Leia o texto a seguir para responder à questão.
Investimento em educação e ciência
Por RUY ALTENFELDER - Curador dos Prêmios Fundação Bunge, presidente do Conselho
Superior de Estudos Avançados (Consea) e presidente da Academia de Letras Jurídicas
A contenção do aquecimento global, cujos efeitos já podemos sentir nos dias de hoje, é o grande
desafio das próximas gerações. Para frear o desequilíbrio ambiental, precisaremos de combustíveis
menos poluentes, de novas técnicas agrícolas, de novas fontes de energia. Teremos que inventar
modelos urbanos, econômicos e sociais mais sustentáveis. Estamos na antessala de um rearranjo
completo das cadeias produtivas globais e do nosso próprio modo de vida, desafios que só serão
superados com base em novos conhecimentos e novas tecnologias.
O investimento em educação e ciência, portanto, nunca foi tão importante. Avanço científico e
progresso social sempre foram fenômenos indissociáveis, mas nota-se agora que a própria
sobrevivência da espécie humana está em jogo. Sociedades que valorizam a ciência são aquelas com
melhores chances de encontrar soluções para os grandes desafios deste século.
A pandemia de covid-19 deu uma amostra disso. Graças à ciência, conseguimos mapear a evolução
do vírus e desenvolver vacinas em tempo recorde, as quais vêm reduzindo drasticamente o número
de mortes e oferecendo uma rota de saída para a pandemia.
Investir em ciência não é um gasto, mas uma aposta no futuro. No médio e longo prazos, não há
aplicação que traga tanto retorno, inclusive financeiro, quanto a valorização do trabalho dos cientistas.
Tecnologias inovadoras podem se tornar negócios bilionários, além de serem decisivas, como vimos,
para a construção de um presente sustentável para toda a humanidade.
[...]
Diante de problemas ambientais, sociais e sanitários cada vez mais complexos, infelizmente ainda
temos dificuldade para compreender o trabalho do cientista como essencial ao desenvolvimento
nacional e até à nossa sobrevivência.
Investir em ciência é garantir que estaremos à altura dos grandes desafios que este século nos reserva.
Quanto antes aprendermos essa lição, mais chances teremos de construir um futuro próspero e
sustentável para todos os brasileiros.
postado em 17/11/2021 – texto adaptado
https://www.correiobraziliense.com.br