Questões de Concurso Público Prefeitura de Cuitegi - PB 2019 para Nutricionista
Foram encontradas 15 questões
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
O texto de Rubem Braga pertence ao gênero crônica. A caracterização do texto acima se dá como crônica porque
I- trata temas do cotidiano com humor sustentando um ponto de vista sem perder a leveza.
II- é um gênero textual vinculado a uma experiência do cotidiano.
III- há uma espécie de leveza na construção do texto, que se exprime na escolha da linguagem e da temática, próprias desse gênero.
IV- utiliza-se da metalinguagem, ou seja, fala sobre si mesma, sobre a sua forma de produção.
Está CORRETO o que se afirma apenas em
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
Leia as proposições sobre as ideias do texto e marque a alternativa INCORRETA.
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
No trecho “Explicou que aprendera aquilo de ouvido.” (linha 12), a expressão em destaque sugere que o padeiro dizia “ser ninguém” porque
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
Escreva V ou F, conforme sejam Verdadeiras ou Falsas as proposições sobre alguns aspectos linguísticos do texto.
( ) “Levanto cedo, faço minhas abluções...” (linha 1). A palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “orações”.
( ) No excerto “[...] o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.” (Linhas 19-20), “como” é uma conjunção coordenativa.
( ) Em: “[...] eu era rapaz naquele tempo!” (Linha 21), a palavra destacada exerce a função sintática de predicativo.
( ) “Então você não é ninguém? Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido.” (Linhas 11-12). Para esclarecer a forma como aprendera a expressão “não é ninguém!”, o autor empregou uma oração subordinada substantiva.
A sequência CORRETA é:
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
Em “Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante.” (Linhas 16-17).
Nos enunciados acima, a relação semântica entre a oração introduzida pelos conectivos destacados e a oração imediatamente anterior é, respectivamente, de
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
Leia as afirmações sobre os recursos linguísticos empregados no texto.
I- “Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento...” (linha 1). O autor, ao empregar “faço” e “abro” no presente do indicativo, confirma a sua certeza diante do fato expresso pelo verbo.
II- “— Não é ninguém, é o padeiro!” (Linha 09). O uso do artigo “O” revela uma referência imprecisa ao substantivo “mudanças”.
III- “...acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.” (Linha 4 e 5) O sujeito sintático do verbo destacado é classificado como indeterminado.
IV- “Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo (linha 16)”. O verbo destacado é classificado como intransitivo.
V- “No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera...” (linha 2), o termo destacado é classificado sintaticamente como adjunto adverbial.
Está CORRETO o que se afirma apenas em
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
O padeiro
- Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
- não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
- a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
- trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
- o que do governo.
- Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
- de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
- campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- —Não é ninguém, é o padeiro!
- Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
- “Então você não é ninguém?”
- Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
- de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
- perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
- Assim ficara sabendo que não era ninguém…
- Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
- falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
- noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
- e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
- como pão saído do forno.
- Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
- casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
- e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
- homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.
Sob o aspecto da organização microestrutural, o texto apresenta mecanismos variados de coesão referencial para garantir a textualidade.
Analise as justificativas apresentadas na sequência e assinale V, para Verdadeiro ou F, para Falso.
( ) “Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido.” (Linha 12) O pronome demonstrativo “aquilo” explicita e confirma o que se disse antes.
( ) Ocorre retomada por meio do pronome relativo em destaque no trecho: (linhas 3-4). “De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno”.
( ) Em: “Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para...” (linha 16). Os pronomes destacados têm o mesmo referente textual.
( ) Em: “Eu não quis detê-lo....” (Linha 16) Ocorre retomada do pronome pessoal “ele” (linha 16) por meio do pronome oblíquo “o” para evitar repetição e se ajustar à norma culta da língua.
( ) Ocorre retomada por meio do pronome relativo, conforme ilustrado em: “...além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar...” (linha 22).
A sequência CORRETA é:
Leia o texto a seguir para responder à questão 8.
Leia um trecho de um poema de Patativa do Assaré
Eu e o sertão
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
(EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)
Sobre o fragmento do texto “Eu e o sertão”, coloque V para as proposições verdadeiras, e F para as Falsas.
( ) A linguagem utilizada no poema é repleta de informalidade, regionalismos, sem seguir a norma padrão, termos aglutinados, com redução fonética, resultado da tentativa de expressar com fidelidade o modo particular de falar do povo, expressão verbal de sua cultura e variação linguística.
( ) Este modelo de registro linguístico mostra a inferioridade e nível baixo de escolaridade de um grupo social.
( ) O texto é um poema com características ditas populares.
( ) O registro dos vocábulos presentes nos versos apontam para a variedade linguística de grupos que habitam determinada região brasileira.
( ) No texto, predomina a valorização da linguagem coloquial, ou seja, aquela usada de modo informal, desrespeitando o padrão culto da língua, este considerado como o único aceitável dentro do recurso estilístico utilizado na linguagem poética.
O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa
Leia a publicidade a seguir:
(Disponível em: Acessado em: 03/11/2018.)
Considerando o fato de que a linguagem é uma forma de os indivíduos aprenderem as coisas do mundo e de se comunicarem, ela foi dividida teoricamente, para efeitos didáticos, em seis funções. Sabe-se que as linguagens se entrecruzam e, por isso, a pureza de um texto quanto a uma função específica pode nem sempre surtir efeito no contexto comunicativo.
Diante disso, marque a alternativa que direciona o leitor para a função da linguagem PREDOMINANTE na publicidade acima:
Julgue cada uma das manchetes de reportagens abaixo e, em seguida, responda o que se pede.
