O comparecimento à Assembleia soberana era aberto a todo o
cidadão, e não havia burocracia ou funcionários públicos, exceto
uns poucos escriturários, escravos de propriedade do estado que
faziam registros inevitáveis, como cópias de tratados e leis, listas
de contribuintes inadimplentes e similares. O governo era, assim,
“pelo povo”, no sentido mais literal. A Assembleia, que detinha a
palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas finanças, na
legislação, nas obras públicas, em suma, na totalidade das
atividades governamentais, era um comício ao ar livre, com
tantos milhares de cidadãos com idade superior a 18 anos
quantos quisessem comparecer naquele determinado dia. Ela se
reunia frequentemente durante o ano todo, no mínimo quarenta
vezes, e, normalmente, chegava a uma decisão sobre o assunto a
discutir em um único dia de debate, em que, em princípio todos os
presentes tinham o direito de participar, tomando a palavra.
Isegoria, o direito universal de falar na Assembleia, era algumas
vezes empregado pelos escritores gregos como sinônimo de
“democracia”. E a decisão era pelo voto da maioria simples
daqueles que estivessem presentes.
(FINLEY, Moses I. Democracia antiga e moderna. RJ: Graal, 1985. p. 31)
Tendo em vista a descrição do autor sobre o funcionamento da
Assembleia, podemos considerar que a democracia ateniense é