Questões de Concurso Público UFPE 2023 para Produtor Cultural
Foram encontradas 80 questões
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289830
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
O Texto 1 tematiza a língua portuguesa, enfatizando
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289831
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Considerando seu conteúdo e sua organização, é correto
afirmar que o Texto 1 tem, primordialmente, um propósito
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289832
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Qual dos seguintes títulos corresponde à síntese do
conteúdo global do Texto 1?
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289833
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Ao longo do Texto 1, podemos identificar a posição do autor
em relação às ideias que veicula. Por exemplo, ele
expressa discordância no que se refere à ideia de que
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289834
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Releia o seguinte trecho do Texto 1: “Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.”. O
segmento inicial destacado mantém com o restante do
trecho uma relação semântica de
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289835
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Com o trecho “O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua ‘cara
linguística’”, o autor do Texto 1 pretendeu expressar a ideia
de que o brasileiro tem tido dificuldades para
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
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FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289836
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Para elaborar o Texto 1, o autor se vale de alguns recursos
lexicais e gramaticais. Acerca desses recursos, analise as
proposições abaixo.
1) O autor opera a substituição de alguns termos por pronomes, evitando assim repetições desnecessárias e interligando adequadamente as partes do texto. É o que se vê no trecho “Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil, ela é língua minoritária. No caso das comunidades de imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é incerto.”
2) Ao longo do texto, o autor emprega os termos “língua portuguesa” e “português” com sentidos distintos, para diferenciar uma língua majoritária de uma língua minoritária. É o que se vê, por exemplo, no trecho “Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de 250.000.000 de pessoas que falam o português, como primeira ou segunda língua, no mundo.”
3) O conectivo inicial do trecho “Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a dissonância que tem impedido os dois únicos países em que ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão da língua.” é empregado para indicar que as informações a serem trazidas para o texto contrastam com aquelas que foram apresentadas até esse ponto.
4) No trecho “Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil, ela é língua minoritária.”, o segmento destacado funciona como uma ressalva.
Estão corretas:
1) O autor opera a substituição de alguns termos por pronomes, evitando assim repetições desnecessárias e interligando adequadamente as partes do texto. É o que se vê no trecho “Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil, ela é língua minoritária. No caso das comunidades de imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é incerto.”
2) Ao longo do texto, o autor emprega os termos “língua portuguesa” e “português” com sentidos distintos, para diferenciar uma língua majoritária de uma língua minoritária. É o que se vê, por exemplo, no trecho “Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de 250.000.000 de pessoas que falam o português, como primeira ou segunda língua, no mundo.”
3) O conectivo inicial do trecho “Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a dissonância que tem impedido os dois únicos países em que ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão da língua.” é empregado para indicar que as informações a serem trazidas para o texto contrastam com aquelas que foram apresentadas até esse ponto.
4) No trecho “Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil, ela é língua minoritária.”, o segmento destacado funciona como uma ressalva.
Estão corretas:
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289837
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Assinale a alternativa em que o segmento destacado indica
causalidade.
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289838
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Considerando aspectos morfossintáticos, vemos que
predomina, no Texto 1, a ordem direta dos enunciados, com
sujeito antecedendo o predicado. Entretanto, quando o
autor deseja realçar o predicado, a ordem se inverte. Por
exemplo, está na ordem invertida, com sujeito posposto, o
trecho:
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289839
Português
Texto associado
Podemos resumir a situação atual da língua portuguesa no
mundo apontando os seguintes aspectos:
a) ela é a língua hegemônica em apenas dois países:
Portugal e Brasil;
b) é a língua oficial de nove países (Portugal, Brasil, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial) e de Macau –
Região Administrativa Especial da República Popular da
China desde 1999;
c) é falada em comunidades de imigrantes (a chamada
“diáspora lusófona”) em vários lugares do mundo, dentre
outros nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, na
África do Sul, na França, na Alemanha, em Luxemburgo,
no Japão, no Paraguai e na Austrália;
d) é ainda falada em pequenas comunidades
remanescentes do colonialismo português na rota da
Ásia, como em Goa (Índia); ou em áreas de antiga
ocupação portuguesa, como no norte do Uruguai.
Em todos esses contextos, com exceção de Portugal e Brasil,
ela é língua minoritária. No caso das comunidades de
imigrantes e das comunidades remanescentes, seu futuro é
incerto. Poderá continuar sendo falada ou, sob pressão das
línguas majoritárias, tenderá progressivamente a
desaparecer – como tem muitas vezes ocorrido com as
línguas de imigração – a partir da terceira geração.
Nos contextos em que ela é língua oficial, mas não
hegemônica, prevê-se que ampliará sua presença, seja como
língua materna, seja como segunda língua. Nos países
africanos e no Timor Leste, estará sempre presente, como
foco de relativa tensão, o estatuto das demais línguas
nacionais, patrimônio de que, certamente, nenhuma dessas
sociedades abrirá mão, considerando sua força identitária.
Do ponto de vista quantitativo, há hoje pouco mais de
250.000.000 de pessoas que falam o português, como
primeira ou segunda língua, no mundo. Isso o torna a terceira
língua europeia mais falada, perdendo apenas para o inglês
e o espanhol. Com esse contingente de falantes, está entre
as dez línguas mais faladas no mundo. Embora o número de
falantes possa impressionar, sua importância é relativa,
considerando que aproximadamente 85% de seus falantes
estão hoje concentrados num só país – o Brasil.
Além disso, a língua portuguesa enfrenta também a
dissonância que tem impedido os dois únicos países em que
ela é hoje hegemônica de fazer convergir ações de difusão
da língua. E o conjunto de países de língua oficial portuguesa
não encontrou ainda os rumos para ações coletivas e
compartilhadas, embora disponham do Instituto Internacional
da Língua Portuguesa para isso. Vivem, portanto, uma clara
encruzilhada.
Mas o Brasil tem também outros problemas que limitam seu
protagonismo no âmbito da difusão da língua:
a) os seus índices de analfabetismo são ainda elevados: 9%
da população entre 15 e 65 anos são analfabetos. Por
outro lado, são altos os índices do chamado
analfabetismo funcional;
b) o sistema educacional brasileiro, embora tenha
universalizado, no fim da década de 1990, o acesso
infantil às primeiras séries do ensino fundamental, não
conseguiu ainda superar os altos índices de evasão e o
baixíssimo rendimento da ação escolar. Na educação
média, metade dos jovens entre 15 e 17 anos está fora da
escola;
c) por fim, o Brasil até hoje não conseguiu resolver
adequadamente a questão de sua norma de referência.
Há um conflito histórico entre a norma efetivamente
praticada no país (a chamada norma culta) e a norma gramatical definida artificialmente no século XIX (a
chamada norma-padrão) e ainda defendida por uma
tradição estreita e dogmática, que tem adeptos no
sistema de ensino e nos meios de comunicação social.
Esse conflito tem efeitos negativos sobre o modo como
tradicionalmente se representa a língua no imaginário do
Brasil, vista aí, com frequência, como cheia de erros e
deformações. O país tem tido, ao longo de século e meio,
grandes dificuldades para reconhecer sua “cara linguística” e,
em consequência, para promover uma educação linguística
consistente.
FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola,
2016. p.360-363.
Excerto adaptado
Para informar que o português é “a terceira língua europeia
mais falada”, o autor grafou o termo destacado sem acento,
atendendo às normas ortográficas vigentes. Assinale a
alternativa em que a palavra destacada está corretamente
grafada
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289840
Português
Texto associado
TEXTO 2
O Texto 2 ajuda o leitor a compreender que
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289841
Português
Texto associado
TEXTO 2
Podemos reconhecer no Texto 2 o propósito de
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289842
Português
Texto associado
Existe um falar certo e um falar errado?
TEXTO 3
Existe um falar certo e um falar errado?
De fato, não há uma oposição categórica entre fala popular e fala
culta, ocorrendo em muitos casos um compartilhamento de
propriedades. Em certos casos, a preferência culta exclui
fortemente a preferência popular; em situações informais,
diminui a distância entre essas variedades, e o falante culto pode
aproximar-se bastante da execução popular, ainda que não em
todos os casos.
As variedades populares flutuam de acordo com a região
geográfica, mas as variedades cultas são um pouco mais
homogêneas, sobretudo em sua forma escrita. Em conclusão, o
que temos são variedades linguísticas de uma mesma língua,
não duas línguas diferentes.
Como todo mundo está cansado de saber, o modo certo não
deriva de nada intrínseco ao português. Não há formas ou
construções intrinsecamente erradas, nem intrinsecamente
certas, com exceção da grafia das palavras, que é a única
matéria linguística sujeita a uma legislação explícita. Assim, o
certo ou errado deriva apenas de uma contingência social. Como
em todas as comunidades sempre se atribui a determinada
classe um prestígio, uma ascendência sobre as demais classes
que compõem essa comunidade, a classe de prestígio atua na
língua. Mas não atua apenas na língua. Ela dita igualmente as
normas de comportamento, o estilo da roupa, o gosto por certo
tipo de música. Entra nessa lista a escolha de determinadas
variedades linguísticas, dentre aquelas que estão à disposição
dos falantes.
Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/wpcontent/uploads/2017/09/Saber-uma-li%CC%81ngua-e%CC%81-separar-o-certo-do-errado.pdf.
Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
O Texto 3 informa ao leitor, explicitamente, que
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289843
Português
Texto associado
Existe um falar certo e um falar errado?
TEXTO 3
Existe um falar certo e um falar errado?
De fato, não há uma oposição categórica entre fala popular e fala
culta, ocorrendo em muitos casos um compartilhamento de
propriedades. Em certos casos, a preferência culta exclui
fortemente a preferência popular; em situações informais,
diminui a distância entre essas variedades, e o falante culto pode
aproximar-se bastante da execução popular, ainda que não em
todos os casos.
As variedades populares flutuam de acordo com a região
geográfica, mas as variedades cultas são um pouco mais
homogêneas, sobretudo em sua forma escrita. Em conclusão, o
que temos são variedades linguísticas de uma mesma língua,
não duas línguas diferentes.
Como todo mundo está cansado de saber, o modo certo não
deriva de nada intrínseco ao português. Não há formas ou
construções intrinsecamente erradas, nem intrinsecamente
certas, com exceção da grafia das palavras, que é a única
matéria linguística sujeita a uma legislação explícita. Assim, o
certo ou errado deriva apenas de uma contingência social. Como
em todas as comunidades sempre se atribui a determinada
classe um prestígio, uma ascendência sobre as demais classes
que compõem essa comunidade, a classe de prestígio atua na
língua. Mas não atua apenas na língua. Ela dita igualmente as
normas de comportamento, o estilo da roupa, o gosto por certo
tipo de música. Entra nessa lista a escolha de determinadas
variedades linguísticas, dentre aquelas que estão à disposição
dos falantes.
Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/wpcontent/uploads/2017/09/Saber-uma-li%CC%81ngua-e%CC%81-separar-o-certo-do-errado.pdf.
Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
No Texto 3, podemos observar uma clara intenção do autor
de mostrar a inter-relação que há entre
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289844
Português
Texto associado
Existe um falar certo e um falar errado?
TEXTO 3
Existe um falar certo e um falar errado?
De fato, não há uma oposição categórica entre fala popular e fala
culta, ocorrendo em muitos casos um compartilhamento de
propriedades. Em certos casos, a preferência culta exclui
fortemente a preferência popular; em situações informais,
diminui a distância entre essas variedades, e o falante culto pode
aproximar-se bastante da execução popular, ainda que não em
todos os casos.
As variedades populares flutuam de acordo com a região
geográfica, mas as variedades cultas são um pouco mais
homogêneas, sobretudo em sua forma escrita. Em conclusão, o
que temos são variedades linguísticas de uma mesma língua,
não duas línguas diferentes.
Como todo mundo está cansado de saber, o modo certo não
deriva de nada intrínseco ao português. Não há formas ou
construções intrinsecamente erradas, nem intrinsecamente
certas, com exceção da grafia das palavras, que é a única
matéria linguística sujeita a uma legislação explícita. Assim, o
certo ou errado deriva apenas de uma contingência social. Como
em todas as comunidades sempre se atribui a determinada
classe um prestígio, uma ascendência sobre as demais classes
que compõem essa comunidade, a classe de prestígio atua na
língua. Mas não atua apenas na língua. Ela dita igualmente as
normas de comportamento, o estilo da roupa, o gosto por certo
tipo de música. Entra nessa lista a escolha de determinadas
variedades linguísticas, dentre aquelas que estão à disposição
dos falantes.
Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/wpcontent/uploads/2017/09/Saber-uma-li%CC%81ngua-e%CC%81-separar-o-certo-do-errado.pdf.
Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
No Texto 3, o autor relativiza a noção de
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289845
Português
Texto associado
Existe um falar certo e um falar errado?
TEXTO 3
Existe um falar certo e um falar errado?
De fato, não há uma oposição categórica entre fala popular e fala
culta, ocorrendo em muitos casos um compartilhamento de
propriedades. Em certos casos, a preferência culta exclui
fortemente a preferência popular; em situações informais,
diminui a distância entre essas variedades, e o falante culto pode
aproximar-se bastante da execução popular, ainda que não em
todos os casos.
As variedades populares flutuam de acordo com a região
geográfica, mas as variedades cultas são um pouco mais
homogêneas, sobretudo em sua forma escrita. Em conclusão, o
que temos são variedades linguísticas de uma mesma língua,
não duas línguas diferentes.
Como todo mundo está cansado de saber, o modo certo não
deriva de nada intrínseco ao português. Não há formas ou
construções intrinsecamente erradas, nem intrinsecamente
certas, com exceção da grafia das palavras, que é a única
matéria linguística sujeita a uma legislação explícita. Assim, o
certo ou errado deriva apenas de uma contingência social. Como
em todas as comunidades sempre se atribui a determinada
classe um prestígio, uma ascendência sobre as demais classes
que compõem essa comunidade, a classe de prestígio atua na
língua. Mas não atua apenas na língua. Ela dita igualmente as
normas de comportamento, o estilo da roupa, o gosto por certo
tipo de música. Entra nessa lista a escolha de determinadas
variedades linguísticas, dentre aquelas que estão à disposição
dos falantes.
Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/wpcontent/uploads/2017/09/Saber-uma-li%CC%81ngua-e%CC%81-separar-o-certo-do-errado.pdf.
Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
De acordo com o Texto 3, “a grafia das palavras é a única
matéria linguística sujeita a uma legislação explícita”. A
“legislação” vigente recomenda que:
1) palavras como “cajú” e “caquí” sejam grafadas com acento agudo. 2) não sejam acentuadas palavras com dupla vogal, como “voo” e “leem”. 3) não sejam grafadas com trema palavras como “frequência”, “linguiça” e “arguição”. 4) monossílabos tônicos como “cá”, “nó” e “fé” sejam acentuados.
Estão corretas:
1) palavras como “cajú” e “caquí” sejam grafadas com acento agudo. 2) não sejam acentuadas palavras com dupla vogal, como “voo” e “leem”. 3) não sejam grafadas com trema palavras como “frequência”, “linguiça” e “arguição”. 4) monossílabos tônicos como “cá”, “nó” e “fé” sejam acentuados.
Estão corretas:
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289846
Português
Texto associado
TEXTO 4
Desde muito cedo, de criancinhas a adolescentes, aprendemos
na escola uma porção de lições de língua portuguesa. Do “bê a
bá”, lá dos primeiros anos da alfabetização, até as orações
subordinadas mais terrificantes do ensino médio, somos sempre
levados a crer que, se aprendemos só o português na escola,
então essa é a única língua falada no país. Reside aí, no entanto,
um mito gigantesco!
O que queremos dizer é que, embora hoje se ensine somente o
português e algumas outras línguas estrangeiras na escola,
nosso país é multilíngue! E esse multilinguismo tem raízes muito
profundas e antigas, que remontam à história da própria
colonização e implantação do português no Brasil.
Como sabemos, antes da chegada dos portugueses às terras
brasileiras, já vivia aqui um sem-número de indígenas. Há
estimativas, por exemplo, de que vivia no Brasil à época do
“descobrimento” uma população estimada entre seis e nove
milhões de indígenas, que falavam perto de 1.200 línguas. Dá
para ver, portanto, que muito antes da colonização, o Brasil já
era um país multilíngue, local onde conviviam povos falantes de
línguas muito diversas e cenário de um intenso intercâmbio
linguístico.
E as línguas indígenas resistem até hoje: são faladas
atualmente, aqui no Brasil, cerca de 170 línguas indígenas, de
diferentes povos, de diferentes regiões do país, e não apenas
aquelas línguas instrumentalizadas pelo ensino escolar. Essa
história de que nosso país é monolíngue, portanto, não passa de
um mito capenga, uma birutice sem fim, fruto de um processo de
genocídio e silenciamento dos povos indígenas e de suas
línguas, que já dura mais de cinco séculos.
Paulo Henrique de Felipe e Wilmar da Rocha D'Angelis. Disponível em:
http://www.roseta.org.br/2019/02/21/linguas-indigenas-e-diversidade-linguistica-no-brasil.Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
Qual a principal ideia veiculada pelo Texto 4?
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289847
Português
Texto associado
TEXTO 4
Desde muito cedo, de criancinhas a adolescentes, aprendemos
na escola uma porção de lições de língua portuguesa. Do “bê a
bá”, lá dos primeiros anos da alfabetização, até as orações
subordinadas mais terrificantes do ensino médio, somos sempre
levados a crer que, se aprendemos só o português na escola,
então essa é a única língua falada no país. Reside aí, no entanto,
um mito gigantesco!
O que queremos dizer é que, embora hoje se ensine somente o
português e algumas outras línguas estrangeiras na escola,
nosso país é multilíngue! E esse multilinguismo tem raízes muito
profundas e antigas, que remontam à história da própria
colonização e implantação do português no Brasil.
Como sabemos, antes da chegada dos portugueses às terras
brasileiras, já vivia aqui um sem-número de indígenas. Há
estimativas, por exemplo, de que vivia no Brasil à época do
“descobrimento” uma população estimada entre seis e nove
milhões de indígenas, que falavam perto de 1.200 línguas. Dá
para ver, portanto, que muito antes da colonização, o Brasil já
era um país multilíngue, local onde conviviam povos falantes de
línguas muito diversas e cenário de um intenso intercâmbio
linguístico.
E as línguas indígenas resistem até hoje: são faladas
atualmente, aqui no Brasil, cerca de 170 línguas indígenas, de
diferentes povos, de diferentes regiões do país, e não apenas
aquelas línguas instrumentalizadas pelo ensino escolar. Essa
história de que nosso país é monolíngue, portanto, não passa de
um mito capenga, uma birutice sem fim, fruto de um processo de
genocídio e silenciamento dos povos indígenas e de suas
línguas, que já dura mais de cinco séculos.
Paulo Henrique de Felipe e Wilmar da Rocha D'Angelis. Disponível em:
http://www.roseta.org.br/2019/02/21/linguas-indigenas-e-diversidade-linguistica-no-brasil.Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
Segundo informações do Texto 4,
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289848
Português
Texto associado
TEXTO 4
Desde muito cedo, de criancinhas a adolescentes, aprendemos
na escola uma porção de lições de língua portuguesa. Do “bê a
bá”, lá dos primeiros anos da alfabetização, até as orações
subordinadas mais terrificantes do ensino médio, somos sempre
levados a crer que, se aprendemos só o português na escola,
então essa é a única língua falada no país. Reside aí, no entanto,
um mito gigantesco!
O que queremos dizer é que, embora hoje se ensine somente o
português e algumas outras línguas estrangeiras na escola,
nosso país é multilíngue! E esse multilinguismo tem raízes muito
profundas e antigas, que remontam à história da própria
colonização e implantação do português no Brasil.
