Questões de Português - Variação Linguística para Concurso

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Q1688682 Português
Assinale a alternativa que apresenta o tipo de exercício que caracteriza uma atividade epilinguística que o professor poderia aplicar com seus alunos.
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Q1682164 Português
TEXTO 

VOCÊ NÃO PODE TER SEMPRE O QUE QUER

A quarentena surpreendeu a todos. Havíamos recém entrado em março, quando 2020 começaria pra valer, mas em vez de dar início ao cumprimento das resoluções de fim de ano, fomos condenados à prisão domiciliar, mesmo não tendo cometido crime algum. Paciência: ser livre se tornou um delito. Parece injusto, mas chegou a hora de entender que não podemos ter sempre o que queremos.
Gostaríamos muito de rever os amigos e parentes, fazer a viagem planejada, torcer pelo nosso time, ir ao pilates, ao cabeleireiro, tomar uma caipirinha com o crush, comparecer à formaturas e casamentos. Gostaríamos de ver as lojas abertas, o comércio aquecido, os índices da bolsa subindo, o dólar baixando.
Gostaríamos de acreditar que todos os líderes do mundo estão errados e só o nosso presidente está certo. Gostaríamos de ter alguém lúcido e responsável no comando do país. Mas, infelizmente, you can´t always get what you want. Não por acaso, foi essa a música escolhida pelos Rolling Stones em sua participação no comovente One World/Together at home, evento transmitido ao vivo em 18 de abril, onde diversos artistas, personalidades e profissionais da saúde uniram-se online, cada um em sua casa, para lembrar que somos todos absolutamente iguais diante de uma ameaça, e que o distanciamento social é a saída, mesmo que não seja o que a gente quer.
Seu desejo é uma ordem? Não mesmo. Frase cancelada, como canceladas foram as peças de teatro, os jogos de futebol, as liquidações, o happy hour depois do expediente – e o próprio expediente. Aposentadoria antes da hora, por tempo indefinido. Qual será o legado, o que aprenderemos desta experiência?
Que consumir por consumir é uma doença também. Que o céu está mais azul, a vegetação mais verde e o ar mais puro: não somos tão imprescindíveis, a natureza agradece nossa reclusão. Que há muitas maneiras de se comemorar um aniversário, mesmo sozinho em casa: vizinhos cantam em janelas próximas, amigos deixam flores na portaria do prédio, organiza-se uma reunião por aplicativo. Emoção genuína, festa inimitável. E pensar que há quem gaste uma fortuna com decoração de ambiente, DJ da moda e champanhe francês para 500 convidados, e ainda assim não consegue se sentir amado.
Já tivemos, poucos anos atrás, uma greve de caminhoneiros que serviu de ensaio do apocalipse. Pois já não é mais ensaio, é apocalipse now. Não desperdicemos a chance de amadurecer, simplificar, mudar de atitude. De valorizar o coletivo em detrimento do individual. De praticar um novo método de convívio: uns pelos outros, sempre, e não só na hora do aperto. De fazer deste imenso país uma nação mais homogênea, em prol de uma existência menos metida a besta.

(O GLOBO, Marta Medeiros, 2020)
Sobre a linguagem do texto:
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Q1677296 Português
FAMÍLIA É TUDO QUE TEMOS

Afinal, é o grupo do qual participamos a vida toda

    (...)
    E, por falar em família, hoje quase todo mundo acredita que entende desse núcleo e que pode analisá-lo. (...)Há quem acredite que a família está ameaçada de ser destruída ou que já se encontra em estado de falência. Os motivos seriam os mais diversos. O aumento do número de divórcios costuma ser muito citado. Ou a presença da mulher no mercado de trabalho, entre tantas outras causas já apontadas.
    Ocorre que, ao mesmo tempo em que os divórcios crescem, há também recasamentos, e as mulheres que muito precisam ou querem se dedicar ao trabalho remunerado vivem se martirizando pela culpa de estar longe da família por tanto tempo. Isso significa que pertencer a uma família, com todos os bônus e ônus impostos, é essencial.
    (...)
    Não há dúvida de que algumas famílias, ou integrantes delas, recusam a convivência com o grupo, afastam-se para sempre, buscam apagar da memória a existência desse laço primordial. Mesmo essas pessoas procuram formar sua família fora dos laços tradicionais, que são os de sangue e os de aliança. Fazem dos amigos próximos sua família, por exemplo. Elas sentem na pele a importância de pertencer a um grupo e buscam criá-lo, já que enfrentaram impedimentos radicais em sua família de origem.
    A família precisa ser cuidada porque sobrevive dos vínculos afetivos entre todos os seus integrantes, e isso dá trabalho. Mas enfrentar os conflitos que surgem no grupo com amorosidade, compaixão, respeito, generosidade e delicadeza, por exemplo, promove uma vida pessoal e familiar de qualidade.
    (...)

