Questões de Redação Oficial - Ortografia para Concurso
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(Miriam Gold, Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização)
O texto está comprometido quanto à concisão e à clareza. Assinale a alternativa que apresenta a reescrita do texto no qual essas qualidades estão presentes.
I. O termo “à atenção de", no sentido de “aos cuidados de...", utilizado em cartas profissionais, pode ser abreviado de duas formas: AT. ou At.
II. A expressão “em mãos" ou “em mão" pode ser escrita no envelope da seguinte forma: E/M ou E.M.P. – em mão própria.
III. Quanto aos pronomes de tratamento, a opção mais moderna é abreviar palavras sem ponto no meio e sem elevar nenhuma letra: V. Exa. , V. Sa. , Profa., Dra., Sra., etc; mas também se admite V. Ex.ª e V. S.ª.
É correto o que se afirma em:
( ) "Eminência" pode ser abreviada como "Em.ª" ou "Ema.".
( ) "Vossa Alteza" é utilizado para referir-se a Reis e Rainhas.
( ) "Desembargador" pode ser abreviado como "Des.".
( ) "Senhor" ou "Senhora" são utilizados para um tratamento informal, especialmente com pessoas mais próximas.
Pode-se afirmar que:
[...]
Fui ao presídio feminino Nelson Hungria, convidado para dar uma pequena palestra sobre o livro e a liberdade. Uma biblioteca breve e bem escolhida foi a primeira surpresa, além das cores com que as alunas pintaram a escola da unidade. Depois, todos aqueles olhos, atravessados por uma fome de mudança, rostos variados, tantos, boa parte dos quais cheios de comoção. Olhos em que brilha a obstinada luz do “ainda-não”, que as faz seguir em frente, com a geografia particular de seus afetos. Chamam-se Marisa, Teresa, Maria. Mas que importam os nomes? Não quiseram saber de meu passado e eu tampouco me interessei pelo passado daquelas senhoras. Como disse Agostinho, o passado deixou de ser e o futuro não veio. Portanto, só há presente. E estávamos ali convocados pela duríssima beleza do agora.
Lembrei a todas que sonhamos de olhos abertos, sobretudo de olhos abertos, como disse Ernst Bloch, e que o presente só faz sentido através da construção que se faça da matéria viscosa dos sonhos, do tempo que virá por antecipação. Disse-lhes que eram noivas de um belo e atraente senhor, a quem deveriam fazer a corte e conquistar com arrebatada decisão: o futuro. E tentamos avançar nessa direção.
As perguntas nos aproximaram, quebrando um mundo aparentemente dividido, nas malhas processuais ou nas franjas do Código Penal. Somos a mesma porção de humanidade, regidos pela poética do encontro e da boa vontade. Eu indagava silencioso se a Justiça terá olhos suficientes para alcançar essas moças e senhoras, que ainda me emocionam de tal modo que até o momento não sei definir o que vivi. Mas será mesmo preciso definir o que quer que fosse nessa esfera?
Fui almoçar depois com a diretora e as agentes penitenciárias. As cozinheiras são “moradoras” que preparam os pratos com suas próprias mãos. A fome silenciosa de justiça, no silêncio e no trabalho. Penso nas minhas mãos e nas suas, leitor. Penso nas mãos dos juízes e nas de nossas mães. Porque sem compaixão não há justiça.
Marco Lucchesi, publicado em O Globo, 27/11/13 - fragmento adaptado
disponível em: http://oglobo.globo.com/opiniao/fome-de-justica-
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