Como sabemos, antes da chegada dos portugueses às terras
brasileiras, já vivia aqui um sem-número de indígenas. Há
estimativas, por exemplo, de que vivia no Brasil à época do
“descobrimento” uma população estimada entre seis e nove
milhões de indígenas, que falavam perto de 1.200 línguas. Dá
para ver, portanto, que muito antes da colonização, o Brasil já
era um país multilíngue, local onde conviviam povos falantes de
línguas muito diversas e cenário de um intenso intercâmbio
linguístico.
E as línguas indígenas resistem até hoje: são faladas
atualmente, aqui no Brasil, cerca de 170 línguas indígenas, de
diferentes povos, de diferentes regiões do país, e não apenas
aquelas línguas instrumentalizadas pelo ensino escolar. Essa
história de que nosso país é monolíngue, portanto, não passa de
um mito capenga, uma birutice sem fim, fruto de um processo de
genocídio e silenciamento dos povos indígenas e de suas
línguas, que já dura mais de cinco séculos.
Paulo Henrique de Felipe e Wilmar da Rocha D'Angelis. Disponível em:
http://www.roseta.org.br/2019/02/21/linguas-indigenas-e-diversidade-linguistica-no-brasil.Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
Releia o trecho: “Essa história de que nosso país é
monolíngue, portanto, não passa de um mito capenga, uma
birutice sem fim […]”. Com o conectivo destacado, os
autores do Texto 4 sinalizam ao leitor que estão
Ano: 2023
Banca:
FADE - UFPE
Órgão:
UFPE
Provas:
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Administrador
|
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Engenheiro - Área: Elétrica |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Área: Sistemas |
FADE - UFPE - 2023 - UFPE - Produtor Cultural |
Q2289849
Português
Texto associado
TEXTO 4
Desde muito cedo, de criancinhas a adolescentes, aprendemos
na escola uma porção de lições de língua portuguesa. Do “bê a
bá”, lá dos primeiros anos da alfabetização, até as orações
subordinadas mais terrificantes do ensino médio, somos sempre
levados a crer que, se aprendemos só o português na escola,
então essa é a única língua falada no país. Reside aí, no entanto,
um mito gigantesco!
O que queremos dizer é que, embora hoje se ensine somente o
português e algumas outras línguas estrangeiras na escola,
nosso país é multilíngue! E esse multilinguismo tem raízes muito
profundas e antigas, que remontam à história da própria
colonização e implantação do português no Brasil.
Como sabemos, antes da chegada dos portugueses às terras
brasileiras, já vivia aqui um sem-número de indígenas. Há
estimativas, por exemplo, de que vivia no Brasil à época do
“descobrimento” uma população estimada entre seis e nove
milhões de indígenas, que falavam perto de 1.200 línguas. Dá
para ver, portanto, que muito antes da colonização, o Brasil já
era um país multilíngue, local onde conviviam povos falantes de
línguas muito diversas e cenário de um intenso intercâmbio
linguístico.
E as línguas indígenas resistem até hoje: são faladas
atualmente, aqui no Brasil, cerca de 170 línguas indígenas, de
diferentes povos, de diferentes regiões do país, e não apenas
aquelas línguas instrumentalizadas pelo ensino escolar. Essa
história de que nosso país é monolíngue, portanto, não passa de
um mito capenga, uma birutice sem fim, fruto de um processo de
genocídio e silenciamento dos povos indígenas e de suas
línguas, que já dura mais de cinco séculos.
Paulo Henrique de Felipe e Wilmar da Rocha D'Angelis. Disponível em:
http://www.roseta.org.br/2019/02/21/linguas-indigenas-e-diversidade-linguistica-no-brasil.Acesso em 20 set. 23. Excerto adaptado.
Segundo os autores do Texto 4, “Essa história de que
nosso país é monolíngue […] não passa de um mito
capenga…”. No contexto em que se insere, a ideia de “mito
capenga” significa mito