Eu estava pagando um homem negro que estava desempregado e virou sapateiro de rua e conversando com um deficiente físico que estava lendo um jornal. Ele estava revoltado com um guarda civil que espancou um autista com estereotipias e o amarrou numa árvore. O guarda civil não é deficiente. E há certos homens e mulheres que transformam os deficientes em bodes expiatórios. Quem sabe se o guarda civil ignora que, no Brasil, a política educacional de inclusão encontra-se fundamentada em diversos documentos, a exemplo da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), a Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008) e a Lei Brasileira de Inclusão (2015), além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e da Constituição Federal (1988)?
Adaptado do texto de JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
O texto adaptado expõe um desafio a ser enfrentado pelo psicopedagogo na sociedade brasileira, no contexto do Transtorno do Espectro do Autismo, que é: