Questões de Concurso Sobre sintaxe em português

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Q2694885 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 ____ Segundo um dicionário, ciência é o “conjunto de conhecimentos exatos e sistemáticos da realidade, decorrente

2 de estudos, observações [e] experimentos”. Esse processo é trabalhoso e, às vezes, frustrante. Cientistas passam

3 semanas, meses e até anos observando e realizando experiências. Algumas vezes, eles se deparam com problemas sem

4 solução, mas em muitos casos seu trabalho traz benefícios para a humanidade.

5 ____ Uma empresa europeia criou um purificador de água portátil constituído de um tubo de plástico e filtros

6 avançados. Usando esse purificador, uma pessoa pode evitar doenças causadas por água contaminada. Aparelhos como

7 esse foram usados após desastres naturais, como o terremoto no Haiti em 2010.

8 ____ Bem acima da Terra, redes de satélites formam o chamado Sistema de Posicionamento Global (GPS, sigla em

9 inglês). Inicialmente projetado para fins militares, o GPS ajuda motoristas, pilotos de aeronaves, navegadores e até

10 caçadores e montanhistas a se orientar. Graças aos cientistas que criaram o GPS, ficou mais fácil chegar a seu destino.

11 ___ Você usa celular, computador ou internet? A medicina avançada contribuiu para você ter uma saúde melhor?

12 Você viaja de avião? Nesses casos, você está se beneficiando da ciência. De várias formas, a ciência tem uma influência

13 positiva na vida de todos nós.

14 ___ Para expandir seu conhecimento, cientistas modernos estão pesquisando cada vez mais a fundo a natureza e o

15 Universo. Físicos nucleares investigam o interior do átomo, e astrofísicos tentam entender a origem do Universo, como

16 que voltando bilhões de anos no tempo. À medida que as pesquisas científicas avançam, conseguindo até mesmo

17 investigar domínios invisíveis e intocáveis, alguns cientistas acham que, se o Deus da Bíblia existe, eles vão conseguir

18 encontrá-lo.

19 ___ Alguns cientistas e filósofos de destaque vão mais além. Eles promovem o que o escritor científico Amir Aczel

20 chamou de “argumentação científica contra a existência de Deus”. Por exemplo, um físico mundialmente famoso

21 afirmou que “a ausência de evidências de algum deus que exerça um papel importante no Universo certamente prova

22 que esse deus não existe”. Outros descrevem as atividades do Deus da Bíblia como “artifíciossobrenaturais” e “mágica”.

23 ___ Mas isso gera uma dúvida: o que a ciência aprendeu sobre a natureza é suficiente para se chegar a conclusões

24 definitivas? Na verdade não. A ciência tem avançado de forma extraordinária, mas diversos cientistas reconhecem que

25 ainda há muitas coisas desconhecidas e talvez outras impossíveis de saber. Ao falar sobre a natureza, o físico e vencedor

26 do Prêmio Nobel Steven Weinberg disse: “Nunca saberemos o porquê de tudo.” O professor universitário Martin Rees,

27 Astrônomo Real da Grã-Bretanha, escreveu: “Talvez haja coisas que os humanos nunca entenderão.” A verdade é que

28 muito do que existe na natureza, da minúscula célula ao vasto Universo, ainda está além da compreensão da ciência

29 moderna.

30 ___ Biólogos não entendem plenamente os processos que ocorrem nas células. Como elas consomem energia, como

31 produzem proteínas e como se dividem são dúvidas para as quais a ciência ainda não tem todas as respostas.

32 ___ A gravidade nos afeta em cada segundo de nossa vida. Mesmo assim, de certa forma ela continua um mistério

33 para os físicos. Eles não entendem completamente como a gravidade puxa você para baixo quando você pula ou como

34 ela mantém a Lua orbitando a Terra.

35 ___ Cosmologistas calculam que uns 95% dos elementos que compõem o Universo são invisíveis e indetectáveis

36 por instrumentos científicos. Eles dividem esses elementos em duas categorias: matéria escura e energia escura. Ainda

37 não se conhece a natureza deles.

38 ___ Existem outras coisas desconhecidas que confundem os cientistas. O que isso indica? Um conhecido escritor

39 científico escreveu: “Nossa ignorância ultrapassa muito nosso conhecimento. Para mim, uma vida dedicada à ciência

40 não deve levar a uma atitude de certeza absoluta, mas a uma profunda admiração e a um desejo de investigar mais.”


FONTE: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/wp20150601/impacto-ciencia-sua-vida/

Ocorre predicado verbal em

Alternativas
Q2694884 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 ____ Segundo um dicionário, ciência é o “conjunto de conhecimentos exatos e sistemáticos da realidade, decorrente

2 de estudos, observações [e] experimentos”. Esse processo é trabalhoso e, às vezes, frustrante. Cientistas passam

3 semanas, meses e até anos observando e realizando experiências. Algumas vezes, eles se deparam com problemas sem

4 solução, mas em muitos casos seu trabalho traz benefícios para a humanidade.

5 ____ Uma empresa europeia criou um purificador de água portátil constituído de um tubo de plástico e filtros

6 avançados. Usando esse purificador, uma pessoa pode evitar doenças causadas por água contaminada. Aparelhos como

7 esse foram usados após desastres naturais, como o terremoto no Haiti em 2010.

8 ____ Bem acima da Terra, redes de satélites formam o chamado Sistema de Posicionamento Global (GPS, sigla em

9 inglês). Inicialmente projetado para fins militares, o GPS ajuda motoristas, pilotos de aeronaves, navegadores e até

10 caçadores e montanhistas a se orientar. Graças aos cientistas que criaram o GPS, ficou mais fácil chegar a seu destino.

11 ___ Você usa celular, computador ou internet? A medicina avançada contribuiu para você ter uma saúde melhor?

12 Você viaja de avião? Nesses casos, você está se beneficiando da ciência. De várias formas, a ciência tem uma influência

13 positiva na vida de todos nós.

14 ___ Para expandir seu conhecimento, cientistas modernos estão pesquisando cada vez mais a fundo a natureza e o

15 Universo. Físicos nucleares investigam o interior do átomo, e astrofísicos tentam entender a origem do Universo, como

16 que voltando bilhões de anos no tempo. À medida que as pesquisas científicas avançam, conseguindo até mesmo

17 investigar domínios invisíveis e intocáveis, alguns cientistas acham que, se o Deus da Bíblia existe, eles vão conseguir

18 encontrá-lo.

19 ___ Alguns cientistas e filósofos de destaque vão mais além. Eles promovem o que o escritor científico Amir Aczel

20 chamou de “argumentação científica contra a existência de Deus”. Por exemplo, um físico mundialmente famoso

21 afirmou que “a ausência de evidências de algum deus que exerça um papel importante no Universo certamente prova

22 que esse deus não existe”. Outros descrevem as atividades do Deus da Bíblia como “artifíciossobrenaturais” e “mágica”.

23 ___ Mas isso gera uma dúvida: o que a ciência aprendeu sobre a natureza é suficiente para se chegar a conclusões

24 definitivas? Na verdade não. A ciência tem avançado de forma extraordinária, mas diversos cientistas reconhecem que

25 ainda há muitas coisas desconhecidas e talvez outras impossíveis de saber. Ao falar sobre a natureza, o físico e vencedor

26 do Prêmio Nobel Steven Weinberg disse: “Nunca saberemos o porquê de tudo.” O professor universitário Martin Rees,

27 Astrônomo Real da Grã-Bretanha, escreveu: “Talvez haja coisas que os humanos nunca entenderão.” A verdade é que

28 muito do que existe na natureza, da minúscula célula ao vasto Universo, ainda está além da compreensão da ciência

29 moderna.

30 ___ Biólogos não entendem plenamente os processos que ocorrem nas células. Como elas consomem energia, como

31 produzem proteínas e como se dividem são dúvidas para as quais a ciência ainda não tem todas as respostas.

32 ___ A gravidade nos afeta em cada segundo de nossa vida. Mesmo assim, de certa forma ela continua um mistério

33 para os físicos. Eles não entendem completamente como a gravidade puxa você para baixo quando você pula ou como

34 ela mantém a Lua orbitando a Terra.

35 ___ Cosmologistas calculam que uns 95% dos elementos que compõem o Universo são invisíveis e indetectáveis

36 por instrumentos científicos. Eles dividem esses elementos em duas categorias: matéria escura e energia escura. Ainda

37 não se conhece a natureza deles.

38 ___ Existem outras coisas desconhecidas que confundem os cientistas. O que isso indica? Um conhecido escritor

39 científico escreveu: “Nossa ignorância ultrapassa muito nosso conhecimento. Para mim, uma vida dedicada à ciência

40 não deve levar a uma atitude de certeza absoluta, mas a uma profunda admiração e a um desejo de investigar mais.”


FONTE: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/wp20150601/impacto-ciencia-sua-vida/

Exerce a mesma função sintática de “sem solução” (L.3/4) a expressão

Alternativas
Q2694881 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 ____ Segundo um dicionário, ciência é o “conjunto de conhecimentos exatos e sistemáticos da realidade, decorrente

2 de estudos, observações [e] experimentos”. Esse processo é trabalhoso e, às vezes, frustrante. Cientistas passam

3 semanas, meses e até anos observando e realizando experiências. Algumas vezes, eles se deparam com problemas sem

4 solução, mas em muitos casos seu trabalho traz benefícios para a humanidade.

5 ____ Uma empresa europeia criou um purificador de água portátil constituído de um tubo de plástico e filtros

6 avançados. Usando esse purificador, uma pessoa pode evitar doenças causadas por água contaminada. Aparelhos como

7 esse foram usados após desastres naturais, como o terremoto no Haiti em 2010.

8 ____ Bem acima da Terra, redes de satélites formam o chamado Sistema de Posicionamento Global (GPS, sigla em

9 inglês). Inicialmente projetado para fins militares, o GPS ajuda motoristas, pilotos de aeronaves, navegadores e até

10 caçadores e montanhistas a se orientar. Graças aos cientistas que criaram o GPS, ficou mais fácil chegar a seu destino.

11 ___ Você usa celular, computador ou internet? A medicina avançada contribuiu para você ter uma saúde melhor?

12 Você viaja de avião? Nesses casos, você está se beneficiando da ciência. De várias formas, a ciência tem uma influência

13 positiva na vida de todos nós.

14 ___ Para expandir seu conhecimento, cientistas modernos estão pesquisando cada vez mais a fundo a natureza e o

15 Universo. Físicos nucleares investigam o interior do átomo, e astrofísicos tentam entender a origem do Universo, como

16 que voltando bilhões de anos no tempo. À medida que as pesquisas científicas avançam, conseguindo até mesmo

17 investigar domínios invisíveis e intocáveis, alguns cientistas acham que, se o Deus da Bíblia existe, eles vão conseguir

18 encontrá-lo.

19 ___ Alguns cientistas e filósofos de destaque vão mais além. Eles promovem o que o escritor científico Amir Aczel

20 chamou de “argumentação científica contra a existência de Deus”. Por exemplo, um físico mundialmente famoso

21 afirmou que “a ausência de evidências de algum deus que exerça um papel importante no Universo certamente prova

22 que esse deus não existe”. Outros descrevem as atividades do Deus da Bíblia como “artifíciossobrenaturais” e “mágica”.

23 ___ Mas isso gera uma dúvida: o que a ciência aprendeu sobre a natureza é suficiente para se chegar a conclusões

24 definitivas? Na verdade não. A ciência tem avançado de forma extraordinária, mas diversos cientistas reconhecem que

25 ainda há muitas coisas desconhecidas e talvez outras impossíveis de saber. Ao falar sobre a natureza, o físico e vencedor

26 do Prêmio Nobel Steven Weinberg disse: “Nunca saberemos o porquê de tudo.” O professor universitário Martin Rees,

27 Astrônomo Real da Grã-Bretanha, escreveu: “Talvez haja coisas que os humanos nunca entenderão.” A verdade é que

28 muito do que existe na natureza, da minúscula célula ao vasto Universo, ainda está além da compreensão da ciência

29 moderna.

30 ___ Biólogos não entendem plenamente os processos que ocorrem nas células. Como elas consomem energia, como

31 produzem proteínas e como se dividem são dúvidas para as quais a ciência ainda não tem todas as respostas.

32 ___ A gravidade nos afeta em cada segundo de nossa vida. Mesmo assim, de certa forma ela continua um mistério

33 para os físicos. Eles não entendem completamente como a gravidade puxa você para baixo quando você pula ou como

34 ela mantém a Lua orbitando a Terra.

35 ___ Cosmologistas calculam que uns 95% dos elementos que compõem o Universo são invisíveis e indetectáveis

36 por instrumentos científicos. Eles dividem esses elementos em duas categorias: matéria escura e energia escura. Ainda

37 não se conhece a natureza deles.

38 ___ Existem outras coisas desconhecidas que confundem os cientistas. O que isso indica? Um conhecido escritor

39 científico escreveu: “Nossa ignorância ultrapassa muito nosso conhecimento. Para mim, uma vida dedicada à ciência

40 não deve levar a uma atitude de certeza absoluta, mas a uma profunda admiração e a um desejo de investigar mais.”


FONTE: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/wp20150601/impacto-ciencia-sua-vida/

Exerce a mesma função sintática de “coisas” (L.38) o termo transcrito em

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694828 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões 09 e 10.



Disponível em: < https://www.humorpolitico.com.br/tag/matando -moradores-de-rua/ >. Acesso em : 11 jul. 2019.

O aspecto que torna o complemento do verbo “dizer” diferente do complemento do verbo “matar” é o seguinte:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694821 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 05. 


A rua 


          Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...] 

          Os dicionários só são considerados fontes fáceis de completo saber pelos que nunca os folhearam. Abri o primeiro, abri o segundo, abri dez, vinte enciclopédias, manuseei infólios especiais de curiosidade. A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas, por onde se anda nas povoações... 

          Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benarès ou em Amsterdã, em Londres ou em Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. [...] A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. A rua é a transformadora das línguas. [...] A rua continua matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. [...] 

          A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. [...] 

          Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível; é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar: É fatigante o exercício? 

          Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! [...] Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco [...]; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado [...] 


RIO, João do. A rua. In: A alma encantadora das ruas. Ministério da Cultura.Disponível em: < http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livro s_eletronicos/alma_encantadora_das_ruas.pdf >. Acesso em: 11 jul. 2019.

Em relação ao trecho “A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela.”, interpreta-se que

Alternativas
Q2694669 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 Não existe um único espaço por excelência para a política educacional. Ela se processa onde há pessoas imbuídas

2 da intenção de aos poucos conduzir a criança a ser o modelo social de adolescente e, posteriormente, de jovem e adulto

3 idealizado pelo grupo social em que está situado.

4 A intenção de uma política educacional pode ser clara e visível, ou então obscura e camuflada. Conhecendo a

5 intenção de uma política educacional, poderá ser compreendido outro aspecto que a envolve – o poder. Esse aspecto da

6 elaboração da política educacional permite associá-la, para uma melhor interpretação, a duas antiquíssimas e também muito

7 atuais vertentes da práxis política.

8 Pelo fato de a política educacional ser estabelecida por meio do poder de definição do processo pedagógico, em

9 função de um grupo, de uma comunidade ou de setores dessa comunidade, ela tanto pode ser resultado de um amplo

10 processo participativo, em que todos os membros envolvidos com a tarefa pedagógica (professores (as), alunos (as) e seus

11 pais) debatem e opinem sobre como ela é, como deverá ser e a que fim deverá atender, como também pode ser imposição

12 de um pequeno grupo que exerce o poder sobre a grande maioria coletiva.

13 Atualmente, existem duas versões de política educacional correspondentes às práxis políticas aristotélicas e

14 platônicas. Na linha platônica, há a política educacional tecnocrática, e, na vertente aristotélica, há a política educacional

15 municipalizante.

16 Na vertente platônica, aqueles que elaboram a política educacionalsão representantes do Estado – um pequeno grupo

17 de pessoas que também desenvolve a atividade normativa sobre o sistema de ensino público, sem, contudo, ser responsável

18 pelo fornecimento do ensino.

19 Essa elite é conhecida como representante da tecnocracia. Na esfera educacional, a tecnocracia tem um perfil

20 antidemocrático, já que continuamente reserva para si o monopólio das virtudes necessárias para a direção da educação.

21 O planejamento, um instrumento para a concretização da política educacional, quando é tecnocrático, obedece a

22 uma orientação platônica, ou seja, não é flexível e não sofre mudanças de acordo com a dinâmica da realidade.

23 A legislação educacional é outro instrumento técnico da política educacional, que garante a homogeneização

24 ideológica na educação e a centralização administrativa.

25 Uma alternativa à política educacional tecnocrática de inspiração platônica é a política municipalizante. Ela implica

26 um poder maior em favor doslocais onde se estabelece a autonomia do complexo escolar, o que comumente é compreendido

27 como municipalização do ensino.

28 A política educacional municipalizante assegura recursos públicos desvinculados de posições político-partidárias e

29 pressupõe participação, controle e comprometimento por parte da comunidade com o motivo educacional.

30 Essa descentralização não requer a existência da dispendiosa burocracia. Há bastante flexibilidade nos currículos

31 escolares, permitindo que ocorram mudanças quando e onde elas se fizerem necessárias. A gestão de cada unidade escolar

32 é bastante democrática, pois os (as) diretores (as) de cada escola pertencem à comunidade em que ela está localizada, o que

33 faz da figura do administrador escolar uma espécie de ponte entre a instituição e o contexto em que ela está inserida.

34 Assim, a política educacional tem muito a ver com o contexto e a organização política de cada sociedade, e o seu

35 perfil depende em grande parte desse aspecto da sociedade em que ela existe.

36 Se a cultura de um povo é democrática e ele atua nas decisões políticas, é provável que sua política educacional

37 acate as sugestões e os anseios da população, mas em contextos autoritários, nos quais o povo é subjugado por uma cultura

38 extremamente dominadora, é comum predominar uma política educacional de cunho platônico.



Por Eliane da Costa Bruini - Colaboradora Brasil Escola Graduada em Pedagogia

Pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL

FONTE: https://educador.brasilescola.uol.com.br/politica-educacional/o-que-politica-educacional.htm


Há ocorrência de predicado verbal em

Alternativas
Q2694582 Português

Leia o texto a seguir para responder as questões de 01 a 08.


Por que Tarsila do Amaral inspira?

Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso.


O MASP inaugurou em abril deste ano a mais ampla exposição de Tarsila do Amaral já realizada na história. A mais numerosa foi a da Pinacoteca de São Paulo, em 2008. Depois outras duas exposições potentes, realizadas pelo Art Institute of Chicago e pelo MoMA de Nova York, têm colocado a obra da artista brasileira em um novo patamar de reconhecimento global.

Como sua sobrinha-neta homônima, conheço e contemplo a obra de Tarsila desde muito pequena. Ao entrar na exposição montada com maestria pelo MASP, lembro-me da casa dela e das paredes das casas de meus familiares, que já foram decoradas com as peças, hoje valorizadas internacionalmente. Tarsila adorava presentear os parentes com seus trabalhos.

Mas muito além de rever estas cores e formas tão peculiares, além de rememorar tantas histórias íntimas envolvendo minha tia-avó, essas grandes exposições (e os olhares que tais mostras suscitam em torno da obra) me fazem rever a dimensão desta mulher no mundo.

É uma obviedade dizer que dos anos 20 para cá muita coisa mudou. Olhar a criação de qualquer artista sob as perspectivas de comportamento atualizadas para 2019 poderia revelar uma obra datada.

Tenho feito isso com Tarsila. E ao rever sua obra, entendo cada vez mais seu vanguardismo feito em voz baixa. Digo isso porque Tarsila era discreta. A partir da mais icônica de suas obras, Abaporu, Tarsila inspirou o manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. Não o escreveu, nem o leu em voz alta no Theatro Municipal de São Paulo. Inspirou-o.

Em uma tela em branco, Tarsila escolheu pintar com cores que seus professores diziam “feias”, de mau gosto. Cores fortes, cheias de luz, do jeito que ela enxergava nas paisagens do interior do Brasil, seu habitat natural, as cores caipiras.

Em uma época na qual a pintura retratava majoritariamente personagens brancos, Tarsila criou “A Negra”, exposta no MoMA e agora no MASP com a devida importância afetiva que a personagem ali representada tinha para a artista.

Ao longo da exposição no MoMA, conversei com diversos frequentadores da mostra e não posso esquecer um funcionário do museu, senhor negro americano, que sorriu ao dizer que a obra que ele mais tinha gostado era “A Negra”, porque se sentiu representado nela. Quantos personagens negros já ocuparam as paredes do MoMA?

Tarsila era filha de aristocratas. Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso. Ousou escolher as cores caipiras, a despeito dos grandes mestres com quem estudou.

Tarsila ousou dizer publicamente que queria ser a pintora do Brasil. Não teve medo de dizer isso em Paris, a cidade onde passou grande parte dos anos 20, que era a capital do mundo artístico na época.

A despeito de todos os papéis pensados para uma mulher filha de fazendeiros nascida em 1886 na cidade de Capivari, interior de São Paulo, a exposição “Tarsila Popular” em cartaz no MASP mostra que ela conquistou o lugar que desejou para sua existência. Por tudo isso, Tarsila inspira.


(Tarsilinha do Amaral é advogada, sobrinhaneta da artista e representante do espólio de Tarsila do Amaral. Texto adaptado. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/16/ opinion/1555368121_160698.html)

“Tarsila adorava presentear os parentes com seus trabalhos.”

Assinale a alternativa que indica de forma INCORRETA a função do elemento da oração.

Alternativas
Q2694581 Português

Leia o texto a seguir para responder as questões de 01 a 08.


Por que Tarsila do Amaral inspira?

Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso.


O MASP inaugurou em abril deste ano a mais ampla exposição de Tarsila do Amaral já realizada na história. A mais numerosa foi a da Pinacoteca de São Paulo, em 2008. Depois outras duas exposições potentes, realizadas pelo Art Institute of Chicago e pelo MoMA de Nova York, têm colocado a obra da artista brasileira em um novo patamar de reconhecimento global.

Como sua sobrinha-neta homônima, conheço e contemplo a obra de Tarsila desde muito pequena. Ao entrar na exposição montada com maestria pelo MASP, lembro-me da casa dela e das paredes das casas de meus familiares, que já foram decoradas com as peças, hoje valorizadas internacionalmente. Tarsila adorava presentear os parentes com seus trabalhos.

Mas muito além de rever estas cores e formas tão peculiares, além de rememorar tantas histórias íntimas envolvendo minha tia-avó, essas grandes exposições (e os olhares que tais mostras suscitam em torno da obra) me fazem rever a dimensão desta mulher no mundo.

É uma obviedade dizer que dos anos 20 para cá muita coisa mudou. Olhar a criação de qualquer artista sob as perspectivas de comportamento atualizadas para 2019 poderia revelar uma obra datada.

Tenho feito isso com Tarsila. E ao rever sua obra, entendo cada vez mais seu vanguardismo feito em voz baixa. Digo isso porque Tarsila era discreta. A partir da mais icônica de suas obras, Abaporu, Tarsila inspirou o manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. Não o escreveu, nem o leu em voz alta no Theatro Municipal de São Paulo. Inspirou-o.

Em uma tela em branco, Tarsila escolheu pintar com cores que seus professores diziam “feias”, de mau gosto. Cores fortes, cheias de luz, do jeito que ela enxergava nas paisagens do interior do Brasil, seu habitat natural, as cores caipiras.

Em uma época na qual a pintura retratava majoritariamente personagens brancos, Tarsila criou “A Negra”, exposta no MoMA e agora no MASP com a devida importância afetiva que a personagem ali representada tinha para a artista.

Ao longo da exposição no MoMA, conversei com diversos frequentadores da mostra e não posso esquecer um funcionário do museu, senhor negro americano, que sorriu ao dizer que a obra que ele mais tinha gostado era “A Negra”, porque se sentiu representado nela. Quantos personagens negros já ocuparam as paredes do MoMA?

Tarsila era filha de aristocratas. Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso. Ousou escolher as cores caipiras, a despeito dos grandes mestres com quem estudou.

Tarsila ousou dizer publicamente que queria ser a pintora do Brasil. Não teve medo de dizer isso em Paris, a cidade onde passou grande parte dos anos 20, que era a capital do mundo artístico na época.

A despeito de todos os papéis pensados para uma mulher filha de fazendeiros nascida em 1886 na cidade de Capivari, interior de São Paulo, a exposição “Tarsila Popular” em cartaz no MASP mostra que ela conquistou o lugar que desejou para sua existência. Por tudo isso, Tarsila inspira.


(Tarsilinha do Amaral é advogada, sobrinhaneta da artista e representante do espólio de Tarsila do Amaral. Texto adaptado. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/16/ opinion/1555368121_160698.html)

Assinale a alternativa em que a regência nominal está INCORRETA.

Alternativas
Q2694580 Português

Leia o texto a seguir para responder as questões de 01 a 08.


Por que Tarsila do Amaral inspira?

Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso.


O MASP inaugurou em abril deste ano a mais ampla exposição de Tarsila do Amaral já realizada na história. A mais numerosa foi a da Pinacoteca de São Paulo, em 2008. Depois outras duas exposições potentes, realizadas pelo Art Institute of Chicago e pelo MoMA de Nova York, têm colocado a obra da artista brasileira em um novo patamar de reconhecimento global.

Como sua sobrinha-neta homônima, conheço e contemplo a obra de Tarsila desde muito pequena. Ao entrar na exposição montada com maestria pelo MASP, lembro-me da casa dela e das paredes das casas de meus familiares, que já foram decoradas com as peças, hoje valorizadas internacionalmente. Tarsila adorava presentear os parentes com seus trabalhos.

Mas muito além de rever estas cores e formas tão peculiares, além de rememorar tantas histórias íntimas envolvendo minha tia-avó, essas grandes exposições (e os olhares que tais mostras suscitam em torno da obra) me fazem rever a dimensão desta mulher no mundo.

É uma obviedade dizer que dos anos 20 para cá muita coisa mudou. Olhar a criação de qualquer artista sob as perspectivas de comportamento atualizadas para 2019 poderia revelar uma obra datada.

Tenho feito isso com Tarsila. E ao rever sua obra, entendo cada vez mais seu vanguardismo feito em voz baixa. Digo isso porque Tarsila era discreta. A partir da mais icônica de suas obras, Abaporu, Tarsila inspirou o manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. Não o escreveu, nem o leu em voz alta no Theatro Municipal de São Paulo. Inspirou-o.

Em uma tela em branco, Tarsila escolheu pintar com cores que seus professores diziam “feias”, de mau gosto. Cores fortes, cheias de luz, do jeito que ela enxergava nas paisagens do interior do Brasil, seu habitat natural, as cores caipiras.

Em uma época na qual a pintura retratava majoritariamente personagens brancos, Tarsila criou “A Negra”, exposta no MoMA e agora no MASP com a devida importância afetiva que a personagem ali representada tinha para a artista.

Ao longo da exposição no MoMA, conversei com diversos frequentadores da mostra e não posso esquecer um funcionário do museu, senhor negro americano, que sorriu ao dizer que a obra que ele mais tinha gostado era “A Negra”, porque se sentiu representado nela. Quantos personagens negros já ocuparam as paredes do MoMA?

Tarsila era filha de aristocratas. Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso. Ousou escolher as cores caipiras, a despeito dos grandes mestres com quem estudou.

Tarsila ousou dizer publicamente que queria ser a pintora do Brasil. Não teve medo de dizer isso em Paris, a cidade onde passou grande parte dos anos 20, que era a capital do mundo artístico na época.

A despeito de todos os papéis pensados para uma mulher filha de fazendeiros nascida em 1886 na cidade de Capivari, interior de São Paulo, a exposição “Tarsila Popular” em cartaz no MASP mostra que ela conquistou o lugar que desejou para sua existência. Por tudo isso, Tarsila inspira.


(Tarsilinha do Amaral é advogada, sobrinhaneta da artista e representante do espólio de Tarsila do Amaral. Texto adaptado. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/16/ opinion/1555368121_160698.html)

“(...) ela enxergava nas paisagens do interior do Brasil, SEU HABITAT NATURAL, as cores caipiras.”

Assinale a alternativa que indica a classificação correta do trecho em destaque no período acima.

Alternativas
Q2694550 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 [...] Cientistas, intelectuais e cientistas sociais esperavam que o avanço da ciência moderna incentivaria a

2 secularização – que a ciência seria uma força da secularização. Mas isso simplesmente não vem acontecendo. As

3 características principais que as sociedades em que a religião continua forte têm em comum estão ligadas menos à

4 ciência do que a sentimentos de segurança existencial e proteção contra algumas das incertezas fundamentais da vida,

5 sob a forma de bens públicos.

6 Uma rede de seguridade social pode estar correlacionada a avanços científicos, mas apenas de maneira fraca,

7 e, mais uma vez, o caso dos Estados Unidos é instrutivo. Os EUA podem ser descritos como a sociedade científica e

8 tecnologicamente mais avançada do mundo, mas, ao mesmo tempo, é a mais religiosa das sociedades ocidentais. Como

9 concluiu o sociólogo britânico David Martin em "The Future of Christianity" (o futuro do cristianismo, 2011), "não

10 existe uma relação consistente entre o grau de avanço científico e um perfil reduzido de influência de crenças e práticas

11 religiosas".

12 A história da ciência e da secularização torna-se ainda mais intrigante quando refletimos sobre as sociedades

13 em que ocorreram reações importantes contra agendas secularistas.

14 O primeiro premiê da Índia, Jawaharlal Nehru (1889-1964), defendeu ideais seculares e científicos e incluiu a

15 educação científica no projeto de modernização do país. Nehru acreditava que as visões hindus de um passado védico

16 e ossonhos muçulmanos de uma teocracia islâmica sucumbiriam diante do avanço histórico inexorável da secularização.

17 "O tempo avança apenas em mão única", declarou. Mas, como atesta a subsequente ascensão dos

18 fundamentalismos hindu e islâmico, Nehru se equivocou. Além disso, a vinculação da ciência com uma agenda de

19 secularização teve efeito contrário ao desejado; uma das baixas colaterais da resistência ao secularismo foi a ciência.

20 [...]

21 Os Estados Unidos representam um contexto cultural diferente, onde pode parecer que a questão crucial é um

22 conflito entre as leituras literais do Livro de Gênesis e aspectos chaves da história da evolução. Na realidade, porém,

23 boa parte do discurso criacionista trata de valores morais. Também no caso dos EUA, vemos o antievolucionismo sendo

24 motivado, pelo menos em parte, pela ideia de que a teoria da evolução é um pretexto para a promoção do materialismo

25 secular e seus valores. Como acontece na Índia e na Turquia, o secularismo está, na realidade, prejudicando a ciência.

26 Para resumir, a secularização global não é inevitável, e, quando acontece, não é causada pela ciência. Além

27 disso, quando se procura usar a ciência para promover o secularismo, os resultados podem prejudicar a ciência. A tese

28 de que "a ciência causa secularização" não passa no teste empírico, e recrutar a ciência como instrumento de

29 secularização é uma estratégia que deixa a desejar. A combinação de ciência e secularização é tão inapta que levanta a

30 pergunta de por que alguém chegou a pensar que não fosse. [...]

31 Hoje as pessoas sentem menos certeza de que a história avança rumo a um destino único, passando por uma

32 série determinada de etapas. E, apesar da persistência popular da ideia de um conflito duradouro entre ciência e religião,

33 a maioria dos historiadores da ciência não defende essa visão.

34 Colisões renomadas, como o caso de Galileu, foram determinadas pela política e pelas personalidades

35 envolvidas, não apenas pela ciência e pela religião. Darwin teve defensores religiosos importantes e detratores

36 científicos, além de detratores religiosos e defensores científicos. Muitas outras supostas instâncias de conflito entre

37 ciência e religião foram expostas como sendo pura invenção.

38 Na realidade, contrariando o conflito, a norma histórica muitas vezes tem sido de apoio mútuo entre ciência e

39 religião. Em seus anos formativos, no século 17, a ciência moderna dependeu da legitimação religiosa. Nos séculos 18

40 e 19, a teologia natural ajudou a popularizar a ciência.

41 O modelo de conflito ciência-religião nos deu uma visão equivocada do passado e, quando somado a

42 expectativas de secularização, levou a uma visão falha do futuro. A teoria da secularização fracassou como descrição e

43 como previsão. A pergunta real é por que continuamos a nos deparar com proponentes do conflito entre ciência e

44 religião.

45 Muitos são cientistas renomados. Seria supérfluo repetir as reflexões de Richard Dawkins sobre esse tema, mas

46 ele está longe de ser uma voz solitária. Stephen Hawking acha que "a ciência vai sair ganhando porque ela funciona";

47 Sam Harris declarou que "a ciência precisa destruir a religião"; Stephen Weinberg pensa que a ciência enfraqueceu as

48 certezas religiosas; Colin Blakemore prevê que, com o tempo, a ciência acabará tornando a religião desnecessária. As

49 evidências históricas não fundamentam essas alegações. Na realidade, sugerem que elas são equivocadas.

50 Então por que elas persistem? As respostas são políticas. Deixando de lado qualquer apreço remanescente por

51 visões oitocentistas ultrapassadas da história, precisamos pensar no medo do fundamentalismo islâmico, na rejeição ao

52 criacionismo, na aversão às alianças entre a direita religiosa e a negação da mudança climática e nos temores de erosão

53 da autoridade científica. Podemos nos solidarizar com essas preocupações, mas não há como disfarçar o fato de que elas

54 nascem de uma intrusão indesejável de compromissos normativos na discussão.

55 O pensamento fantasioso, pautado pelo que se deseja – esperar que a ciência seja vitoriosa sobre a religião –

56 não substitui uma avaliação sóbria e refletida das realidades atuais. Levar essa defesa da causa da ciência adiante

57 provavelmente terá efeito oposto ao pretendido.

58 A religião não vai desaparecer no futuro próximo, e a ciência não vai destruí-la. Na realidade, é a ciência que

59 sofre ameaças crescentes à sua autoridade e legitimidade social. Em vista disso, a ciência precisa de todos os aliados

60 possíveis. Seus defensores fariam bem em parar de retratar a religião como sua inimiga ou de insistir que o único

61 caminho para um futuro seguro está no casamento entre ciência e secularismo.


POR PETER HARRISON - Tradução de CLARA ALLAIN. FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/09/1917894-a-religiao-nao-vai-desaparecer-e-a-ciencianao-vai-acabar-com-ela.shtml

Exerce a mesma função sintática de “relação” (L.10) o termo transcrito em

Alternativas
Q2694548 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 [...] Cientistas, intelectuais e cientistas sociais esperavam que o avanço da ciência moderna incentivaria a

2 secularização – que a ciência seria uma força da secularização. Mas isso simplesmente não vem acontecendo. As

3 características principais que as sociedades em que a religião continua forte têm em comum estão ligadas menos à

4 ciência do que a sentimentos de segurança existencial e proteção contra algumas das incertezas fundamentais da vida,

5 sob a forma de bens públicos.

6 Uma rede de seguridade social pode estar correlacionada a avanços científicos, mas apenas de maneira fraca,

7 e, mais uma vez, o caso dos Estados Unidos é instrutivo. Os EUA podem ser descritos como a sociedade científica e

8 tecnologicamente mais avançada do mundo, mas, ao mesmo tempo, é a mais religiosa das sociedades ocidentais. Como

9 concluiu o sociólogo britânico David Martin em "The Future of Christianity" (o futuro do cristianismo, 2011), "não

10 existe uma relação consistente entre o grau de avanço científico e um perfil reduzido de influência de crenças e práticas

11 religiosas".

12 A história da ciência e da secularização torna-se ainda mais intrigante quando refletimos sobre as sociedades

13 em que ocorreram reações importantes contra agendas secularistas.

14 O primeiro premiê da Índia, Jawaharlal Nehru (1889-1964), defendeu ideais seculares e científicos e incluiu a

15 educação científica no projeto de modernização do país. Nehru acreditava que as visões hindus de um passado védico

16 e ossonhos muçulmanos de uma teocracia islâmica sucumbiriam diante do avanço histórico inexorável da secularização.

17 "O tempo avança apenas em mão única", declarou. Mas, como atesta a subsequente ascensão dos

18 fundamentalismos hindu e islâmico, Nehru se equivocou. Além disso, a vinculação da ciência com uma agenda de

19 secularização teve efeito contrário ao desejado; uma das baixas colaterais da resistência ao secularismo foi a ciência.

20 [...]

21 Os Estados Unidos representam um contexto cultural diferente, onde pode parecer que a questão crucial é um

22 conflito entre as leituras literais do Livro de Gênesis e aspectos chaves da história da evolução. Na realidade, porém,

23 boa parte do discurso criacionista trata de valores morais. Também no caso dos EUA, vemos o antievolucionismo sendo

24 motivado, pelo menos em parte, pela ideia de que a teoria da evolução é um pretexto para a promoção do materialismo

25 secular e seus valores. Como acontece na Índia e na Turquia, o secularismo está, na realidade, prejudicando a ciência.

26 Para resumir, a secularização global não é inevitável, e, quando acontece, não é causada pela ciência. Além

27 disso, quando se procura usar a ciência para promover o secularismo, os resultados podem prejudicar a ciência. A tese

28 de que "a ciência causa secularização" não passa no teste empírico, e recrutar a ciência como instrumento de

29 secularização é uma estratégia que deixa a desejar. A combinação de ciência e secularização é tão inapta que levanta a

30 pergunta de por que alguém chegou a pensar que não fosse. [...]

31 Hoje as pessoas sentem menos certeza de que a história avança rumo a um destino único, passando por uma

32 série determinada de etapas. E, apesar da persistência popular da ideia de um conflito duradouro entre ciência e religião,

33 a maioria dos historiadores da ciência não defende essa visão.

34 Colisões renomadas, como o caso de Galileu, foram determinadas pela política e pelas personalidades

35 envolvidas, não apenas pela ciência e pela religião. Darwin teve defensores religiosos importantes e detratores

36 científicos, além de detratores religiosos e defensores científicos. Muitas outras supostas instâncias de conflito entre

37 ciência e religião foram expostas como sendo pura invenção.

38 Na realidade, contrariando o conflito, a norma histórica muitas vezes tem sido de apoio mútuo entre ciência e

39 religião. Em seus anos formativos, no século 17, a ciência moderna dependeu da legitimação religiosa. Nos séculos 18

40 e 19, a teologia natural ajudou a popularizar a ciência.

41 O modelo de conflito ciência-religião nos deu uma visão equivocada do passado e, quando somado a

42 expectativas de secularização, levou a uma visão falha do futuro. A teoria da secularização fracassou como descrição e

43 como previsão. A pergunta real é por que continuamos a nos deparar com proponentes do conflito entre ciência e

44 religião.

45 Muitos são cientistas renomados. Seria supérfluo repetir as reflexões de Richard Dawkins sobre esse tema, mas

46 ele está longe de ser uma voz solitária. Stephen Hawking acha que "a ciência vai sair ganhando porque ela funciona";

47 Sam Harris declarou que "a ciência precisa destruir a religião"; Stephen Weinberg pensa que a ciência enfraqueceu as

48 certezas religiosas; Colin Blakemore prevê que, com o tempo, a ciência acabará tornando a religião desnecessária. As

49 evidências históricas não fundamentam essas alegações. Na realidade, sugerem que elas são equivocadas.

50 Então por que elas persistem? As respostas são políticas. Deixando de lado qualquer apreço remanescente por

51 visões oitocentistas ultrapassadas da história, precisamos pensar no medo do fundamentalismo islâmico, na rejeição ao

52 criacionismo, na aversão às alianças entre a direita religiosa e a negação da mudança climática e nos temores de erosão

53 da autoridade científica. Podemos nos solidarizar com essas preocupações, mas não há como disfarçar o fato de que elas

54 nascem de uma intrusão indesejável de compromissos normativos na discussão.

55 O pensamento fantasioso, pautado pelo que se deseja – esperar que a ciência seja vitoriosa sobre a religião –

56 não substitui uma avaliação sóbria e refletida das realidades atuais. Levar essa defesa da causa da ciência adiante

57 provavelmente terá efeito oposto ao pretendido.

58 A religião não vai desaparecer no futuro próximo, e a ciência não vai destruí-la. Na realidade, é a ciência que

59 sofre ameaças crescentes à sua autoridade e legitimidade social. Em vista disso, a ciência precisa de todos os aliados

60 possíveis. Seus defensores fariam bem em parar de retratar a religião como sua inimiga ou de insistir que o único

61 caminho para um futuro seguro está no casamento entre ciência e secularismo.


POR PETER HARRISON - Tradução de CLARA ALLAIN. FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/09/1917894-a-religiao-nao-vai-desaparecer-e-a-ciencianao-vai-acabar-com-ela.shtml

Do ponto de vista semântico, é correto afirmar

Alternativas
Q2694545 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 [...] Cientistas, intelectuais e cientistas sociais esperavam que o avanço da ciência moderna incentivaria a

2 secularização – que a ciência seria uma força da secularização. Mas isso simplesmente não vem acontecendo. As

3 características principais que as sociedades em que a religião continua forte têm em comum estão ligadas menos à

4 ciência do que a sentimentos de segurança existencial e proteção contra algumas das incertezas fundamentais da vida,

5 sob a forma de bens públicos.

6 Uma rede de seguridade social pode estar correlacionada a avanços científicos, mas apenas de maneira fraca,

7 e, mais uma vez, o caso dos Estados Unidos é instrutivo. Os EUA podem ser descritos como a sociedade científica e

8 tecnologicamente mais avançada do mundo, mas, ao mesmo tempo, é a mais religiosa das sociedades ocidentais. Como

9 concluiu o sociólogo britânico David Martin em "The Future of Christianity" (o futuro do cristianismo, 2011), "não

10 existe uma relação consistente entre o grau de avanço científico e um perfil reduzido de influência de crenças e práticas

11 religiosas".

12 A história da ciência e da secularização torna-se ainda mais intrigante quando refletimos sobre as sociedades

13 em que ocorreram reações importantes contra agendas secularistas.

