Texto 5A1-I
As palavras têm um poder tremendo. Repito com
assertividade: as palavras têm um poder tremendo. Há palavras
que edificam, outras que destroem; umas trazem bênção, outras,
maldição. E é entre estas duas balizas que a comunicação vai
moldando a nossa vida.
Há palavras que deviam ser escondidas num baú fechado
a sete chaves. Porque não edificam, porque magoam, porque
destroem…
Há uns tempos fui fazer um exame médico. Após o
questionário clínico habitual, a médica prosseguiu: “Agora, vou
fazer-lhe umas maldades”. Nesse instante, o meu corpo sucumbiu
e o desmaio tornou-se iminente. Ora, a palavra maldade magooume mais do que o próprio exame. Teria sido muito sensato ter
escondido tal palavra num quarto escuro. Não teria magoado
tanto.
Mas voltemos às palavras amigas, as que mimam, as que
confortam, as que aquecem o coração.
Sabiam que podem mudar o dia de alguém com uma
calorosa saudação? “Bom dia, como está?” Experimentem,
sempre que comunicam, escolher palavras com carga afetiva
positiva! Por exemplo, se substituírem a palavra “problema” por
“situação”, o problema parece tornar-se mais pequeno, não
parece? Ou então acrescentar adjetivos robustos quando
agradecem a alguém: “Obrigada pela sua preciosa, valiosa
ajuda”.
Se queremos relações pessoais e profissionais mais
saudáveis e felizes, usemos e abusemos das palavras positivas na
nossa vida. E não nos cansemos de elogiar. Palavras de louvor e
honra trazem felicidade não só a quem as recebe, mas também, e
sobretudo, a quem as oferece.
Sandra Duarte Tavares. O poder das palavras. In: Visão, ed. 1298, 2017.
Internet: <visao.sapo.pt> (com adaptações)