Leia atentamente o texto a seguir, para responder a próxima questão.
O lado bom de não saber
Uma das coisas mais inteligentes que um homem e
uma mulher podem saber é saber que não sabem. Aliás, só é possível caminhar em direção à excelência se
você souber que não sabe algumas coisas. Porque há
pessoas que, em vez de ter humildade para saber que
não sabem, fingem que sabem. Pior do que não saber
é fingir que sabe. Quando você finge que sabe, impede um planejamento adequado, impede uma ação
coletiva eficaz. Por isso, a expressão “não sei” é um
sinal de absoluta inteligência.
Essa é a regra básica da vida: quando você está no
fundo do poço, a primeira coisa que precisa para sair
de lá é parar de cavar. E a pá que continua cavando
é, ao não saber, fingir que sei. Fingir para quem? Não
existe autoengano. Isso significa que quando alguém
diz “não sei”, é um sinal de inteligência. Aliás, a pessoa humilde é capaz de ter dúvida, e isso é motor de
mudança. Cuidado com gente que não tem dúvida.
Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de
reinventar, não é capaz de fazer de outro modo. Gente
que não tem dúvida só é capaz de repetir. Cuidado
com gente cheia de certeza. Num mundo de velocidade e mudança, imagine se você ou eu somos cheios
de certeza a dificuldade que isso nos carrega. Claro,
você não pode ser alguém que só tem dúvida, mas
não tê-las é sinal de tolice. “Será que estou fazendo
do melhor modo? Da maneira mais correta? Será que
estou fazendo aquilo que deve e pode ser feito?”
Só seres que arriscam erram.
(CORTELLA. Mário Sérgio. Qual é a tua obra?: inquietações
propositivas sobre gestão, liderança e ética. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2015.)