14 O primeiro premiê da Índia, Jawaharlal Nehru (1889-1964), defendeu ideais seculares e científicos e incluiu a

15 educação científica no projeto de modernização do país. Nehru acreditava que as visões hindus de um passado védico

16 e ossonhos muçulmanos de uma teocracia islâmica sucumbiriam diante do avanço histórico inexorável da secularização.

17 "O tempo avança apenas em mão única", declarou. Mas, como atesta a subsequente ascensão dos

18 fundamentalismos hindu e islâmico, Nehru se equivocou. Além disso, a vinculação da ciência com uma agenda de

19 secularização teve efeito contrário ao desejado; uma das baixas colaterais da resistência ao secularismo foi a ciência.

20 [...]

21 Os Estados Unidos representam um contexto cultural diferente, onde pode parecer que a questão crucial é um

22 conflito entre as leituras literais do Livro de Gênesis e aspectos chaves da história da evolução. Na realidade, porém,

23 boa parte do discurso criacionista trata de valores morais. Também no caso dos EUA, vemos o antievolucionismo sendo

24 motivado, pelo menos em parte, pela ideia de que a teoria da evolução é um pretexto para a promoção do materialismo

25 secular e seus valores. Como acontece na Índia e na Turquia, o secularismo está, na realidade, prejudicando a ciência.

26 Para resumir, a secularização global não é inevitável, e, quando acontece, não é causada pela ciência. Além

27 disso, quando se procura usar a ciência para promover o secularismo, os resultados podem prejudicar a ciência. A tese

28 de que "a ciência causa secularização" não passa no teste empírico, e recrutar a ciência como instrumento de

29 secularização é uma estratégia que deixa a desejar. A combinação de ciência e secularização é tão inapta que levanta a

30 pergunta de por que alguém chegou a pensar que não fosse. [...]

31 Hoje as pessoas sentem menos certeza de que a história avança rumo a um destino único, passando por uma

32 série determinada de etapas. E, apesar da persistência popular da ideia de um conflito duradouro entre ciência e religião,

33 a maioria dos historiadores da ciência não defende essa visão.

34 Colisões renomadas, como o caso de Galileu, foram determinadas pela política e pelas personalidades

35 envolvidas, não apenas pela ciência e pela religião. Darwin teve defensores religiosos importantes e detratores

36 científicos, além de detratores religiosos e defensores científicos. Muitas outras supostas instâncias de conflito entre

37 ciência e religião foram expostas como sendo pura invenção.

38 Na realidade, contrariando o conflito, a norma histórica muitas vezes tem sido de apoio mútuo entre ciência e

39 religião. Em seus anos formativos, no século 17, a ciência moderna dependeu da legitimação religiosa. Nos séculos 18

40 e 19, a teologia natural ajudou a popularizar a ciência.

41 O modelo de conflito ciência-religião nos deu uma visão equivocada do passado e, quando somado a

42 expectativas de secularização, levou a uma visão falha do futuro. A teoria da secularização fracassou como descrição e

43 como previsão. A pergunta real é por que continuamos a nos deparar com proponentes do conflito entre ciência e

44 religião.

45 Muitos são cientistas renomados. Seria supérfluo repetir as reflexões de Richard Dawkins sobre esse tema, mas

46 ele está longe de ser uma voz solitária. Stephen Hawking acha que "a ciência vai sair ganhando porque ela funciona";

47 Sam Harris declarou que "a ciência precisa destruir a religião"; Stephen Weinberg pensa que a ciência enfraqueceu as

48 certezas religiosas; Colin Blakemore prevê que, com o tempo, a ciência acabará tornando a religião desnecessária. As

49 evidências históricas não fundamentam essas alegações. Na realidade, sugerem que elas são equivocadas.

50 Então por que elas persistem? As respostas são políticas. Deixando de lado qualquer apreço remanescente por

51 visões oitocentistas ultrapassadas da história, precisamos pensar no medo do fundamentalismo islâmico, na rejeição ao

52 criacionismo, na aversão às alianças entre a direita religiosa e a negação da mudança climática e nos temores de erosão

53 da autoridade científica. Podemos nos solidarizar com essas preocupações, mas não há como disfarçar o fato de que elas

54 nascem de uma intrusão indesejável de compromissos normativos na discussão.

55 O pensamento fantasioso, pautado pelo que se deseja – esperar que a ciência seja vitoriosa sobre a religião –

56 não substitui uma avaliação sóbria e refletida das realidades atuais. Levar essa defesa da causa da ciência adiante

57 provavelmente terá efeito oposto ao pretendido.

58 A religião não vai desaparecer no futuro próximo, e a ciência não vai destruí-la. Na realidade, é a ciência que

59 sofre ameaças crescentes à sua autoridade e legitimidade social. Em vista disso, a ciência precisa de todos os aliados

60 possíveis. Seus defensores fariam bem em parar de retratar a religião como sua inimiga ou de insistir que o único

61 caminho para um futuro seguro está no casamento entre ciência e secularismo.


POR PETER HARRISON - Tradução de CLARA ALLAIN. FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/09/1917894-a-religiao-nao-vai-desaparecer-e-a-ciencianao-vai-acabar-com-ela.shtml

Exerce função predicativa o termo transcrito em


Alternativas
Q2694542 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 [...] Cientistas, intelectuais e cientistas sociais esperavam que o avanço da ciência moderna incentivaria a

2 secularização – que a ciência seria uma força da secularização. Mas isso simplesmente não vem acontecendo. As

3 características principais que as sociedades em que a religião continua forte têm em comum estão ligadas menos à

4 ciência do que a sentimentos de segurança existencial e proteção contra algumas das incertezas fundamentais da vida,

5 sob a forma de bens públicos.

6 Uma rede de seguridade social pode estar correlacionada a avanços científicos, mas apenas de maneira fraca,

7 e, mais uma vez, o caso dos Estados Unidos é instrutivo. Os EUA podem ser descritos como a sociedade científica e

8 tecnologicamente mais avançada do mundo, mas, ao mesmo tempo, é a mais religiosa das sociedades ocidentais. Como

9 concluiu o sociólogo britânico David Martin em "The Future of Christianity" (o futuro do cristianismo, 2011), "não

10 existe uma relação consistente entre o grau de avanço científico e um perfil reduzido de influência de crenças e práticas

11 religiosas".

12 A história da ciência e da secularização torna-se ainda mais intrigante quando refletimos sobre as sociedades

13 em que ocorreram reações importantes contra agendas secularistas.

14 O primeiro premiê da Índia, Jawaharlal Nehru (1889-1964), defendeu ideais seculares e científicos e incluiu a

15 educação científica no projeto de modernização do país. Nehru acreditava que as visões hindus de um passado védico

16 e ossonhos muçulmanos de uma teocracia islâmica sucumbiriam diante do avanço histórico inexorável da secularização.

17 "O tempo avança apenas em mão única", declarou. Mas, como atesta a subsequente ascensão dos

18 fundamentalismos hindu e islâmico, Nehru se equivocou. Além disso, a vinculação da ciência com uma agenda de

19 secularização teve efeito contrário ao desejado; uma das baixas colaterais da resistência ao secularismo foi a ciência.

20 [...]

21 Os Estados Unidos representam um contexto cultural diferente, onde pode parecer que a questão crucial é um

22 conflito entre as leituras literais do Livro de Gênesis e aspectos chaves da história da evolução. Na realidade, porém,

23 boa parte do discurso criacionista trata de valores morais. Também no caso dos EUA, vemos o antievolucionismo sendo

24 motivado, pelo menos em parte, pela ideia de que a teoria da evolução é um pretexto para a promoção do materialismo

25 secular e seus valores. Como acontece na Índia e na Turquia, o secularismo está, na realidade, prejudicando a ciência.

26 Para resumir, a secularização global não é inevitável, e, quando acontece, não é causada pela ciência. Além

27 disso, quando se procura usar a ciência para promover o secularismo, os resultados podem prejudicar a ciência. A tese

28 de que "a ciência causa secularização" não passa no teste empírico, e recrutar a ciência como instrumento de

29 secularização é uma estratégia que deixa a desejar. A combinação de ciência e secularização é tão inapta que levanta a

30 pergunta de por que alguém chegou a pensar que não fosse. [...]

31 Hoje as pessoas sentem menos certeza de que a história avança rumo a um destino único, passando por uma

32 série determinada de etapas. E, apesar da persistência popular da ideia de um conflito duradouro entre ciência e religião,

33 a maioria dos historiadores da ciência não defende essa visão.

34 Colisões renomadas, como o caso de Galileu, foram determinadas pela política e pelas personalidades

35 envolvidas, não apenas pela ciência e pela religião. Darwin teve defensores religiosos importantes e detratores

36 científicos, além de detratores religiosos e defensores científicos. Muitas outras supostas instâncias de conflito entre

37 ciência e religião foram expostas como sendo pura invenção.

38 Na realidade, contrariando o conflito, a norma histórica muitas vezes tem sido de apoio mútuo entre ciência e

39 religião. Em seus anos formativos, no século 17, a ciência moderna dependeu da legitimação religiosa. Nos séculos 18

40 e 19, a teologia natural ajudou a popularizar a ciência.

41 O modelo de conflito ciência-religião nos deu uma visão equivocada do passado e, quando somado a

42 expectativas de secularização, levou a uma visão falha do futuro. A teoria da secularização fracassou como descrição e

43 como previsão. A pergunta real é por que continuamos a nos deparar com proponentes do conflito entre ciência e

44 religião.

45 Muitos são cientistas renomados. Seria supérfluo repetir as reflexões de Richard Dawkins sobre esse tema, mas

46 ele está longe de ser uma voz solitária. Stephen Hawking acha que "a ciência vai sair ganhando porque ela funciona";

47 Sam Harris declarou que "a ciência precisa destruir a religião"; Stephen Weinberg pensa que a ciência enfraqueceu as

48 certezas religiosas; Colin Blakemore prevê que, com o tempo, a ciência acabará tornando a religião desnecessária. As

49 evidências históricas não fundamentam essas alegações. Na realidade, sugerem que elas são equivocadas.

50 Então por que elas persistem? As respostas são políticas. Deixando de lado qualquer apreço remanescente por

51 visões oitocentistas ultrapassadas da história, precisamos pensar no medo do fundamentalismo islâmico, na rejeição ao

52 criacionismo, na aversão às alianças entre a direita religiosa e a negação da mudança climática e nos temores de erosão

53 da autoridade científica. Podemos nos solidarizar com essas preocupações, mas não há como disfarçar o fato de que elas

54 nascem de uma intrusão indesejável de compromissos normativos na discussão.

55 O pensamento fantasioso, pautado pelo que se deseja – esperar que a ciência seja vitoriosa sobre a religião –

56 não substitui uma avaliação sóbria e refletida das realidades atuais. Levar essa defesa da causa da ciência adiante

57 provavelmente terá efeito oposto ao pretendido.

58 A religião não vai desaparecer no futuro próximo, e a ciência não vai destruí-la. Na realidade, é a ciência que

59 sofre ameaças crescentes à sua autoridade e legitimidade social. Em vista disso, a ciência precisa de todos os aliados

60 possíveis. Seus defensores fariam bem em parar de retratar a religião como sua inimiga ou de insistir que o único

61 caminho para um futuro seguro está no casamento entre ciência e secularismo.


POR PETER HARRISON - Tradução de CLARA ALLAIN. FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/09/1917894-a-religiao-nao-vai-desaparecer-e-a-ciencianao-vai-acabar-com-ela.shtml

Há predicado verbal em

Alternativas
Q2694486 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões 4 e 5.


Cuitelinho


(canção popular divulgada por

Paulo Vanzolini,Pena Branca e Xavantinho e Almir Sater)


Cheguei na beira do porto

Onde as onda se espaia

As garça dá meia volta

E senta na beira da praia

E o cuitelinho não gosta

Que o botão de rosa caia, ai, ai


Quando eu vim

da minha terra

Despedi da parentália

Eu entrei no Mato Grosso

Dei em terras paraguaia

Lá tinha revolução

Enfrentei fortes batáia, ai, ai

A tua saudade corta

Como aço de naváia

O coração fica aflito

Bate uma, a outra faia

E os óio se enche d´água

Que até a vista se atrapáia, ai...


Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/pena-branca/cuitelinho.html>. Acesso em: 15 dez. 2018.

No verso “Bate uma, a outra faia”, ocorre o emprego da elipse por duas vezes. A palavra ocultada nas duas situações é “batida”. As funções sintáticas de cada elipse são, respectivamente:

Alternativas
Q2694328 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


O termo affluenza - uma contração de afluência e influenza, definida como uma “condição dolorosa e contagiosa

2 de sobrecarga, dívida, ansiedade e desperdício, resultante da busca incessante por mais” – costuma ser considerado

3 meramente uma palavra da moda, criada para expressar nosso desdém pelo consumismo. Apesar de usado em tom de

4 brincadeira, o termo pode conter mais verdades que muitos de nós gostaríamos de acreditar.

5 A palavra foi até mesmo usada na defesa de um motorista embriagado no Texas, no ano passado. O réu, um

6 garoto de 16 anos, afirmava que a riqueza de sua família deveria eximi-lo da morte de quatro pessoas. O rapaz foi condenado

7 a dez anos de liberdade vigiada e terapia (paga por sua família), enfurecendo muitos por causa de uma suposta leniência da

8 lei.

9 O psicólogo G. Dick Miller, um dos especialistas que testemunharam no julgamento, argumentou que o jovem

10 sofria de affluenza, o que pode tê-lo impedido de compreender as consequências de seus atos.

11 “Me arrependi de usar o termo”, disse Miller, mais tarde, à CNN. “Todo mundo parece ter se concentrado nisso.”

12 A affluenza pode ser real ou imaginária, mas o dinheiro de fato muda tudo – e aqueles de classes sociais mais

13 altas tendem a se enxergar de maneira diferente. A riqueza (a busca dela) já foi ligada a comportamentos imorais – e não

14 só em filmes como O Lobo de Wall Street.

15 Psicólogos que estudam o impacto da riqueza e da desigualdade no comportamento humano descobriram que o

16 dinheiro tem uma influência poderosa em nossos pensamentos e ações, muitas vezes sem que percebamos e

17 independentemente das nossas circunstâncias econômicas. Apesar de riqueza ser um conceito subjetivo, a maioria das

18 pesquisas atuais mede a riqueza em escalas de renda, status do emprego ou circunstâncias socioeconômicas, como nível

19 educacional e riqueza passada de geração para geração.

20 Vários estudos apontam que a riqueza pode não combinar com a empatia e a compaixão. Uma pesquisa publicada

21 na revista Psychological Science indicou que pessoas de menor renda conseguem ler melhor as expressões faciais dos outros

22 - um indicador importante de empatia – do que as mais ricas.

23 “Muito do que vemos é uma orientação básica das classes mais baixas a serem mais empáticas que as classes

24 mais altas”, disse à Time Michael Kraus, co-autor do estudo. “Os indivíduos que possuem renda mais baixa têm de

25 responder cronicamente a inúmeras vulnerabilidades e ameaças sociais. Você precisa confiar nos outros para que eles te

26 digam se existe uma ameaça social ou uma oportunidade, e isso faz de você uma pessoa mais apta a perceber emoções.”

27 Apesar de a falta de recursos levar a uma maior inteligência emocional, ter mais recursos pode levar a maus

28 comportamentos. Pesquisadores da Universidade de Berkeley apontaram que até mesmo dinheiro de mentira pode levar as

29 pessoas a agir com menos consideração em relação aos outros. Os pesquisadores observaram que, quando dois estudantes

30 jogam Banco Imobiliário e um deles recebe muito mais dinheiro que o outro, o jogador mais rico demonstra certo

31 desconforto inicial, mas depois passa a agir agressivamente, ocupando mais espaço, movimentando suas peças

32 ruidosamente e provocando o jogador com menos dinheiro.

33 Não é surpresa neste mundo descobrir que a riqueza pode causar uma sensação de “direitos morais adquiridos”

34 Um estudo feito por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Utah constatou que só de pensar em dinheiro,

35 algumas pessoas adotam comportamentos antiéticos. Depois de serem expostos a palavras relacionadas a dinheiro, os

36 participantes se mostraram mais propensos a mentir e a se comportar imoralmente.

37 “Mesmo se formos todos bem intencionados, e mesmo que acreditemos poder discernir entre o certo e o errado,

38 há fatores que influenciam nossas decisões além de nossa percepção”, disse Kristin Smith-Crowe, professora-associada de

39 administração da Universidade de Utah e uma das co-autoras do estudo, ao MarketWatch.

40 O dinheiro pode não causar vício ou abuso de substâncias, mas a riqueza já foi ligada a uma maior

41 susceptibilidade a problemas de vício. Vários estudos apontam que crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de

42 abuso de substâncias, potencialmente por causa da pressão para ser bem-sucedidas e do isolamento dos pais. Estudos

43 também indicam que filhos de pais ricos não estão necessariamente livres de problemas de adequação – na verdade, há

44 pesquisas que mostram que, em várias medidas de inadequação, adolescentes de alto status socioeconômico têm índices

45 mais altos que colegas pobres. Os pesquisadores acreditam que essas crianças têm maiores chances de internalizar o

46 problema, o que pode estar relacionado a abuso de substâncias.

47 A busca da riqueza pode se tornar um comportamento compulsivo. Como explica a psicóloga Tian Dayton, a

48 necessidade compulsiva de obter dinheiro é muitas vezes considerada parte de uma classe de comportamentos conhecida

49 como vício processual, ou “vício comportamental”, que é diferente do abuso de substâncias:

50 [...]

51 Não há correlação direta entre renda e felicidade. Após um certo nível de renda, suficiente para atender

52 necessidades básicas, a riqueza não faz tanta diferença no bem-estar geral e na felicidade. Pelo contrário, ela pode até ser

53 prejudicial: pessoas extremamente ricas sofrem mais de depressão. Alguns dados sugerem que o dinheiro em si não causa

54 insatisfação – mas a busca incessante por riqueza e bens materiais pode levar à infelicidade. Valores materialistas já foram

55 ligados à baixa satisfação nos relacionamentos.


DISPONÍVEL EM: https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/16/a-influencia-que-o-dinheiro-exerce-sobre-o-nossopensamento-e-co_a_21668240/

O período cuja sintaxe de concordância está incoerente é

Alternativas
Q2694327 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


O termo affluenza - uma contração de afluência e influenza, definida como uma “condição dolorosa e contagiosa

2 de sobrecarga, dívida, ansiedade e desperdício, resultante da busca incessante por mais” – costuma ser considerado

3 meramente uma palavra da moda, criada para expressar nosso desdém pelo consumismo. Apesar de usado em tom de

4 brincadeira, o termo pode conter mais verdades que muitos de nós gostaríamos de acreditar.

5 A palavra foi até mesmo usada na defesa de um motorista embriagado no Texas, no ano passado. O réu, um

6 garoto de 16 anos, afirmava que a riqueza de sua família deveria eximi-lo da morte de quatro pessoas. O rapaz foi condenado

7 a dez anos de liberdade vigiada e terapia (paga por sua família), enfurecendo muitos por causa de uma suposta leniência da

8 lei.

9 O psicólogo G. Dick Miller, um dos especialistas que testemunharam no julgamento, argumentou que o jovem

10 sofria de affluenza, o que pode tê-lo impedido de compreender as consequências de seus atos.

11 “Me arrependi de usar o termo”, disse Miller, mais tarde, à CNN. “Todo mundo parece ter se concentrado nisso.”

12 A affluenza pode ser real ou imaginária, mas o dinheiro de fato muda tudo – e aqueles de classes sociais mais

13 altas tendem a se enxergar de maneira diferente. A riqueza (a busca dela) já foi ligada a comportamentos imorais – e não

14 só em filmes como O Lobo de Wall Street.

15 Psicólogos que estudam o impacto da riqueza e da desigualdade no comportamento humano descobriram que o

16 dinheiro tem uma influência poderosa em nossos pensamentos e ações, muitas vezes sem que percebamos e

17 independentemente das nossas circunstâncias econômicas. Apesar de riqueza ser um conceito subjetivo, a maioria das

18 pesquisas atuais mede a riqueza em escalas de renda, status do emprego ou circunstâncias socioeconômicas, como nível

19 educacional e riqueza passada de geração para geração.

20 Vários estudos apontam que a riqueza pode não combinar com a empatia e a compaixão. Uma pesquisa publicada

21 na revista Psychological Science indicou que pessoas de menor renda conseguem ler melhor as expressões faciais dos outros

22 - um indicador importante de empatia – do que as mais ricas.

23 “Muito do que vemos é uma orientação básica das classes mais baixas a serem mais empáticas que as classes

24 mais altas”, disse à Time Michael Kraus, co-autor do estudo. “Os indivíduos que possuem renda mais baixa têm de

25 responder cronicamente a inúmeras vulnerabilidades e ameaças sociais. Você precisa confiar nos outros para que eles te

26 digam se existe uma ameaça social ou uma oportunidade, e isso faz de você uma pessoa mais apta a perceber emoções.”

27 Apesar de a falta de recursos levar a uma maior inteligência emocional, ter mais recursos pode levar a maus

28 comportamentos. Pesquisadores da Universidade de Berkeley apontaram que até mesmo dinheiro de mentira pode levar as

29 pessoas a agir com menos consideração em relação aos outros. Os pesquisadores observaram que, quando dois estudantes

30 jogam Banco Imobiliário e um deles recebe muito mais dinheiro que o outro, o jogador mais rico demonstra certo

31 desconforto inicial, mas depois passa a agir agressivamente, ocupando mais espaço, movimentando suas peças

32 ruidosamente e provocando o jogador com menos dinheiro.

33 Não é surpresa neste mundo descobrir que a riqueza pode causar uma sensação de “direitos morais adquiridos”

34 Um estudo feito por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Utah constatou que só de pensar em dinheiro,

35 algumas pessoas adotam comportamentos antiéticos. Depois de serem expostos a palavras relacionadas a dinheiro, os

36 participantes se mostraram mais propensos a mentir e a se comportar imoralmente.

37 “Mesmo se formos todos bem intencionados, e mesmo que acreditemos poder discernir entre o certo e o errado,

38 há fatores que influenciam nossas decisões além de nossa percepção”, disse Kristin Smith-Crowe, professora-associada de

39 administração da Universidade de Utah e uma das co-autoras do estudo, ao MarketWatch.

40 O dinheiro pode não causar vício ou abuso de substâncias, mas a riqueza já foi ligada a uma maior

41 susceptibilidade a problemas de vício. Vários estudos apontam que crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de

42 abuso de substâncias, potencialmente por causa da pressão para ser bem-sucedidas e do isolamento dos pais. Estudos

43 também indicam que filhos de pais ricos não estão necessariamente livres de problemas de adequação – na verdade, há

44 pesquisas que mostram que, em várias medidas de inadequação, adolescentes de alto status socioeconômico têm índices

45 mais altos que colegas pobres. Os pesquisadores acreditam que essas crianças têm maiores chances de internalizar o

46 problema, o que pode estar relacionado a abuso de substâncias.

47 A busca da riqueza pode se tornar um comportamento compulsivo. Como explica a psicóloga Tian Dayton, a

48 necessidade compulsiva de obter dinheiro é muitas vezes considerada parte de uma classe de comportamentos conhecida

49 como vício processual, ou “vício comportamental”, que é diferente do abuso de substâncias:

50 [...]

51 Não há correlação direta entre renda e felicidade. Após um certo nível de renda, suficiente para atender

52 necessidades básicas, a riqueza não faz tanta diferença no bem-estar geral e na felicidade. Pelo contrário, ela pode até ser

53 prejudicial: pessoas extremamente ricas sofrem mais de depressão. Alguns dados sugerem que o dinheiro em si não causa

54 insatisfação – mas a busca incessante por riqueza e bens materiais pode levar à infelicidade. Valores materialistas já foram

55 ligados à baixa satisfação nos relacionamentos.


DISPONÍVEL EM: https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/16/a-influencia-que-o-dinheiro-exerce-sobre-o-nossopensamento-e-co_a_21668240/

A alternativa cuja oração transcrita o verbo tem concordância facultativa é

Alternativas
Q2694321 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


O termo affluenza - uma contração de afluência e influenza, definida como uma “condição dolorosa e contagiosa

2 de sobrecarga, dívida, ansiedade e desperdício, resultante da busca incessante por mais” – costuma ser considerado

3 meramente uma palavra da moda, criada para expressar nosso desdém pelo consumismo. Apesar de usado em tom de

4 brincadeira, o termo pode conter mais verdades que muitos de nós gostaríamos de acreditar.

5 A palavra foi até mesmo usada na defesa de um motorista embriagado no Texas, no ano passado. O réu, um

6 garoto de 16 anos, afirmava que a riqueza de sua família deveria eximi-lo da morte de quatro pessoas. O rapaz foi condenado

7 a dez anos de liberdade vigiada e terapia (paga por sua família), enfurecendo muitos por causa de uma suposta leniência da

8 lei.

9 O psicólogo G. Dick Miller, um dos especialistas que testemunharam no julgamento, argumentou que o jovem

10 sofria de affluenza, o que pode tê-lo impedido de compreender as consequências de seus atos.

11 “Me arrependi de usar o termo”, disse Miller, mais tarde, à CNN. “Todo mundo parece ter se concentrado nisso.”

12 A affluenza pode ser real ou imaginária, mas o dinheiro de fato muda tudo – e aqueles de classes sociais mais

13 altas tendem a se enxergar de maneira diferente. A riqueza (a busca dela) já foi ligada a comportamentos imorais – e não

14 só em filmes como O Lobo de Wall Street.

15 Psicólogos que estudam o impacto da riqueza e da desigualdade no comportamento humano descobriram que o

16 dinheiro tem uma influência poderosa em nossos pensamentos e ações, muitas vezes sem que percebamos e

17 independentemente das nossas circunstâncias econômicas. Apesar de riqueza ser um conceito subjetivo, a maioria das

18 pesquisas atuais mede a riqueza em escalas de renda, status do emprego ou circunstâncias socioeconômicas, como nível

19 educacional e riqueza passada de geração para geração.

20 Vários estudos apontam que a riqueza pode não combinar com a empatia e a compaixão. Uma pesquisa publicada

21 na revista Psychological Science indicou que pessoas de menor renda conseguem ler melhor as expressões faciais dos outros

22 - um indicador importante de empatia – do que as mais ricas.

23 “Muito do que vemos é uma orientação básica das classes mais baixas a serem mais empáticas que as classes

24 mais altas”, disse à Time Michael Kraus, co-autor do estudo. “Os indivíduos que possuem renda mais baixa têm de

25 responder cronicamente a inúmeras vulnerabilidades e ameaças sociais. Você precisa confiar nos outros para que eles te

26 digam se existe uma ameaça social ou uma oportunidade, e isso faz de você uma pessoa mais apta a perceber emoções.”

27 Apesar de a falta de recursos levar a uma maior inteligência emocional, ter mais recursos pode levar a maus

28 comportamentos. Pesquisadores da Universidade de Berkeley apontaram que até mesmo dinheiro de mentira pode levar as

29 pessoas a agir com menos consideração em relação aos outros. Os pesquisadores observaram que, quando dois estudantes

30 jogam Banco Imobiliário e um deles recebe muito mais dinheiro que o outro, o jogador mais rico demonstra certo

31 desconforto inicial, mas depois passa a agir agressivamente, ocupando mais espaço, movimentando suas peças

32 ruidosamente e provocando o jogador com menos dinheiro.

33 Não é surpresa neste mundo descobrir que a riqueza pode causar uma sensação de “direitos morais adquiridos”

34 Um estudo feito por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Utah constatou que só de pensar em dinheiro,

35 algumas pessoas adotam comportamentos antiéticos. Depois de serem expostos a palavras relacionadas a dinheiro, os

36 participantes se mostraram mais propensos a mentir e a se comportar imoralmente.

37 “Mesmo se formos todos bem intencionados, e mesmo que acreditemos poder discernir entre o certo e o errado,

38 há fatores que influenciam nossas decisões além de nossa percepção”, disse Kristin Smith-Crowe, professora-associada de

39 administração da Universidade de Utah e uma das co-autoras do estudo, ao MarketWatch.

40 O dinheiro pode não causar vício ou abuso de substâncias, mas a riqueza já foi ligada a uma maior

41 susceptibilidade a problemas de vício. Vários estudos apontam que crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de

42 abuso de substâncias, potencialmente por causa da pressão para ser bem-sucedidas e do isolamento dos pais. Estudos

43 também indicam que filhos de pais ricos não estão necessariamente livres de problemas de adequação – na verdade, há

44 pesquisas que mostram que, em várias medidas de inadequação, adolescentes de alto status socioeconômico têm índices

45 mais altos que colegas pobres. Os pesquisadores acreditam que essas crianças têm maiores chances de internalizar o

46 problema, o que pode estar relacionado a abuso de substâncias.

47 A busca da riqueza pode se tornar um comportamento compulsivo. Como explica a psicóloga Tian Dayton, a

48 necessidade compulsiva de obter dinheiro é muitas vezes considerada parte de uma classe de comportamentos conhecida

49 como vício processual, ou “vício comportamental”, que é diferente do abuso de substâncias:

50 [...]

51 Não há correlação direta entre renda e felicidade. Após um certo nível de renda, suficiente para atender

52 necessidades básicas, a riqueza não faz tanta diferença no bem-estar geral e na felicidade. Pelo contrário, ela pode até ser

53 prejudicial: pessoas extremamente ricas sofrem mais de depressão. Alguns dados sugerem que o dinheiro em si não causa

54 insatisfação – mas a busca incessante por riqueza e bens materiais pode levar à infelicidade. Valores materialistas já foram

55 ligados à baixa satisfação nos relacionamentos.


DISPONÍVEL EM: https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/16/a-influencia-que-o-dinheiro-exerce-sobre-o-nossopensamento-e-co_a_21668240/

O verbo “discernir” (L.37), no texto está empregado como intransitivo, tem sentido de

Alternativas
Q2694319 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


O termo affluenza - uma contração de afluência e influenza, definida como uma “condição dolorosa e contagiosa

2 de sobrecarga, dívida, ansiedade e desperdício, resultante da busca incessante por mais” – costuma ser considerado

3 meramente uma palavra da moda, criada para expressar nosso desdém pelo consumismo. Apesar de usado em tom de

4 brincadeira, o termo pode conter mais verdades que muitos de nós gostaríamos de acreditar.

5 A palavra foi até mesmo usada na defesa de um motorista embriagado no Texas, no ano passado. O réu, um

6 garoto de 16 anos, afirmava que a riqueza de sua família deveria eximi-lo da morte de quatro pessoas. O rapaz foi condenado

7 a dez anos de liberdade vigiada e terapia (paga por sua família), enfurecendo muitos por causa de uma suposta leniência da

8 lei.

9 O psicólogo G. Dick Miller, um dos especialistas que testemunharam no julgamento, argumentou que o jovem

10 sofria de affluenza, o que pode tê-lo impedido de compreender as consequências de seus atos.

11 “Me arrependi de usar o termo”, disse Miller, mais tarde, à CNN. “Todo mundo parece ter se concentrado nisso.”

12 A affluenza pode ser real ou imaginária, mas o dinheiro de fato muda tudo – e aqueles de classes sociais mais

13 altas tendem a se enxergar de maneira diferente. A riqueza (a busca dela) já foi ligada a comportamentos imorais – e não

14 só em filmes como O Lobo de Wall Street.

15 Psicólogos que estudam o impacto da riqueza e da desigualdade no comportamento humano descobriram que o

16 dinheiro tem uma influência poderosa em nossos pensamentos e ações, muitas vezes sem que percebamos e

17 independentemente das nossas circunstâncias econômicas. Apesar de riqueza ser um conceito subjetivo, a maioria das

18 pesquisas atuais mede a riqueza em escalas de renda, status do emprego ou circunstâncias socioeconômicas, como nível

19 educacional e riqueza passada de geração para geração.