Analisando as sentenças:
I- Israel bombardeia Gaza em resposta a foguete palestino. (http://revistaepoca.globo.com)
II- Aviões comerciais não tripulados podem ser resposta britânica a concorrência. (www.noticiasdeportugal.net)
III- Após entrada da Palestina, Israel suspende contribuição a UNESCO. (www1.folha.uol.com.br/mundo)
IV- Facebook começa a avisar brasileiros que tiveram dados comprometidos. (www.paraibaonline.com.br)
Acerca do uso do acento marcador de crase assinale a alternativa CORRETA.
Indique a alternativa que completa CORRETAMENTE as lacunas do trecho a seguir.
Não ____________ mais dúvidas de que ____________ mudanças na política econômica do país, pois já ____________ dias que o ministro da Economia e seus assessores ____________ se reunindo. Nos meios políticos, ____________ as novas medidas a serem adotadas e ____________ hipóteses a respeito de aumentos nas taxas de juros que, sem dúvida, ____________ dificuldades ainda maiores ao sistema produtivo do país.
(Disponível em: www1.folha.uol.com.br/mundo. Acessado em: 06/11/2018)
Leia o trecho de texto a seguir para responder às questões 12 e 13.
- Preconizo que um príncipe não tenha outro objeto de preocupações nem outros pensamentos
- a absorvê-lo, e que tampouco se aplique pessoalmente a algo que fuja aos assuntos da guerra
- e à organização e disciplina militares, porquanto apenas estes concernem à única arte atinente
- ao seu comando. [...] Essa arte é de tal importância [...] que não somente ela afirma no poder
- aqueles que têm o principado do berço, mas não raro faz com que homens em condição
- (fortuna) privada ascendam a esta dignidade.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Porto Allegre: L&PM, 1999
A respeito dos vínculos de coesão textual estabelecidos por alguns pronomes, pode-se afirmar:
I- “O” (-lo) e “SEU” (linhas 2 e 4), referem-se, ambos, a um mesmo referente citado no início do trecho.
II- “...ela afirma no poder aqueles que têm o principado do berço,” (linhas 4 e 5). A palavra destacada é um pronome relativo e tem como referente “ela” (linha 5).
III- O pronome “AQUELES” (linha 5) tem como referente um elemento extratextual.
IV- “ESTA” (linha 6) está empregado em desacordo com a norma gramatical, para se adequar à norma deveria ter sido usado “ESSA”, pois refere-se a um elemento textual já citado no texto.
Está CORRETO o que se afirma em
Leia o trecho de texto a seguir para responder às questões 12 e 13.
- Preconizo que um príncipe não tenha outro objeto de preocupações nem outros pensamentos
- a absorvê-lo, e que tampouco se aplique pessoalmente a algo que fuja aos assuntos da guerra
- e à organização e disciplina militares, porquanto apenas estes concernem à única arte atinente
- ao seu comando. [...] Essa arte é de tal importância [...] que não somente ela afirma no poder
- aqueles que têm o principado do berço, mas não raro faz com que homens em condição
- (fortuna) privada ascendam a esta dignidade.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Porto Allegre: L&PM, 1999
Considerando o tema abordado e a tese defendida pelo autor, assinale a alternativa com a palavra adequada para substituir, no texto, sem prejuízo de sentido as palavras Preconizo (linha 1) e ascendam (linha 6).
Considere os destaques nos enunciados a seguir:
I- Depois que a chuva passou, um sol forte iluminou a cidade.
II- Nas eleições de 2018, o candidato X estava em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, mas o candidato Y, nas últimas pesquisas, passou o seu adversário e conquistou o primeiro lugar.
III- Por mais de duas décadas, um agente secreto americano passou informações militares para os russos.
IV- Com a reestruturação administrativa da empresa, o competente funcionário passou a diretor comercial.
Considerando-se as questões relacionadas à regência verbal, julgue cada uma das afirmações acerca dos enunciados e, em seguida, marque V para Verdadeiro e, F para Falso.
( ) Em todas as orações, o verbo passar tem o mesmo significado.
( ) Em I, passar significa “chegar ao fim” e é um verbo intransitivo.
( ) Em II, passar significa “superar” e é um verbo transitivo direto.
( ) Em III, passar significa “transmitir”, “transferir” e tem dois objetos: “segredos militares” (objeto direto) e “para os russos” (objeto indireto).
( ) Em II e IV, passar tem significados diferentes, mas têm a mesma transitividade.
( ) Em IV, passar significa “tornar-se, transformar-se em” e funciona como verbo de ligação, tendo como predicativo o termo “diretor comercial”.
O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa:
Observe a imagem abaixo retirada do Facebook e marque V ou F nos parênteses:
(<www.bodegaiato.com.br> Acesso em: 20/10/2018)
( ) A linguagem utilizada pelos falantes impediu uma comunicação eficiente entre os dois personagens.
( ) A linguagem utilizada pelos personagens é influenciada por fatores sociais e regionais.
( ) Esse modo de falar, considerado “matuto”, é inaceitável em qualquer situação, porque prejudica a comunicação.
( ) Esse modo de falar, mesmo sendo considerado “matuto”, pode ser usada em algumas situações, desde que mesmo cumpra sua intenção comunicativa.
( ) Existem diversos modos de falar, e todos eles têm uma explicação para o seu uso. Por isso não se deve ter nenhum tipo de preconceito em relação aos “modos de falar”.
O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa: