Questões de Psicologia - Transtornos relacionados a traumas e estressores para Concurso
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( ) O transtorno de estresse agudo não pode ser diagnosticado até três dias depois de um evento traumático. ( ) O transtorno pode progredir para o transtorno de estresse pós-traumático depois de 24 horas. ( ) Diferentemente de adultos ou adolescentes, crianças pequenas podem relatar sonhos assustadores sem conteúdo que reflita claramente aspectos do trauma.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Texto 18A1-I
Maria, de três anos de idade, fruto do relacionamento
entre Jonas e Antonela, está em acompanhamento psicológico há
um ano, desde o início do processo de separação do par parental.
Com encaminhamento da pediatra, Antonela procurou
especialista em atendimento infantil. A queixa inicial consistia
em dores abdominais, labilidade emocional, terror noturno,
irritabilidade, dificuldade de acatar regras e limites, regressão
comportamental, ansiedade de separação e ganho de peso. Na
entrevista inicial, ao ser indagada a respeito do cenário familiar,
Antonela informou a respeito do processo judicial em curso, que
definirá a modalidade de guarda e pensão alimentícia. Comentou
sobre a relação conturbada vivenciada no último ano por todos os
envolvidos, apontando o comprometimento na comunicação e
decisões divergentes quanto ao cuidado integral da criança.
Afirmou, ainda, que Jonas não concordava com o
encaminhamento feito pela pediatra: “Ele diz que nossa filha não
precisa de psicólogo porque a louca sou eu. Disse, ainda, que não
concorda, não será conivente nem participará dessa palhaçada.
Fala logo que isso é coisa da minha cabeça e que sou eu quem
crio tudo pra atrapalhar a relação deles. Se você quiser chamar
ele pra uma conversa, não há problemas pra mim. Mas ele já
disse que não trará Maria para sessões nem participará de modo
efetivo desse trabalho” (sic).
Com referência à situação hipotética apresentada no texto 18A1-I, julgue o item a seguir, de acordo com as teorias e técnicas psicoterápicas, o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5) e a psicopatologia.
Maria apresenta transtorno de estresse pós-traumático
ocasionado pela separação dos seus pais.
Com fundamento no DSM V, considerando os critérios para o diagnóstico do transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), assinale a afirmativa correta.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
(Cordioli, Volpato et al.)
Sobre o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), assinale a afirmativa correta.
( ) Em relação à exposição a traumas, o Brasil não apresenta diferenças em relação a outros países.
( ) Os protocolos internacionais de tratamento para TEPT são bem adaptados ao contexto brasileiro.
( ) O TEPT é marcado pela presença de sintomas dimensionados em revivência, evitação, excitabilidade e cognições, bem como humor negativo.
( ) Apesar da alta exposição a eventos traumáticos e prevalência de TEPT, observa-se subnotificação de casos em centros de saúde mental.
( ) É importante que o tratamento para TEPT contemple o apoio social, visto que estudos o apontam como um componente importante na reabilitação de indivíduos com esse transtorno.
A sequência está correta em
Em relação à avaliação de eventos traumáticos associada ao TEPT, pode-se afirmar que:
Caso clínico 4A2-I
Maria, de 65 anos de idade, é diabética e foi diagnosticada
com depressão há 40 anos. Faz uso de medicação para ambas as
doenças desde o diagnóstico inicial. Relata períodos muito
difíceis de tristeza, baixa autoestima e ideação suicida. Diz: “Eu
me sinto OK. Nunca fui feliz. Sempre estive OK. Nunca soube o
que é felicidade. Minha vida sempre foi muito difícil. Precisei
trabalhar desde cedo. Perdi meu pai e minha mãe quando muito
pequena. Fui morar na rua. Experimentei tudo quanto foi coisa.
Chegava a perder as forças. Tinha tontura; tremores; ficava lerda.
Meu corpo não respondia direito. Mas era muito louco... Eu
ficava eufórica e meio descoordenada também. Chegava a passar
dias desaparecida. Tinha uma raiva dentro de mim. Sempre me
perguntei o porquê de ser comigo, de ser logo com minha mãe e
meu pai. Vi os dois serem mortos na minha frente. Nunca vou
esquecer. Lembro de tudo, como se fosse hoje. Tudo por causa de
droga. Meu pai sempre bateu em mim e na minha mãe. Eu tinha
muita raiva. Ainda tenho. Só de pensar nisso meu coração dispara
e eu sou tomada por um manto de fogo. Minhas pernas até
adormecem. Meu rosto fica quente. Saí do buraco quando
conheci meu companheiro. Só aí vi que poderia ser cuidada por
alguém. Mas foi duro. Demorei a acreditar. Mas meu
companheiro me ajudou a enxergar minhas dificuldades e
doença. Fiquei OK por anos. Mas parece uma coisa... nada pode
dar certo pra mim. Há 10 dias fiquei sabendo que tenho um
câncer no estômago. Quis me entregar. Mas meu companheiro e
meus filhos disseram que farão de tudo por mim e que preciso ser
forte. Mas tenho a impressão que a tristeza voltou com tudo de
novo.” (sic).
Ainda em relação ao caso clínico 4A2-I, julgue o item subsequente, com base nas contribuições da psicopatologia, no DSM-5 e na CID-10.
Maria não apresenta características diagnósticas de
transtorno de estresse pós-traumático.