20 Vários estudos apontam que a riqueza pode não combinar com a empatia e a compaixão. Uma pesquisa publicada

21 na revista Psychological Science indicou que pessoas de menor renda conseguem ler melhor as expressões faciais dos outros

22 - um indicador importante de empatia – do que as mais ricas.

23 “Muito do que vemos é uma orientação básica das classes mais baixas a serem mais empáticas que as classes

24 mais altas”, disse à Time Michael Kraus, co-autor do estudo. “Os indivíduos que possuem renda mais baixa têm de

25 responder cronicamente a inúmeras vulnerabilidades e ameaças sociais. Você precisa confiar nos outros para que eles te

26 digam se existe uma ameaça social ou uma oportunidade, e isso faz de você uma pessoa mais apta a perceber emoções.”

27 Apesar de a falta de recursos levar a uma maior inteligência emocional, ter mais recursos pode levar a maus

28 comportamentos. Pesquisadores da Universidade de Berkeley apontaram que até mesmo dinheiro de mentira pode levar as

29 pessoas a agir com menos consideração em relação aos outros. Os pesquisadores observaram que, quando dois estudantes

30 jogam Banco Imobiliário e um deles recebe muito mais dinheiro que o outro, o jogador mais rico demonstra certo

31 desconforto inicial, mas depois passa a agir agressivamente, ocupando mais espaço, movimentando suas peças

32 ruidosamente e provocando o jogador com menos dinheiro.

33 Não é surpresa neste mundo descobrir que a riqueza pode causar uma sensação de “direitos morais adquiridos”

34 Um estudo feito por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Utah constatou que só de pensar em dinheiro,

35 algumas pessoas adotam comportamentos antiéticos. Depois de serem expostos a palavras relacionadas a dinheiro, os

36 participantes se mostraram mais propensos a mentir e a se comportar imoralmente.

37 “Mesmo se formos todos bem intencionados, e mesmo que acreditemos poder discernir entre o certo e o errado,

38 há fatores que influenciam nossas decisões além de nossa percepção”, disse Kristin Smith-Crowe, professora-associada de

39 administração da Universidade de Utah e uma das co-autoras do estudo, ao MarketWatch.

40 O dinheiro pode não causar vício ou abuso de substâncias, mas a riqueza já foi ligada a uma maior

41 susceptibilidade a problemas de vício. Vários estudos apontam que crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de

42 abuso de substâncias, potencialmente por causa da pressão para ser bem-sucedidas e do isolamento dos pais. Estudos

43 também indicam que filhos de pais ricos não estão necessariamente livres de problemas de adequação – na verdade, há

44 pesquisas que mostram que, em várias medidas de inadequação, adolescentes de alto status socioeconômico têm índices

45 mais altos que colegas pobres. Os pesquisadores acreditam que essas crianças têm maiores chances de internalizar o

46 problema, o que pode estar relacionado a abuso de substâncias.

47 A busca da riqueza pode se tornar um comportamento compulsivo. Como explica a psicóloga Tian Dayton, a

48 necessidade compulsiva de obter dinheiro é muitas vezes considerada parte de uma classe de comportamentos conhecida

49 como vício processual, ou “vício comportamental”, que é diferente do abuso de substâncias:

50 [...]

51 Não há correlação direta entre renda e felicidade. Após um certo nível de renda, suficiente para atender

52 necessidades básicas, a riqueza não faz tanta diferença no bem-estar geral e na felicidade. Pelo contrário, ela pode até ser

53 prejudicial: pessoas extremamente ricas sofrem mais de depressão. Alguns dados sugerem que o dinheiro em si não causa

54 insatisfação – mas a busca incessante por riqueza e bens materiais pode levar à infelicidade. Valores materialistas já foram

55 ligados à baixa satisfação nos relacionamentos.


DISPONÍVEL EM: https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/16/a-influencia-que-o-dinheiro-exerce-sobre-o-nossopensamento-e-co_a_21668240/

A alternativa em que os termos transcrito têm a mesma função sintática é


Alternativas
Q2694318 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


O termo affluenza - uma contração de afluência e influenza, definida como uma “condição dolorosa e contagiosa

2 de sobrecarga, dívida, ansiedade e desperdício, resultante da busca incessante por mais” – costuma ser considerado

3 meramente uma palavra da moda, criada para expressar nosso desdém pelo consumismo. Apesar de usado em tom de

4 brincadeira, o termo pode conter mais verdades que muitos de nós gostaríamos de acreditar.

5 A palavra foi até mesmo usada na defesa de um motorista embriagado no Texas, no ano passado. O réu, um

6 garoto de 16 anos, afirmava que a riqueza de sua família deveria eximi-lo da morte de quatro pessoas. O rapaz foi condenado

7 a dez anos de liberdade vigiada e terapia (paga por sua família), enfurecendo muitos por causa de uma suposta leniência da

8 lei.

9 O psicólogo G. Dick Miller, um dos especialistas que testemunharam no julgamento, argumentou que o jovem

10 sofria de affluenza, o que pode tê-lo impedido de compreender as consequências de seus atos.

11 “Me arrependi de usar o termo”, disse Miller, mais tarde, à CNN. “Todo mundo parece ter se concentrado nisso.”

12 A affluenza pode ser real ou imaginária, mas o dinheiro de fato muda tudo – e aqueles de classes sociais mais

13 altas tendem a se enxergar de maneira diferente. A riqueza (a busca dela) já foi ligada a comportamentos imorais – e não

14 só em filmes como O Lobo de Wall Street.

15 Psicólogos que estudam o impacto da riqueza e da desigualdade no comportamento humano descobriram que o

16 dinheiro tem uma influência poderosa em nossos pensamentos e ações, muitas vezes sem que percebamos e

17 independentemente das nossas circunstâncias econômicas. Apesar de riqueza ser um conceito subjetivo, a maioria das

18 pesquisas atuais mede a riqueza em escalas de renda, status do emprego ou circunstâncias socioeconômicas, como nível

19 educacional e riqueza passada de geração para geração.

20 Vários estudos apontam que a riqueza pode não combinar com a empatia e a compaixão. Uma pesquisa publicada

21 na revista Psychological Science indicou que pessoas de menor renda conseguem ler melhor as expressões faciais dos outros

22 - um indicador importante de empatia – do que as mais ricas.

23 “Muito do que vemos é uma orientação básica das classes mais baixas a serem mais empáticas que as classes

24 mais altas”, disse à Time Michael Kraus, co-autor do estudo. “Os indivíduos que possuem renda mais baixa têm de

25 responder cronicamente a inúmeras vulnerabilidades e ameaças sociais. Você precisa confiar nos outros para que eles te

26 digam se existe uma ameaça social ou uma oportunidade, e isso faz de você uma pessoa mais apta a perceber emoções.”

27 Apesar de a falta de recursos levar a uma maior inteligência emocional, ter mais recursos pode levar a maus

28 comportamentos. Pesquisadores da Universidade de Berkeley apontaram que até mesmo dinheiro de mentira pode levar as

29 pessoas a agir com menos consideração em relação aos outros. Os pesquisadores observaram que, quando dois estudantes

30 jogam Banco Imobiliário e um deles recebe muito mais dinheiro que o outro, o jogador mais rico demonstra certo

31 desconforto inicial, mas depois passa a agir agressivamente, ocupando mais espaço, movimentando suas peças

32 ruidosamente e provocando o jogador com menos dinheiro.

33 Não é surpresa neste mundo descobrir que a riqueza pode causar uma sensação de “direitos morais adquiridos”

34 Um estudo feito por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Utah constatou que só de pensar em dinheiro,

35 algumas pessoas adotam comportamentos antiéticos. Depois de serem expostos a palavras relacionadas a dinheiro, os

36 participantes se mostraram mais propensos a mentir e a se comportar imoralmente.

37 “Mesmo se formos todos bem intencionados, e mesmo que acreditemos poder discernir entre o certo e o errado,

38 há fatores que influenciam nossas decisões além de nossa percepção”, disse Kristin Smith-Crowe, professora-associada de

39 administração da Universidade de Utah e uma das co-autoras do estudo, ao MarketWatch.

40 O dinheiro pode não causar vício ou abuso de substâncias, mas a riqueza já foi ligada a uma maior

41 susceptibilidade a problemas de vício. Vários estudos apontam que crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de

42 abuso de substâncias, potencialmente por causa da pressão para ser bem-sucedidas e do isolamento dos pais. Estudos

43 também indicam que filhos de pais ricos não estão necessariamente livres de problemas de adequação – na verdade, há

44 pesquisas que mostram que, em várias medidas de inadequação, adolescentes de alto status socioeconômico têm índices

45 mais altos que colegas pobres. Os pesquisadores acreditam que essas crianças têm maiores chances de internalizar o

46 problema, o que pode estar relacionado a abuso de substâncias.

47 A busca da riqueza pode se tornar um comportamento compulsivo. Como explica a psicóloga Tian Dayton, a

48 necessidade compulsiva de obter dinheiro é muitas vezes considerada parte de uma classe de comportamentos conhecida

49 como vício processual, ou “vício comportamental”, que é diferente do abuso de substâncias:

50 [...]

51 Não há correlação direta entre renda e felicidade. Após um certo nível de renda, suficiente para atender

52 necessidades básicas, a riqueza não faz tanta diferença no bem-estar geral e na felicidade. Pelo contrário, ela pode até ser

53 prejudicial: pessoas extremamente ricas sofrem mais de depressão. Alguns dados sugerem que o dinheiro em si não causa

54 insatisfação – mas a busca incessante por riqueza e bens materiais pode levar à infelicidade. Valores materialistas já foram

55 ligados à baixa satisfação nos relacionamentos.


DISPONÍVEL EM: https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/16/a-influencia-que-o-dinheiro-exerce-sobre-o-nossopensamento-e-co_a_21668240/

Ocorre predicado verbal em

Alternativas
Q2694225 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão 10.



Disponível em: < https://www.umsabadoqualquer.com/category/eisntein/ >. Acesso em: 6 jul. 2019.

Se considerados os componentes contextuais da tira e a ordem como os elementos verbais e não verbais são sequenciados, eles apontam para uma direção interpretativa. Com base nessa afirmação e na leitura do texto, qual dos seguintes enunciados, atribuídos a cientistas clássicos, adéqua-se ao propósito comunicativo do produtor da tira?

Alternativas
Respostas
2121: B
2122: C
2123: B
2124: C
2125: D
2126: A
2127: B
2128: D
2129: A
2130: A
2131: B
2132: A
2133: A
2134: D
2135: B
2136: A
2137: B
2138: D
2139: A
2140: D