Questões de Veterinária para Concurso

As leishmanias são divididas em dois grupos: as que causam a doença na forma cutânea (Leishmania donovani e a Leishmania infantum) e as que causam a forma visceral (L. braziliensis, L. amazonenses).

O ciclo biológico do parasita completa-se em dois hospedeiros. No invertebrado, o parasita encontra-se na forma não flagelada, amastigota e no vertebrado, na forma flagelada denominada promastigota.

A leishmaniose é uma antropozoonose transmitida pela picada de mosquitos flebotomíneos do gênero Lutzomya. No Brasil, os principais mosquitos associados à transmissão dessa enfermidade são o L. Longipalpis e L. cruzi, conhecidos popularmente como mosquito-palha

Após a inoculação das formas amastigotas nos cães, estas são fagocitadas pelas células do sistema mononuclear fagocitário. Dentro dos leucócitos, as amastigotas se transformam em promastigotas, as quais se multiplicam rapidamente através de sucessivas divisões binárias.

As parasitoses são consideradas doenças tropicais negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que 50 milhões de pessoas estejam infectadas por ancilostomídeos e aproximadamente 65% desses casos ocorram no Brasil.

Dentre os helmintos infectantes, as espécies Toxocara felis e Toxocara bovis, da família Ascarididae, são responsáveis pelas síndromes larva migrans visceral (LMV) e larva migrans cutânea (LMC), e os ancilostomídeos, pertencentes à família Ancylostomidae, principalmente a espécie Ancylostoma canis, pela síndrome larva migrans ocular (LMO).

A infecção por parasitose zoonótica é constante e progressiva, podendo se estender por meses com casos assintomáticos que podem passar desapercebidos e por isso acabam não sendo farmacologicamente tratados.

O diagnóstico de larva migrans é eminentemente clínico, porém, recomenda-se a identificação por técnicas de ELISA, sorologia ou parasitológica direta. Os recursos de laboratório mostram-se muito úteis no cotidiano, visto que auxilia em um diagnóstico definitivo.

As manifestações clínicas da febre maculosa são consistentes independentemente da espécie do agente etiológico envolvida na infecção, e a R. rickettsii é a que demonstra sintomas mais leves e com prognóstico favorável. Também não é correto afirmar que animais silvestres e domésticos atuam como sentinelas, favorecendo a perpetuação da doença.

O período de incubação da Febre Maculosa pode variar de 2 a 14 dias, no geral, seus sinais clínicos se manifestam após sete dias da inoculação dos patógenos. A doença tem início súbito e agudo, sinais clínicos inespecíficos, como febre alta, vômito, náusea, mal-estar generalizado, mialgia.

Nas regiões Sul e Sudeste, onde a febre maculosa possui uma maior concentração, os carrapatos ocorrem de forma constante ao longo do ano, com incidência similar em todos os meses, sendo mais frequentemente encontrados em áreas urbanas e residenciais, como jardins e parques.

Os grandes reservatórios dos carrapatos que transmitem a febre maculosa são os caninos e aS aves, possuindo um papel importante na cadeia epidemiológica da doença. Locais como zonas urbanas, parques públicos e grandes centros comerciais são propícios à infestação pelo Amblyomma dubitatum.

Os sintomas da brucelose abrangem uma variedade diversificada e sistêmica, faltando mioclonia, êmese, mídriase, petéquias e outros. Devido à inadequação de sua duração e quadro clínico, não é possível categorizá-la em aguda, crônica ou localizada (focal).

As bactérias pertencentes ao gênero Brucella são bacilos gram-positivos encapsulados, flagelados e capazes de formar esporos resistentes. Além disso, elas são parasitas intracelulares facultativos e têm preferência por células não fagocíticas do sistema imune.

A Brucella apresenta uma maior exposição a respostas imunes inatas e adaptativas, possuindo uma maior sensibilidade à maioria dos antibióticos. Além disso, ela inibe a apoptose de células mononucleares infectadas e promove a maturação de células T para uma eficiente apresentação de antígenos.

A cultura é o método padrão-ouro para o diagnóstico de brucelose humana, podem ser feitas a partir de sangue, medula óssea ou outros fluidos e tecidos, como líquido articular ou pleural. Os testes sorológicos devem ser bem avaliados quanto à sua necessidade, pois podem continuar positivos por bastante tempo após uma infecção já tratada.

A anemia infecciosa equina (AIE) trata-se de uma enfermidade comumente identificada em regiões úmidas e montanhosas de clima tropical e subtropical, onde existe grande quantidade de vetores, daí o motivo pelo qual é conhecida popularmente como febre das planícies.

O sinal clínico mais observado da AIE consiste em hiperpigmentação decorrente de dois fatores, sendo: a fotossensibilização imunomediada e o aumento da atividade medular, fator diretamente ligado à multiplicação viral.

Na AIE observa-se trombocitopenia, que embora esteja caracterizando um sinal inicial da doença, pode ser identificado em quase todos os casos, aparentemente devido aos fatores como TNF-α, TNF-β e IL-6, produzidos por macrófagos infectados com o vírus.

O método oficial para diagnosticar a AIE utiliza o teste de Coggins, também conhecido como Imunodifusão em Gel de Alginato (IDGA), responsável pela detecção de anticorpos anti-p27.