A proporção de brasileiros com 25 anos ou mais de idade que não finalizaram a educação básica obrigatória, ou seja, concluíram
no mínimo o ensino médio, diminuiu no último ano, mas ainda representa 52,6% das pessoas na faixa etária. Os dados são da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta
quarta-feira, que mostra uma grande desigualdade na análise por cor ou raça: 55,8% dos brancos haviam completado o ciclo,
enquanto o percentual entre as pessoas negras ou pardas foi de 40,3%.
Entre aqueles que não obtiveram a educação básica, 6,9% eram sem instrução, 33,1% tinham o ensino fundamental incompleto,
8,1% tinham o ensino fundamental completo e 4,5%, o ensino médio incompleto. Em um recorte por sexo, mulheres obtiveram
maior índice de conclusão da educação básica que os homens, 49,5% ante 45%, respectivamente.
A região Sudeste apresentou a maior proporção de pessoas que concluíram ao menos a etapa do ensino básico, com 53,6%. No
Sul do país, o índice ficou em 45,7%, enquanto no Centro-Oeste foi de 48,7%. As regiões Norte e Nordeste tiveram as menores
taxas, apesar de terem apresentado o maior crescimento em termos percentuais. Os valores fecharam em 43,6% e 38,9%
respectivamente.
A rede pública de ensino foi responsável por 74,3% dos alunos na creche e pré-escola, proporção estatisticamente semelhante a
2017. No ensino fundamental, 82,3% dos estudantes também frequentavam a rede pública, percentual 1,4% menor que em 2017.
Já no ensino médio regular, concentrou 87% dos alunos e se manteve estável em relação a 2017.
Apenas 34,3% dos negros da região Sul têm ensino básico
As desigualdades educacionais também apareceram dentro de cada região, especialmente na análise por cor ou raça. Em todas
as cinco zonas do Brasil, negros e pardos obtiveram menor nível de instrução. O Sul registrou o menor grau de conclusão do
ensino básico para esta população, com apenas 34,3%, o menor do país. Entre os brancos, 48,9% tinham completado o ciclo.
O Nordeste teve um padrão similar quando comparados brancos (48,6%) com pessoas pretas ou pardas (35,7%). O que
diferenciava as duas regiões era, no entanto, a composição da população segundo esses grupos: quase ¼ da população no
Nordeste era branca e quase ¼ da população do Sul era preta ou parda.
O Sudeste apresentou os índices de finalização da educação básica mais altos tanto para brancos quanto para negros e pardos,
61,2% e 44,6% respectivamente, mas registrou a maior diferença percentual entre os dois, 16,6%. No Norte e no Centro-Oeste,
as taxas foram, em ordem, 52,5% e 56,5% para brancos e 41,5% e 43,7% para negros ou pardos.
População com ensino superior aumenta
Ainda que a maioria da população nacional não tenha concluído o ensino básico, o percentual de pessoas com formação superior
cresceu no País e atingiu 47,4% em 2018. Em especial, o percentual de pessoas com graduação passou de 15,7% em 2017 para
16,5% em 2018. O crescimento foi possível por causa do aumento de alunos no ensino à distância e do oferecimento de vagas
em tanto nas novas universidades federais e particulares.
Nesse cenário, a rede privada continuou predominante: 74,2% dos estudantes de graduação as frequentavam, proporção que se
mantém desde 2016. As matrículas nos cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) também estiveram
concentradas majoritariamente em instituições particulares, responsáveis por 71,0% dos alunos.
Média de estudos é de 9,3 anos
A média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade, em 2018, foi 9,3 anos. Desde 2016, essa média tem crescido
anualmente 0,2 ano. Entre as mulheres, o número médio de anos de estudo foi de 9,5 anos, enquanto para os homens, 9 anos.
Com relação à cor ou raça, mais uma vez, a diferença foi considerável, registrando-se 10,3 anos de estudo para as pessoas brancas
e 8,4 anos para os negros ou pardos, ou seja, uma diferença de quase dois anos entre esses grupos.
Em termos regionais, Sudeste, Centro-Oeste e Sul mantiveram-se com uma média de anos de estudo acima da nacional,
respectivamente de 10, 9,6 e 9,6 anos, enquanto Nordeste e Norte ficaram abaixo da média nacional, com 8,7 anos e 7,9 anos,
respectivamente. Todas as regiões tiveram um aumento entre 2017 e 2018, que variou entre 0,1 e 0,2 ano de estudo.
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