O impossível é transformar o mundo que, para ser, tem de estar sendo, num mundo inapelavelmente imóvel, em que nada
pudesse ocorrer fora do já estabelecido. Um mundo plano, horizontal, sem tempo. Algo assim até que é compatível com a vida
animal, mas incompatível com a existência humana. É neste sentido que o animal se adapta a seu suporte enquanto o ser
humano, integrando-se a seu contexto, por nele intervir, o transforma em mundo. Por isso também mulheres e homens
contamos a história do que ocorre no suporte; falamos da vida ou das várias formas de vida que nele se realizam enquanto a
história de que falamos e que se processa no mundo é a história feita pelos seres humanos e que os faz e refaz.
(FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015, ed. digital, grifos do autor)
Podemos inferir a partir do fragmento acima que a linguagem tem um significado social e cultural por ser