Questões de Concurso Público Colégio Pedro II 2022 para Professor - Educação Física
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Palma (2020) ressalta que a prática de exercícios físicos tem ostentado um relevante papel nas sociedades, como um comportamento que poderia afetar positivamente a saúde. No entanto, os projetos pedagógicos deveriam assumir determinadas questões e acolher as distintas instâncias de produção da vida. A representação esquemática a seguir mostra a complexidade da vida social na qual estamos inseridos:
Esquema conceitual relacionando diferentes atributos de uma sociedade e, em seu centro, as atividades
físicas e esportivas (AFEs) (PALMA, 2020).
PALMA, A. Saúde na Educação Física escolar: diálogos e possibilidades a partir do conceito ampliado de
saúde. Temas em Educação Física Escolar, v. 5, n. 2, p. 5-15, 2020.
Disponível em: http://www.cp2.g12.br. Acesso em: 15 ago.2022.
Com base nessas informações, é correto afirmar que o trabalho com Saúde e Educação implica
reconhecer
por transmitir certos modos de ser e validar certos conhecimentos, está intimamente ligado ao poder [...] pelos seus modos de endereçamento nos chama a ocupar determinadas posições de sujeito [...] por regular as ações dos sujeitos da educação, forma identidades.
NUNES, M. L. F.; RÚBIO, K. O. Currículo(s) da Educação Física e a constituição da identidade de seus sujeitos. Currículo sem Fronteiras, v. 8, n. 2, p. 55-77, 2008. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org. Acesso em: 15 ago. 2022.
Com base nesse entendimento do currículo e de uma incursão aprofundada na trajetória da área da Educação Física no Brasil, os autores inferem as identidades projetadas na constituição de cada currículo da Educação Física, dentre as quais destacamos:
1. A projeção de identidades docilizadas nas atitudes, mas robustas na sua aparência, assim como patriotas, corajosas, obedientes e preparadas para cumprir com suas responsabilidades na labuta diária e para a defesa da pátria.
2. A projeção de identidades emancipadas das condições de opressão em que a sociedade está mergulhada.
3. A projeção de identidades que promovam a construção e reconstrução dos conhecimentos, e reconheçam que os significados são produzidos na e por meio das relações de poder, compreendam sua sociedade, assumam posições de sujeito temporárias e atuem concretamente como cidadãos solidários.
Segundo os autores, as identidades numeradas anteriormente correspondem, respectivamente, aos seguintes currículos da Educação Física:

COLÉGIO PEDRO II. Departamento de Educação Física. In: Projeto Político Pedagógico Institucional Colégio Pedro II. p. 234-260. 2018. Disponível em: www.cp2.g12.br. Acesso em: 15 ago. 2022.
Com base nas principais análises que constam na proposta curricular do DEF a respeito dessa tabela, é correto afirmar que
FONSECA, M. P. S.; CARDOZO, L. F. Processos de inclusão/exclusão: percepções sobre a Educação Física escolar na educação infantil. Cadernos do Aplicação, v. 34, n. 2, p. 1-23, 2021.
Segundo as autoras, para que se possa alcançar uma inclusão processual, dialética e infindável, é importante considerar
Djamila Ribeiro, em seu livro Pequeno manual antirracista (2019, p. 21), afirma que “devemos aprender com a história do feminismo negro, que nos ensina a importância de nomear as opressões, já que não podemos combater o que não tem nome. Dessa forma, reconhecer o racismo é a melhor forma de combatê-lo”.
RIBEIRO, D. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Nesse esforço, Silva (2021, p. 112), entre outras frentes de investigação, analisa a rotina de algumas disciplinas numa universidade federal do Rio de Janeiro em que circularam inúmeros discursos sobre o racismo, dentre os quais destacamos a seguinte situação:
Em uma das disciplinas pude observar durante todo o período a forma como um dos estudantes era tratado. Era um estudante negro que era chamado por todos/as de “Negueba”. “Fala aí, Negueba”, “Só podia ser o Negueba”. O tal apelido era utilizado por todos/as os/as colegas e algumas vezes o estudante parecia demonstrar um certo incômodo, no entanto, não reclamava e nem reivindicava pelo uso do nome correto. “Negueba”, “Negão”, “Tiziu”, “Carvão” eram formas naturalizadas de uso de raça com viés derrogatório.
SILVA, R. C. O. Formação de professores/as e racismo: discussões a partir da decolonialidade. In:
RIBEIRO, W. G.; SILVA, R. C. O.; DESTRO, D. S. (Org.) Educação Física e diferença: perspectivas e
diálogos. Curitiba: CRV, 2021. Cap. 5, p.101-124.
A situação relatada por Silva (2021) associa-se à concepção de racismo