Questões de Pedagogia - Teorias e Práticas para o Ensino Religioso para Concurso

“Os mitos são histórias exemplares vividas pelos ancestrais e pelos heróis.” (CALEFFI, 2011)

Fonte: CALEFFI, Paula. Educação autóctone nos séculos XVI ao XVIII ou Américo Vespúcio tinha razão? In: STEPHANOU, Maria. BASTOS, Maria Helena Camara (organizadoras). História e memórias da educação no Brasil: séculos XVI-XVIII. Volume I. RJ. Vozes. 2011.

Considerando as manifestações religiosas dos povos originários no Brasil, avalie as proposições a seguir.

I- Os registros históricos que tratam das culturas dos povos originários foram produzidos pelo colonizador e desta forma, eles não tratam das manifestações religiosas por entenderem que eram práticas demoníacas.

II- As normas de conduta social, bem como tudo o que os indivíduos aprendem e necessitam saber para fazer parte de uma comunidade de tradição oral, encontram-se presentes nos mitos da cultura desta comunidade, nas histórias sagradas.

III- Os mitos ou histórias sagradas são muito contadas pelos idosos da tribo, que não monopolizam estas histórias e geralmente as revelam de acordo com o sexo e a faixa de maturidade do indivíduo.

É CORRETO o que se afirma apenas em:

O ensino religioso no Brasil teve sua origem ligada ao processo de colonização, fruto de um projeto que uniu a cruz, poder espiritual e a espada, poder temporal no contexto do século XVI.

Avalie as assertivas a seguir, considerando o ensino religioso na América portuguesa.

I- O ensino destinado aos próprios religiosos, aos filhos de colonos e aos indígenas dava consistência ao projeto de uniformização da consciência com base num fundamento comum cristão e clássico.

II- Ensinar era próprio da Igreja: vivo, autêntico e perene magistério instituído por Jesus Cristo, fazendo-se prática cotidiana do clero; o colégio foi expressão instrumental de pregação e conservação da fé e o ensino tinha característica dogmática.

III- Apesar do protagonismo, em geral ignorado ou silenciado de franciscanos, beneditinos entre outras ordens religiosas e do empreendimento jesuítico frente aos nativos, a hegemonia do ensino religioso na América portuguesa entre os séculos XVI e meados do século XVIII foi dos franciscanos.

É CORRETO o que se afirma em:

“A nossa história foi tecida pela presença de escravos originários do credo islâmico”. (COSTA, 2002)

Fonte: COSTA, Sebastião Heber Vieira. Em nome de Alá: algumas notas sobre a presença mulçumana entre os escravos da Bahia. in SYLVANA, Brandão (Organizadora) Histórias das Religiões no Brasil. Vol.2. Recife. Editora Universitária. UFPE. 2002. 

Tendo como premissa a presença do islamismo em solo baiano, avalie as assertivas a seguir.

I- O islamismo espalhou-se de forma própria na Bahia e seus seguidores eram geralmente os negros que possuíam maior grau de instrução, em suas reuniões de oração, tanto na vida privada, como nas mesquitas o uso do tecebá era uma marca do sagrado.

II- Na Bahia, no século XIX, não há registros de revoltas dos negros com a dimensão religiosa islâmica, inclusive os estudiosos garantem que a Revolta dos Malês é simplesmente uma representação revestida das caraterísticas típicas de luta de classe.

III- A função agregadora do Islã foi a solidariedade entre as etnias negras, na Bahia, ajudando a promover a unidade entre muitos escravos e até entre os libertos africanos.

É CORRETO o que se afirma em:

“Outro exemplo interessante é o Templo de Umbanda Cristã Santo Antônio de Ouro Fino, em Trindade - no sertão pernambucano, quase na fronteira com o Piauí. Ali a jurema bebida é a da tradição indígena, contudo, é uma casa de “Umbanda Cristã” com uma liturgia característica da umbanda, mas cujo “culto à jurema sagrada descende das tribos indígenas e do catimbó de jurema”. Para eles, beber jurema, feita sem adição de álcool, mas só com água e mel, significa limpar o corpo, purificar a alma e receber a ciência espiritual deixada pelo Rei Salomão. A jurema promove um “encontro com as forças astrais superiores” e, segundo os adeptos, só os que a beberam sentiram uma sensação maravilhosa como a que sentiram “os discípulos do Mestre Jesus no dia de pentecostes”. (GRUNWALD, 2018)

Fonte: GRUNWALD, Rodrigo de Azevedo. Nas trilhas da Jurema. In Religião & Sociedade. 38(1). Abril. 2018. https://doi.org/10.1590/0100-85872018v38n1cap05.  Acesso em 02/09/2024)

Este exemplo de religiosidade popular presente na sociedade brasileira expressa a presença de: 

“Embora a secularização possa ser vista como um fenômeno global das sociedades modernas, sua distribuição entre elas não é uniforme.” (BERGER, 1985. p.120)

Fonte: BERGER, Peter. O dossel sagrado – elementos para uma teoria sociológica da religião. SP. Paulus. 1985. 

Considerando a temática do secularismo, analise as proposições a seguir.

I- No mundo ocidental, a presença da religião no âmbito das instituições modernas, na esfera da família e das relações sociais estreitamente ligadas a ela, perdeu todo o seu potencial devido ao fenômeno da secularização.

II- A secularização causa o fim dos monopólios das tradições religiosas e conduz a uma realidade de pluralismo presente em sociedades contemporâneas, como a brasileira.

III- Os diferentes grupos religiosos, presentes nas sociedades ocidentais, procuram por diversos meios, manter seus mundos em face da pluralidade tornando-se, na maioria dos casos, religiões de Estado, garantindo o seu monopólio.

É CORRETO o que se afirma apenas em: