Questões de Concurso Público Prefeitura de Mataraca - PB 2020 para Enfermeiro - ESF
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TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
O título do poema se justifica, pois:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
A partir de determinado ponto do poema, percebe-se uma mudança de postura do eu lírico em relação ao Rio de Janeiro. Assinale a opção cujo verso retirado do poema demarca o início dessa mudança:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
Podem-se perceber, ao lado do aspecto lírico do poema, características de uma determinada tipologia textual; assim, sobressai a tipologia corretamente apontada na alternativa:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
O verso “Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.” apresenta uma imagem carregada de linguagem figurada; assim, o recurso estilístico que sobressai em tal verso aparece na opção:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
Constata-se no verso “autos abertos correndo caminho do mar” o emprego de um recurso denominado elipse. Esse uso contribui para reforçar determinado efeito de sentido do verso; tal efeito está melhor apresentado na alternativa:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
O conectivo que introduz o verso “que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.” assume, no contexto, um valor semântico de:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
O poema de Drummond não apresenta uma pontuação que respeite as normas gramaticais; sendo assim, para tornar passagens do texto adequadas gramaticalmente, está correto o que se afirma em todas as opções abaixo, EXCETO:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
Os vocábulos retirados do texto “inumeráveis”, “imperturbavelmente”, “indiferentes” e “inúteis” apresentam prefixo com o mesmo valor semântico. O mesmo ocorre na alternativa:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
Constata-se no vocábulo “voluptuosidade” um encontro consonantal. O mesmo ocorre em:
TEXTO I
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas
inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento
mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com
isso.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas
compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis
choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.
Em relação aos elementos de comunicação, pode-se afirmar que o poema drummondiano está centrado:
TEXTO II
(Folha de S. Paulo, 22/08/2012)
Analisando os elelmentos verbais e não verbais da tirinha acima, pode-se afirmar que o efeito de humor presente nela se dá, de forma mais decisiva, principalmente:
TEXTO II
(Folha de S. Paulo, 22/08/2012)
O vocábulo “super-herói” está corretamente grafado, segundo as normas gramaticais. O mesmo NÃO ocorre na opção: