Questões de Português - Variação Linguística para Concurso
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Sobre o texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A função da linguagem predominante no texto é a referencial.
( ) As aspas, no texto, foram utilizadas para marcar o uso de neologismos.
( ) O recurso coesivo À medida que (linha 9) apresenta valor semântico de proporção.
( ) Uma série de pessoas, o grupo, os participantes são utilizados como recursos coesivos para a não repetição de termos.
( ) A expressão vai que contagia é um exemplo de linguagem informal e tem o sentido de conformidade.
Assinale a sequência correta.
Estradas para a perdição?
Numa época em que quase todo mundo carrega um GPS facílimo de operar no bolso ou na bolsa, imagens de satélite nunca foram tão banais. Dois toques na tela do celular são suficientes para que o sujeito consiga examinar uma representação mais ou menos realista e atualizada da Terra vista do espaço.
Mesmo assim, uma forma inovadora de enxergar o nosso planeta, bolada por uma equipe internacional de cientistas, é capaz de deixar surpreso – e cabreiro – quem ainda tem um pouco de imaginação. O trabalho revela um globo retalhado por estradas, um “bolo planetário” cortado em 600 mil pedacinhos.
Note, aliás, que essa estimativa do número de fatias separadas pela ação humana provavelmente é conservadora – ainda faltam dados a respeito de certas áreas, o que significa que o impacto global das estradas deve ser ainda maior.
De qualquer jeito, se você achava que a Terra ainda está repleta de vastas áreas intocadas pela nossa espécie, pense de novo. A pesquisa, que acaba de sair na revista “Science”, indica que mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas têm área de menos de 1 km², e 80% desses trechos medem menos de 5 km² de área. Grandes áreas contínuas (com mais de 100 km²), sem brechas abertas especificamente para o tráfego humano, são apenas 7% do total.
E daí? Decerto uma estradinha passando nas vizinhas não faz tão mal assim, faz? Muito pelo contrário, indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ.
Para calcular as fatias em que o planeta foi picado, Mariana e seus colegas utilizaram como critério uma distância de pelo menos 1 km da estrada mais próxima – isso porque distâncias iguais ou inferiores a 1 km estão ligadas a uma série de efeitos negativos das estradas sobre os ambientes naturais que cortam.
Estradas são, é claro, vias de acesso para caçadores e gente munida de motosserras; trazem poluentes dos carros e caminhões para as matas e os rios; além de trazer gente, trazem espécies invasoras (não nativas da região) que muitas vezes deixam as criaturas nativas em maus lençóis. Considere ainda que estradas, em certo sentido, dão cria: a abertura de uma rodovia em regiões como a Amazônia quase inevitavelmente estimula a abertura de ramais secundários, dos quais nascem outras picadas, num processo que vai capilarizando a devastação. [...]
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo. 18 de dezembro de 2016.)
A Capa da Revista reproduzida abaixo traz a seguinte manchete: “Sorria. Você está demitido. Como extrair o melhor – um belo pacote de saída e até uma recolocação – no pior momento de sua carreira”.
A respeito do texto verbal e da imagem da capa pode-se afirmar que:
I. O desemprego é apresentado de forma otimista, pois o verbo “sorrir” cria o contraste entre desemprego e recolocação.
II. A imagem sugere um “pé na bunda”, que no vocabulário informal é usado para quem perdeu o emprego.
III. Há um certo grau de formalidade no tratamento do leitor, o que garante certo distanciamento de seu público.
IV. A antítese “melhor” e “pior” cria no leitor a expectativa positiva em relação ao assunto que será tratado na revista.
É CORRETO o que se afirma em:
Leia a crônica “Sketches”, de Luís Fernando Veríssimo.
Dois homens tramando um assalto.
- Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho. Engrossou, enche o cara de chumbo.
Pra arejá.
- Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.
- Tá com o berro aí?
- Tá na mão.
Aparece um guarda.
- Ih, sujou. Disfarça, disfarça...
O guarda passa por eles.
- Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel chega a Marx diluído pela fenomenologia de Feurbach.
- Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant com algumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...
O guarda se afasta.
- O berro, tá recheado?
- Tá.
- Então, vamlá!
Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/1731104. Acesso em: 08.11.18
Com relação à noção de variações linguísticas, considere as afirmações abaixo a partir do fato narrado na crônica:
I. Os dois assaltantes usam a gíria típica de malandros e mudam o nível de linguagem para disfarçar quando o guarda se aproxima.
II. Quando o guarda se aproxima, os dois malandros passam a falar sobre filosofia numa linguagem culta para impressiona-lo, dando a impressão de serem intelectuais.
III. A crônica mostra que há um preconceito com relação ao nível de linguagem que usamos, e, por isso, ela é um fenômeno de exclusão social.
IV. Por ser um estilo coloquial, a gíria só é usada por pessoas de baixa escolaridade, como, por exemplo, assaltantes.
V. A crônica mostra que devemos ter uma consciência linguística para as diferentes situações de uso da linguagem.
Está CORRETO o que se afirma em:
“O sucesso da educação linguística é transformar o falante em um 'poliglota' dentro de sua própria língua nacional" (BECHARA, 2001, p. 38).
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
Com base na afirmação de Evanildo Bechara e em seus conhecimentos sobre norma padrão e variantes linguísticas, assinale a alternativa CORRETA: