Questões de Concurso
Sobre tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre em português
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O professor Adelino falou sobre o número de sílabas que “o Gonçalves” gostava de usar, das pausas, da rima consoante e da toante, ali havia o segredo da musicalidade de grandes poetas, nec pluribus impar*, falou da velha tradição da poesia portuguesa, dos árcades e que, embora o Gonçalves violasse as regras do verso e da gramática, era um poeta dos melhores. Que o Gonçalves tinha o direito de quebrar as regras do verso porque era verdadeiro poeta e o senso natural dos verdadeiros poetas vale mais que todas as regras, sejam da Versificação, sejam da gramática! Eu o ouvi, fiz-lhe perguntas e nossa conversa aconteceu. Claro, como poderia não acontecer? Ele falava do meu assunto predileto, o Gonçalves, e descobriu que quando falava no poeta, ou em poesia, eu me interessava, ele passou a levar o livro de Antonio para a minha casa, a fazer leituras em voz alta de poemas de Antonio. Embalde o professor Adelino tentava me conquistar com as poesias de Antonio que lia em voz alta, tão emocionado como se ele mesmo as houvesse escrito, ao final tecia comentários sobre a poesia, daí em diante nossos encontros eram para essas leituras, eu sentia algum pudor da situação, mas agradava-me fechar os olhos e imaginar que quem estava ali na minha frente lendo para mim era o autor das composições.
Ana Miranda. Dias e dias: romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 143.
*superior aos outros homens
Darwin já via emoções ligadas à neurologia e à fisiologia
(Luciano Magalhães Melo.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luciano-melo/2023/12/darwin-javia-emocoes-ligadas-a-neurologia-e-a-fisiologia.shtml. 4.dez.2023, com
adaptações.)
Assinale a alternativa em que se transpôs corretamente a fala de Darwin (discurso direto) para o discurso indireto, ou seja, “reportando” a fala dele.
Moedas
Ele passou anos colecionando moedas raras, mas nunca se permitiu gastar nem uma delas. Um dia, quando já era velho e sozinho, decidiu que era hora de realizar um sonho antigo e viajar pelo mundo. Quando abriu o cofre para pegar as moedas, percebeu que elas não valiam nada além de símbolos sem valor para o mundo.
LINCAR, Miguel. Moedas. Disponível em: http://www. minicontos.com.br/. Acesso em: 29 ago. 2023.
O tipo e o gênero textuais pertencentes ao texto são, respectivamente:
Se modificarmos a frase acima, em discurso direto, para discurso indireto, a forma adequada seria:
A arte de produzir fome
Disponível em: pt.scribd.com/document/347973678/A-Arte-de-Produzir-Fome-Rubem-Alves. Acesso em: 28 jul. 2023.
São características do texto literário:
Leia o texto.
TEXTO II
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
(ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Moderna, 2002. p.24)
O vigário respondeu que não via matéria de escândalo (9º parágrafo)
Transpondo o trecho acima para o discurso direto, o verbo da fala do vigário assume a seguinte forma:
TEXTO 2
Há quem diga que a maré de desempregos que está a assolar a maioria dos países é fenômeno de média duração, efeito de uma produção industrial que se informatiza e se globaliza cada vez mais. Com o tempo (prosseguem as mesmas vozes) tudo se ajusta: os trabalhadores se adaptam e se especializam, o mercado desbasta suas anomalias e as economias se tornam mais estáveis.
Tal raciocínio - ainda que estivesse correto - não leva em conta a emergência das necessidades vitais dos trabalhadores, esses seres impacientes que teimam em se alimentar a cada dia, nunca se conformando ao ritmo e à lógica dos processos econômicos... Mas sequer está correto o raciocínio: a lógica da produção não se inclina para o real equilíbrio de uma sociedade, e a prova disso é o mundo torto em que vivemos. Se a informatização e a globalização viessem para servir os homens, sobretudo os que verdadeiramente criam riquezas com seu trabalho, haveriam de respeitá-los a cada passo e de se adaptar, elas, às condições humanas, e não o contrário.
Nos dias ultra-amargos da Segunda Guerra Mundial, lamentava o poeta Carlos Drummond de Andrade:
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Aquela guerra acabou, mas o "mundo errado" continua cada vez mais difícil de mudar, poeta; não o abalam nem mesmo as tantas e altas vozes da crescente multidão de excluídos. Os senhores do império planetário talvez se convençam da fragilidade da Iógica" do processo quando já não houver quem possa se interessar pela massa de tão miraculosa produção.
À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros.
Transpondo-se para discurso indireto o discurso direto acima, tem-se a forma correta: