Questões de Concurso Público SEE-MG 2012 para Professor de Educação Básica
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(G. Evelyn Hutchinson, citado por Stephen Jay Gould, Dinossauro no palheiro, S.Paulo, Cia. das Letras, 1997, p.453)
Ao ser perguntado o que se poderia concluir da natureza do Criador pelo estudo de sua criação, Haldane teria respondido...
Sobre o emprego da locução verbal grifada na frase acima transcrita, é correto afirmar:
(Tássilo Orpheu Spalding, Dicionário de Mitologia Greco-Latina, Belo Horizonte, Itatiaia, 1965)
Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto.
I. A autodestruição causada pelo excessivo amor próprio é um dos aspectos fulcrais do mito de Narciso.
II. A menção à flor encontrada no lugar onde antes estava o corpo do jovem aponta para um dos sentidos fundamentais do mito: a explicação da origem das coisas.
III. A observação de que Narciso voltava da caça indica que sua morte foi também uma punição aplicada pelos deuses devido à matança de animais selvagens.
Está correto o que se afirma APENAS em
(Tássilo Orpheu Spalding, Dicionário de Mitologia Greco-Latina, Belo Horizonte, Itatiaia, 1965)
O tratamento dado ao mito em uma obra de referência, como o dicionário de onde foi extraído o verbete sobre Narciso, implica algumas características do texto, tais como
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo
é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é
como ele
outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso inventa o paraíso.
(Fragmento de Narciso e Narciso, de Ferreira Gullar)
Considerando o mito de Narciso, tal como aparece no texto anterior, é correto afirmar que o modo como Ferreira Gullar o traz para o seu poema consiste
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é
como ele outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso
inventa o paraíso.
(Fragmento de Narciso e Narciso, de Ferreira Gullar)
Dos procedimentos formais de que o poeta lança mão na fatura do poema, é correto destacar
(Adaptado de Ingedore Villaça Koch, O texto e a construção dos sentidos, S.Paulo, Contexto, 2010, p. 77)
Com relação ao papel desempenhado pela citação no contexto do fragmento acima transcrito, é correto afirmar: a frase tomada a Marcuschi
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da
[Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Manuel Bandeira. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985, p. 214)
Manuel Bandeira vale-se, nesse poema, de uma específica proposição poética do Modernismo de 22:
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da
[Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Manuel Bandeira. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985, p. 214)
O fato jornalístico que está na base do poema
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da
[Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Manuel Bandeira. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985, p. 214)
Ao afirmar que seu poema foi tirado de uma notícia de jornal, Manuel Bandeira lembra-nos uma característica marcante de sua poesia:
Quando a gente aprende a ler, as letras, nos livros, são grandes. Nas cartilhas – pelo menos nas cartilhas do meu tempo – as letras eram enormes. Lá estava o A, como uma grande tenda. O B, com seu grande busto e a barriga ainda maior. O C, sempre pronto a morder a letra seguinte com sua boca.
À medida que a gente ia crescendo, as letras iam diminuindo. E as palavras, aumentando. (...) De tanto ler palavras, nunca mais reparamos nas letras. E de tanto ler frases, nunca mais notamos as palavras, com todo o seu mistério.
(Adaptado de Luis Fernando Verissimo – Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, pp. 113/114)
No primeiro parágrafo, a atenção do autor se volta para
Quando a gente aprende a ler, as letras, nos livros, são grandes. Nas cartilhas – pelo menos nas cartilhas do meu tempo – as letras eram enormes. Lá estava o A, como uma grande tenda. O B, com seu grande busto e a barriga ainda maior. O C, sempre pronto a morder a letra seguinte com sua boca.
À medida que a gente ia crescendo, as letras iam diminuindo. E as palavras, aumentando. (...) De tanto ler palavras, nunca mais reparamos nas letras. E de tanto ler frases, nunca mais notamos as palavras, com todo o seu mistério.
(Adaptado de Luis Fernando Verissimo – Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, pp. 113/114)
No segundo parágrafo, considera-se que, com o tempo e a progressão das leituras, o leitor
(Antonio Prata. Folha de S. Paulo, 5/10/2011)
A associação que se estabelece nesse texto entre crônicas e cogumelos deve ser considerada
(Antonio Prata. Folha de S. Paulo, 5/10/2011)
A seguinte consideração acerca do gênero crônica é compatível com a concepção que faz dela o autor do texto:
(Alfredo Bosi. Céu, inferno)
Depreende-se do fragmento crítico acima que uma análise morfológica e uma interpretação cultural de um texto
(Alfredo Bosi. Céu, inferno)
Materializando as ideias desse texto no reconhecimento crítico de um poema coloquial modernista, por exemplo, haveria que se considerar
I. Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...)
Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem, direta ou indireta.
(Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)
II. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.
(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)
Encontra-se, nessas passagens de Graciliano Ramos e Clarice Lispector o elemento comum da
I. Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...)
Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem, direta ou indireta.
(Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)
II. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.
(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)
Há uma tonalidade irônica em ambos os textos, representada pelas seguintes expressões:
I. Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...) Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem, direta ou indireta.
(Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)
II. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.
(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)
S. Bernardo e A hora da estrela – os dois romances a que pertencem esses textos – são exemplos, respectivamente,
A primeira edição destas Memórias póstumas de Brás Cubas foi feita aos pedaços na Revista Brasileira, pelos anos de 1880. Postas mais tarde em livro, corrigi o texto em vários lugares. Agora que tive de o rever para a terceira edição, emendei alguma coisa e suprimi duas ou três dúzias de linhas.
O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama de “rabugens de pessimismo". Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir de seus modelos. Não digo mais para não entrar na crítica de um defunto que se pintou a si e aos outros, conforme lhe pareceu melhor e mais certo.
Machado de Assis
(Machado de Assis. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986)
Ao assinar com seu nome o prólogo desse romance, Machado de Assis deixa ver que
A primeira edição destas Memórias póstumas de Brás Cubas foi feita aos pedaços na Revista Brasileira, pelos anos de 1880. Postas mais tarde em livro, corrigi o texto em vários lugares. Agora que tive de o rever para a terceira edição, emendei alguma coisa e suprimi duas ou três dúzias de linhas.
O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama de “rabugens de pessimismo". Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir de seus modelos. Não digo mais para não entrar na crítica de um defunto que se pintou a si e aos outros, conforme lhe pareceu melhor e mais certo.
Machado de Assis
(Machado de Assis. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986)
Neste prólogo, há uma clara referência ao fato de que