Carlos, 20 anos de idade, está em acompanhamento
psicológico e psiquiátrico há um ano. A queixa inicial da família
concerne à instabilidade e à impulsividade. Os pais, na entrevista
inicial, relataram o seguinte: “ele sempre teve dificuldade em se
relacionar com as pessoas. Parece que quando tem um amigo ou
uma namorada, é só aquilo que existe no mundo. Ele suga de um
tanto que as pessoas não dão conta. Fica com uma raiva
exagerada quando a namorada atrasa alguns minutos ou não
atende o celular. Uma vez, chegou a quebrar o quarto inteiro por
causa disso. A sensação é que ele deposita todas as expectativas e
a vida naquela relação. Já chegou a relatar que tem ‘um buraco
oco que mora em seu peito’. A gente se preocupa muito, pois
percebe que ele se coloca em risco: começou a ter várias
parceiras sexuais em um mesmo dia, em algumas das idas e
vindas com a namorada; além de gastos que a gente não tem
dado conta de arcar e direção imprudente. Já começou quatro
cursos na faculdade e abandonou todos. Parece não saber o que
quer nem o que gosta. Mas o ápice do nosso desespero e que nos
fez entender que era mesmo algo sério, foi quando o
encontramos desacordado em seu quarto após ingerir 40
comprimidos analgésicos. No hospital, descobrimos que não
tinha sido a primeira vez que ele tinha tentado. Eu me senti
péssima. Achei que fosse perder meu filho”.
Tendo como referência o quadro clínico hipotético precedente, e
considerando as contribuições da psicopatologia e o Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5-TR),
é correto afirmar que Carlos apresenta critérios para