Questões de Português - Uso das aspas para Concurso
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Refugiados: enfim, a Europa se curva
No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros.
O desafio agora é como integrá‐los à sociedade.
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar Mediterrâneo para a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi questionado pelo jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o continente, que recebeu 350 mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso. Na semana passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 mil pessoas e dividi‐las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e Espanha. O processo continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de uma nova Europa, talvez mais solidária e certamente mais colorida.
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por isso, além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito a população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes.
A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de Dublin e permitiu que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que esse não fosse o primeiro país aonde chegaram. Mais do que isso, num esforço para ajudá‐los a conseguir emprego e torná‐los produtivos, o governo de Angela Merkel prometeu aumentar a oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo. Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), o país deve empregar 6 bilhões de euros nessa crise.
Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha importância, a religião
permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que não existam dados consolidados sobre o
tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão, são de maioria muçulmana e representantes de
países como Hungria, Bulgária e Chipre já disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que
aqueles se adaptariam melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em
fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula
a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus feriados religiosos reconhecidos, mas só podem
realizar suas atividades de culto em alemão e as mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não
serve para outras religiões. Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para os
contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna fundamentalista na França?”,
pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num apartamento perto de Notre Dame?”
(Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_ REFUGIADOS+ ENFIM+A+EUROPA+SE+CURVA. Acesso em: 14/09/2015.)
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
Mudança climática está acabando com
oxigênio dos oceanos, diz relatório
Rio — As mudanças climáticas e acidificação estão acabando com o oxigênio dos oceanos e ameaçam muitas espécies, de acordo com o maior estudo sobre o assunto publicado neste sábado pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), no momento em que ocorre, em Madri, a Conferência do Clima da ONU (COP25).
A taxa global de oxigênio nos oceanos diminuiu cerca de 2% entre 1960 e 2010, segundo o relatório. A perda das reservas de oxigênio pode ser de 3 a 4% até 2100 se as emissões continuarem aumentando no ritmo atual.
As conclusões indicam que a perda de oxigênio “constitui uma ameaça crescente para a pesca e para alguns grupos de espécies como atuns, marlins e tubarões”, segundo a IUCN, que mantém uma “lista vermelha” de referência sobre as espécies ameaçadas no mundo.
“À medida que os oceanos perdem o oxigênio pelo aquecimento, o delicado equilíbrio da vida marinha enfraquece”, disse Grethel Aguilar, diretor geral interino da IUCN.
A desoxigenação é explicada principalmente por dois
fenômenos: o aumento “de nutrientes dos continentes
e dos depósitos de nitrogênio derivados do uso de
combustíveis fósseis” e “o aquecimento das águas
oceânicas devido às mudanças climáticas”.
A IUCN analisou 700 lugares no mundo, geralmente perto da costa ou em mares semifechados, com baixa taxa de oxigênio, em comparação com 45 na década de 1960.
Disponível em: <http://twixar.me/J4vT>.
Acesso em: 9 dez. 2019 (Adaptação).
Releia este trecho.
A desoxigenação é explicada principalmente por dois fenômenos: o aumento “de nutrientes dos continentes e dos depósitos de nitrogênio derivados do uso de combustíveis fósseis” e “o aquecimento das águas oceânicas devido às mudanças climáticas”.
Nesse trecho, as aspas foram utilizadas para
TEXTO I
Relatório aponta 53 mortes em MS de indígenas envolvendo conflitos no campo e desnutrição de crianças
Estudo do Cimi mostra tensão envolvendo índios, invasores e produtores rurais. Apesar da redução do número de homicídios, no ano passado, violência permanece alta.
Esta semana o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou um novo relatório sobre a violência contra os povos indígenas. A maioria dos assassinatos tem como causa conflitos no campo. O estudo mostra em números a tensão envolvendo índios, invasores e produtores rurais. Apesar da redução do número de homicídios, no ano passado, a violência permanece alta.
Segundo o Cimi, em 2017, 110 índios foram assassinados no país, 17 deles em Mato Grosso do Sul. Em 2016, 118 é o número de mortes constatadas. A principal causa é o conflito no campo. “Onde há resistência indígena, geralmente pessoas são marcadas como líderes e aí passam a sofrer todo tipo de repressão, ameaças e inclusive assassinatos”, afirmou o coordenador Roberto Liebgott.
O relatório também destaca mortes de crianças por diarreia, desnutrição e outros problemas, que poderiam ser evitados com melhor assistência da saúde. Em 2017, 702 crianças, de até 5 anos de idade, morreram em todo o país. Deste número, 36 delas eram indígenas de Mato Grosso do Sul.
A invasão de terras indígenas é outro problema grave. As áreas são cada vez mais cobiçadas por causa da riqueza natural. O número de invasões aumentou de forma expressiva, de 59 registros em 2016 para 96 casos no ano passado, sendo 5 deles no estado. Para o Cimi, tudo reflexo da falta de demarcação das terras e proteção às comunidades.
“Em relação aos procedimentos de demarcação, há uma paralisia e isto potencializa e eterniza os conflitos”, finalizou Cleber Buzatto, diretor do Cimi.
Texto disponível em: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/ 2018/09/30/relatorio-aponta-53-mortes-em-ms-de-indigenas-envolvendo-conflitos-no-campo-e-desnutricao-de-criancas.ghtml Acessado em:
11 de janeiro de 2019 (com adaptações).
O bar que vende doses de oxigênio em Nova Déli,
cidade tomada pela poluição
Com a cidade tomada pela poluição, um bar em Nova Déli, capital da Índia, vende doses de oxigênio aromatizado para a população. A promessa é que a inalação ajuda o corpo a se desintoxicar de poluentes.
O estabelecimento cobra dos clientes o equivalente a até R$ 27 por 15 minutos de “ar puro”. Entre as opções de aroma, estão menta e lavanda.
Nova Déli sofre com altos índices de poluição e até estado de emergência já foi declarado na cidade por esse motivo. E o problema também afeta outras áreas do país.
Das 30 cidades mais poluídas, 22 estão na Índia, segundo pesquisa da ONG Greenpeace e do IQ AirVisual, grupo baseado na Suíça.
Médicos questionam, no entanto, os benefícios da inalação de oxigênio como oferecido no bar, já que o problema é a baixa qualidade do ar na cidade, e não o baixo nível de oxigênio.
Além disso, não há comprovação científica a respeito dos benefícios do suplemento de oxigênio.
Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/
geral-50580098>
Releia este trecho.
O estabelecimento cobra dos clientes o equivalente a até R$ 27 por 15 minutos de “ar puro”.
Nesse trecho, as aspas foram utilizadas para