(VEJA de 12 de dezembro de 2018,
edição nº 2612, p.89 – Por Rosely Sayão)  
O item no qual o excerto transcrito apresenta, na expressão em destaque, um registro linguístico que é muito comum na modalidade oral da linguagem é:
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Q1676493 Português

Pai não entende nada


A filha de 14 anos chega para o pai e diz:

- Pai, preciso comprar um biquíni novo.

- Mas filha, você comprou um biquíni no ano passado.

- Ah pai, quero um biquíni novo.

- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim.

- Mas eu quero, pai.

- Tá bom, filha. Pegue esse dinheiro e compre um biquíni maior.

- Maior não, pai. Menor.

Pai não entende nada mesmo!


Luís Fernando Veríssimo.

A linguagem da crônica tenta aproximar-se da linguagem cotidiana, já que aborda situações comuns no dia a dia das pessoas. Essa intencionalidade muitas vezes faz com que esses textos apresentem desvios gramaticais, por muitas vezes sutis, fazendo com que nem todos percebam essas ocorrências. Assinale a alternativa que explique corretamente o desvio apresentado no excerto abaixo:
- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim.
Alternativas: 
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Q1675796 Português

Analise o texto abaixo para responder a próxima questão:


O Meu Guri


Quando, seu moço, nasceu meu rebento

Não era o momento dele rebentar

Já foi nascendo com cara de fome

E eu não tinha nem nome pra lhe dar

Como fui levando, não sei lhe explicar

Fui assim, levando, ele a me levar

E na sua meninice Ele um dia me disse que chegava lá


Olha aí!

Olha aí!


Olha aí!

Ai, o meu guri, olha aí!

Olha aí!

É o meu guri e ele chega


Chega suado e veloz do batente

Traz sempre um presente pra me encabular

Tanta corrente de ouro, seu moço

Que haja pescoço pra enfiar

Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro

Chave, caderneta, terço e patuá

Um lenço e uma penca de documentos

Pra finalmente eu me identificar, olha aí!


Olha aí!

Ai, o meu guri, olha aí!

Olha aí!

É o meu guri e ele chega

Chega no morro com carregamento

Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador

Rezo até ele chegar cá no alto

Essa onda de assalto está um horror

Eu consolo ele, ele me consola

Boto ele no colo pra ele me ninar

De repente, acordo, olho pro lado

E o danado já foi trabalhar, olha aí!


Olha aí! (Ah, olha aí)

Ai, o meu guri, olha aí! (Ah, olha aí meu guri)

Olha aí! (Ah, meu guri)

É o meu guri e ele chega (olha aí meu guri)


Chega estampado, manchete, retrato

Com venda nos olhos, legenda e as iniciais

Eu não entendo essa gente, seu moço

Fazendo alvoroço demais


O guri no mato, acho que tá rindo

Acho que tá lindo de papo pro ar

Desde o começo, eu não disse, seu moço

Ele disse que chegava lá


Olha aí!

Olha aí!


Olha aí! (Ah, olha aí)

Ai, o meu guri, olha aí! (Ah, olha aí meu guri)

Olha aí! (Ah, meu guri)

É o meu guri (olha aí meu guri)


Chico Buarque

Chico Buarque nessa canção dá voz a uma hipotética mulher de periferia. Em virtude disso, a canção apresenta alguns desvios de norma padrão da língua portuguesa. Assinale a alternativa em que isso ocorre:
Alternativas
Respostas
701: D
702: B
703: E
704: C
705: B