Questões de Português - Uso das reticências para Concurso

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Ano: 2013 Banca: USP Órgão: USP Prova: USP - 2013 - USP - Contador |
Q692748 Português

 Leia atentamente o texto abaixo:

 HUMILDADE (C.Meireles)

“Tanto que fazer!

Livros que não se lêem, cartas que não se escrevem

línguas que não se aprendem

amor que não se dá.

Tudo quanto se esquece.

Amigos entre adeuses,

crianças chorando na tempestade

cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...

até o fim do mundo assinando papéis,

E os pássaros detrás de grades de chuvas,

e os mortos em redoma de cânfora.

(E uma canção tão bela!)

Tanto que fazer!

E fizemos apenas isto.

E nunca soubemos quem éramos

nem para quê. 


Considere as seguintes afirmações sobre o uso das reticências em: cidadãos assinando papéis, papéis, papéis... 


I – Foram elas utilizadas como corte de uma frase para nela ser intercalada uma outra.


II – Foram elas utilizadas como recurso de expressão.


III – Foram elas para intensificar a reiteração do termo papéis. 


Alternativas
Q684857 Português
As reticências “...” presentes nos balões de diálogo da charge são usadas para:
Alternativas
Q674315 Português

A questão refere-se ao texto a seguir. Leia-o com atenção antes de responder a ela.

Dize-me quem consultas...

Sírio Possenti

    

A falta de perspectiva histórica dificulta a compreensão até da possibilidade de diferentes visões de mundo. Imagine-se então a dificuldade de compreender a ideia mais ou menos óbvia de que mesmo verdades podem mudar. Suponho que temos vontade de rir quando ouvimos que os antigos imaginaram que a Terra repousava sobre uma tartaruga, nós que aprendemos, desde o primário, que a Terra gira ao redor do Sol. “Como podem ter pensado isso, os idiotas?”, pensamos.

  

  Você sabia que esta história dos quatro elementos nos quais hoje só acreditam os astrólogos foi um dia a verdadeira física, a forma científica de explicar fatos do mundo, suas mudanças, por que corpos caem ou sobem? Antes da gravidade, os elementos eram soberanos!

    

Já contei aqui, e vou contar de novo, duas histórias fantásticas. A segunda me fez rir mais do que a primeira, que só me fez sorrir. A primeira: na peça A vida de Galileu, Brecht faz o físico convidar os filósofos a sua casa, para verem as luas de Júpiter com sua luneta. Mas, em vez de correrem logo para o sótão a fim de verem a maravilha, os filósofos propuseram antes uma discussão “filosófica” sobre a necessidade das luas... Quando Galileu lhes pergunta se não creem em seus olhos, um responde que acredita, e muito, tanto que releu Aristóteles e viu que em nenhum momento ele fala de luas de Júpiter!

    

A outra história é a de um botânico do início da modernidade que pediu desculpas a seu mestre por incluir num livro espécies vegetais que o mestre não colocara no seu. Ou seja: mesmo vendo espécies diferentes das que constavam nos livros, esperava-se dos botânicos que se guiassem pelos livros, não pelas coisas do mundo. Era o tempo em que se lia e comentava, em vez de observar os fatos do mundo.

   

 Muita gente se engana, achando que esse período terminou, que isso são coisas dos ignaros séculos XVI e XVII. Quem tem perspectiva histórica sabe, aliás, que não se trata de ignorância pura e simples. Trata-se de ocupar uma ou outra posição científica. Mas é interessante observar que o espírito antegalileano continua vigorando. No que se refere às línguas, não cansarei de insistir que devemos aprender a observar os fatos linguísticos, em vez de dizer simplesmente que alguns estão errados. Um botânico não diz que uma planta está errada: ele mostra que se trata de outra variedade. Os leigos pensam que a natureza é muito repetitiva, mas os especialistas sabem que há milhões de tipos de qualquer coisa, borboletas, flores, formigas, mosquitos. Só os gramáticos pensam que uma língua é uniforme, sem variedades.

   

 Eu dizia que não devemos nos espantar – infelizmente – com o fato de que a mentalidade antiga continua viva. Mas eles às vezes exageram. Veja-se: num texto dirigido tipicamente a vestibulandos no qual critica Fuvest e Convest por erros contidos em seus manuais, um conhecido artista da gramática praticamente citou Brecht, provavelmente sem conhecê-lo. A propósito do uso da forma “adequa”, que as gramáticas condenam, e que aparece no manual da Fuvest, seu argumento foi: “Tive a preocupação de consultar todas as gramáticas e dicionários possíveis. Todos são categóricos. “Adequar” é defectivo, no presente do indicativo, só se conjuga nas formas arrizotônicas (adequamos, adequais). Não existe “adequa”.

   

 Não é um achado? O professor de hoje não parece o filósofo do tempo de Galileu, relendo Aristóteles e recusando-se a olhar pela luneta?


POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. São Paulo: Mercado de Letras, 2001.

Os efeitos de sentido do título podem ser explicados em:


I. O título faz uma alusão a um adágio popular.


II. As reticências interrompem a continuidade da frase, de forma que o leitor subentenda o que seria enunciado.


III. O título sugere uma crítica ao ponto de vista prescritivo dos fatos da língua.


Estão CORRETAS as afirmativas:

Alternativas
Q671347 Português

Texto 3

                     Banzo

                                 Raimundo Correia

Visões que n‟alma o céu do exílio incuba,

Mortais visões! Fuzila o azul infando...

Coleia, basilisco de ouro, ondeando

O Níger... Bramem leões de fulva juba...


Uivam chacais... Ressoa a fera tuba

Dos cafres, pelas grotas retumbando,

E a estralada das árvores, que um bando

De paquidermes colossais derruba...


Como o guaraz nas rubras penas dorme,

Dorme em ninhos de sangue o sol oculto...

Fuma o saibro africano incandescente...


Vai co‟a sombra crescendo o vulto enorme

Do baobá... E cresce n‟alma o vulto

De uma tristeza, imensa, imensamente...


(In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Panorama da poesia brasileira. Rio, Civilização Brasileira, 1959, v. III, p. 90-1.) 

Em relação ao poema, pode-se fazer qualquer das afirmações a seguir, EXCETO:
Alternativas
Q669816 Português

Sobre os sinais de pontuação, julgue os itens abaixo em verdadeiro (V) ou falso (F). Em seguida, assinale a alternativa com a ordem correta das respostas, de cima para baixo:

(__) A vírgula, o ponto e o ponto e vírgula marcam exclusivamente uma pausa na fala do locutor.

(__) Os parênteses que isolam a expressão “OMC” (linha 2) poderiam ser corretamente substituídos por colchetes, mantendo-se o sentido original do Texto 01.

(__) Como outros sinais melódicos, as reticências têm certo valor pausal, que é mais acentuado quando elas se combinam com outro sinal de pontuação.

Alternativas
Respostas
181: C
182: C
183: D
184: E
185: B