Questões de Psicologia - Foucault para Concurso
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Em A História da Sexualidade, Foucault (1985) discute a proliferação de discursos que, desde o século XVII e, de forma mais acentuada, a partir do século XIX, produziram estratégias de controle e de regulação sobre os corpos, que visavam não somente ao comportamento individual, “à virtude dos cidadãos”, mas às populações. Tais discussões fundamentam a hipótese de que o discurso sobre a sexualidade humana vai emergir e sustentar-se quando se põe a funcionar um certo regime de saber-poder. Considerando a referida obra, no que concerne à produção da sexualidade e às técnicas do poder que a acompanham, marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas e assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) O ponto importante será saber sob que formas, através de que canais, fluindo através de que discursos o poder consegue chegar às mais tênues e mais individuais das condutas, de que maneira o poder penetra e controla o prazer cotidiano.
( ) No século XVIII o sexo se torna questão de “polícia”, ou seja, objeto de repressão e de contenção da desordem, para a eliminação dos desvios à normalidade. Foucault analisa os procedimentos de gestão dos quais o poder público utiliza-se para reprimir a sexualidade, o que foi justificado por discursos analíticos que tinham por alvo o julgamento das condutas individuais.
( ) Este projeto de uma “colocação do sexo em discurso” advém da pastoral cristã, numa tradição ascética e monástica, que incitava às práticas confessionais, as quais foram estendidas a todos a partir do século XVIII, Coloca-se como imperativo confessar os atos contrários à lei, para que fossem censuradas e interditadas todas as expressões relacionadas ao sexo, neutralizando-o, dessa forma.
( ) A técnica da confissão, apesar de ter permanecido restrita à espiritualidade cristã, foi associada a uma economia dos prazeres individuais, e utilizada por um “interesse público”, sendo reproduzida por mecanismos de poder para cujo funcionamento o discurso sobre o sexo passou a ser essencial.
( ) Uma das grandes novidades nas técnicas de poder, no século XVIII, foi o surgimento da
“população”, como problema econômico e político. No cerne deste problema, está o sexo: é
necessário analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, os nascimentos legítimos e
ilegítimos, a precocidade e a frequência das relações sexuais, a maneira de torná-las fecundas
ou estéreis. A conduta sexual da população é tomada, ao mesmo tempo, como objeto de análise
e alvo de intervenção.
I. A lógica discursiva que define a obsessão das sociedades contemporâneas pela juventude está ligada a uma concepção de sexualidade que faz referência à beleza e à atividade sexual.
II. Ainda hoje, em nossa sociedade, podemos observar a articulação da medicina, da demografia e da pedagogia na administração da conduta sexual da população.
III. A partir do século 18, os dispositivos de saber e poder deixam de incidir sobre o sexo da criança, permitindo a expressão livre de seus comportamentos.
IV. O dispositivo da "sexualidade" tem sua origem na separação do sexo do dispositivo da aliança que articulava as obrigações religiosas ou legais do casamento com a transmissão da propriedade e dos laços de sangue, constituindo o sistema social.
Pode-se afirmar que: