Questões de Concurso
Comentadas sobre uso da vírgula em português
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Os itens a seguir apresentam trechos, sucessivos e adaptados, de um texto publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 30/3/2010. Julgue-os com relação à correção gramatical.
Em 2010, o setor espera aumentar suas vendas internas em 34%, sustentadas, principalmente, pela construção civil, pela indústria de bens de capital e, claro, pelas montadoras.
Com base no texto acima, julgue o item seguinte.
Com relação ao sentido e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item subsequente.
Com relação ao texto acima, julgue os itens de 15 a 24.
No que se refere às ideias, à organização, bem como aos aspectos
gramaticais do texto acima, julgue os itens de 1 a 11.
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do
texto acima, julgue os itens seguintes.
Julgue os itens de 5 a 11, relativos à estrutura linguística do texto.
A retirada da vírgula logo após o vocábulo “presos” (L.15) acarretaria, segundo a prescrição normativa, erro gramatical ao texto.
Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.
Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô, alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão - e muitos naturalistas
atribuem um número maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou nenhum.
(Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê”, A montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São
Paulo, Cia. das Letras, 2003, pp. 286-8)
I. Em - Maurício, Reunião e Rodriguez -, os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.
II. O travessão empregado imediatamente depois de voavam (1o parágrafo) pode ser substituído por dois pontos, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.
III. Em o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs, a retirada das vírgulas não implica prejuízo para o sentido e a correção da frase.
Está correto o que se afirma em
I - Errata
• (ed, dc) 1. Lista de retificação de erros que saíram
impressos em uma publicação. A errata é geralmente
impressa em página separada (colada no início ou no fim
do exemplar, ou simplesmente encartada solta) e em
papel diferente do que foi usado na publicação. Traz a
indicação de erros, o número das páginas onde se en-
contram e as formas corrigidas. Alguns profissionais
distinguem errata de corrigenda: este último termo, no
caso, é aplicado para erros redacionais ou de conteúdo,
ao passo que errata diz respeito principalmente a erros de
composição ou de montagem, que escaparam aos
revisores e saíram impressos na publicação. 2. Cada um
dos erros relacionados nessa lista.
(Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa.
Dicionário de comunicação. 2. ed. rev. e atualizada.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2001, p. 276)
II - O dicionário de onde foi extraído o verbete acima contém
uma página com o título CONVENÇÕES UTILIZADAS
NESTA OBRA, e nela se lê:
1. Áreas e acepções
Este dicionário inclui definições em 23 áreas, indicadas da
seguinte forma:
• (av) recursos audiovisuais
• (cn) cinema
• (co) teoria da comunicação
• (dc) documentação
• (ed) editoração, artes gráficas
etc.
Assinale a alternativa correta acerca das informações desse texto.
abaixo.
O documentário E Agora? pretende revelar detalhes do
tráfico de aves silvestres no Brasil. Segundo o produtor Fábio
Cavalheiro, o longa-metragem apresentará cenas de flagrantes
de tráfico, as rotas do comércio ilegal e entrevistas com
autoridades e representantes de ONGs.
A Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o
projeto e, agora, busca-se patrocínio. A ONG SOS Fauna,
especializada em resgates, foi uma das orientadoras para a
produção do filme.
O longa também se propõe a discutir outro problema: o
fato de que, mesmo quando salvas das mãos dos traficantes,
muitas aves não são reintroduzidas na natureza.
Além da versão final editada para o cinema, as
entrevistas e materiais pesquisados estarão disponíveis para
pesquisadores que queiram se aprofundar no tema. A intenção
é a de que o filme contribua para a educação - e, por isso, será
oferecido para estabelecimentos de ensino.
Entre as espécies mais visadas pelos traficantes estão
papagaios, a araponga, o pixoxó, o canário-da-terra, o tico-tico,
a saíra-preta, o galo-de-campina, sabiás e bigodinho.
(O Estado de S. Paulo, A30 Vida, Planeta, 21 de novembro de
2010)
Considere as afirmativas seguintes, a respeito do parágrafo reproduzido acima:
I. Os dois pontos introduzem um segmento que especifica o sentido da expressão anterior a eles, outro problema.
II. O segmento isolado por vírgulas no período tem sentido concessivo.
III. Transpondo para a voz ativa a última oração do período, ela deverá ser: os traficantes não reintroduzem muitas aves na natureza.
Está correto o que se afirma APENAS em
do mercado em que estavam expostas diversas mercadorias.
