Nas primeiras décadas do século XX, as organizações médicas
foram as responsáveis pela difusão de teorias em relação à
deficiência mental. Em 1913, Basílio de Magalhães escreve
Tratamento e educação das crianças anormais de inteligência:
contribuição para o estudo desse complexo problema científico e
social, cuja solução recentemente reclamam a bem da infância e
das gerações porvindouras – os mais elevados interesses
materiais, intelectuais e morais, da Pátria Brasileira, em que
associava a degeneração mental à tuberculose, ao alcoolismo e à
hereditariedade. Por sua vez, Ulysses Pernambuco, em 1918,
publicava a obra Classificação das crianças anormais: a parada do
desenvolvimento intelectual e suas formas; a instabilidade e a
astenia mental, onde reforçava a tese da relação da deficiência
mental como indicativo da degenerescência social. Sem contar a
defesa da eugenia pelo doutor Renato Kehl. Participando em suas
organizações profissionais, os médicos buscavam influenciar o
poder público na elaboração de legislações sociais. Durante a
República Velha, a questão social era abordada a partir do viés
médico. Não por acaso, a educação foi atingida por esta
abordagem, e a pedagogia acabou por ser influenciada por
saberes da medicina.
(Adaptado de JANNUZZI, Gilberto de Martino. A educação do deficiente no Brasil:
dos primórdios ao início do século XXI. Campinas, SP: Autores Associados, 2012. p.
27-37).
A partir da leitura do texto, podemos dizer que a educação na
República Velha foi marcada por concepções