Questões de Concurso Público Prefeitura de Maricá - RJ 2024 para Docente I – Educação Física

Foram encontradas 50 questões

Q2572209 Educação Física
“Diante de todo o contexto de pandemia, agravado por uma crise política em nosso país, as desigualdades em nossa sociedade ficaram mais latentes. As tensões sociais aumentaram e mais uma vez as minorias ficaram à margem das ações do governo. Um governo neoliberal à frente de uma sociedade com estrutura patriarcal, capitalista e colonialista, que moldou a escola a partir de um padrão de homem, de corpo e de sociedade, desconsiderando a diferença como uma característica humana. Diante do cenário caótico de pandemia, o governo brasileiro decidiu no primeiro momento suspender as aulas presenciais, em seguida, com tensões de instituições privadas, implantou o denominado ensino remoto e em um terceiro momento flexibilizou a volta às aulas em função da forte pressão de instituições privadas, mais uma vez colocando a economia à frente da vida e de certa forma escolhendo quem vive e quem morre, o que podemos considerar uma necropolítica.”

(Dias, Maria Aparecida; Machado, Roseli Belmonte; Carvalho Junior, Arlindo Fernando Paiva de; Martins, Rafael Costa. Corpo, diferença e distanciamento: desafios e possibilidades em tempos de pandemia." Educação Física e Ciências do Esporte no tempo presente. 2021).

Diante do cenário pandêmico refletindo com os autores do texto “Corpo, diferença e distanciamento: desafios e possibilidades em tempos de pandemia” é possível afirmar sobre a inclusão de pessoas com deficiência:
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Q2572210 Educação Física
“Na legislação brasileira, pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação são consideradas como público-alvo da educação especial e historicamente a inclusão é vinculada, sobretudo, a esse campo (BRASIL, 2008). Considerando a Educação Física escolar na perspectiva inclusiva, baseada numa abordagem não padronizada e mecanicista do corpo e do movimento, nos embasamos em um conceito de inclusão dialético, processual e infindável, que não é ingênuo e está permeado por dimensões materiais, políticas, sociais, culturais, relacionais e subjetivas”.

(adaptado de Fonseca, Michele Pereira de Souza da; Brito, Leandro Teofilo de. Por uma perspectiva inclusiva na Educação Física escolar. In: Educação física, soberania popular, ciência e vida / Rosa Malena de Araújo Carvalho, Alexandre Palma, André dos Santos Souza Cavalcanti (organizadores). Niterói : Intertexto, 2022.)

De acordo com os autores, pensar em uma Educação Física escolar na perspectiva inclusiva, que valorize as diferenças, perpassa 
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Q2572211 Saúde Pública
“A denominada “epidemiologia social” se distingue de uma “epidemiologia tradicional” na medida em que procura investigar as determinações sociais do processo saúdedoença, não apenas considerando os aspectos sociais como simples variáveis a associar com estabelecidos desfechos. Ao contrário, a distinção ocorre no plano teórico, ao buscar reconhecer as determinações sociais que podem explicar o processo saúde-doença (BARATA, 2005; KRIEGER, 2001). Dentro dessa perspectiva, poder-se-ia compreender, por exemplo, as expressões biológicas da desigualdade social, às quais se referem a como as pessoas incorporam e expressam, biologicamente, experiências de desigualdade socioeconômica, desde antes do nascimento até a morte; ou as discriminações, entendidas como o processo pelo qual um indivíduo ou grupo social é tratado de forma diferente e injusta, e que reproduzem padrões de dominação e opressão como expressões de poder e privilégio. (KRIEGER, 2001)”

(Palma, Alexandre; de Paiva, Giovana Barbosa; Araújo, Mariane Ferreira dos Santos. Vidas precárias, Saúde e Educação Física: reflexões sobre a determinação social da atividade física. In: Educação física, soberania popular, ciência e vida / Rosa Malena de Araújo Carvalho, Alexandre Palma, André dos Santos Souza Cavalcanti (organizadores). Niterói: Intertexto, 2022.)

Com base em estudos que consideram a epidemiologia social na interpretação dos seus resultados, é correto afirmar:
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Q2572212 Educação Física
“A narrativa que advoga a realização de uma quantidade de minutos de atividades físicas por semana, com o propósito de melhoria da saúde, traz consigo uma ideia de medicalização das práticas corporais ou atividades físicas, além de manifestar uma posição moralizante, na medida em que imputa ao indivíduo a responsabilidade por sua própria saúde, ao mesmo tempo em que exime o Estado dessa obrigação.”

Com base na afirmação acima, é fundamental que o professor de educação física escolar, alinhado com as perspectivas críticas e pós-críticas, aborde a relação da atividade física com a saúde a partir das seguintes ideias:
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Q2572213 Educação Física
“A primeira edição dos Jogos dos Povos Indígenas foi realizada em 1996 na cidade de Goiânia, por iniciativa do Comitê Intertribal (Memória e Ciência Indígena). Sendo uma construção política entre poder público, setores privados e lideranças indígenas, rememorando a polissemia do conceito de esporte, o empoderamento inerente a essas celebrações e a (re)significação de seus valores”.

