Questões de Concurso
Comentadas sobre tipologia textual em português
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Julgue o item a seguir, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado.
O texto é essencialmente informativo.
Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item a seguir.
A presença de um narrador é um dos elementos textuais
que permitem classificar o texto como narrativo.
Texto 12A1AAA
No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto 12A1AAA, julgue o próximo item.
O primeiro parágrafo do texto é predominantemente descritivo,
pois apresenta as características da “polícia parisiense”.
Texto CB2A1BBB
Acerca das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o item seguinte.
O texto apresenta características da tipologia textual
dissertativo-argumentativa.
Texto CB2A1AAA
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o item a seguir.
Por expor as ideias da autora, o texto é predominantemente
descritivo.
Texto 1
Stephen Hawking, A Mente Que Superou Tudo
Em reverência ao gênio que revolucionou o estudo da cosmologia, o mundo prestou tributo a Stephen Hawking no dia seguinte a sua morte. O cientista britânico, símbolo da superação, teve papel decisivo na divulgação científica e virou um ícone pop. (O Globo, 15/3/2018)
O texto 1 é uma pequena notícia de primeira página de O Globo, cujo conteúdo é ampliado em reportagem no interior do jornal.
A marca mais característica de ser este um texto resumido é:
Texto 3 - O discurso da separação amorosa
Flávio Gikovate em 16/03/2015
Um dos sentimentos mais comuns depois de uma separação
amorosa é a enorme curiosidade em relação ao destino do outro.
Mesmo o parceiro que tomou a iniciativa fará de tudo para saber
como o abandonado está passando. Esse interesse raras vezes
resulta de uma genuína solidariedade. Decorre, na maioria dos
casos, de uma situação ambivalente que lembra o mecanismo da
gangorra. Por um lado, ver o sofrimento de uma pessoa tão
íntima nos deixa tristes; por outro, satisfaz a vaidade. Num certo
sentido, é gratificante saber que o ex-companheiro vive mal
longe de nós e teve prejuízos com a separação. Esse aspecto
menos nobre da personalidade humana, infelizmente, costuma
predominar.
Texto 1 - Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony)
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito.
Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse
procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas
meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque
ele só usava meias vermelhas.
Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz
aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em mim essas
meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo
mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar
as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela
olhar para o chão e quando visse um menino de meias
vermelhas, saberia que o filho era dela."
"Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por
que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?"
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez
para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou:
"É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por
isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela
passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me
encontrar e me levará com ela."
Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado)
Texto 2 – Os Estatutos do Homem (segmento)
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Thiago de Mello, Os Estatutos do Homem
O texto 2 é parte de um poema moderno de Thiago de Mello.
A expressão “Fica decretado” insere poeticamente o texto 2 entre os textos:
Texto 1 - Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony)
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito.
Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas.
Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela."
"Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?"
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou:
"É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela."
Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado)
Apesar de narrativo, o texto 1 tem seu primeiro parágrafo no formato descritivo.
Nessa descrição, o autor procura:
Texto para responder à questão.
Transporte Hidroviário - GTH
Texto I
BITCOIN - Uma moeda simples que está criando milionários pelo mundo.
Leia o texto, para responder a questão.
Frei Caneca e a Virgem Maria
Texto I
Nossa imaginação precisa da literatura mais do que nunca
LIGIA G. DINIZ – 22 FEV 2018 - 18:44
Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou. Estamos saindo do cinema, depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual gostamos muito. Na verdade, até que gostamos do filme também: o sentido foi mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha sonora reforçou a camada afetiva da narrativa. Por que então sentimos que algo está fora do lugar? [...]
O que sempre falta em um filme sou eu. Parto dessa ideia simples e poderosa, sugerida pelo teórico Wolfgang Iser em um de seus livros, para afirmar que nunca precisamos tanto ler ficção e poesia quanto hoje, porque nunca precisamos tanto de faíscas que ponham em movimento o mecanismo livre da nossa imaginação. Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência escondida por aquele monte de palavras impressas na página.
Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de nós, leitores. Não falo do esforço de compreender um texto, nem da atenção que as histórias e poemas exigem de nós – embora sejam incontornáveis também. Penso no tanto que precisamos investir de nós, como sujeitos afetivos e como corpos sensíveis, para que as palavras se tornem um mundo no qual penetramos. [...]
Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos saturados de dados e de interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável – oferece algo diferente. Trata-se de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht chama de “presença” e que remete a um contato com o mundo que afeta o corpo do indivíduo para além e para aquém do pensamento racional.
Muitos eventos produzem presença, é claro: jogos e exercícios esportivos, shows de música, encontros com amigos, cerimônias religiosas e relações amorosas e sexuais são exemplos óbvios. Por que, então, defender uma prática eminentemente intelectual, como a experiência literária, com o objetivo de “produzir presença”, isto é, de despertar sensações corpóreas e afetos? A resposta está, como já evoquei mais acima, na potência guardada pela ficção e a poesia para disparar a imaginação. [...]
A leitura de textos literários [...] exige que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço ficcional com que nos deparamos, sob pena de não existir espaço ficcional algum.
Mais ainda, a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades que, no cotidiano, estão fechadas a nós: de explorarmos essas possibilidades como se estivéssemos, de fato, presentes. E a imaginação é o palco em que a vivência dessas possibilidades é encenada, por meio do jogo entre identificações e rejeições. [...]
(Adaptado de:<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/22/opinion/1519332813_987510.html>
Em relação à tipologia do texto e às ideias nele expressas, julgue o item .
O vocábulo “o” (linha 27) está empregado em referência
ao fato de que “a mesma propaganda que anuncia a
oferta cria a demanda” (linhas 26 e 27).
Em relação à tipologia do texto e às ideias nele expressas, julgue o item .
Na linha 13, a forma verbal “começaram” está flexionada
no plural porque concorda com o núcleo do sujeito da
oração, o termo “séculos”.
Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana.
O fragmento apresentado é predominantemente descritivo,
dada a preocupação do narrador em detalhar suas próprias
características.
Texto CB1A1AAA
José Pacheco. Para que serve a formação? Escola da ponte – formação e
transformação da educação. São Paulo: Vozes, 2010, p. 4 (com adaptações)
Considerando as ideias expressas no texto CB1A1AAA e a sua tipologia, julgue o item a seguir.
O texto classifica-se como argumentativo, haja vista a defesa
de uma tese relativa à formação de professores mediante
a utilização de recursos textuais de convencimento.
Julgue o item seguinte, relativo à ideia e ao aspecto linguístico do texto CB3A1AAA.
No texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu
objetivo comunicativo de transmitir ao leitor um conjunto de
informações relativas às atividades desenvolvidas sob o rótulo
de inteligência.
Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item subsequente.
O texto apresentado combina elementos das tipologias
expositiva e injuntiva.
Crônica de gente pouco importante: Manaus, século XIX
Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um conjunto de pessoas que jamais usufruíram de notoriedade.
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal desembarcou no porto de Manaus. No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se tornou ilegal como parte de um conjunto de acordos internacionais, os africanos livres eram os indivíduos que compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico ilícito. Pela lei de 1831, se a apreensão ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e deviam prestar serviços ao Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com isso, os africanos livres chegaram aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas.
Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas crianças foram junto. Ali já estavam outros africanos livres que, além da fabricação de telhas, potes e tijolos, também eram responsáveis pela supervisão do trabalho dos índios que vinham das aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20 pessoas que viviam no mesmo lugar em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi fechada para se transformar em uma nova escola: os Educandos Artífices.
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira dos Educandos. Diferente dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do igarapé. Podia continuar ali com os filhos, o marido Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e Severa, filha de Domingos Mina. O salário não era grande coisa, mas a amizade antiga com Bertoldo garantia alimento extra à mesa para todos. A tranquilidade durou pouco. O diretor dos Educandos, certamente mal informado pela boataria maledicente, a demitiu do cargo alegando que era ladra e dada a bebedeiras. Menos de 3 meses depois, Apolinária já estava de volta ao trabalho nas obras públicas, com destino incerto.
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque ela desapareceu da documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são poderosos para iluminar cenas da vida desta cidade que estavam nas sombras. A presença negra no Amazonas é tratada de modo marginal na historiografia local e só muito recentemente vemos mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio. A história de Apolinária nos ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a trajetória dessas pessoas que cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo bem pouco visível na história do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, escravos, libertos e africanos livres no mundo do trabalho no século XIX.
Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos. Suas vidas comuns foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo. Seres humanos verdadeiros, que fazem a História acontecer todos os dias.
(Adaptado de: Patrícia Sampaio. Disponível em: http://amazoniareal. com.br. 06.08.2014)