CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Jean Piaget, em sua obra, colocou em evidência a atividade do
sujeito diante do mundo exterior e que lhe é independente. Piaget
recusou as explicações do empirismo tradicional de que
existiriam estruturas endógenas no indivíduo que propiciavam o
desenvolvimento da inteligência. Pois, para o pensador, o
conhecimento é resultado da interação do sujeito com o objeto,
sendo que essa interação depende de fatores internos que são
modificados a cada etapa de desenvolvimento das estruturas
mentais, por meio das quais acontece o desenvolvimento
psíquico.
Segundo Piaget, o processo de estruturação mental é o resultado
de uma equilibração progressiva entre uma esfera e outra, ou
seja, o desenvolvimento mental é uma construção contínua,
comparável à edificação de um grande prédio que, à medida que
se acrescenta algo, ficará mais sólido, ou à montagem de um
mecanismo delicado, cujas fases gradativas de ajustamento
conduziriam a uma flexibilidade, e uma mobilidade das peças.
O conhecimento para Piaget se revela por meio de uma
construção indefinida, em que não há conhecimento absoluto.
O conhecimento, para Piaget, se origina de etapas sucessivas:
equilibração, assimilação e acomodação e o indivíduo é quem
conduz esse processo. Trazendo essas pontuações para a
educação escolar, pode-se perceber como Piaget compreende o
processo educativo. Para o autor, o futuro do ensino deve se abrir cada vez mais à interdisciplinaridade e às necessidades do
cotidiano e, para isso, o ambiente de aprendizagem deve ser
organizado com práticas pedagógicas que estimulem o espírito
de liberdade nos estudantes, de modo que eles possam
reconstruir suas verdades.
Nesse sentido, Piaget é enfático na orientação de que o aluno
deve conduzir a sua aprendizagem. Ele afirma ainda que os
métodos ativos é que são os responsáveis pelo desenvolvimento
livre dos indivíduos. Assim, eles devem desenvolver o máximo de
experimentação, pois, para Piaget, se os indivíduos não
passarem pela experiência será adestramento e não educação.
RELAÇÕES SOCIAIS
Para Piaget existem dois tipos de relações sociais: as relações
sociais de coação social e as relações sociais de cooperação. A
coação social é toda relação entre dois ou mais indivíduos na
qual intervém um elemento de prestígio ou autoridade, sendo
que nesse tipo de relação o indivíduo é coagido.
Piaget, ao definir as relações de coação social, considera o
adulto enquanto aquele que coage a criança, desse modo, ao
associar essa ideia à educação escolar, significa compreender
que o professor, por ser a figura de prestígio ou autoridade,
exerce exatamente a função de coagir o indivíduo, atrapalhando-o no processo de aprendizagem bem como no desenvolvimento
da autonomia. Por isso, na concepção de Piaget, toda forma de
transmissão seria coerção, pois o adulto por estar numa posição
de prestígio levaria o indivíduo a aceitar suas posições. Para
Piaget, o grupo (outras crianças) contribuiria muito mais que o
próprio professor para a construção do conhecimento.
Sendo assim, para Piaget o indivíduo deve se guiar livremente no
processo educativo e o professor deve assumir o papel de
colaborador.
Adaptado. Disponível em: http://bit.ly/2XXcjRm.