Questões de Concurso Sobre uso da vírgula em português

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Q2101794 Português
Gamificação: atração e retenção de talentos

Por Diego Cidade

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(Disponível em: https://exame.com/carreira/gamificacao-melhore-suas-estrategias-de-atracao-e-retencao-de-talentos/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o emprego correto dos sinais de pontuação, analise as assertivas a seguir:
I. Na linha 10, a vírgula em destaque separa um adjunto adverbial deslocado. II. O emprego das aspas na linha 17 marca a ocorrência de uma palavra em sentido metafórico. III. Na linha 31, o duplo travessão não poderia ser substituído por dupla vírgula.
Quais estão corretas?  
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Q2101128 Português
FAÇA UMA COISA DE CADA VEZ









SANTOS, P.; ARRAIS,D.; KOKAY,E. Galileu, n. 243, outubro 2011, p.42-51. Adaptado.

*multitasking - multitarefas
**monotasking - tarefa única
O trecho que conta o final da história do analista de sistemas mencionado no texto está adequadamente pontuado em:
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Q2100853 Português

A moça tecelã







COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. Rio de Janeiro: Global Editora, 2000. p. 18. Adaptado.

Na frase “E feliz foi, durante algum tempo” (l. 32) , a vírgula foi empregada com a função de
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Q2100751 Português
Nibiru: tudo sobre o boato da internet e o fim do mundo que nunca chega


 (In http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/09/nibiru-tudo-sobre-o-boato-da-internet-e-o-fim-do-mundo-que-nunca-chega.html. Acesso em 22/09/17). 
No fragmento textual “Teoricamente, o planeta estaria prestes a colidir com a Terra” (l. 05), a vírgula foi empregada:
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Q2100695 Português
Davos – Tecnologia e cooperação em um mundo fragmentado

   Efeitos da pandemia, casos de depressão, rastros da pandemia global de Covid, a escuridão da guerra, numa era de transformações tecnológicas e desafios sociais e ambientais, criam riscos que só serão superados com a união global. Surgem oportunidades em meio ao nevoeiro e a descoberta do ponto cego é questão de sobrevivência.
  A atual década está sendo particularmente desafiadora na história mundial. Uma das apostas é que a inteligência artificial poderá auxiliar na previsão de respostas e trazer sugestões para minimizar a crise global.
    A inteligência artificial poderá criar valores?
   A busca da verdade, a autorrealização, é uma busca individual e, portanto, impossível de ser introduzida em um projeto de engenharia de inteligência artificial para satisfação em massa de necessidades humanas.
   A crise pandêmica, acoplada com a guerra na Europa, resulta em uma confluência de vulnerabilidades socioeconômicas e tensões geopolíticas tornam tudo diferente. Nesse cenário, ainda na fase de preparação para a cúpula anual de Davos, o Fórum Econômico Mundial mobilizou mais de 1.200 analistas de risco e especialistas da academia, cientistas de dados, renomados professores, homens de negócios, governos e sociedade civil para avaliar, em seu Relatório de Riscos Globais, as atuais crises e os desafios a curto e médio prazos.
    Em plena turbulência, o mundo parece estar no modo “automático”, ou no modo “incerteza” com ponto fulcral no custo de vida, na polarização política e social, na luta pelo fornecimento de energia e comida, e nas oportunidades trazidas pela nova onda digital esbarrando na espionagem internacional, empresarial e confrontos geopolíticos. As ondas da crise global tomaram um vulto inesperado e atingiram jovens de uma era de transformações aceleradas. A educação, pesquisa, reciclagem para os jovens ou para os “dinossauros” são os maiores desafios de curto e médio prazo, para aprender à (1) lidar com as mudanças [...]. Não existe sorte, mas esforço e determinação. [...]
  Adversidades que pareciam controladas nesta geração – como dúvidas de mercado, investimentos, educação, crise do custo de vida, guerras comerciais, agitação e divisão social generalizada, riscos de novas pandemias e até uma guerra química, tecnológica e nuclear – voltaram à (2) cena. Os riscos são maximizados por (3) desdobramentos relativamente novos, como níveis insustentáveis de dívida, uma nova era de baixo crescimento, baixo investimento e desglobalização, queda no (4) desenvolvimento humano após décadas de progresso e a pressão das mudanças climáticas. A Europa lutou décadas, primeiro por integração, comunicação e posteriormente pela otimização de linguagem tecnológica e legislação comum. [...] 
   As emissões de carbono se acentuaram na pandemia com a venda acelerada de suprimentos de tecnologia, à medida que a economia global pós-pandêmica voltou a crescer, as perspectivas não são boas. Comida e energia tornaram-se arsenais com a guerra na Ucrânia, impulsionando a inflação a (5) níveis sem precedentes em décadas, globalizando a crise do custo de vida e abastecendo a ansiedade social. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico. De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. [...]
    São cerca de 28,2 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade que não usavam a internet (3,6 milhões deles estudantes) no ano passado, com os excluídos digitais representando 15,3% da população nessa faixa etária.
    Este último ponto é decisivo para alicerçar os demais. Não à toa, o tema da cúpula deste ano é “Cooperação em um Mundo Fragmentado”.
   Em uma era de choques concorrentes, cresce a importância da cooperação em níveis setoriais, bilaterais e regionais – por exemplo, no compartilhamento de dados ou financiamentos coordenados. Ainda mais urgente é resistir à tendência das nações de se fecharem.

(SANTOS, Coriolano Aurélio de Almeida Camargo. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/coluna/direito-digital/380327/davos--
tecnologia-e-cooperacao-em-um-mundo-fragmentado. Em:
20/01/2023. Adaptado.)
Em alguns casos, as vírgulas podem ser substituídas pelo parênteses. Dentre os trechos destacados a seguir, tal substituição poderia ocorrer de acordo com a norma culta em: 
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Q2100232 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. 




Adaptado de: CORSO, M. Somos inteligentes o bastante para
saber quão inteligentes são os animais? Disponível
em:<https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/mariocorso/noticia/2022/08/somos-inteligentes-o-bastantepara-saber-quao-inteligentes-sao-os-animaiscl7gm60km003e0153mgguy0ra.html>. Acesso em: 12 nov.
2022. 
Considere as seguintes sugestões de mudança na pontuação do texto, levando em conta os ajustes com maiúsculas e minúsculas.

I - Substituição do ponto-final na linha 04 por dois-pontos.
II - Acréscimo de vírgula imediatamente após animais (l. 15).
III - Substituição das vírgulas nas linhas 43-44 por travessões.

Quais estariam de acordo com a norma gramatical?
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Q2100124 Português

Por que infecção urinária afeta 50% das mulheres e é tratada de forma pouco eficaz


Geralmente, a ITU - infecção do trato urinário - é causada pela bactéria Escherichia coli, ou simplesmente E. coli.

Muitos outros micro-organismos também podem ser responsáveis pelo quadro, mas há poucas pesquisas sobre eles e também sobre as cepas ainda mais raras de E. coli, segundo a pesquisadora Jennifer Rohn, diretora do Centro de Biologia Urológica da University College London, no Reino Unido.

Uma ITU pode causar cistite, uma inflamação da bexiga, explica Chris Harding, urologista do Hospital Freeman e da Universidade de Newcastle, também no Reino Unido. Existem outros tipos de ITUs, mas a cistite é a mais comum. As ITUs são extremamente comuns, e afetam, pelo menos, metade do público feminino em algum momento da vida.

Elas são especialmente prevalentes entre mulheres jovens e sexualmente ativas e aquelas na pós-menopausa, contextualiza Rohn.

Genética, hormônios e anatomia são fatores que entram em jogo. Mulheres e meninas são afetadas especialmente porque têm uretras mais curtas do que os homens. Isso facilita a chegada das bactérias à bexiga.

Vale destacar que os homens também podem ter uma ITU, especialmente quando são mais velhos. Em lares de idosos, as infecções urinárias são o tipo mais comum de condição provocada por micro-organismos.

No mundo, as ITUs afetam cerca de 150 milhões de pessoas a cada ano, mas esse problema se tornará ainda mais comum à medida que o mundo envelhece.

"E essa é uma razão muito importante pela qual os idosos acabam no hospital", explica Rohn.

Como as ITUs são comuns e geralmente pouco complicadas, muitos médicos as encaram como uma parte normal de ser mulher.

Essa atitude, porém, aumenta o risco de banalizar os casos mais graves, que são inúmeros. Além das ITUs recorrentes, há uma conscientização cada vez maior sobre a forma crônica dessa doença, às vezes chamada de ITU de longa duração.

Essencialmente, algumas pessoas vivem com sintomas ao longo de vários dias, sem nenhum alívio. No entanto, quase não há reconhecimento oficial dessa condição, que se arrasta por mais tempo.

Mesmo as ITUs relativamente simples acabam prejudicadas na hora do diagnóstico. Os exames típicos para detectar o quadro são os testes e a cultura de urina, mas esses métodos não são sensíveis o suficiente para serem confiáveis. 

Por outro lado, os testes moleculares de nova geração são quase sensíveis demais, e detectam qualquer patógeno, mesmo que ele não esteja relacionado ao problema. Além disso, essa tecnologia é bem mais cara.

Os testes de urina tradicionais são baratos, mas, muitas vezes, trazem resultados enganosos. Em outras palavras, um teste padrão para ITUs é derivado de pesquisas desatualizadas que nem sequer eram específicas para essa doença no passado.


Por que infecção urinária afeta 50% das mulheres e é tratada de forma pouco eficaz (msn.com). Adaptado. 

No mundo, as ITUs afetam cerca de 150 milhões de pessoas a cada ano.
Assinale a opção que contenha a nova pontuação sem alteração do sentido original da frase.
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Q2100086 Português

A época em que ser alegre era malvisto


Até o início do século XVIII, em lugares como Reino Unido e nas suas colônias na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de serem um pouco melancólicas.

Isso tinha a ver, em parte, com a lógica cristã, de ter consciência dos seus pecados e de se manter humilde perante os olhos de Deus.

Peter Stearns, autor do livro 'História da Felicidade', cita, nas suas pesquisas, o diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, "não permitia alegria nem prazer, mas sim, uma espécie de conduta melancólica e austera".

"Isso não quer dizer que as pessoas fossem infelizes - simplesmente, não temos como julgar isso de modo imparcial, a partir dos padrões atuais. Até porque a felicidade, obviamente, é algo bastante subjetivo".

O que significa que havia, entre as pessoas da época, a percepção de que era necessário se desculpar por momentos de felicidade, por considerá-los uma afronta a Deus, segundo Stearns.

Mas isso mudou radicalmente no século XVIII, a ponto de, na redação da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também explicitou a ideia de que o objetivo da sociedade é a felicidade comum.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/ck5y8nyw1jyo. Adaptado.

Isso mudou radicalmente no século XVIII.

Assinale a opção CORRETA quanto à nova pontuação.

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Q2099957 Português
Considere o período e as afirmações abaixo.
A maioria das pessoas que fazem esportes, tem uma vida mais saudável.
I. Há um problema de pontuação, pois a vírgula está empregada de forma incorreta.
II. Há um problema de concordância, o verbo “tem” deveria ser substituído por “têm”.
Está correto o que se afirma em
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Q2099767 Português

Leia o texto para responder à questão.


    Durante o tempo em que fiquei estudando trancado no meu quarto, eu pensava exclusivamente em História, Geografia, Português e Matemática. Nada mais. Sair, somente para a casa do Mário Ono, onde eu ia fazer exercícios de frações e números primos, calcular o máximo divisor comum e outras coisas que até hoje nem gosto de lembrar.

   Do mundo lá de fora, só chegava uma ou outra notícia, como a daquela tarde em que o Frangão apareceu em casa para me trazer a medalha da final do campeonato, vencida pelo nosso time contra os garotos da rua Porto Novo. “O Paulo Louco mandou te entregar pelos três gols que você marcou quando ainda jogava com a gente”, ele me disse meio sem jeito e um pouco assustado ao ver que minha mãe não se afastava um minuto da nossa conversa. “Medalha, medalha! O que vale uma medalha como essa?”, ela me perguntou irritada depois que o Frangão saiu. “Quero ver ganhar a medalha de honra ao mérito na escola e passar nos exames de admissão, isso sim eu quero ver”, ela continuou falando depois que me despedi do meu amigo no portão.

   Mas naquele momento eu não pensava em nada daquilo que ela dizia. Queria saber dos meus amigos, de como tinha sido o último jogo, o que eles andavam fazendo, que coisas novas estavam planejando. Só quando fechei o portão e comecei a subir as escadas para o quarto é que descobri que aquilo tudo era passado para mim.

(Antonio Arnoni Prado. O último trem da Cantareira. Editora 34, 2019. Adaptado)

O acréscimo de uma vírgula ao trecho original mantém o sentido e a correção gramatical na frase:
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Q2099449 Português
Texto I

           Maria-Nova ouvia a história que Bondade contava e, por mais que quisesse conter a emoção, não conseguia. Hora houve em que ele percebeu e se calou um pouco. Calou-se também com um nó na garganta, pois sabido é que Bondade vivia intensamente cada história que narrava, e Maria-Nova, cada história que escutava. Ambos estão com o peito sangrando. Ele sente remorsos de já ter contato tantas tristezas para Maria-Nova. Mas a menina é do tipo que gosta de pôr o dedo na ferida, não na ferida alheia, mas naquela que ela traz no peito. Na ferida que ela herdou de Mãe Joana, de Maria-Velha, de Tio Totó, do Louco Luisão da Serra, da avó mansa, que tinha todo o lado direito do corpo esquecido, do bisavô que tinha visto os sinhôs venderem Ayaba, a rainha. Maria-Nova, talvez, tivesse o banzo1 no peito. Saudades de um tempo, de um lugar, de uma vida que ela nunca vivera. Entretanto o que doía mesmo em Maria-Nova era ver que tudo se repetia, um pouco diferente, mas, no fundo, a miséria era a mesma. O seu povo, os oprimidos, os miseráveis; em todas as histórias, quase nunca eram os vencedores, e sim, quase sempre, os vencidos. A ferida dos do lado de cá sempre ardia, doía e sangrava muito.
(EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017)

1 para os escravizados, era como se chamava o sentimento de melancolia em relação à terra natal e de aversão à privação da liberdade
Em “Bondade vivia intensamente cada história que narrava, e Maria-Nova, cada história que escutava.”, ocorrem duas vírgulas. Sobre o emprego delas, assinale a alternativa correta.
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Q2098889 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

[Cidades devastadas]

     Em vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para quem continuou morando lá, a amputação pode ter sido lenta, quase indolor; para mim, foi uma cirurgia de urgência, sem a inconsciência do anestésico.
     Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, agências bancárias; pintaram tudo, deceparam árvores, demoliram, mudaram fachadas. Como se tivessem o propósito de desorientar-me, de destruir tudo o que me estendia uma ponte entre o que sou e o que fui. Enterraram-me vivo na cidade morta.
      Mas, feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela paisagem nova, desconhecida, pela paisagem que não me quer e eu não entendo, quando de repente, entre dois prédios hostis, esquecida por enquanto dos zangões imobiliários, surge, intacta e doce, a casa de Maria. Dói também a casa de Maria, mas é uma dor que conheço, íntima e amiga.
      Não digo nada a ninguém, disfarço o espanto dessa descoberta para não chamar o empreiteiro das demolições. Ah, se eles, os empreiteiros, soubessem que aqui e ali repontam restos emocionantes da minha cidade em ruínas! Se eles soubessem que aqui e ali vou encontrando passadiços que me permitem cruzar o abismo!

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 209-210)
A remoção da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
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Q2098604 Português


Hilda Gomes Dutra Magalhães. Relações de poder na literatura da Amazônia legal. Cuiabá: EdUFMT, 2002, p. 95-7 (com adaptações).

Julgue o item subseqüente, acerca de aspectos gramaticais e semânticos do texto. 


Na estrutura “A diferença é que os fatos narrados” (l.19), estaria também correto o emprego de sinal de pontuação, no caso a vírgula, logo após o termo “diferença”.

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Q2098282 Português
Atenção: Leia a crônica “A casadeira”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

1. Testemunhei ontem, na loja de Copacabana, um acontecimento banal e maravilhoso. A senhora sentou-se na banqueta e cruzou elegantemente as pernas. O vendedor, agachado, calçou-lhe o par de sapatos. Ela se ergueu, ensaiou alguns passos airosos em frente do espelho, mirou-se, remirou-se, voltou à banqueta. O sapato foi substituído por outro. Seguiu-se na mesma autocontemplação, e o novo par de sapatos foi experimentado, e nova verificação especular. Isso, infinitas vezes. No semblante do vendedor, nem cansaço, nem impaciência. Explica-se: a cliente não refugava os sapatos experimentados. Adquiria-os todos. Adquiriu dozes pares, se bem contei.
2. − Ela está fazendo sua reforma de base? − perguntei a outro vendedor, que sorriu e esclareceu:
3. − A de base e a civil. Vai se casar pela terceira vez.
4. − Coitada... Vocação de viúva.
5. − Não é isso, senhor. Os dois primeiros maridos estão vivos. É casadeira, sabe como é?
6. Não me pareceu que, para casar pela terceira vez, ela tivesse necessidade de tanto calçamento. Oito ou nove pares seriam talvez para irmãs de pé igual ao seu, que ficaram em casa? Hipótese boba, que formulei e repeli incontinente. Ninguém neste mundo tem pé igual ao de ninguém, nem sequer ao de si mesmo, quanto mais ao da irmã. Daí avancei para outra hipótese mais plausível. Aquela senhora, na aparência normal, devia ter pés suplementares, Deus me perdoe, e usava-os dois de cada vez, recolhendo os demais mediante uma organização anatômica (ou eletrônica) absolutamente inédita. Observei-a com atenção e zelo científico, na expectativa de movimento menos controlado, que denunciasse o segredo. Nada disso. Até onde se podia perceber, eram apenas duas pernas, e bem agradáveis, terminando em dois exclusivos pés, de esbelto formato.
7. Assim, a coleção era mesmo para casar − e fiquei conjeturando que o casamento é uma rara coisa, exigindo a todo instante que a mulher troque de sapato, não se sabe bem para quê − a menos que os vá perdendo no afã de atirá-los sobre o marido, e eles (não o marido) sumam pela janela do apartamento.
8. A senhora pagou − não em dinheiro ou cheque, mas com um sorriso que mandava receber num lugar bastante acreditado, pois já reparei que as maiores compras são sempre pagas nele, e aos comerciantes agrada-lhes o sistema. As caixas de sapato adquiridas foram transportadas para o carro, estacionado em frente à loja. Mentiria se dissesse que eram doze carros monumentais, com doze motoristas louros, de olhos azuis. Não. Era um carro só, simplesinho, sem motorista, nem precisava dele, pois logo se percebeu sua natureza de teleguiado. Sem manobra, flechou no espaço e sumiu, levando a noiva e seus doze pares de França, perdão! de sapatos. Eu preveni que o caso era banal e maravilhoso. 


(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020)
Verifica-se o emprego de vírgula para isolar um vocativo no seguinte trecho:
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FAURGS Órgão: UFRGS Prova: FAURGS - 2023 - UFRGS - Assistente de Alunos |
Q2098080 Português

A questão refere-se ao texto abaixo.




Adaptado de: GOMES, C. A. “O que é sotaque?”. In: OTHERO, G. A.; FLORES, V. N. O que sabemos sobre a linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2022.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir.
( ) Poderíamos inserir vírgulas antes de que (l. 01) e percebe (l. 02) sem incorrer em erro gramatical ou alterar o sentido original da frase.
( ) Poderíamos substituir a vírgula antes de por isso (l. 05) por um ponto e vírgula, sem incorrer em erro gramatical ou alterar o sentido original da frase.
( ) Poderíamos inserir uma vírgula antes do primeiro que da linha 24 sem incorrer em erro gramatical ou alterar o sentido original da frase.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é  
Alternativas
Q2097910 Português
Texto para questão

Texto (com adaptação)

[...]

A polarização crescente é promovida por aqueles que se favorecem dela. Políticos, partidos e grupos mais extremistas se alimentam do descontentamento e da intolerância para ganhar mais apoio a suas ideias. Afinal, medidas extremas têm maior chance de aceitação quando se vê o outro grupo como um inimigo perigoso que é preciso eliminar, ao invés de um concorrente no debate.

Além disso, quanto pior o “inimigo” parece, mais soa justificável quebrar regras. Não à toa, um estudo mostrou que a polarização favorece a ascensão de líderes populistas “iliberais”, ou seja, que têm pouco apreço às normas democráticas e às limitações de poder.

[...]

Um ambiente polarizado, sem tolerância e respeito a opiniões discordantes, reforça esse comportamento. O ambiente é criado pela propensão a sermos fiéis a grupos e, por sua vez, reforça essa propensão, como num ciclo. Nesse sentido, é possível entender por que fake news se espalham com facilidade: elas se aproveitam da nossa vontade de acreditar em notícias que corroboram nossas ideias, independentemente da sua veracidade.

[...]

ANDREASSA, Luiz. O que é polarização e por que é prejudicial à democracia? Disponível em:<politize.com.br/o-que-e-polarizacao/?>  Acesso em: 19/01/2023.
Julgue os itens a seguir, conforme sejam FALSOS ou VERDADEIROS e aponte a alternativa CORRETA.
I. O verbo TER, presente no primeiro e segundo parágrafos (“medidas extremas têm...”) e (“têm pouco apreço...”) está acentuado em ambos os casos por se referir a sujeitos plurais.
II. A expressão “ou seja” (ao final do segundo parágrafo), apresenta-se entre vírgulas por tratar-se de uma conjunção adversativa.
III. Nas frases “Não à toa” e “apreço às normas...”, ambas do segundo parágrafo, o uso das crases se impõe a partir da mesma regra gramatical.
IV. A locução “à toa”, quando ocupa função de locução adjetiva, grifa-se com hífen (à-toa). 
Alternativas
Q2096829 Português

Uma guerreira contra a escravidão


Por Roger Lerina


(Disponível em: https://www.rogerlerina.com.br/post/18606/uma-guerreira-contra-a-escravidao – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que apresenta informação INCORRETA sobre o emprego de sinais de pontuação no texto.
Alternativas
Q2096635 Português

A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Pane em aplicativos cria alerta para o aumento do vício nas redes sociais

Por Gabriel Batistella Chames



(Disponível em: https://jovempan.com.br/noticias/tecnologia/pane-em-aplicativos-cria-alerta-parao-aumento-do-vicio-nas-redes-sociais-brasil-e-o-5o-pais-que-mais-usa-smartphone.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que apresenta o sinal de pontuação que substitui corretamente a figura da linha 11.
Alternativas
Ano: 2006 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Banco da Amazônia Provas: CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Administração | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Arquitetura | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Biblioteconomia | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Pedagogia | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Jornalismo | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Psicologia Clínica | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Contabilidade | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Psicologia do Trabalho | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Técnologia da Informação | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Economia | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Engenharia Agronômica | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Engenharia de Pesca | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Engenharia Elétrica | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Engenharia Naval | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Medicina do Trabalho | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Estatística | CESPE / CEBRASPE - 2006 - Banco da Amazônia - Técnico Científico - Área: Engenharia Mecânica |
Q2096526 Português



Marcílio de Freitas. Amazônia e ecologia: diversidade e transdisciplinaridade. Rio de Janeiro: Vozes, 2004, p.43-5 (com adaptações). 

Com referência a aspectos gramaticais e semânticos do texto, julgue o item que se segue.


A correção gramatical e as idéias do texto seriam mantidas se, no trecho, “propôs uma tese científica que teve grande impacto” (l.16-17) fosse empregada vírgula logo após o termo “científica”.

Alternativas
Q2095817 Português
Leia o texto.

Caso do canário

Casara-se havia duas semanas. Por isso, em casa dos sogros, a família resolveu que ele é que daria cabo do canário:

– Você compreende. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria. Todos somos muito ligados a ele, seria uma barbaridade. Você é diferente, ainda não teve tempo de afeiçoar-se ao bichinho. Vai ver que nem reparou nele, durante o noivado.

– Mas eu também tenho coração, ora essa. Como é que vou matar um pássaro só porque o conheço há menos tempo do que vocês?

– Porque não tem cura, o médico já disse. Pensa que não tentamos tudo? É para ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. Seja bom, vá.

O sogro, a sogra apelaram no mesmo tom. Os olhos claros de sua mulher pediram-lhe com doçura:

– Vai, meu bem.

Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele aproximou-se da gaiola. O canário nem sequer abriu o olho. Jazia a um canto, arrepiado, morto-vivo. É, esse está mesmo na última lona e dói ver a lenta agonia de um ser tão precioso, que viveu para cantar.

– Primeiro me tragam um vidro de éter e algodão. Assim ele não sentirá o horror da coisa.

Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita delicadeza, aconchegou-o na palma da mão esquerda e, olhando para outro lado, aplicou-lhe a bolinha no bico. Sempre sem olhar para a vítima, deu-lhe uma torcida rápida e leve, com dois dedos no pescoço.

E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma droga. As pessoas da casa não quiseram aproximar-se do cadáver. Coube à cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse saudade e remorso em ninguém. Não havendo jardim para sepultar o corpo, depositou-o na lata de lixo.

Chegou a hora de jantar, mas quem é que tinha fome naquela casa enlutada? O sacrificador, esse, ficara rodando por aí, e seu desejo seria não voltar para casa nem para dentro de si mesmo. 

No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo.

– Ui! Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva, com uma fome danada?

– Ele estava precisando mesmo era de éter – concluiu o estrangulador, que se sentiu ressuscitar, por sua vez.

Carlos Drummond de Andrade
Assinale a alternativa em que as duas frases estão corretas. Considere a regência verbal, a pontuação, a crase e a concordância verbal ou nominal. 
Alternativas
Respostas
1241: C
1242: A
1243: A
1244: D
1245: B
1246: E
1247: C
1248: B
1249: A
1250: B
1251: A
1252: E
1253: E
1254: B
1255: E
1256: B
1257: D
1258: E
1259: E
1260: A