não age apenas sob governos totalitários: mesmo em sociedades democráticas o fascínio pelo poder é uma armadilha que pode arrastar ou embotar os mais argutos intelectos.
Antípoda de Platão, Heráclito (540-470 a.c.) foi o protótipo do intelectual desengajado. Quando os habitantes de Corinto o convidaram a redigir as leis da cidade, respondeu: ''Prefiro brincar com crianças a ajudar esses perversos a governar a república''. Não proponho que Heráclito nos sirva de modelo, e espero que um dia os sábios governem o mundo. Mas quem traçará a linha precisa entre os sábios e os tolos? Antes a sereia do poder, é salutar que os seres ''dedicados ás palavras'' nem fujam nem se deslumbrem; que mantenham uma certa rabugice, uma certa desconfiança, um certo pudor, enfim. Pois, como diz o adágio, o poder corrompe - e a corrupção da sabedoria não é inatividade, mas a loucura.
(BOTELHO, José Francisco. Revista Veja: 3 de julho de 2019. p. 95)
“Ante a sereia do poder, é salutar que os seres 'dedicados às palavras' nem fujam nem se deslumbrem (...)”. Analise as afirmativas e marque a altenativa correta.
|- “que os seres 'dedicados às palavras' " exerce função de sujeito na estrutura.
II-O conectivo “nem” estabelece ideia aditiva.
III- Há orações antitéticas no excerto.
IV-As aspas conotam ironia no contexto.
A SEREIA DOS PENSADORES
O fascínio pelo poder é uma armadilha para os intelectuais.
Platão, na República, imaginou como seria um Estado governado exclusivamente pelos sábios: somente os iluminados pela Razão poderiam adentrar os círculos do poder, e o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual. Nessa obra exuberante, a utopia da intelligentsia conduz o gênero humano à prosperidade eterna: o mundo real, no entanto, foi menos gentil com o platonismo.
No século V a.C., Dionísio I, governante de Siracusa, convidou o filósofo ateniense a tornar-se seu conselheiro Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (não foi o primeiro nem o último tirano a cultivar mascotes eruditas). Platão, contudo, insistiu em aplicar suas ideias ao governo da cidade-Estado. Segundo o historiador Diogénes Laércio, Dionísio acabou se irritando com suas censuras e ordenou que Platão fosse vendido como escravo. O grande pensador foi parar em um mercado na Ilha de Egina, é entre prisioneiros de guerra. Por sorte, um benfeitor o reconheceu, comprou-o e o mandou de volta a Atenas. Diógenes Laércio calcula que o preço da transação tenha sido uns 200 dracmas.
Embora Platão tivesse inclinações autoritárias (como bem demonstra a leitura da República), sua aproximação ao poder não se deu por ambição pessoal, mas por uma espécie de pudor. Em uma carta, assim justificou seu envolvimento com o governo de Siracusa: “Eu o fiz, principalmente, por um sentimento de vergonha em relação a mim mesmo; não queria que a humanidade me considerasse um homem somente dedicado às palavras e incapaz de agir.”.
Eu detestaria viver na República de Platão — lugar onde poetas e escultores seriam banidos, e onde a única música permitida seriam canções de ninar e marchinha militares. Mesmo assim, há algo de admirável na tentativa de aprimorar o mundo coma força das ideias.
Ao longo dos tempos, contudo, a relação dos grandes intelectuais com o poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres. À vaidade ilustrada levou muitas mentes agudas a se associarem a regimes nefastos: a sensação de moldar a história em tempo real exerce efeito tóxico sobre mentes acostumadas à abstração.
Esse ópio não age apenas sob governos totalitários: mesmo em sociedades democráticas o fascínio pelo poder é uma armadilha que pode arrastar ou embotar os mais argutos intelectos.
Antípoda de Platão, Heráclito (540-470 a.c.) foi o protótipo do intelectual desengajado. Quando os habitantes de Corinto o convidaram a redigir as leis da cidade, respondeu: ''Prefiro brincar com crianças a ajudar esses perversos a governar a república''. Não proponho que Heráclito nos sirva de modelo, e espero que um dia os sábios governem o mundo. Mas quem traçará a linha precisa entre os sábios e os tolos? Antes a sereia do poder, é salutar que os seres ''dedicados ás palavras'' nem fujam nem se deslumbrem; que mantenham uma certa rabugice, uma certa desconfiança, um certo pudor, enfim. Pois, como diz o adágio, o poder corrompe - e a corrupção da sabedoria não é inatividade, mas a loucura.
(BOTELHO, José Francisco. Revista Veja: 3 de julho de 2019. p. 95)
Assinale a única alternativa correta quanto à concordância:
Assinale a alternativa incorreta quanto á concordância:
O jabuti
O funileiro desce a rua; não vai malsatisfeito porque sempre faz algum dinheiro em nossa esquina. Não se queixa da profissão, mas diz que é dura. Há os dias de chuva, por exemplo. Sim, existe um sindicato, mas ele não acredita que valha de nada. Enfim... Depois de arrumar suas ferramentas e suas folhas de zinco e alumínio ele se despediu com indiferença.
Em seu lugar, como em um ballet, aparecem três moças de short. Uma delas traz uma bola branca e as três ficam a jogá-la com as mãos, na esquina. Uma tem o corpo mais bem traçado que as outras; é mais linda quando ergue os braços para deter a bola, com um gesto ao mesmo tempo ágil e indolente. Depois elas somem, caminho da praia, e aparecem dois velhos, de guitarra e bandolim. O cego da guitarra já o conheço; não aparecia há algum tempo, e costumava passar acompanhado de uma velha. Ele tocava e os dois cantavam, com vozes finas, horríveis e tristes, os últimos sambas; a mulher vendia o jornal de modinhas e recolhia as moedas jogadas do alto dos apartamentos. Na voz daquele casal triste todos os sambas pareciam iguais, e nenhum parecia samba. Eram mais pungentes e ridículos quando tentavam cantar marchinhas alegres de carnaval. Terá morrido a velha portuguesa?
Os dois atravessam a rua vazia com um ar tão hesitante como se ambos fossem cegos. Param já longe de minha janela, e daqui ouço a mistura confusa e triste de suas vozes e instrumentos.
Um menino vem avisar que o nosso jabuti está fugindo: apanhou-o já na calçada, virado para cima; certamente perdeu o equilíbrio ao passar da soleira do portão para a calçada.
Esse filhote de jabuti tem um quintal para seu domínio, e uma casa inteira onde pode passear. Mas segue o exemplo de um outro jabuti que um vizinho deixou aqui nos meses do verão. Vem exatamente no mesmo rumo, atravessando a cozinha, a sala de jantar e o escritório até a varanda. Quando encontra uma porta fechada fica esperando. Desce penosamente os degraus, avança colado ao muro. Às vezes cai no caminho e fica de patas para cima, impotente: às vezes chega até a rua. Sempre que tem de se lançar de um degrau a outro se detém um pouco; mas sempre arrisca.
Aonde levará essa trilha secreta dos jabutis, essa linha misteriosa do destino que eles parecem obrigados a seguir com obstinação e sacrifício? Se eu os deixasse seguir, seriam levados para alguma outra casa, esmagados por algum carro ou comidos por algum bicho quando caíssem de barriga para o ar. Neste mundo de cimento e asfalto não há maiores esperanças para eles. Entretanto, o pequeno jabuti insiste sempre em sua aventura, com o passo penoso e lerdo. Há alguma fonte secreta, algum reino fabuloso, alguma coisa que o chama de longe; e lá vai ele carregando seu casco humilde, lentamente, para atender a esse apelo secreto...
(BRAGA, Rubem. 200 Crônicas Escolhidas. Círculo do Livro S.A.)
Em “Desce penosamente os degraus, avança colado ao muro. ” (5º§), o termo destacado exprime circunstância de:
AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
TEXTO
1 ____ Segundo um dicionário, ciência é o “conjunto de conhecimentos exatos e sistemáticos da realidade, decorrente
2 de estudos, observações [e] experimentos”. Esse processo é trabalhoso e, às vezes, frustrante. Cientistas passam
3 semanas, meses e até anos observando e realizando experiências. Algumas vezes, eles se deparam com problemas sem
4 solução, mas em muitos casos seu trabalho traz benefícios para a humanidade.
5 ____ Uma empresa europeia criou um purificador de água portátil constituído de um tubo de plástico e filtros
6 avançados. Usando esse purificador, uma pessoa pode evitar doenças causadas por água contaminada. Aparelhos como
7 esse foram usados após desastres naturais, como o terremoto no Haiti em 2010.
8 ____ Bem acima da Terra, redes de satélites formam o chamado Sistema de Posicionamento Global (GPS, sigla em
9 inglês). Inicialmente projetado para fins militares, o GPS ajuda motoristas, pilotos de aeronaves, navegadores e até
10 caçadores e montanhistas a se orientar. Graças aos cientistas que criaram o GPS, ficou mais fácil chegar a seu destino.
11 ___ Você usa celular, computador ou internet? A medicina avançada contribuiu para você ter uma saúde melhor?
12 Você viaja de avião? Nesses casos, você está se beneficiando da ciência. De várias formas, a ciência tem uma influência
13 positiva na vida de todos nós.
14 ___ Para expandir seu conhecimento, cientistas modernos estão pesquisando cada vez mais a fundo a natureza e o
15 Universo. Físicos nucleares investigam o interior do átomo, e astrofísicos tentam entender a origem do Universo, como
16 que voltando bilhões de anos no tempo. À medida que as pesquisas científicas avançam, conseguindo até mesmo
17 investigar domínios invisíveis e intocáveis, alguns cientistas acham que, se o Deus da Bíblia existe, eles vão conseguir
18 encontrá-lo.
19 ___ Alguns cientistas e filósofos de destaque vão mais além. Eles promovem o que o escritor científico Amir Aczel
20 chamou de “argumentação científica contra a existência de Deus”. Por exemplo, um físico mundialmente famoso
21 afirmou que “a ausência de evidências de algum deus que exerça um papel importante no Universo certamente prova
22 que esse deus não existe”. Outros descrevem as atividades do Deus da Bíblia como “artifíciossobrenaturais” e “mágica”.
23 ___ Mas isso gera uma dúvida: o que a ciência aprendeu sobre a natureza é suficiente para se chegar a conclusões
24 definitivas? Na verdade não. A ciência tem avançado de forma extraordinária, mas diversos cientistas reconhecem que
25 ainda há muitas coisas desconhecidas e talvez outras impossíveis de saber. Ao falar sobre a natureza, o físico e vencedor
26 do Prêmio Nobel Steven Weinberg disse: “Nunca saberemos o porquê de tudo.” O professor universitário Martin Rees,
27 Astrônomo Real da Grã-Bretanha, escreveu: “Talvez haja coisas que os humanos nunca entenderão.” A verdade é que
28 muito do que existe na natureza, da minúscula célula ao vasto Universo, ainda está além da compreensão da ciência
29 moderna.
30 ___ Biólogos não entendem plenamente os processos que ocorrem nas células. Como elas consomem energia, como
31 produzem proteínas e como se dividem são dúvidas para as quais a ciência ainda não tem todas as respostas.
32 ___ A gravidade nos afeta em cada segundo de nossa vida. Mesmo assim, de certa forma ela continua um mistério
33 para os físicos. Eles não entendem completamente como a gravidade puxa você para baixo quando você pula ou como
34 ela mantém a Lua orbitando a Terra.
35 ___ Cosmologistas calculam que uns 95% dos elementos que compõem o Universo são invisíveis e indetectáveis
36 por instrumentos científicos. Eles dividem esses elementos em duas categorias: matéria escura e energia escura. Ainda
37 não se conhece a natureza deles.
38 ___ Existem outras coisas desconhecidas que confundem os cientistas. O que isso indica? Um conhecido escritor
39 científico escreveu: “Nossa ignorância ultrapassa muito nosso conhecimento. Para mim, uma vida dedicada à ciência
40 não deve levar a uma atitude de certeza absoluta, mas a uma profunda admiração e a um desejo de investigar mais.”
FONTE: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/wp20150601/impacto-ciencia-sua-vida/
“Eles promovem o que o escritor científico Amir Aczel chamou de “argumentação científica contra a existência de Deus”.” (L.19/20).
Na frase em evidência
AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
TEXTO
1 ____ Segundo um dicionário, ciência é o “conjunto de conhecimentos exatos e sistemáticos da realidade, decorrente
2 de estudos, observações [e] experimentos”. Esse processo é trabalhoso e, às vezes, frustrante. Cientistas passam
3 semanas, meses e até anos observando e realizando experiências. Algumas vezes, eles se deparam com problemas sem
4 solução, mas em muitos casos seu trabalho traz benefícios para a humanidade.
5 ____ Uma empresa europeia criou um purificador de água portátil constituído de um tubo de plástico e filtros
6 avançados. Usando esse purificador, uma pessoa pode evitar doenças causadas por água contaminada. Aparelhos como
7 esse foram usados após desastres naturais, como o terremoto no Haiti em 2010.
8 ____ Bem acima da Terra, redes de satélites formam o chamado Sistema de Posicionamento Global (GPS, sigla em
9 inglês). Inicialmente projetado para fins militares, o GPS ajuda motoristas, pilotos de aeronaves, navegadores e até
10 caçadores e montanhistas a se orientar. Graças aos cientistas que criaram o GPS, ficou mais fácil chegar a seu destino.
11 ___ Você usa celular, computador ou internet? A medicina avançada contribuiu para você ter uma saúde melhor?
12 Você viaja de avião? Nesses casos, você está se beneficiando da ciência. De várias formas, a ciência tem uma influência
13 positiva na vida de todos nós.
14 ___ Para expandir seu conhecimento, cientistas modernos estão pesquisando cada vez mais a fundo a natureza e o
15 Universo. Físicos nucleares investigam o interior do átomo, e astrofísicos tentam entender a origem do Universo, como
16 que voltando bilhões de anos no tempo. À medida que as pesquisas científicas avançam, conseguindo até mesmo
17 investigar domínios invisíveis e intocáveis, alguns cientistas acham que, se o Deus da Bíblia existe, eles vão conseguir
18 encontrá-lo.
19 ___ Alguns cientistas e filósofos de destaque vão mais além. Eles promovem o que o escritor científico Amir Aczel
20 chamou de “argumentação científica contra a existência de Deus”. Por exemplo, um físico mundialmente famoso
21 afirmou que “a ausência de evidências de algum deus que exerça um papel importante no Universo certamente prova
22 que esse deus não existe”. Outros descrevem as atividades do Deus da Bíblia como “artifíciossobrenaturais” e “mágica”.
23 ___ Mas isso gera uma dúvida: o que a ciência aprendeu sobre a natureza é suficiente para se chegar a conclusões
24 definitivas? Na verdade não. A ciência tem avançado de forma extraordinária, mas diversos cientistas reconhecem que
25 ainda há muitas coisas desconhecidas e talvez outras impossíveis de saber. Ao falar sobre a natureza, o físico e vencedor
26 do Prêmio Nobel Steven Weinberg disse: “Nunca saberemos o porquê de tudo.” O professor universitário Martin Rees,
27 Astrônomo Real da Grã-Bretanha, escreveu: “Talvez haja coisas que os humanos nunca entenderão.” A verdade é que
28 muito do que existe na natureza, da minúscula célula ao vasto Universo, ainda está além da compreensão da ciência
29 moderna.
30 ___ Biólogos não entendem plenamente os processos que ocorrem nas células. Como elas consomem energia, como
31 produzem proteínas e como se dividem são dúvidas para as quais a ciência ainda não tem todas as respostas.
32 ___ A gravidade nos afeta em cada segundo de nossa vida. Mesmo assim, de certa forma ela continua um mistério
33 para os físicos. Eles não entendem completamente como a gravidade puxa você para baixo quando você pula ou como
34 ela mantém a Lua orbitando a Terra.
35 ___ Cosmologistas calculam que uns 95% dos elementos que compõem o Universo são invisíveis e indetectáveis
36 por instrumentos científicos. Eles dividem esses elementos em duas categorias: matéria escura e energia escura. Ainda
37 não se conhece a natureza deles.
38 ___ Existem outras coisas desconhecidas que confundem os cientistas. O que isso indica? Um conhecido escritor
39 científico escreveu: “Nossa ignorância ultrapassa muito nosso conhecimento. Para mim, uma vida dedicada à ciência
40 não deve levar a uma atitude de certeza absoluta, mas a uma profunda admiração e a um desejo de investigar mais.”
FONTE: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/wp20150601/impacto-ciencia-sua-vida/
A oração “À medida que as pesquisas científicas avançam” (L.16), em relação à declaração principal do período, exprime valor semântico de