Questões de Concurso Público TRT - 13ª Região (PB) 2012 para Estágio - Arquivologia

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Q398401 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


De acordo com as ideias do texto, analise.
I. O reconhecimento do trabalho advém da necessidade que se tem de pertencer a um grupo social, a um coletivo.
II. O trabalho, através do seu reconhecimento, tem importante papel no desenvolvimento da identidade do indivíduo.
III. No trabalho, a relação entre o fazer e o ser estabelece-se como um aspecto positivo para o indivíduo.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
Alternativas
Q398402 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


Quanto à pontuação empregada no trecho “O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.", assinale a afirmativa correta
Alternativas
Q398403 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


O texto faz algumas analogias na construção dos argumentos acerca do tema tratado. Assinale a alternativa que apresenta uma delas.
Alternativas
Q398404 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


No 1º§, o termo “embora" introduz, no texto, uma ideia que indica um(a)
Alternativas
Q398405 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


Considerando todo o texto, a expressão “Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa..." remete à ideia de que
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Q398406 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais – em particular, o aumento da violência – que resultam de uma privação de emprego." Acerca da palavra “que" é possível verificar a possibilidade de várias classificações e aplicações, de acordo com o contexto em que foi empregada. A respeito da ocorrência do “que" no período anterior, assinale a afirmativa correta
Alternativas
Q398407 Português

        Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
        Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
        Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
        Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
        Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.


(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)


O acento grave, indicador de crase, em “Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.”, justifica-se, pois
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Q398408 Português
         Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.

                                 (Lispector, Clarice. “Laços de Família”. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998. - Fragmento.)


A autora utiliza-se das transformações de sentido das palavras para a construção do texto II. O emprego deste recurso, a linguagem figurada, pode ser observado em
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Q398409 Português
         Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.

                                 (Lispector, Clarice. “Laços de Família”. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998. - Fragmento.)


Em “Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte.", o termo destacado estabelece coesão textual e desempenha a mesma função sintática que o destacado em
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Q398410 Português
         Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.

                                 (Lispector, Clarice. “Laços de Família”. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998. - Fragmento.)


De acordo com as características da construção textual apresentada, é correto afirmar que o texto II tem como foco principal
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Q398411 Arquivologia
A ausência de normas, métodos e procedimentos de trabalho provocam o acúmulo desordenado de documentos, transformando os arquivos em meros depósitos de papéis, dificultando o acesso aos documentos e a recuperação de informações necessárias para a tomada de decisões no âmbito das instituições públicas e privadas. Diante dessa realidade, a elaboração do Plano de Classificação assume uma importância relevante como ferramenta de gestão documental, exigindo, para sua elaboração, profundo conhecimento da estrutura e funcionamento do organismo produtor e o comprometimento dos profissionais de todas as suas áreas de atuação."
                                                                (Bernardes, 2008, p. 14.)

São objetivos e benefícios de um Plano de Classificação, EXCETO
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Q398412 Arquivologia
A respeito dos agentes de deterioração de acervos arquivísticos e bibliográficos, Cassares (2000, p. 14.) explica que “para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos acervos podemos classificar os agentes de deterioração em fatores ambientais, fatores biológicos, intervenções impróprias, agentes biológicos, furtos e vandalismo." São fatores ambientais de deterioração de acervos arquivísticos e bibliográficos, EXCETO
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Q398413 Arquivologia
O controle da temperatura e umidade relativa do ar é de importância fundamental na preservação de acervos de bibliotecas e arquivos, pois níveis inaceitáveis destes fatores contribuem para desintegração dos materiais."

                                                         (Ogden, 2001, p. 7.)

Considerando o trecho anterior, analise
.
I. Os níveis de temperatura e umidade relativa do ar podem ser reajustados à noite, nos fins de semana e/ou nas ocasiões em que o arquivo estiver fechado.
II. As flutuações da temperatura e da umidade relativa do ar aceleram a deterioração e acarretam danos visíveis aos documentos.
III. Ondulações, franzimento do papel e descamação de tintas são exemplos de danos causados pelas mudanças sazonais da temperatura e da umidade relativa do ar.
IV. Os materiais de arquivos são higroscópicos e, portanto, absorvem e liberam facilmente umidade.

Estão corretas apenas as afirmativas
Alternativas
Q398414 Arquivologia
A diversidade de modelos existentes, em termos internacionais, levou a UNESCO, por intermédio do RAMP2, a apresentar uma definição do conceito de gestão de documentos [...]. Por intermédio desse Programa, a comunidade arquivística teve contato com o trabalho de James Rhoads (1983) sobre 'a função da gestão de documentos e arquivos nos sistemas nacionais de informação', na qual o autor descreve as fases e os elementos que compõem um programa de gestão de documentos, que devem conduzir com economia e eficácia o ciclo vital dos documentos, bem como formular os níveis de implantação desse programa." (Indolfo, 2007.)
De acordo com o trecho anterior, marque V para as afirmativas verdadeiras e F paras as falsas.

( ) As três fases básicas da gestão de documentos são: produção, classificação e descrição.
( ) A aplicação de um programa de gestão de documentos pode se desenvolver em quatro níveis: mínimo, mínimo ampliado, intermediário e máximo.
( ) No nível mínimo de aplicação de um programa de gestão de documentos, as instituições devem contar com, no mínimo, um arquivo corrente e um arquivo intermediário.
( ) No nível mínimo ampliado de aplicação de um programa de gestão de documentos, as instituições devem contar com programas de retenção e eliminação de documentos, estabelecer procedimentos para recolher à instituição arquivística pública os documentos de valor permanente e possuir um ou mais centros de arquivamento intermediário.

A sequência está correta em
Alternativas
Q398415 Arquivologia
O método de arquivamento é determinado pela natureza dos documentos a serem arquivados e pela estrutura da entidade. [...] Estes métodos pertencem a dois grandes sistemas: direto e indireto." (Paes, 2004, p. 61.)
De acordo com o trecho anterior, analise
.
I. No sistema direto, a busca do documento é feita diretamente no local onde o mesmo se encontra guardado.
II. No sistema indireto, para localizar o documento, é preciso antes consultar um índice ou um código.
III. O método alfanumérico é considerado no sistema semi-indireto e não se inclui nas classes de métodos básicos e padronizados.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
Alternativas
Q398416 Arquivologia
De acordo com o conceito estabelecido pelo Art. 3 da Lei Federal nº 8.159/91, são atividades da gestão de documentos, EXCETO:
Alternativas
Q398417 Arquivologia
“Este método (dígito-terminal) surgiu em decorrência da necessidade de serem reduzidos erros no arquivamento de grande volume de documentos, cujo elemento principal de identificação é o número."  (Paes, 2004, p. 76.)
Em relação ao método de arquivamento dígito-terminal, assinale a alternativa que apresenta a ordem correta de arquivamento dos dossiês funcionais: I. 17.396 Maria do Carmo de Oliveira; II. 17.668 Maria Aparecida de Souza; III. 14.225 Mariana dos Santos; e IV. 14.668 Marlene da Silva
Alternativas
Q398418 Arquivologia
“A avaliação documental é um processo multidisciplinar de análise que permite a identificação dos valores dos documentos, para fins da definição de seus prazos de guarda e de sua destinação final (eliminação ou guarda permanente)." (Bernardes, 2008, p. 35.)
São objetivos e benefícios da avaliação documental, EXCETO:
Alternativas
Q398419 Arquivologia
A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer outro."  (Bernardes, 1998, p. 14.)
Considerando a afirmativa anterior, analise.

I. A avaliação supõe a identificação dos valores primário e secundário dos documentos.
II. O valor secundário diz respeito às razões de produção dos documentos, considerando seu uso para fins administrativos, legais e fiscais.
III. O valor primário diz respeito à potencialidade do documento como prova ou fonte de informação para a pesquisa.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
Alternativas
Q398420 Arquivologia
Para que a troca eletrônica de informações entre os acervos seja satisfatória é necessário que, cada vez mais, os arquivistas comecem a falar a mesma língua. Nesse sentido, é fundamental o estabelecimento de diretrizes básicas para todas as atividades relacionadas à organização arquivística, inclusive a descrição. A normalização da descrição arquivística também facilita o acesso às informações do acervo por parte dos mais diversos consulentes."
 (Lopez, 2002, p. 16.)
São normas de descrição, EXCETO
:
Alternativas
Respostas
1: D
2: A
3: E
4: C
5: B
6: B
7: D
8: E
9: E
10: D
11: A
12: E
13: D
14: D
15: E
16: E
17: C
18: C
19: D
20: D