Texto CB1A9
A partir do ano de 1990, o Brasil efetuou um programa
unilateral de liberalização das importações, eliminando as
barreiras não tarifárias e reduzindo a tarifa aduaneira média de
32,2% em 1990 para 10,7%, em 2005, ainda que tenha passado
por alguns retrocessos pontuais em decorrência de problemas
macroeconômicos. Esse notável desempenho estimulou o debate
sobre a continuidade ou não do processo de abertura comercial,
que é recorrente e se acentua na presença de desequilíbrios da
taxa de câmbio. De um lado, um grupo de economistas assinala
os ganhos que uma liberalização adicional proporcionaria sobre a
produtividade e o investimento privado, fatores fundamentais
para o crescimento econômico. De outro, especialistas apontam
as inconveniências de uma redução tarifária em um cenário com
fortes flutuações da taxa de câmbio e a necessidade de preservar
o poder de barganha nas negociações comerciais de acesso aos
mercados externos.
H. Kume; G. Piani; P. Miranda. Estudos de economia internacional – IPEA: 2000-2009.
In: Pesquisas em relações econômicas internacionais.
Brasília, Fundação Alexandre Gusmão, 2009, p. 116 (com adaptações).