Questões de Concurso
Comentadas sobre teorias e práticas para o ensino de matemática em pedagogia
Foram encontradas 994 questões
Ora, definir um conceito é explicá-lo em termos de outros conceitos, estes anteriormente definidos, e demonstrar uma propriedade de um conceito, expressa por uma proposição, é mostrá-la decorrente de outras proposições, já antes demonstradas, por meio de regras de inferências fornecidas [...] pela Lógica costumeiramente usada na matemática.
Como tanto o definir quanto o demonstrar, na concepção enunciada, levam a um retrocesso indefinido, temos um sério problema a resolver. E a solução proposta pelo matemático, num caso e no outro, é aceitar uns tantos conceitos sem definição e umas tantas propriedades desses conceitos sem demonstração, assumindo o compromisso de, a partir daí, definir todos os outros conceitos e demonstrar todas as outras propriedades dos conceitos envolvidos. [...]
Essa é, grosseiramente falando, a arquitetura da matemática que nos foi doada pelo pensamento grego do V e VI séculos a.C., e sistematizada por Euclides em sua obra Elementos, três séculos antes de nossa era.
BICUDO, I. História da matemática: o pensamento da filosofia grega antiga e seus reflexos na educação matemática do mundo ocidental. In: BICUDO, M. A.V. (org.) Pesquisa em Educação Matemática: concepções & perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
Ao descrever a "arquitetura" do livro de Euclides, entre outros aspectos, o autor do texto refere-se a proposições acolhidas sem demonstração, em contraposição a proposições acolhidas por meio de demonstrações. A esses dois tipos de proposições, que compõem os Elementos, dá-se, respectivamente, o nome de:
"… toda ciência pode ser exposta mediante dois caminhos essencialmente distintos: o caminho histórico e o caminho dogmático. [...] Pelo primeiro procedimento, expomos sucessivamente os conhecimentos na mesma ordem efetiva segundo a qual o espírito humano os obteve realmente, adotando, tanto quanto possível, as mesmas vias.[...] O primeiro modo é evidentemente aquele pelo qual começa, com toda necessidade, o estudo de cada ciência nascente, pois apresenta a propriedade de não exigir, para exposição dos conhecimentos, nenhum novo trabalho distinto daquele de sua formação. Toda didática se resume, então, em estudar, sucessivamente, na ordem cronológica, as diversas obras originais que contribuam para o progresso da ciência."
Augusto Comte (1798-1857), filósofo francês.
"O educador deve fazer a criança passar novamente por onde passaram seus antepassados, mais rapidamente, mas sem omitir etapa. Por essa razão, a história da ciência deve ser nosso primeiro guia."
Euclides de Medeiros Guimarães Roxo (1890-1950), engenheiro e professor de matemática brasileiro.
MIGUEL, A.; MIORIM, M. A. História na educação matemática: propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
Nos trechos citados, oriundos de figuras que exerceram influência na história do ensino da matemática no Brasil, depreende-se uma posição sobre o uso da história da matemática no ensino, conhecida como "princípio genético", alvo de críticas por parte de especialistas educadores matemáticos pois, em sua versão pedagógica, tal princípio considera que
Leia o texto a seguir.
Em seu livro "A arte de resolver problemas" (1945), o matemático George Polya (1887-1985) apresenta 4 fases para a resolução de um problema, intituladas:
1. Compreensão do problema;
2. Estabelecimento de um plano;
3. Execução do plano;
4. Retrospecto.
Caso o resolvedor não consiga, de imediato, encontrar uma conexão entre os dados apresentados no problema e a incógnita, Polya sugere que se procure "problemas correlatos", auxiliares nesse processo.
Elaborado pelo(a) autor(a).
Procurar “problemas correlatos”, auxiliares no processo de
resolução de um problema, é uma estratégia que, segundo
sugere o matemático citado no texto, deve ocorrer na fase
O principal enfoque da Etnomatemática é destacar a superioridade dos métodos matemáticos desenvolvidos em sociedades ocidentais em comparação com as práticas matemáticas de outras culturas.
Durante a Renascença, houve pouco interesse pela matemática devido ao foco predominante na arte, na literatura e na religião. O ensino da matemática permaneceu estagnado durante esse curto período de tempo.
A história da matemática mostra que o progresso matemático frequentemente resulta da colaboração e do intercâmbio de conhecimentos entre diferentes culturas e civilizações. Por exemplo, durante o período da Idade Média, os estudiosos islâmicos preservaram e traduziram muitos textos matemáticos gregos e indianos, introduzindo assim essas ideias matemáticas para o mundo ocidental.
Devemos levar em consideração que nas avaliações matemáticas os testes e exercícios tradicionais são os mais importantes para se analisar se os estudantes se apropriaram dos processo mecânicos de resolver operações e problemas, pois outras abordagens avaliativas, como o uso de portfólios ou projetos criativos, não fornecem uma avaliação precisa do conhecimento dos alunos.
Pensando na formação social completa dos estudantes, o letramento matemático é uma habilidade essencial para todos, independentemente da carreira escolhida, isso porque ele capacita os indivíduos a tomar decisões informadas, resolver problemas cotidianos e entender o mundo ao seu redor de maneira crítica e analítica.
O principal objetivo da Educação Matemática Crítica é ensinar aos alunos técnicas avançadas de resolução de problemas matemáticos.
A abordagem mais comum na Educação Matemática Crítica é a transmissão direta de conhecimento pelo professor, sem espaço para discussões ou reflexões dos alunos.
A avaliação autêntica na educação matemática envolve a aplicação de conhecimentos matemáticos em contextos do mundo real, desafiando os alunos a resolver problemas complexos e a comunicar suas soluções de maneira eficaz.
O letramento matemático não se limita apenas a conceitos avançados de álgebra e cálculo. Ele abrange uma ampla gama de habilidades matemáticas, incluindo numeração, geometria, estatística, probabilidade e resolução de problemas do mundo real.
O estudo da Etnomatemática não se limita apenas à análise descritiva das práticas matemáticas em contextos culturais diversos, mas também busca uma abordagem transformadora que reconheça e valorize os saberes locais, visando à construção de uma educação matemática mais inclusiva e contextualizada.