Depois de algum tempo, ele exclamou: "Vejam quantas coisas
o ateniense precisa para viver." Naturalmente ele queria dizer
com isto que ele próprio não precisava de nada daquilo.
Esta postura de Sócrates foi o ponto de partida para a filosofia
cínica, fundada em Atenas por Antístenes - um discípulo
de Sócrates, por volta de 400 a. C. Os cínicos diziam que a
verdadeira felicidade não depende de fatores externos, como
o luxo, o poder político e a boa saúde. Para eles, a verdadeira
felicidade consistia em se libertar dessas coisas casuais e efêmeras.
E justamente porque a felicidade não estava nessas coisas,
ela podia ser alcançada por todos. E, uma vez alcançada, não
podia mais ser perdida.
(Jostein Gaarden, O Mundo de Sofia. São Paulo, Cia. das Letras, 1995)
A diplomacia americana levará tempo para se recuperar
da pancada que levou da WikiLeaks. Tudo indica que 250 mil
documentos secretos foram copiados por um jovem soldado em
um CD enquanto fingia ouvir Lady Gaga. Um vexame para um
país que gasta US$ 75 bilhões anuais com sistema de segurança
que agrupa repartições e emprega mais de 1 milhão de pessoas,
das quais 854 mil têm acesso a informações sigilosas.
A WikiLeaks não obteve documentos que circulam nas
camadas mais secretas da máquina, mas produziu aquilo que
o historiador e jornalista Timothy Garton Ash considerou
"sonho dos pesquisadores, pesadelo para os diplomatas". As
mensagens mostram que mesmo coisas conhecidas têm aspectos
escandalosos.
A conexão corrupta e narcotraficante do governo do Afeganistão
já é antiga, mas ninguém imaginaria que o presidente
Karzai chegasse a Washington com um assessor carregando
US$ 52 milhões na bagagem. A falta de modos dos homens da
Casa de Windsor é proverbial, mas o príncipe Edward dizendo
bobagens para estranhos no Quirguistão incomodou a embaixadora
americana.
O trabalho da WikiLeaks teve virtudes. Expôs a dimensão
do perigo representado pelos estoques de urânio enriquecido
nas mãos de governos e governantes instáveis. Se aos 68 anos o
líbio Muammar Gaddafi faz-se escoltar por uma "voluptuosa"
ucraniana, parabéns. O perigo está na quantidade de material
nuclear que ele guarda consigo. Os telegramas relacionados com
o Brasil revelaram a boa qualidade dos relatórios dos diplomatas
americanos. O embaixador Clifford Sobel narrou a inconfidência
do ministro Nelson Jobim a respeito de um tumor na cabeça do
presidente boliviano Evo Morales. Seu papel era comunicar. O
de Jobim era não contar.
A vergonha americana pede que se relembre o trabalho de
10 mil ingleses, entre eles alguns dos maiores matemáticos do
século, que trabalharam em Bletchley Park durante a Segunda
Guerra, quebrando os códigos alemães. O serviço dessa turma
influenciou a ocasião do desembarque na Normandia e permitiu
o êxito dos soviéticos na batalha de Kursk.
Terminada a guerra, Winston Churchill mandou apagar
todos os vestígios da operação, mantendo o episódio sob um
manto de segredo. Ele só foi quebrado, oficialmente, nos anos
70. Com a palavra Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando
trabalhou em Bletchley Park: "Minha grande tristeza foi ver
que meu amado marido morreu em 1975 sem saber o que eu fiz
durante a guerra". Alan Turing, um dos matemáticos do parque,
matou-se em 1954. Mesmo condenado pela Justiça por conta de
sua homossexualidade, nunca falou do caso. (Ele comeu uma
maçã envenenada. Conta a lenda que, em sua homenagem, esse
é o símbolo da Apple.)
(Elio Gaspari, WikiLeaks contra o Império. Folha de S.Paulo. Adaptado)
I. O embaixador Clifford Sobel, fez declarações sobre o presidente boliviano.
II. Aquela declaração, foi dada ao jornal, por Catherine Caughey.
III. Muammar Gaddafi, presidente da Líbia, possui arsenal nuclear sob seu controle.
O emprego da vírgula está correto apenas em
Nas ilhas Mascarenhas − Maurício, Reunião e Rodriguez −, localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de uma família singular de pombos que não voavam − o solitário da ilha Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha Reunião, desaparecido por volta de 1746; e o célebre dodô da ilha Maurício, encontrado pela última vez no início da década de 1680 e quase certamente extinto antes de 1690.
Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.
Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô, alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão − e muitos naturalistas atribuem um número maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou nenhum. (Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê", A montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São Paulo, Cia. das Letras, 2003, pp. 286-8)
I. Em - Maurício, Reunião e Rodriguez -, os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.
II. O travessão empregado imediatamente depois de voavam (1o parágrafo) pode ser substituído por dois pontos, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.
II. Em o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs, a retirada das vírgulas não implica prejuízo para o sentido e a correção da frase.
Está correto o que se afirma em
Não importa quais são os rituais, nem mesmo a quem
são dirigidas as orações. Embora não haja consenso científico
sobre o assunto, vários estudos revelam que a prática religiosa
ajuda as pessoas a atingirem níveis mais altos de tranqüilidade.
Provavelmente, há outros mecanismos a serem levados em
conta, além da fé. Mas, em si mesmo, o exercício da
espiritualidade traz atitudes e posturas benéficas, como
mostram depoimentos de líderes religiosos. Todos eles
recomendam meios de chegar ao equilíbrio. Um dos principais
recursos é a meditação.
Recentemente, o Centro de Espiritualidade e da Mente
da Universidade da Pensilvânia divulgou uma pesquisa que
comparou a atividade cerebral durante a meditação de budistas
tibetanos e monges franciscanos. Nos dois grupos, intensificouse
a ação dos neurotransmissores que proporcionam a
sensação de bem-estar e disposição de ânimo. O Centro inclui
a meditação no tratamento de pacientes com doenças graves e
dores crônicas.
Além de levar as pessoas ao exercício da meditação, a
fé estimula-as a se envolverem em projetos comunitários,
reforça a auto-estima, induz ao relaxamento, ajuda a refrear
excessos. São, todos esses, fatores que podem remover
montanhas de remédios antidepressivos.
(Adaptado de Suzane Frutuoso. Revista Época, 15/03/2007)
Com referência às ideias e às estruturas linguísticas empregadas no
texto acima, julgue os itens subsequentes.
Dorme como quem
porque nunca nascida
dormisse no hiato
entre a morte e a vida.
Dorme como quem
nem os olhos abrisse
por saber desde sempre
quanto o mundo é triste.
Dorme como quem
cedo achasse abrigo
que nos meus desabrigos
dormirei contigo.
José Paulo Paes
(Prosas seguidas de Odes mínimas S.Paulo, Cia. das Letras,
1992, p.37)
Meditar é parar - estacionar, gradativamente, o fluxo de ondas mentais. Quando o corpo fica imóvel e a mente silencia, o que acontece mesmo? Com a palavra, o genial físico Albert Einstein: "Penso 99 vezes e nada descubro, paro de pensar e a verdade me é revelada".
ALERTA RELAXADO
O exercício diário da meditação limpa as impurezas impregnadas em nossa mente, como medo, raiva, ansiedade e culpa. Classificadas na Ayurveda (a tradicional medicina indiana) como mais perigosas toxinas que existem, essas emoções negativas nos desequilibram e quando se transformam em hormônios de estresse, causam envelhecimento precoce. Portanto, ao meditar, praticamos um exercício de rejuvenescimento - ao mesmo tempo em que aumentamos a produtividade, a criatividade, a concentração e a inteligência. Mais: a mente apaziguada auxilia na prevenção de doenças e acelera a recuperação física. E ainda é a melhor ferramenta para o autoconhecimento, o autodesenvolvimento e a realização espontânea dos desejos.
Agora, vamos à ação: coluna ereta solas dos pés firmes apoiadas no chão, feche os olhos e coloque atenção na respiração. Observe o ar entrando e saindo dos pulmões. E só. Em inglês, o estado meditativo é definido "restful alertness", que pode ser traduzido como "estado de alerta relaxado".
Não é uma delícia? Pratique hoje por 5 minutos, e amanhã, e depois e, gradativamente, vá aumentando esse tempo. O ideal é chegar a meia hora diária. Melhor ainda se conseguir meditar ao amanhecer e no fim do dia. Mas se entre o ideal e o possível a distância é grande, não se incomode. Faça o que der para a sua realidade. Você verá que nesse processo, a cada dia, fica mais fácil viver. Simples assim.
Fonte: Márcia de Luca, Revista Gol, nº 85, abril/2009, p.110.