Questões de Concurso Público FUSAM de Caçapava - SP 2025 para Analista de Suporte

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Q3282305 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
O tempo composto “houvesse sido”, que ocorre em “Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata”, combina formas verbais que correspondem, respectivamente, aos tempos:
Alternativas
Q3282306 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
Avalie as afirmações a seguir, com base no texto, e assinale a alternativa que as classifica corretamente como verdadeiras (V) ou falsas (F), considerando-se especialmente a concepção do narrador.

I. A chegada da primavera só acontece de fato após a permissão das autoridades locais.
II. A primavera é a única estação do ano que não é valorizada no Rio de Janeiro.
III. Sem a devida atenção, não é possível enxergar a chegada da primavera.
IV. Os povos escandinavos não estimam a primavera tanto quanto os brasileiros o fazem.
V. A imaginação é um recurso necessário para se perceber o encantamento da primavera.
Alternativas
Q3282307 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
Nas sentenças a seguir, retiradas do texto, ocorrem diferentes tipos de pronomes:

I. “Quero ficar junto de ti”
II. “Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas”
III. “Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo”

São pronomes que pertencem a uma mesma categoria apenas:
Alternativas
Q3282308 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
O verbo “haver” em “Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos” é empregado com o mesmo sentido que em:
Alternativas
Q3282309 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
O excerto em que ocorre um verbo cujo complemento é uma oração é:
Alternativas
Q3282310 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
A construção “tão … que” imprime ao contexto em que ocorre – “e a primavera é tão linda que eles esquecem” – um sentido:
Alternativas
Q3282311 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A primavera chegou

    Há um conto escandinavo, escrito por não sei quem há muitas primaveras, em que o mordomo se curva respeitosamente e anuncia à senhora condessa:
    – Com a vossa permissão, a primavera chegou.
    – Diga-lhe que seja bem-vinda e pode permanecer três meses em minhas terras.
    Então vem o primeiro domingo da primavera. E havia um velho mendigo que tinha uma perna de pau. Suspeitava-se que em sua mocidade houvesse sido um terrível pirata; de qualquer maneira era agora apenas um velho mendigo que pedia esmola todo domingo na porta da igreja. E havia uma rica velhinha que todo domingo dava ao mendigo uma grande moeda de cobre. Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro. O mendigo sorriu e pediu licença para lhe oferecer uma bela rosa.
    – Que rosa tão bela, mendigo. Onde a colheu?
    – Nasceu em minha perna de pau, senhora. 
    Guardei apenas isso do conto escandinavo que li há muitos anos. Lembro-me ainda vagamente de um casal de namorados que sai pelo campo – e a primavera é tão linda que eles esquecem, e voltam mil anos depois, ainda primaveris, em outra primavera…
    Mas isso era na Escandinávia, em um daqueles países louros e frios. No Rio será que existe primavera? Proponho que ela exista; apenas o homem distraído não a vê chegar, nem a sente; nossa primavera é sutil e para entrar na cidade não pede licença ao Prefeito.
    É claro que falta à nossa gente um pouco de imaginação para sentir, para viver a primavera. Essa gente que espera condução em longas, tediosas filas – por que não aproveita o tempo da espera para fazer rodas e cantar? Imagino a cidade sob esse delírio primaveril; os bondes criariam asas, guiados por condutores de grandes bigodes líricos, e esvoaçariam no céu azul; na Gávea os cavalos ficariam brincando de carrossel e as senhoras e cavalheiros correriam felizes pela pista com flores nos dentes. No cinema, Gina Lolobrigida sairia da tela e viria sentar na poltrona ao meu lado:
    – Sim, é bem verdade que me amas? Ouvi o teu suspiro; vi, na penumbra, teus olhos que brilhavam. Quero ficar junto de ti. Io te voglio tanto bene!
    Eu me assustaria, mostraria meus papéis, dizendo que devia haver algum engano, eu não era nenhum artista de cinema, não era nem mesmo o Aloísio Sales, era apenas um espectador, o pobre do Braga, obscuro trecho da realidade brasileira…
    Mas ela recitaria:
    “Comigo fica ou leva-me contigo
     Dos mares à amplidão”.
    Iríamos para a amplidão dos mares. E na volta tomaríamos grandes, imortais, chuveiradas. Pois na primavera (faça o que quiser a Inspetoria de Águas) na primavera todos teremos água, pois nascerão fontes líricas no metal das torneiras e de nossas banheiras saltarão peixes voadores que se porão a cantar como verdadeiros gaturamos e nós todos seremos acqua-loucos de felicidade. Primavera!

BRAGA, R. A primavera chegou. Manchete, Rio de Janeiro, 1953. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13047/a-primavera-chegou>.
No excerto “Naquele domingo, entretanto, por ser o primeiro da primavera, deu-lhe uma grande moeda de ouro”, a palavra “entretanto” é empregada para assinalar uma relação semântica contrastiva, de oposição, entre o que foi e o que será dito. O mesmo tipo de relação semântica também se verifica em: 
Alternativas
Q3282312 Português
Dentre as palavras a seguir, a única que admite a flexão de gênero e que pode, portanto, receber o morfema de gênero masculino (-o) em sua terminação é:
Alternativas
Q3282313 Português
O pronome oblíquo é objeto indireto apenas em:
Alternativas
Q3282314 Português
Na sentença “É proibida a entrada de pessoas nesta reserva ambiental”, os termos sintáticos “proibida” e “a entrada de pessoas” estabelecem uma relação de concordância entre:
Alternativas
Q3282315 Português
Dentre as expressões a seguir, aquela que é termo regido da palavra em destaque em “Sua atitude foi coerente com seus princípios” é:
Alternativas
Q3282316 Português
A acentuação gráfica está INCORRETA apenas em:
Alternativas
Q3282317 Português
Em relação ao emprego dos pronomes “eu” e “mim”, está correta apenas a sentença:
Alternativas
Q3282318 Português
As sentenças a seguir apresentam casos de inadequação no emprego do acento indicativo de crase:

I. Enviei cartas à todas as minhas amigas.
II. Desejo o melhor à esta garota.
III. Acessou à cada um dos sites para checar as informações.

Pode-se dizer que a regra geral por trás da incorreção em todas as sentenças dadas, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
Alternativas
Q3282319 Português
O emprego da vírgula está INCORRETO apenas em:
Alternativas
Q3282320 Matemática
Em um experimento de química, sabe-se que: misturando 12 g do composto A com 24 g do composto B forma-se 15 g do composto C e 22 g do composto D. Quanto do composto A e quanto do composto B, respectivamente, o estudante precisará misturar para formar 50 g do composto C? 
Alternativas
Q3282321 Matemática
Carlos comprou uma barra de chocolate e comeu 3/5 dela, deixando o restante para sua irmã, Mariana. Mariana comeu 2/3 do que foi deixado para ela. Qual a fração da barra restou após isso?
Alternativas
Q3282322 Matemática
Um cientista está observando o comportamento de três sinais luminosos, chamados de A, B e C, que ligam e desligam periodicamente:

• O sinal A passa 15 segundos ligado e 15 segundos desligado.
• O sinal B passa 45 segundos ligado e 15 segundos desligado.
• O sinal C passa 30 segundos ligado e 10 segundos desligado.

Suponha que, em um dado instante, os três sinais estavam desligados e ligaram-se todos juntos. Em quanto tempo, após este instante, este mesmo evento acontecerá novamente?
Alternativas
Q3282323 Raciocínio Lógico
Quatro primas – Ana, Bianca, Carla e Duda – ganharão 4 brinquedos: bola, boneca, bicicleta e bambolê, não necessariamente nessa ordem.
Sabe-se que:

• Ana quer a bola ou a boneca;
• Bianca quer a bola;
• Carla não quer a boneca;
• Duda quer a boneca ou o bambolê;

Para atender às preferências das primas, Ana, Bianca, Carla e Duda devem ganhar, respectivamente:
Alternativas
Q3282324 Matemática
Observe as seguintes afirmativas:

I – Em um retângulo qualquer, a medida da diagonal é sempre maior que a medida de qualquer um dos lados.
II – O perímetro de uma circunferência dividido pelo seu diâmetro é o mesmo valor para qualquer circunferência.
III – A área de qualquer triângulo equilátero é igual ao seu perímetro.

Estão corretas:
Alternativas
Respostas
1: B
2: B
3: C
4: A
5: A
6: A
7: B
8: C
9: B
10: A
11: E
12: D
13: C
14: D
15: B
16: C
17: B
18: B
19: E
20: C