Questões de Concurso
Sobre tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre em português
Foram encontradas 595 questões
Leia o texto a seguir para responder a questão seguinte.
"_ Aconteceu alguma coisa com Ana.
_ Aconteceu alguma coisa com Ana?
_ Ela não tem vindo à aula.
_ Não Percebi. Opa! Ela chegou!
_ Aconteceu alguma coisa, Ana?
_ Eu estava resolvendo um problema pessoal.
_ Não entendi o que você falou.
_ Eu estava resolvendo um problema, pessoal."
( ) Na construção de um texto, é possível que sejam encontrados alguns tipos de discurso, ou seja, algumas formas de o narrador se expressar. Esses discursos podem aparecer em qualquer tipo de texto, em especial em textos narrativos. ( ) Discurso direto: há a citação fiel da fala do personagem. ( ) Discurso indireto: o narrador relata o que um personagem diz, reproduz a fala de alguém. ( ) Discurso indireto livre: ocorre a junção do discurso direto e do indireto.
Enterro televisivo
“Uns olham para a televisão. Outros olham pela televisão.“
(Dito de Sicrano)
1.Estranharam quando, no funeral do avô Sicrano, a viúva Entrelua proclamou:
— Uma televisão!
— Uma televisão o qué, avó?
— Quero que me comprem uma televisão.
5. Aquilo, assim, de rompante, em plenas orações. Dela se esperava mais ajustado desejo, um ensejo solene de tristeza, um suspiro anunciador do fim. Mas não, ela queria naquele mesmo dia receber um aparelho novo.
— Mas o aparelho que vocês tinham avariou?
— Não. Já não existe.
— Como é isso, então? Foi roubado?
— Não, foi enterrado.
10. — Enterrado?
— Sim, foi junto com o copo do vosso falecido pai.
— Mas o aparelho que vocês tinham avariou? (paragrafo 6).
Adaptado para o discurso indireto, o trecho assume a seguinte redação:
Leia o texto para responder às questões de 1 a 5.
Vacina anticâncer para cães dobra a taxa de sobrevivência dos animais
Com tratamentos convencionais como quimioterapia, cachorros com certos tipos de câncer têm 35% mais chances de sobreviver por um período extra de um ano. Com uma nova vacina anticâncer, essa probabilidade sobe para 60% – praticamente o dobro.
Os resultados foram publicados na revista Translational Oncology em 2021, mas só foram divulgados em 5 de março pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O tratamento é uma forma de imunoterapia e está atualmente sob revisão pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A vacina foi submetida a múltiplos ensaios clínicos ao longo dos últimos oito anos. Ela foi aplicada inclusive no golden retriever Hunter, de 11 anos, que, também passou por quimioterapia e, dois anos após seu diagnóstico inicial, não apresenta mais sinais de câncer.
O cachorro brincalhão que trabalhava antes como cão de resgate em locais de desastres agora vive com apenas três patas. Ele passou por uma amputação da pata dianteira esquerda após ser diagnosticado com osteossarcoma, forma de câncer ósseo que mata mais de 65% dos cães que aflige dentro de 12 meses.
“Cães, assim como humanos, desenvolvem câncer espontaneamente; eles crescem, metastatizam e mutam, assim como os cânceres humanos”, diz em comunicado um dos desenvolvedores da vacina, Mark Mamula, professor de reumatologia na Escola de Medicina de Yale.
O especialista conta que perdeu seu próprio cachorro para um câncer inoperável há cerca de 11 anos atrás. “Se pudermos fornecer algum benefício, algum alívio – uma vida sem dor – esse é o melhor resultado que poderíamos ter”, ele afirma.
Resultados promissores
Hunter recebeu sua primeira dose da vacina antes de sua cirurgia de amputação. A segunda dose veio antes do cachorro iniciar a quimioterapia e depois ele ainda recebeu um reforço.
Até agora, mais de 300 cães foram tratados com o imunizante durante uma série de ensaios clínicos, que ainda estão em andamento em 10 locais nos EUA e Canadá. Os resultados mostraram que a vacina cria anticorpos que encontram e se ligam a tumores, interferindo com as vias de sinalização responsáveis pelo crescimento tumoral.
Além de aumentar a taxa de sobrevivência de um ano após a vacinação, o tratamento também reduz os tumores em muitos dos cães. Por enquanto, a intervenção só se aplica a cachorros que já foram diagnosticados com câncer, mas, no futuro, os cientistas esperam descobrir se isso poderá ser aplicado para reduzir a incidência de tumores em cães saudáveis.
Mark Mamula criou uma empresa chamada TheraJan, que deve produzir eventualmente a vacina. “Recebo muitos e-mails de proprietários de cães gratos que foram informados de que seus animais de estimação teriam semanas ou meses de vida, mas que agora estão dois ou três anos além de seu diagnóstico de câncer”, ele relata.
Revista Superinteressante. Adaptado. Disponível em
<https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia /2024/03/vacina-anti-cancer-para-caes-dobra-ataxa-de-sobrevivencia-dos-animais.ghtml>
Analise os excertos a seguir quanto à forma de discurso empregado:
I. O especialista conta que perdeu seu próprio cachorro para um câncer inoperável há cerca de 11 anos atrás.
II. “Se pudermos fornecer algum benefício, algum alívio – uma vida sem dor – esse é o melhor resultado que poderíamos ter”, ele afirma.
III. “Recebo muitos e-mails de proprietários de cães gratos que foram informados de que seus animais de estimação teriam semanas ou meses de vida, mas que agora estão dois ou três anos além de seu diagnóstico de câncer”, ele relata.
Nos excertos apresentados, verifica-se o emprego de discurso indireto apenas em:
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 05.
Até quando vamos ignorar o alerta da natureza?
Roberto Fonseca | 10/05/2024
Tragédias não devem ser comparadas. São únicas na memória de uma nação. As imagens de cidades interior do Rio Grande do Sul, no entanto, nos fazem recordar de catástrofes que entraram para a história do mundo moderno, como a passagem do furacão Katrina pelos Estados Unidos e os tsunamis da Indonésia e do Japão, e até mesmo cenas de cidades bombardeadas, como ocorreu recentemente na Faixa de Gaza, na Ucrânia e na Síria.
Como as águas do Guaíba ainda não baixaram na Grande Porto Alegre, onde está concentrada a maior parte da população do estado, é impossível se ter a exata dimensão dos danos. E nem é momento de se fazer contas. Agora, a prioridade é salvar vidas, ajudar no resgate de pessoas ilhadas e fazer chegar comida e água potável à população.
É prematuro também se apontarem culpados. O volume que caiu de água na região nunca havia sido medido pelo homem — modelos meteorológicos indicam que a probabilidade é de um caso a cada 10 mil anos. A referência que existia, até então, era a enchente de 1941, que acabou superada com folga. Em Canoas, por exemplo, o sistema de proteção foi feito com base nos números de 83 anos atrás e mais de dois terços da cidade acabaram inundados.
Mas erros nitidamente ocorreram, principalmente, por omissão. Em Porto Alegre, o professor Gean Paulo Michel, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), aponta que a falta de manutenção e a negligência dos entes públicos contribuíram para o colapso no sistema de contenção de água, independentemente dos valores gastos nos últimos anos.
Outro ponto que precisa entrar no radar de toda a sociedade são os alertas dados pela ciência para a mudança climática em andamento. É preciso deixar teorias conspiratórias de lado [...]. As autoridades devem, sim, implementar medidas para prever os extremos ambientais. Eles estão cada vez mais recorrentes.
A tragédia do Rio Grande do Sul nos serve como um lembrete cruel da fúria da natureza e da necessidade de estarmos preparados para o futuro. É fundamental investir em infraestrutura resiliente, aprimorar os sistemas de alerta precoce e implementar políticas públicas que levem a sério as mudanças climáticas. Acima de tudo, é preciso agir com urgência e responsabilidade para evitar que desastres dessa magnitude se repitam.
O caminho para a reconstrução será longo e árduo, deve durar anos, mas a união e a solidariedade do povo gaúcho serão essenciais para superar essa fase difícil.
FONSECA, Roberto. Até quando vamos ignorar o alerta
da natureza? Correio Braziliense, 10 de maio de 2024.
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/05/6
854195-alerta-para-o-futuro.html. Acesso em: 11 mai.
2024. Adaptado.
Em qual dos parágrafos listados a seguir é possível identificar a utilização de um discurso indireto?
Leia o texto para responder às questões de 1 a 5.
Estudo com esponjas de 300 anos mostra que a Terra ficou 1,5ºC mais quente
O Acordo de Paris, um dos principais tratados internacionais sobre a crise climática, tem como objetivo evitar que o aquecimento global ultrapasse 2ºC até 2100. A meta é que esse aumento não seja maior do que 1,5ºC. No entanto, em estudo publicado na revista Nature nesta segunda-feira (5), pesquisadores apontam que o planeta já atingiu esse valor.
Liderado por Malcolm McCulloch, da Universidade da Austrália Ocidental, o estudo utiliza um método alternativo para mensurar o aquecimento da Terra. A análise de esqueletos de esponjas sugere que o aquecimento da era industrial começou em meados dos anos 1860 – mais de 80 anos antes do que indicavam outros métodos.
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU), por exemplo, tem como referência o registro da temperatura da superfície do oceano, que começou a ser feito instrumentalmente entre 1850 e 1900. Esse é o período considerado pré-industrial. A partir dele, calcula-se quanto o planeta tem aquecido. No entanto, McCulloch aponta que, nesse mesmo período, as temperaturas globais já haviam subido 0,5ºC. “Nosso resultado é 0,5ºC mais elevado do que a estimativa do IPCC, com um aquecimento global de 2ºC projetado para o final dos anos 2020, quase duas décadas mais cedo do que se esperava”, diz a pesquisa. Segundo os pesquisadores, o planeta ultrapassou 1,5ºC de aquecimento entre 2010 e 2012.
Esponjas antigas
Para chegar a tais conclusões, os cientistas avaliaram a proporção de estrôncio e cálcio em esqueletos de esponjas de 300 anos da espécie Ceratoporella nicholsoni, cuja proporção muda somente com a temperatura da água, o que permite que seja empregada como uma espécie de termômetro. As esponjas são típicas da costa de Porto Rico e ficam em uma área protegida de grandes correntes marítimas e ciclos climáticos, na qual há menor variabilidade na temperatura da água. De acordo com a pesquisa, esponjas antigas podem fornecer evidências relativas a temperaturas até mesmo do século 18.
Os exemplares analisados foram coletados no Caribe a uma profundidade entre 33 e 91 metros, em uma região denominada camada de mistura oceânica. “A temperatura da superfície do mar pode ser altamente variável em cima”, reconhece McCulloch. “Mas essa camada de mistura representa o sistema inteiro dentro de algumas centenas de metros e está em equilíbrio com as temperaturas da atmosfera”, explica em nota. A equipe também observou que as temperaturas obtidas a partir da análise das esponjas são compatíveis aos registros de temperaturas médias de 1964 a 2012.
Não é a primeira vez que estudos sugerem que o planeta está aquecendo desde a década de 1860. Outras formas alternativas de mensurar as temperaturas globais (com núcleos de gelo e anéis de árvores, por exemplo) obtiveram resultados similares. No entanto, o assunto ainda é debatido na comunidade científica.
Sabe-se que a Terra está ficando cada vez mais quente devido à atividade humana, mas o aumento exato relativo aos níveis pré-industriais é alvo de discussões. Há cientistas que defendem que mais estudos precisam ser feitos, utilizando métodos e fontes variados. “Cada proxy de temperatura que encontrarmos terá problemas, ressalvas e limitações. Portanto, é uma questão de juntar o máximo de proxies possível”, afirma Hendry. “Quanto mais peças diferentes do quebra-cabeça pudermos juntar, melhor nós conseguiremos reconstruir essas diferenças de temperatura.”
Revista Galileu. Adaptado. Disponível emhttps://revistagalileu.globo.com/ciencia/meio-ambiente/noticia/2024/02/estudo-com-esponjas-de-300-anos-mostra-que-a-terra-ficou-15oc-mais-quente.ghtml
Considere o excerto a seguir para responder às questões 3 e 4:
“Cada proxy de temperatura que encontrarmos terá problemas, ressalvas e limitações. Portanto, é uma questão de juntar o máximo de proxies possível”, afirma Hendry.
O excerto apresentado está em discurso direto. Assinale a alternativa em que o mesmo excerto é passado para discurso indireto corretamente.
Leia o texto para responder às questões de 1 a 05.
O olhar da truta
O homem pediu truta e o garçom perguntou se ele não gostaria de escolher uma pessoalmente.
— Como, escolher?
— No nosso viveiro. O senhor pode escolher a truta que quiser.
Ele não tinha visto o viveiro ao entrar no restaurante. Foi atrás do garçom. As trutas davam voltas e voltas dentro do aquário, como num cortejo. Algumas paravam por um instante e ficavam olhando através do vidro, depois retomavam o cortejo. E o homem se viu encarando, olho no olho, uma truta que estacionara com a boca encostada no vidro à sua frente.
— Essa está bonita... — disse o garçom.
— Eu não sabia que se podia escolher. Pensei que elas já estivessem mortas.
— Não, nossas trutas são mortas na hora. Da água direto para a panela.
A truta continuava parada contra o vidro, olhando para o homem.
— Vai essa, doutor? Ela parece que está pedindo...
Mas o olhar da truta não era de quem queria ir direto para uma panela. Ela parecia examinar o homem. Parecia estar calculando a possibilidade de um diálogo. Estranho, pensou o homem. Nunca tive que tomar uma decisão assim. Decidir um destino, decidir entre a vida e a morte. Não era como no supermercado, em que os bichos já estavam mortos e a responsabilidade não era sua — pelo menos não diretamente. Você podia comê-los sem remorso. (...) Claro, era com sua aprovação tácita que bovinos, ovinos, suínos, caprinos, galinhas e peixes eram assassinados para lhe dar de comer. Mas você não estava presente no ato, não escolhia a vítima, não dava a ordem. (...) De certa maneira, pensou o homem, vivi sempre assim, protegido das entranhas do mundo. Sem precisar me comprometer. Sem encarar as vítimas. Mas agora era preciso escolher.
— Vai essa, doutor? — insistiu o garçom.
— Não sei. Eu...
— Acho que foi ela que escolheu o senhor. Olha aí, ficou paradinha. Só faltando dizer “Me come”.
O homem desejou que a truta deixasse de encará-lo e voltasse ao carrossel junto com as outras. Ou que pelo menos desviasse o olhar. Mas a truta continuava a fitá-lo.
— Vamos — estava dizendo a truta. — Pelo menos uma vez na vida, seja decidido. Me escolha e me condene à morte, ou me deixe viver. (...) Não posso decidir a minha vida, ou a de ninguém. Mas você pode. (...) Até agora foi um protegido, um desobrigado, um isento da vida. Mas chegou a hora de se comprometer. (...)
— Vai essa mesmo, doutor? — quis saber o garçom, já com a rede na mão para pegar a truta.
— Não — disse o homem. — Mudei de ideia. Vou pedir outra coisa.
E de volta na mesa, depois de reexaminar o cardápio, perguntou:
— Esses camarões estão vivos?
— Não, doutor. Os camarões estão mortos.
— Pode trazer.
VERISSIMO, L. F. Verissimo antológico: meio século de crônicas, ou coisa parecida. São Paulo: Objetiva, 2020.
Analise os excertos a seguir e assinale a alternativa em que o excerto se apresenta em discurso indireto livre.
Considere o excerto a seguir, retirado de uma reportagem publicada na Revista Galileu, acerca de uma descoberta arqueológica:
““A parte mais incrível [da descoberta] é o quanto tudo está bem preservado e que agora sabemos onde havia árvores em ambientes que não as têm mais”, diz Basil Stow, guarda florestal do National Trust, em entrevista ao jornal The Guardian.”
O excerto dado se apresenta em discurso direto. Assinale a alternativa que o reescreve corretamente em discurso indireto.
Identifique o tipo de discurso a seguir:
"Maria disse: 'Eu vou ao mercado'."
TEXTO II
O primeiro professor que encontrei estava numa sala muito grande, com quarenta alunos em torno dele. Depois das saudações, tendo observado que eu olhava com curiosidade para um painel, /.../, disse ele, que “talvez eu pudesse gostar de vê-lo utilizando um projeto para a melhoria do conhecimento especulativo, por meio das operações práticas e mecânicas.”
/.../ Todos sabiam como era trabalhoso o método atual para a conquista das artes e das ciências, ao passo que, graças às suas ideias, a pessoa mais ignorante, a um custo acessível, e com pouco esforço físico, poderia escrever livros de filosofia, poesia, política, direito, matemática e teologia, sem necessidade de recorrer ao auxílio de um gênio ou através de estudo.
Ele então me conduziu até o painel, /.../. As superfícies eram compostas por vários pedaços de madeira, aproximadamente do tamanho de um dado, porém alguns eram maiores que os outros. Todos eles eram ligados juntos por meio de finos arames. Esses pedaços de madeira eram cobertos, em cada quadrado, com papéis colados a eles, e sobre estes papéis estavam escritas todas as palavras do idioma deles, em seus mais diversos modos, tempos e declinações, porém sem nenhuma ordem.
O professor então quis que eu “observasse, porque ele iria colocar seu mecanismo em funcionamento.” Os alunos, sob sua direção, seguravam cada um deles uma alça de ferro, das quais havia quarenta fixadas em torno das extremidades do painel, e, dando-lhes uma volta súbita, toda a disposição das palavras se modificava totalmente. Pediu então para que trinta e seis dos garotos lessem vagarosamente as diversas linhas, à medida que elas apareciam no painel, e, quando eles encontravam três ou quatro palavras juntas que pudessem fazer parte de uma sentença, eles ditavam para os quatro garotos restantes, que eram os escreventes.
/.../ Esta operação foi repetida três ou quatro vezes, e em cada volta, o mecanismo era tão bem planejado, que as palavras se moviam para novos lugares, à medida que os pedaços de madeira quadrados se movimentavam de cima para baixo.
Seis horas por dia eram empregadas pelos estudantes para a realização desta tarefa, e o professor me mostrou vários volumes em grande formato, já colecionados, de frases incompletas, as quais ele pretendia montar, e além dessa riqueza de material, com a finalidade de oferecer ao mundo uma obra completa de todas as artes e ciências, as quais, todavia, poderiam ainda serem melhoradas, e em muito aceleradas, se o público criasse um fundo para construção e utilização de quinhentos painéis como aquele em Legado, e obrigasse os diretores a contribuírem conjuntamente com suas inúmeras coleções.
Ele me garantiu que naquela invenção havia utilizado toda a inteligência da sua juventude, que ele havia esgotado todo o vocabulário com o seu painel, e havia feito um cálculo rigoroso da proporção geral que havia nos livros entre os números de partículas, substantivos e verbos, e outros componentes de uma oração.
Texto 1
Que Língua Devemos Ensinar?
Trecho do ensaio “Algumas características do português do Brasil”,
Ana Maria Stahl Zilles
Que língua devemos ensinar? A que os alunos já aprenderam em sua comunicação ou a língua de que vão precisar para o exercício pleno da cidadania? Certamente esta última, que prefiro chamar de língua culta, para fazer uma distinção entre a língua culta (a dos falantes cultos: professores, médicos, engenheiros, jornalistas etc.) e a língua padrão (a que, tecnicamente, sofreu o processo de padronização, que inclui a confecção de dicionários, de gramáticas e a explicação de normas, inclusive por órgãos como a Academia Brasileira de Letras, e de leis, como as diversas reformas ortográficas promovidas pelo governo).
A meu ver, essa distinção entre língua culta/língua
padrão e o reconhecimento da variação linguística
são condições necessárias para que os professores
compreendam mais claramente o seu papel de formar
cidadãos capazes de usar a língua com flexibilidade,
de acordo com as diversas exigências da vida e da
sociedade. A meu ver, isso só pode ser feito mediante
a explicitação da realidade na sala de aula. Por isso,
julgo de fundamental importância que se discuta
abertamente a variação, que se comparem modos
de falar e de escrever, desde a primeira série, que se
desvelem os valores sociais atribuídos às variedades
do português e se discutam as atitudes de prestígio e
estigma associadas a cada forma de dizer ou de escrever o quê, para quem, em que circunstâncias, com que
propósito etc.

Julgue o item que se segue.
A conclusão não é um componente essencial do discurso
argumentativo e pode ser omitida sem comprometer a
eficácia da argumentação. Na verdade, em muitos casos,
a ausência de uma conclusão pode gerar uma discussão
mais aberta e estimular a reflexão contínua sobre o tema.