(PEREIRA, A. S. M. Práticas corporais indígenas: jogos, brincadeiras e lutas para a implementação da lei 11.645/08 na Educação Física escolar. Editora Aliás, 2021)

Sobre os Jogos dos Povos Indígenas, Pereira (2021) reflete em seu livro que 
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Q2572214 Pedagogia
A BNCC orienta o desenvolvimento das habilidades abaixo relacionadas, durante os anos finais do Ensino Fundamental:


(EF67EF17) Problematizar preconceitos e estereótipos relacionados ao universo das lutas e demais práticas corporais, propondo alternativas para superá-los, com base na solidariedade, na justiça, na equidade e no respeito.
(EF89EF14) Discutir estereótipos e preconceitos relativos às danças de salão e demais práticas corporais e propor alternativas para sua superação. 

Dentre os estereótipos e preconceitos relacionados às lutas e às danças de salão podemos ressaltar o gênero. Neste sentido, Darido e Rangel (2005) orientam o ensino reflexivo e a coeducação, de forma que
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Q2572215 Educação Física
“[...] avaliar é um processo que procura auxiliar o aluno a aprender, mais e melhor. Em outras palavras, avaliar é mais complexo do que tomar exclusivamente o desempenho dos alunos em uma prova e considerá-lo aprovado ou reprovado, mesmo porque cada aluno chega à escola e às práticas corporais com certo nível de conhecimento, carregando experiências anteriores e com características pessoais. Particularmente, para a Educação Física avaliar implica ajudar o aluno a perceber as suas facilidades, as suas dificuldades e, sobretudo, pretende ajudá-lo a identificar os seus progressos de tal modo que tenha condições de continuar avançando”.

(DARIDO, Suraya Cristina. A avaliação da educação física na escola. Caderno de formação: formação de professores didática geral. Universidade Estadual Paulista. Prograd. São Paulo: Cultura Acadêmica, v. 16, p. 127-140, 2012.)

Acerca do momento adequado à avaliação na Educação Física escolar, Darido (2012) indica


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Q2572216 Educação Física
“Tenho afirmado em outros trabalhos que "cultura" é o principal conceito para a educação física, porque todas as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica cultural, desde os primórdios da evolução até hoje, expressando-se diversificadamente e com significados próprios no contexto de grupos culturais específicos. O profissional de educação física não atua sobre o corpo ou com o movimento em si, não trabalha com o esporte em si, não lida com a ginástica em si. Ele trata do ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento humanos, historicamente definidas como jogo, esporte, dança, luta e ginástica. O que irá definir se uma ação corporal é digna de trato pedagógico pela educação física é a própria consideração e análise desta expressão na dinâmica cultural específica do contexto onde se realiza”.

(DAÓLIO, J. Educação Física e o conceito de cultura. Campinas: Autores Associados, 2004.)

Para Jocimar Daólio, a “cultura” aparece na obra de vários autores da Educação Física brasileira, quais sejam
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Q2572217 Educação Física
“Sem entrar na análise das várias influências teóricas que adentraram a Educação Física e a influenciaram sobremaneira até os dias de hoje, podemos dizer que o conceito de cultura foi determinante nessa influência, uma vez que as várias vertentes das ciências humanas e sociais têm esse conceito como fundante. Ou seja, o conceito de cultura é intrínseco ao projeto das ciências humanas e sociais, que se estruturaram a partir de fins do século XVIII (LAPLANTINE, 1988). De fato, só pode existir uma ciência humana e/ou da sociedade se o ser humano for entendido para além de uma entidade natural regida por determinações biológicas. O projeto das ciências humanas e sociais pressupõe assumir que o ser humano, ao longo de sua longa evolução, substituiu instintos naturais pela cultura (GEERTZ, 1989), ampliando sua capacidade de atuação no mundo”.
(Daolio, Jocimar. "Consequências do conceito de cultura para a educação física escolar." Desafios da educação física: cultura e corpo em movimento. Dourados: UFGD, 2016, p. 57-73).
Sobre o desenvolvimento científico da Educação Física brasileira, Daólio (2004) afirma que
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Q2572218 Educação Física
“A Educação Física Escolar [...] sempre exerceu certa atratividade por conta de se desenvolver dentro de práticas e atividades físicas que se opunham ao processo pedagógico regular, ou seja, uma atividade sem exigências cognitivas mais apuradas e que visassem um processo formativo. Por conta desse processo ainda hoje a Educação Física é esperada pelos alunos como um momento de desprendimento e de descompromisso com algo mais organizado, com intenção formativa e que tenha vínculo profundo com suas formações.
A espera é justamente a de liberdade e desprendimento, momento que se utiliza para brincar (sem compromisso com um brincar formativo), jogar(sem a discussão da complexidade e dos valores do jogo), se divertir (sem o uso pedagógico do tempo e do espaço). Romper com essa situação tem sido a busca pela área e seus profissionais ao longo das últimas décadas”.

(Oliveira, A. A. B.; Souza, V. F. M. Educação física escolar: da atividade da prática descompromissada à atratividade da prática formativa. In: Bossle F; Athayde P; Lara L, (orgs.). Ciências do esporte, educação física e produção do conhecimento, 40, 2020, p. 119-130.)

Sobre o desafio de transformação desta realidade os(as) autores(as) apontam
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Respostas
21: B
22: D
23: D
24: E
25: B
26: C
27: A
28: D
29: A
30: D