O poema de Drummond não apresenta uma pontuação que respeite...

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Q2425011 Português

TEXTO I

Coração numeroso


Foi no Rio.

Eu passava na Avenida quase meia-noite.

Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas

inumeráveis.

Havia a promessa do mar

e bondes tilintavam,

abafando o calor

que soprava no vento

e o vento vinha de Minas.


Meus paralíticos sonhos desgosto de viver

(a vida para mim é vontade de morrer)

faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente

na Galeria Cruzeiro quente quente

e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento

mineiro,

nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com

isso.


Mas tremia na cidade uma fascinação casas

compridas

autos abertos correndo caminho do mar

voluptuosidade errante do calor

mil presentes da vida aos homens indiferentes,

que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis

choraram.


O mar batia em meu peito, já não batia no cais.

A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu

a cidade sou eu

sou eu a cidade

meu amor.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia.

O poema de Drummond não apresenta uma pontuação que respeite as normas gramaticais; sendo assim, para tornar passagens do texto adequadas gramaticalmente, está correto o que se afirma em todas as opções abaixo, EXCETO:

Alternativas

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Vamos analisar a questão sobre pontuação com o poema de Carlos Drummond de Andrade. O objetivo é identificar a alternativa que não está correta em relação ao uso de pontuação para adaptar o texto às normas gramaticais.

Alternativa correta: C - antes do vocábulo “que” em “abafando o calor / que soprava no vento” deve ser inserida uma vírgula.

Justificação: A alternativa C está incorreta porque não se deve inserir uma vírgula antes de "que" quando ele introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva. Neste caso, "que soprava no vento" é uma oração subordinada adjetiva restritiva, que identifica qual "calor" está sendo mencionado. A vírgula seria usada em uma oração adjetiva explicativa, que não é o caso aqui.

Análise das alternativas incorretas:

A - Deve ser acrescentada uma vírgula após "mar" na passagem "Havia a promessa do mar / e bondes tilintavam". Aqui, a vírgula é necessária para separar orações coordenadas assindéticas (sem conjunção), tornando a frase correta gramaticalmente.

B - Uma vírgula deve ser inserida antes da 2ª ocorrência do vocábulo "quente" na sequência "na Galeria Cruzeiro quente quente". A vírgula é usada para indicar uma pausa entre palavras repetidas para dar ênfase ou listar elementos.

D - Depois do conectivo "e" no excerto "e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro," deve ser incluída uma vírgula. A vírgula é necessária após a introdução de uma oração subordinada adverbial, especialmente quando está no início da frase.

E - Na 3ª estrofe, devem ser acrescentadas quatro vírgulas para separarem a sequência de elementos em enumeração. As vírgulas são essenciais para listar itens ou separar elementos de uma enumeração.

Compreender a função das vírgulas na escritura é essencial para ajustar textos poéticos ou literários às normas gramaticais, quando necessário. Essa questão requer atenção aos diferentes usos da vírgula, como separar orações, indicar pausa e separar elementos de uma lista.

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ERRROUUUU:

C) antes do vocábulo “que” em “abafando o calor / que soprava no vento” deve ser inserida uma vírgula.

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